Duas semanas se passaram desde o chilique de Zeus, que agora estava tendo um chilique por estar ficando louco com tanto trabalho de uma vez só, já que tinha se comprometido a acompanhar a empresa igual sua filha fazia, mostrando ser um chefe melhor na opinião dele, mas ele acabou por se render e chamar Jason, precisando de uma opinião.

— Então, eu não sei mais o que fazer, os lucros estão caindo de uma forma que chegou até a me assustar e...- Zeus gesticulava enquanto andava, porém ele olhou para o lado e notou a ausência de seu filho – Jason?

— O que acha de nós sairmos? – Jason questionou, apoiado no balcão e sorrindo para Piper, que arregalou os olhos e viu o momento que Zeus iria a colocar para a rua.

— Seu pai vai me demitir...- Piper cantarolou nervosa, tentando olhar para qualquer coisa sem ser o rosto extremamente próximo do loiro a sua frente.

— Vai nada! – ele fez pouco caso – eu estou flertando com você, não estou te agarrando...não ainda!

— JASON! – Zeus chamou ao ver o filho conversar com uma das garotas, fazendo o filho olhar por cima do ombro desinteressado e comprimir os lábios, voltando seu olhar para a McLean novamente:

— Então, pode me dar seu número?

— Senhor Grace seu pai...- Piper tentou novamente, enrubescendo e abaixando o olhar para os papéis a sua frente, tentando fingir que não estava dando atenção para o garoto.

Zeus caminhou até o filho, puxando-o pelo braço:

— Qual é, pai? Por que você está falando comigo? Eu não sei nada de empresa e não me importo com essa revista! – Jason rolou os olhos – se você quer uma opinião que realmente vai ajudar, chama a Thalia!

— Eu não vou chamar essa menina! – o senhor Olympus resmungou desaprovador.

— Essa menina é sua filha, assim, só para te lembrar mesmo – Jason negou em reprovação – ela fez em uma semana como estagiária, mais do que fez sua vida toda com essa empresa, e os lucros triplicaram e você sabe disso! Não vejo necessidade de tanto chilique, vai me dizer que se fosse Hera ali dentro você não iria ceder pelo menos um misero beijo?

Zeus mirou a McLean, que encarava quase sem piscar o papel branco que tinha em mãos, fazendo o homem franzir o cenho confuso.

— Senhorita McLean, por que está encarando um papel branco?

— Ah..., eu achei que não iria ser educado encarar vocês dois...- Piper respondeu, levantando o olhar e vendo Jason sorrir de canto e dar um aceno com a mão para ela, o que a fez arregalar os olhos e voltar para o senhor Grace – desculpa, eu não sabia o que fazer.

— Muito bem, volte ao trabalho – Zeus ordenou, vendo-a mirar a única saída, que era passar entre Jason e ele.

Piper caminhou hesitante até ali, porém assim que passou e clamou liberdade mentalmente, sentiu algo segurar sua mão e sentiu seu coração falhar uma batida ao ver Jason se inclinar e deixar um beijo no dorso da sua mão, fazendo-a levar seus olhos arregalados até Zeus, que tinha uma sobrancelha arqueada com a ousadia do filho, mas notou que ela nem mesmo respirava.

— A gente se vê por aí...- o loiro sorriu, descendo os olhos pelo corpo dela.

A McLean respirou fundo e tirou a mão da dele com cuidado, engolindo em seco e soltando um “tá” baixinho, se virando e andando normalmente até chegar no corredor, longe da visão dos dois, começando a correr de volta para sua sala.

— Isso foi exatamente o que a Thalia e o Nico estavam fazendo, e você não brigou comigo! – Jason cruzou os braços, arqueando as sobrancelhas com o olhar superior.

— Não! Thalia e Nico estavam se beijando e ela estava em cima da mesa, isso foi apenas uma mesura a uma garota que você achou bonita aqui – Zeus respondeu normalmente.

— Então tá – Jason se virou para a primeira secretária que viu – Ah..., por favor, onde fica o escritório da senhorita Mc..Lean?!

— Segue o corredor, a primeira porta a esquerda – a garota respondeu com um sorriso mínimo, acenando para o senhor Olympus, que trincou o maxilar e seguiu seu filho pelos corredores, não entendendo direito o que ele planejava, até que sua mente clareou tarde demais.

