Imprevistos E Surpresas Da Vida
A armadilha
Depois daquele dia, Paola deixou a casa Bracho. Claro, não sem antes fazer um acordo com Carlos Daniel e receber um adiantamento do valor que havia pedido, dizendo que só assinaria o divórcio depois de ter em mãos todo o dinheiro.
Paulina e Carlos Daniel estranharam tal atitude, afinal a própria Paola havia afirmado mais de uma vez que não os deixaria em paz, no entanto já faziam duas semanas desde que ela havia ido embora e até então não tinha mais entrado em contato com eles.
Com o afastamento de Paola, as visitas de Paulina à casa de Carlos Daniel se tornaram cada vez mais constantes e ela já era adorada por todos, principalmente por Vovó Piedade, a quem confiava seus medos, alegrias e incertezas. Paulina em tão pouco tempo já havia se tornado membro da família e via em Piedade a avó que não teve.
=============== Fábrica Bracho ====================
- Duas semanas... - disse Carlos Daniel sentado na cadeira principal de seu escritório, pensativo
- Acha que ela está tramando algo? - perguntou Paulina
- Não sei meu amor, mas temos que concordar que é muito estranho que ela tenha saído lá de casa sem maiores exigências e até agora tenha sumido. - respondeu apreensivo
- Ai! - disse Paulina, colocando a mão no peito e sentando-se no sofá
- O que foi minha vida, está se sentindo mal? - disse preocupado, indo em direção a ela
- Foi só um mal pressentimento. Não sei, como se algo ruim fosse acontecer... - explicou Paulina, com lágrimas nos olhos
Carlos Daniel sentou-se ao lado de Paulina e olhou fixamente em sua íris verde.
- Não vai acontecer nada! - afirmou ele, alisando as bochechas da amada
- Sei que já falamos disso antes, mas promete que aconteça o que acontecer, não vamos nos separar? - pediu ela
- Somente prometer, não. Eu juro! Paola e nem ninguém será obstáculo para nosso amor. - garantiu ele, depositando os lábios na testa de Paulina e logo nas bochechas, selando aquele juramento com um calmo e seguro beijo apaixonado.
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Paola estava morando em um belo e espaçoso apartamento, mas em nenhum momento descuidava de seus interesses. Osvaldo a visitava quase que todos os dias, os dois além de cúmplices haviam se tornado amantes. Porém, ele não era tão idiota como Paola imaginava e agora a ameaçava, exigindo uma parte do valor que ela havia pedido para Carlos Daniel, algo que estava cada vez mais a incomodando.
Sempre que Paola saía, era vestida e arrumada com o estilo de Paulina. Assim, no momento em que lhe fosse conveniente, seria muito facilmente confundida com a irmã. Tudo era parte de seu grande plano.
- Ah Osvaldo... nesse jogo que você está fazendo, eu já sou campeã há muito tempo! Acha mesmo que pode comigo? Não sabe o que te espera... vou resolver dois problemas de uma vez só! - Paola falava sozinha e soltava sua risada maléfica, enquanto admirava seu reflexo no espelho.
=============== Fábrica Bracho ====================
- Acho que já ficamos muito tempo parados, vamos voltar ao trabalho meu amor! - disse Paulina, com a cabeça encostada no ombro de Carlos Daniel
- Tem razão, é que quando estamos juntos perdemos a noção do tempo! - respondeu ele
Os dois sorriram e fitaram um ao outro com olhar de cumplicidade.
Paulina então levantou-se do sofá, mas perdeu o equilíbrio e caiu sentada novamente.
- O que foi? Estou começando a me preocupar seriamente, amor meu! - afirmou Carlos Daniel, inquieto
- Só uma tontura, nada demais. É que hoje quando fui tomar café da manhã me senti enjoada, então acabei não comendo nada. Deve ser por isso. - argumentou Paulina
- Tem certeza? Não quer que eu marque uma consulta com o médico?
- Tenho, não se preocupe!
