— Estamos chegando!

Nem acredito.

Eu e Chrome partimos em missão, acredito que já se faça um mês. Era uma missão simples, deveríamos voltar em pouco tempo, mas houve imprevistos. Ninguém esperava por isso, não levamos comida o suficiente e como se não bastasse Chrome e eu discutíamos com frequência. Não nos despedimos do pessoal quando partimos nesta missão, afinal, não era uma missão que pedisse por despedidas. Imagino se estão preocupados com a gente...

Chrome está louco para ver o Nevra e a Karenn... E a Miko, e o Valkyon, e o Keroshane, Ykhar, Alajéa, etc...... Menos o Ezarel. Ele não está nem ai quanto ao Ezarel. Apesar disso, ele não para de falar dele haha.

— Chrome, vê se dessa vez não desvia o caminho, pelo amor do que há de mais sagrado nesta terra! – Falei enquanto segurava forte nas bordas do barco improvisado que fizemos, que se chacoalhou todo quando uma onda se chocou contra nós.

— Eu sei! Já estou vendo a praia de Eel, não vou desviar. Eu também quero chegar em casa logo, espero ser recepcionado com salsichas!

— Ok, eu te dou as minhas se você prometer que vamos chegar logo na praia antes dessa geringonça desmontar! Não quero cair em mar aberto DE NOVO!

Era noite. Dizem que estas águas ficam extremamente perigosas durante a noite. Acredito que já tenhamos enfrentado problemas e criaturas o suficiente. Não quero ter de encarar mais nada logo agora que estamos tão próximo do Quartel.

— E-eu... Estou me sentindo fraca, Chrome... – Acredito que minha pressão tenha caído, só de pensar em passar por mais problemas. Estou cansada. Muito cansada. Preciso urgentemente de descanso, comida e banho.

— Mantenha-se! Eu também não estou tão bem assim, mas estamos quase chegando. Vou precisar da sua ajuda quando estivermos na praia!

Chegamos perto o suficiente da praia. Chrome desceu do “barco” e o puxou até a areia.

— Vamos! Pegue as malas com os itens que buscamos! – Chrome disse pra mim de longe. O filho da mãe já estava indo em direção ao Quartel General, deixando para que eu sozinha carregasse tudo o que trouxemos.

Pelo menos conseguimos cumprir com a missão de trazer os itens de alquimia raros que a Miko pediu. Apesar do mês de atraso...

Quando eu estava perto da entrada da cidade, Chrome voltou correndo em minha direção.

— O que você está fazendo? Deixa de demora e vem logo! Dá aqui, deixa eu levar isso já que você é tão fraca. Vem logo, eu não tô achando ninguém no QG!

— Quê??

Corri logo atrás do Chrome, direto para o QG o mais rápido que minhas pernas conseguiam fazer agora, com o cansaço...

Quando chegamos lá...

— ... Mas que merda é essa, Chrome? – Olhei para ele com vontade de matar.

— Nah, você tava demorando demais pra chegar. Miko estava com pressa, então eu só fiz você correr um pouquinho.

Miko estava bem em frente à porta do QG, nos olhando com uma cara de “que que ta acontecendo?”

— EU TE MATO, SEU FILHO DA MÃE! – Parti pra cima dele, quando fui segurada pela cintura. De repente meu mundo estava girando e quando dei por mim, eu não estava próxima do chão mais.

— Mas o quê? ... Valky?

Valkyon havia me segurado pela cintura, me erguido e me jogado em suas costas.

— Não se estresse com Chrome. De fato, a Miko tinha pressa. Vocês ficaram muito tempo longe, não precisa olhar muito para saber que você está precisando de um descanso.

— N-não, ESPERA! Eu quero ver o pessoal! – Falei, enquanto tentava empurrá-lo e chacoalhando as pernas.

— Descansar é mais importante. Também imagino que você não queira que todos te vejam nesse estado, pelo que lhe conheço.

Aaah, de fato... Eu estou um desastre... Preciso de banho.

Valkyon me carregou até a frente do meu quarto.

— Pronto. Aconselho tomar um banho para revigorar. – Ele virou as costas e se retirou, sem me dar tempo de agradecer.

Peguei roupas novas e o que mais fosse preciso para um bom banho. Aqui nós tomamos banho coletivo, com todo mundo junto. Mas eu estou extremamente suja e fedida, espero que não tenha ninguém lá nesse horário...

— Aah, estou começando a me sentir renovada.

Finalmente, limpa e cheirosa. Mas...

— Cadê?..

Eu não peguei calcinha...

— Eh?? E-eu... Como eu pude esquecer?? Ai... E ainda escolhi um vestido para vestir...........

Não tinha muito o que fazer ou pensar. O local de banho é longe do meu quarto, e eu não poderia jamais por a calcinha que estava usando antes.

— Esta aqui tem que ir direto para o descarte. – Pensei em voz alta, enquanto segurava em minhas mãos a calcinha que usei durante um mês inteiro.