Assim que Jason abriu a porta do escritório da menina, ela arregalou os olhos e desencostou da mesa, já que havia encostado os quadris ali enquanto se recuperava da morte que tinha tomado la fora, conversando com sua irmã que estava no sofá. Porém, nem raciocinar ela conseguiu, quando deu por si sentiu as mãos do Grace a segurarem pela cintura e coloca-la em cima da mesa, selando seus lábios em um beijo que a fez arregalar os olhos assim que notou Zeus na porta com os braços cruzados.

O loiro levou uma das mãos para sua nuca, para garantir que ela não fosse sair dali, gostando do gosto que ela tinha e sorrindo entre o beijo, que, hesitantemente, fora retribuído.

Zeus semicerrou os olhos e saiu dali, batendo a porta com força, fazendo os dois se afastarem levemente.

— Lá se foi meu emprego – Piper levou uma das mãos para o rosto, negando em reprovação.

— Foi nada, eu fiz isso porque ele ta sendo hipócrita...e isso porque você é muito linda – para dar ênfase na sua frase, ele selou seus lábios novamente com os da McLean, deixando Silena sobrar lindamente ali no canto, mesmo estando estática o suficiente.

Piper retribuiu o beijo, levando suas mãos para os ombros do garoto, que sorriu novamente entre o beijo e desceu uma das mãos da cintura dela para sua perna.

Como se faz para sair daqui sem ser notada? – Pesquisar. Silena pensou consigo mesma, comprimindo os lábios e tendo quase certeza que presenciaria coisas nada legais de se presenciar. Por um momento até mesmo pensou que aquilo poderia ser uma vingança estrategicamente organizada pela irmã depois de tanto fazer coisas com ela perto e ouvindo.

Ela notou que os lábios do loiro estavam muito perto dos seios da irmã, se levantando cautelosamente e dando um passo de cada vez, pisando com cuidado para o salto não fazer barulho, até girar a maçaneta e sair correndo porta a fora.

Silena se apoiou no balcão de Rachel, que arregalou os olhos ao ver o estado da garota.

— Que isso, menina?

— Eu quase presenciei minha irmã fazendo sexo! – a McLean engoliu em seco, negando em reprovação e respirando fundo para acalmar sua respiração.

A ruiva arregalou os olhos, mas preferiu nada dizer.

Jason levou a mão para as costas de Piper, começando abrir o vestido que ela usava, porém ela segurou suas mãos separando o beijo:

— Um encontro, sábado, o que acha?

— Por mim pode até ser hoje – ele respondeu com um sorriso – quanto mais rápido, melhor.

— Sábado – Piper retribuiu o sorriso, pegando um de seus cartões e entregando para ele – aí tem meu número, quando decidir o lugar e a hora, me ligue!

Jason selou seus lábios de novo, porém ela colocou a mão em seu abdômen e o empurrou de leve:

— Até sábado, Jason.

— Até – ele semicerrou os olhos e sorriu, se afastando dela e saindo da sala, querendo saber a desculpa de Zeus agora.

***

Assim que Nico abriu a porta do apartamento de Thalia, a única coisa que conseguiu pensar foi “aí meu emprego”, ao ver Zeus parado ali com os braços cruzados.

— Onde está minha filha? – questionou, descendo o olhar pelo corpo do di Angelo, que estava sem camisa e trajava apenas uma calça de moletom negra.

— Em seu quarto – Nico respondeu, dando espaço para que ele entrasse e arregalando os olhos ao notar que não havia morrido ali mesmo, nem mesmo encadeado outra série de gritos e gerado outra confusão.

O senhor Olympus caminhou pelos corredores olhando as portas abertas até achar sua filha, que estava na cama brincando com seu patinho.

— Thalia – chamou, vendo-a fechar a cara quase de imediato e levantar o olhar, arqueando uma sobrancelha.

Ela pegou seu filho, colocando-o na caminha dele e voltando a mesma posição de antes, cruzando os braços e tentando ignorar o fato de estar totalmente jogada, já que usava uma blusa de Nico e seu cabelo estava totalmente bagunçado.

— Me desculpa – Zeus engoliu em seco ao pedir, desviando o olhar para o patinho que havia saído da cama e andava até ele curioso.