- Então vai comer alguma coisa e depois tira a tarde de folga pra descansar, assim ficarei mais tranquilo. - pediu ele
- Mas tem muito trabalho aqui e... - antes de completar, foi interrompida por Carlos Daniel
- E nada, esse é um pedido sem direito a recusa! - insistiu
- Está bem então, teimoso! - respondeu Paulina, rindo logo após
Ela então deu um selinho em Carlos Daniel e saiu.
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Paulina foi em uma lanchonete perto da fábrica e pediu um sanduíche natural e um suco. Enquanto comia, seu celular tocou. Ela sentiu um aperto no coração, mas atendeu.
- Olá Paulina! - disse a voz no outro lado da linha
- Paola? - perguntou surpresa
- A própria!
- Como descobriu meu número?
- Tenho meus métodos... isso não importa! Estou te ligando porque tenho algo muito importante pra dizer.
- Diga então...
- Por telefone não, quero que nos encontremos. Pode vir ao endereço que vou mandar por mensagem? É muito importante mesmo, mas por favor não conte a ninguém. - pediu Paola, fingindo uma voz de tristeza
- Se é assim, eu vou. Em meia hora está bem?
- Perfeito! - respondeu, desligando logo em seguida
Paulina mesmo tendo achado a ligação muito estranha, resolveu ir ao local.
Ao chegar lá e constatar que era um prédio, foi cumprimentada pelo porteiro. Deduziu que havia sido confundida, como tantas outras vezes, mas nem deu importância ao fato. Subiu então até o apartamento que Paola havia lhe indicado e tocou a campainha.
- Que bom que veio, entre e sente-se! - disse Paola
Paulina mesmo com certo receio, entrou. No fundo algo lhe dizia que as intenções da irmã não eram nada boas.
- Quer beber alguma coisa? - perguntou Paola, fingindo um sorriso simpático
- Uma água está bem. - respondeu
Paola foi até a cozinha e serviu um copo com água. Aproveitando-se da distração de Paulina, pegou o celular e mandou uma mensagem para alguém que dizia: "Faça agora!" e depois colocou duas gotas de colírio em cada olho.
- Aqui está. - disse ela de volta a sala, com a cabeça baixa alcançando o copo para Paulina
Assim que Paola sentou, começou a fingir um choro.
- Diga, para que me chamou aqui? - perguntou Paulina, desconfiada da atitude da irmã
- É que... nem sei como te dizer... quero pedir perdão! - disse ela, com o maior cinismo do mundo
- Perdão? - disse Paulina, incrédula
- Sim, estou arrependida de tudo. Somos irmãs, não somos? Quero recuperar o tempo perdido, consertar meus erros... quero que seja feliz com Carlos Daniel. - afirmou Paola e depois a abraçou
Paulina correspondeu ao abraço, apesar de ainda não estar completamente convencida. * Será mesmo verdade? Bem, não custa nada dar um voto de confiança!* pensava
Nesse momento a campainha tocou.
- Está esperando mais alguém? - perguntou Paulina, separando-se do abraço
- Digamos que sim... - sorriu misteriosamente
Paola abriu a porta e pediu que a pessoa entrasse.
- OSVALDO?! - falou Paulina, sem entender nada
- Paola, que brincadeira é essa? - perguntou Osvaldo, desconfiado
Paola então trancou a porta, e com o sorriso mais sarcástico possível, tirou uma arma de dentro do casaco e apontou para Paulina, que arregalou os olhos assustada. Osvaldo observava tudo sem reação.
- Ah, Paulina... como você é ingênua, "irmãzinha". Pensou mesmo que eu estava arrependida? Caiu direitinho hein?
- Paola, solta essa arma, vamos conversar! - pediu ela, desesperada
- Tarde demais pra isso, sinto muito... OU NÃO! MUAHAHAHAHA
- PAOLA, NÃO FAÇA ISSO, NÃO!!! - gritou Paulina
Nesse momento, a vista de Paulina escureceu completamente, e dois estrondos altíssimos puderam ser ouvidos.
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