Engolindo a vergonha em seco, me vesti e voltei.

— Espero poder chegar no quarto sem problemas. Tomara que ninguém pare para conversar comigo até eu chegar lá....

Mas eu estive fora por um mês! É claro que se alguém me ver, vai me parar para conversar...

— Ai...

É estranho usar vestido sem roupas de baixo... Bate vento, e isso me faz arrepiar. Também devo estar vermelha. Se alguém me ver, provavelmente notará que tem algo de errado comigo.

Desci as escadas e fui direto para o corredor das guardas. No caminho vi algumas pessoas que pareciam querer falar comigo. Eu apenas gritei “desculpa, estou com pressa. Jaja volto!” e continuei correndo. Finalmente cheguei no meu quarto...

Destranquei a porta com toda a velocidade possível. Enfiei-me no quarto, bati a porta, e tranquei novamente.

Fiquei parada um tempo assim, segurando a chave ainda na maçaneta, com a cabeça encostada na porta, ofegante do desespero passado. Arrastando e mais tranquila afastei-me da porta, fui em direção ao armário e peguei uma calcinha limpa para por.

— Uau! Sem preliminares?

Eu olhei para trás, em direção à minha cama. Meu coração desesperado e eu sem entender nada.

Nevra.

— MAS QUE POHA É ESSA, MENINO??????

Ele se levantou da minha cama e veio em minha direção.

— Eu achava que você fosse mais tímida...

Nevra chegou ainda mais perto de mim. Muito perto. Eu andei para trás, mas não tardou para que eu encontrasse o armário em minhas costas.

— Você ficou tanto tempo fora... Deu saudade, sabia?...

— O que você pensa que está fazendo no meu qu.. - Calei-me com o barulho vindo do choque das mãos do Nevra com o armário.

Agora ele me prendia contra a parede.

Socorro.

— Eu te disse antes, não disse? Eu tenho a chave... - Ele olhou para baixo, e tirou das minhas mãos a calcinha que eu segurava.

Olhei para o Nevra. Estando logo em frente a mim, tão perto, prendendo-me contra a parede. Seu peito à mostra, e um olhar extremamente sedutor... Com minha calcinha em uma de suas mãos.

Não é que eu não queira... O Nevra é muito atraente, de fato. Mas eu não posso, não assim...

Além disso....

Ele segurou meu queixo, de modo a me fazer olhá-lo no rosto.

— Não se preocupe. É sempre assim... Quanto mais enrolam, mais cedo vem...

— NÃO!

Não posso ceder.

— EU NÃO QUERO NADA COM VOCÊ!

“É sempre assim”... Eu não vou ser só mais uma.

— SE VOCÊ TEM O MÍNIMO DE RESPEITO, AFASTE-SE DE MIM.

Eu não acredito que ele entrou mesmo no meu quarto.

— EU NÃO QUERO NADA COM UM MULHERENGO COMO VOCÊ.

O empurrei com força, fui em direção à porta, a abri e sai. Olhei em direção ao começo do corredor e vi um manto azul virando a esquina.

— Ezarel!

E-ele ouviu??

Segui às pressas. Sai do corredor das guardas, mas não vi nada. Olhei para cima e vi a porta da sala de Alquimia se fechando.

Realmente, é ele! Eh... Ele ouviu? Por favor, não...

Subi as escadas correndo, e entrei na sala de Alquimia. Um lugar que é como se fosse a segunda casa do Ezarel.

— EZAREL! – Entrei na sala abrindo a porta rapidamente e fazendo barulho – VOCÊ OUVIU ALGU-

Fez-se barulho de fechadura sendo trancada logo atrás de mim. Olhei para trás devagar.

— ma coisa...

— Talvez.

Ezarel estava encostado contra a porta, rodando a chave em seus dedos. Olhando-me seriamente.

O que CARALHOS está acontecendo aqui? Por um acaso eu cheguei coincidentemente justo em alguma fase da lua que deixa TODOS os faerys assanhados?

Com esse pensamento, eu dei um passo para trás, mantendo contato visual.

— Pff... Eu não sou como o Nevra. Sei que está pensando que farei algo com você, pois você acabou de ser assediada, e agora cá estou eu te trancando na minha sala.

— Está dizendo que você não fará nada comigo?

— Minha intenção é apenas te prender aqui para te fazer algumas perguntas sem que você fuja. – Respondeu Ezarel, afastando-se da porta e vindo em minha direção.

— Isso não responde à minha pergunta. – Andei para trás. Mas ele continuou vindo em minha direção.

Tentei me afastar mais rápido, virei-me para trás às pressas para correr, mas tropecei em algo no chão e cai.

— Ai...

Eu cai de bruço.

— Ah... – Olhei para o Ezarel. Ele estava congelado, olhando em minha direção. Mais especificamente, para minhas pernas. – Ei, vai ficar ai parado? Não vai me ajudar a levantar?

Ele não respondeu. Apenas abaixou a cabeça e serrou os punhos.

?? O que está acontecend...

