Imagine - stray kids

. LeeKnow - Dia dos Namorados.


Dia dos Namorados.

É dia doze de junho, e eu confesso a vocês que já quero que o dia acabe de uma vez.

É talvez eu esteja amargurada por não ter ninguém para chamar de meu no Dia dos Namorados, mas não me julguem, eu só estou cansada de não dar certo com ninguém.

Estou bem agora jogada na minha cama, não quero ir nem na cozinha tomar meu café da manhã até que meu celular começa a vibrar loucamente, então saio tateando pela cama, onde raios esse celular está?

Até que o encontro, olho no visor e vejo as mensagens do meu melhor amigo.

Coelhinho Lino:

Bom dia, coelhinha

Já acordou?

Coelhinho Lino:

Como assim você não acordou ainda?

Coelhinho Lino:

Não acredito nisso, que preguiçosa.

Parece eu.

Coelhinho Lino:

Vamos coelha levanta.

Olha quem vai passar o Dia dos Namorados com você.

Te pentelhando:

*foto*

*foto*

*foto*

Abro as fotos dele e acabo sorrindo, todo ano ele faz isso comigo, meu amigo coelhudo, o salvador dos desastres do dia doze de junho.

Coelhinho Lino:

Se não me responder nos próximos

cinco minutos apareço na sua

casa com a polícia, pois com

certeza você morreu essa noite e

eu não vou arriscar de encontrar

seu corpo sem testemunhas.

Dou um pulo na cama, essa não seria a primeira vez que o Lino faria isso, então ligo para ele.

“ — Ah, a bela adormecida acordou.

— Bom dia, coelho da Alice.

— Bom dia, Cinderela, já vai se arrumando, vamos sair em um date de namomigos.

— Linooo não quero sair hoje. Falo manhosa e consigo ouvi-lo rindo.

— Quem te perguntou o que quer? Porque para mim ninguém pergunta o que eu realmente quero.

— Aff cara chato, por que sou sua amiga mesmo?

— Por que sou lindo? Legal? Fofo? Divertido, e te compro chocolates na sua TPM? Ouço você reclamar sempre e apenas te abraço?

— Coelho, sério, fica quieto tá.

— Assume logo que me ama coelhuda.

Reviro os olhos.

— Está chegando né?

— Sim, e tô levando seu café, então se arruma logo feiosa.

— Feioso é você seu chato.

— Tchaau.”

Esse idiota, ele nem em disse onde iriamos, como vou saber o que vestir?

Vou tomar um banho, o Lino tem a chave da minha casa quando ele chegar ele entra.

— Alguém ainda não está pronta, não é?

Saio do banheiro só de toalha e noto que ele enrubesceu, o que é estranho por que até só de lingerie ele já me viu.

— Tímido coelhão? Sério? Se não aguenta olhar vá para a sala, mas antes me diga para onde vamos mesmo?

Ele leva meio minuto para botar sua marra toda a mostra novamente e sorri ladino com aquele olhar instigante que ele sempre tem.

Sério, sempre mesmo, parece que ele nasceu com essa cara debochada e sedutora, que me irrita.

— Acha que não aguento te ver desnuda?

— Não começa, Lino, para onde você vai me levar?

Ele sorri ainda mais abertamente.

— Sem roteiros coelhinha, vamos andar pela cidade, comer comida boa, rir, comprar mimos um para outro, pois hoje seremos namomigos e a noite podemos encher a cara e cantar em um karaokê, o que acha?

— Acho que você roteirizou exatamente como seria nosso dia Lee Minho.

Ele pega meu próprio travesseiro e joga em mim.

— Você é uma velha de oitenta anos no corpinho de uma jovem.

— Falou o mais idoso que conheço.

Enquanto falávamos eu ia me vestindo, e eu posso estar maluca, mas tenho quase certeza que hoje o olhar do Lino para mim está um tanto diferente.

— Aqui, come isso, bebe isso e vamos nessa.

Ele enfiou um donut na minha boca, colocou um ice americano em uma de minhas mãos e saiu me arrastando pela outra.

Nosso date de namomigos estava começando.

[...]

Exatamente como ele disse que faríamos, nós andamos pelo centro onde compramos comidinhas e mimos.

— Tive uma ideia.

— Lá vem ele... — ele me olhou com seu olhar assassino e eu ri. — Tá fala a ideia.

— Vamos nos separar por meia hora, ou até acabarmos e nos encontraremos bem aqui.

— Para o que especificamente Lino?

— Comprar um presente para o nosso namomigo ora, você compra algo para mim e eu algo para você, o que acha? E nos damos os presentes à noite no karaokê.