— Que? – ela franziu o cenho, confusa.

— Me desculpa, Thalia! – o pai repetiu, focando o olhar nela – eu notei que fiz um chilique grande demais para uma coisa...normal!

— E como chegou a essa conclusão?

— Jason foi ousado e beijou a senhorita McLean para me provar que isso era normal acontecer, portanto vim pedir sua ajuda.

Thalia arregalou os olhos ao notar que seu shipper era real, levando a mão até o coração inconscientemente.

— E...bom...- ele desencostou do arco da porta, olhando para o corredor e chamando o di Angelo com um aceno de cabeça, que caminhou até o quarto e adentrou o recinto meio confuso – eu já passei a empresa para seu nome oficialmente, pode assumir amanhã mesmo se quiser...e eu permito que namore com ele, só que quero que mantenha a postura profissional na empresa, então se quiser ficar com ele, fique do lado de fora, não no seu escritório!

A morena sorriu e pulou da cama, tomando cuidado para não esmagar seu patinho e pulando nos braços de seu pai, que sorriu e retribuiu o abraço da garota, batendo em suas costas de leve.

— Obrigada, pai!

Zeus assentiu e olhou para o chão, onde o patinho tentava subir em seu sapato.

— Por que você tem um patinho no seu apartamento?

— Ele é nosso filho – Thalia se abaixou, pegando o animalzinho e sorrindo de leve para Nico, que tinha um sorriso de canto.

— Lindo pato! – Zeus sorriu – mas agora eu preciso ir, então, aproveitem a noite de vocês...

— Eu te acompanho até a porta – Thalia entregou o pato para Nico, puxando a blusa que trajava para baixo e caminhando até a saída.

— Se ele fizer alguma coisa contra você, faça o que for preciso para acabar com a vida dele e se não fazer...eu faço! – Zeus bagunçou mais ainda o cabelo dela, deixando o prédio em questão de segundos.

A morena fechou a porta e voltou para seu quarto, onde, agora, Nico estava deitado com o pato estando em sua barriga.

— Bom, agora só falta uma única coisa para que tudo isso fique oficial, não? – Thalia questionou, deitando de lado na cama e apoiando sua cabeça em sua mão para observar ele brincar com seu filho.

— O que?

— Ah, não sei! Quem sabe uma coisa redonda...que talvez caiba no meu dedo...e talvez comece com “a”? – a garota sorriu, vendo-o rir.

— Entendi, pode deixar que eu cuido disso.

— E tem mais uma coisa! – Thalia lembrou – nós não demos nome para nosso filho!

Hum, verdade! O que acha de Daffy?

— Daffy tipo...Daffy Duck? – a morena sorriu ao lembrar-se do Patolino dos desenhos animados – é perfeito!

— Eu te beijaria agora, mas ele está vendo! – Nico sorriu.

Thalia tampou os olhinhos de Daffy, selando seus lábios com o do moreno, que riu com o ato da garota, mas retribuiu o beijo.

O toque estridente do telefone da garota cortou o clima fofo, fazendo-a se levantar e pegar no criado-mudo, notando que era Jason:

— VOCÊ PEGOU A PIPER?! – gritou assim que atendeu, fazendo-o semicerrar os olhos do outro lado da linha e afastar um pouco o celular do ouvido.

— Quem? Ah, espera...a McLean? Peguei sim!

— AH MEU SHIPPER É REAL! – Thalia gritou de novo, fazendo uma dancinha estranha, o que fez Nico a olhar desconfiado e tampar os olhos do filho novamente, não querendo que ele visse essa cena.

— Por que, diabos, você shippava a gente sendo que nem nos conhecíamos?

— Isso você pergunta para ela! Mas, mesmo te achando um filho da puta desgraçado, obrigada por me ajudar – ela sorriu.

— Eu não fiz por você, eu fiz porque ele estava quase tacando a empresa para mim e você sabe que eu cago pra ela, então né...- mentiu descaradamente.

— Ok, tchau Jason...- ela sorriu ao escutar ele a chamar antes de desligar – o que foi?

— Eu te amo, cachinhos dourados!

— Ah, seu filho da puta desgraçado...- ela fez uma careta – eu também te amo resto de estrume.

Nico riu do apelido e negou em reprovação, preferindo não comentar nada sobre.