Então eu me dei conta.

Meu vestido não é longo.

Lembrei-me da minha calcinha nas mãos do Nevra.

EU AINDA ESTOU SEM!!!!!

Senti o vento acariciando minhas áreas baixas, fazendo-me arrepiar e me distraindo.

Antes que eu pudesse me por para levantar, o Ezarel já estava vindo em pés firmes para cima de mim.

Não parecia ter intenção de ajudar.

—Ezarel, você disse que não é igual ao Nevra! – Falei enquanto tentava virar meu corpo de modo que eu pelo menos não ficasse mais com as costas para cima.

— E não sou. – Ezarel colocou suas mãos contra o chão, uma de cada lado da minha cabeça.

— Eu não vou invadir seu quarto sem sua permissão. – Ele pegou meus braços, colocou eles para cima da minha cabeça e segurou minhas duas mãos com apenas uma das suas.

— Não vou fazer nada com você... – Chegou bem próximo ao meu pescoço e subiu até meus ouvidos. – Não farei nada que você não queira.

Minhas partes ainda estavam esportas, e o vento em sintonia com o ressonar destas palavras fizeram meu corpo inteiro tremer. Como que percebendo o que meu corpo ansiava, Ezarel, com a outra mão, desceu meu corpo sem tocá-lo, mas próximo o suficiente para que eu sentisse e me arrepiasse mais... Até alcançar as bordas do meu vestido, e o segurou.

— É você quem vai decidir se eu farei algo ou não. – Ele disse isso com um tom de voz tão sexy que eu não imaginava que o Ezarel fosse capaz de fazer. E deu uma leve mordida no meu pescoço.

— Aah... – Não consegui me segurar, e soltei um gemido baixo.

— Hm... Assim você dificulta pra mim... Estou me segurando, mas se você seguir gemendo, eu não sei se serei capaz de me controlar. – Ele apertou meus braços com mais força. – Estou segurando seu vestido. Diga-me se você quer que eu te cubra e te solte... Ou se eu posso me soltar...

— N... –

Além disso... Eu já tenho alguém de quem gosto...

— Não me faça falar algo assim...- Respondi, sentindo formigamento em minha face, olhando os olhos do Ezarel, que estavam tão próximo dos meus como jamais estiveram.

— Então... – Ele soltou meu vestido e me tocou a coxa por baixo do tecido. – Não há problemas se eu seguir fazendo isso, certo?

— Só se você o fizer apenas por tesão.

Ezarel me olhou confuso.

— Eu disse... Se você fizer algo comigo apenas por tesão, sem sentimentos... Isso seria um problema...

Nos olhamos em silêncio.

...

— Eu... Eu gosto de você, Ezarel. Sei que você é irritante, um palhaço, não leva nada a sério e não me vê da mesma forma. Mas serei sincera. Eu quero você. Estou louca pra te sentir. Mas eu quero te amar, não quero que seja apenas "por diversão". Então, por favor... Toque-me apenas se você for capaz de me corresponder.

...

É impressão minha... Ou... o mundo parou?

Ezarel me soltou.

É impressão minha... Ou... o tempo já não anda mais?

Olhou-me um tempo, antes de tirar o manto e a camisa.

É impressão minha... Ou... a noite é eterna?

O Ezarel pegou uma das minhas mãos e me fez tocá-lo.

É impressão minha... Ou o mundo lá fora está congelado em respeito a este momento?

Ele levantou um pouco meu vestido e escondeu o próprio rosto entre as minhas pernas.

É impressão minha... Ou... Esse momento nunca vai acabar?

Prendi minhas mãos entre os cabelos do Ezarel.

Não é impressão minha... Mas o mundo também não parou.

Ele aumentou a força pressionada entre seus lábios e meu corpo mais e mais... até me fazer gemer alto.

Este momento será eterno dentro de mim.

Quanto mais eu gemia, mais intenso e insano o Ezarel se tornava.

Sempre que eu pensar sobre o dia de hoje...

Apertando-me com força.

Esse momento estará sempre vívido em minha memória.

Sugando-me.

Por favor, senhor do tempo...

Lambendo.

Não deixe esse momento acabar....

Me apertando.

Eu quero viver isso para sempre.

Me puxando.

Todas as vezes possíveis.

A língua do Ezarel...

Em qualquer lugar que for.

—Aaahnmmmmmm...................

O mundo lá fora não estava congelado, e a esta altura o mundo todo já está sabendo.

Deixe que saibam. Só me permita fazê-los saber mais vezes.

Ezarel subiu pelo meu corpo, removendo meu vestido, e finalmente me beijando os lábios.

— Talvez... Eu te ame.

A noite não foi eterna e o tempo não parou. Mas a noite à dentro foi longa, e cada segundo parecia horas. Porém, pra gente, ainda não era o suficiente. Cada segundo deveria ser anos, ou milênios para que pudéssemos nos satisfazer.

Mas, com o tanto que ele me ame...

Será eterno

Enquanto durar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.