Eu sorri, a mente brilhante do meu namomigo era incrível mesmo, e eu gostei da ideia desse chato.

— Tá bom, vamos lá.

— Não vai se perder hein coelha.

— E você vê se não chora de saudades de mim.

Mostramos a língua um para o outro e fomos.

[...]

Após andar um pouco encontrei o presente perfeito, e enquanto pagava tive uma ideia, tinha algo que não saía da minha cabeça desde que ele me ligou de manhã e eu resolvi fazer isso por ele.

Nos reencontramos em uns quinze minutos e saímos por aí tirando fotos e andando mais um pouco, nosso dia estava divertido, melhor do que imaginei.

A noite no karaokê.

Estávamos cansados, mas estava muito divertido.

Comemos um típico churrasco coreano e tomamos soju, talvez um pouco a mais do que devíamos, mas ambos estavam okay.

E agora cantávamos nossas músicas favoritas ficamos horas assim, o que nos rendeu boas risadas e no final acabamos decidindo ir embora um pouco antes do previsto.

[...]

Como não estava tão tarde assim chamei o Lino para vermos uns animes, eu queria agradecê-lo por ter me animado no dia doze, e ele aceitou, a gente sempre que pode, assiste anime junto, mesmo que seja ele da casa dele e eu da minha.

Estávamos no meio de um episódio de Black Clover quando me lembrei.

— Lino!

— Aí doida, que susto, o que foi?

— Desculpe... — falei baixinho e ele sorriu. — É que não trocamos nossos presentes.

— Caramba, é mesmo! — Ele deu pause no anime e foi até sua mochila e eu corri na minha bolsa.

— Aqui, — dei o meu mimo para ele e ele pegou sorrindo. — Espero que goste, achei a sua cara.

— Aqui o seu, coelha, eu sei que você vai gostar.

Sorrimos e abrimos.

— Nem a pau.

— Lino jura?

Os dois haviam comprado os mesmos coelhinhos de pelúcia um para o outro.

— Caramba, que coisa, mas amei o meu coelhinho, obrigado namomiga.

Sorri com ele batendo na cabeça do coelho.

— Eu também amei o meu coelho namomigo, me faz lembrar de você.

Ele virou o embrulho e o bilhete que havia escrito para ele caiu no chão.

— Ah, você se declarou para mim? Finalmente.

Ele o pegou e leu, e seu semblante se tornou surpreso por ler:

“E o que você realmente quer Lee Minho?”

Ele estava paralisado e eu quebrei o silêncio.

— Bom, você me disse hoje cedo que ninguém pergunta o que você realmente quer, então eu precisava te perguntar.

Ele me encarou, olhando fundo nos meus olhos e eu notei que os dele se encheram de lágrimas.

Ele levou a mão ao bolso da calça, tirou uma caixinha de lá e deu a mim.

— Isso é o que quero há anos, mas sempre me acovardei e nunca dei o próximo passo por medo de te perder, comprei essa aliança de namoro a quatro anos atrás, e todo dia doze ela passa o dia no meu bolso, vou embora e ela sempre volta comigo.

Estou tão surpresa que mal sei o que dizer, o Minho foi o meu primeiro amor no ensino médio, mas ficamos tão amigos que desisti de ter um romance com ele por achar que isso nunca daria certo, e agora bem no meio da minha sala estou vendo meu melhor amigo se ajoelhar e me encarar completamente nervoso.

— Lino...

— Nossa amizade não vai acabar se você me rejeitar, eu prometo.

— Lino...

— Coelhinha, você é o que realmente quero, sempre foi assim, e sempre será... quer ser minha namorada?

Começo a chorar, eu sempre quis aquilo, mas agora era real e eu tremia inteira.

— Sim! Sim, e-eeu, eu quero muito Lino, eu sempre quis, na verdade, e... Nossa eu nem sei o que dizer.

Ele sorriu, se levantou e colocou a aliança no meu dedo e eu coloquei a dele em seu dedo.

— Então esse será o nosso primeiro beijo?

O olhei e senti meu rosto queimar.

— Sim, e o primeiro de muitos, coelhinho.

— Feliz Dia dos Namorados, minha namorada.

— Feliz Dia dos Namorados, meu namorado.

Nos beijamos pela primeira vez, e o toque dos lábios dele nos meus apenas nos fez termos mais certeza ainda que nosso amor sempre esteve ali, e agora tenho certeza que no próximo ano terei meu coelhão como um namorado e não um namomigo para passar essa data, pois eu nunca mais deixarei o Minho ir.