Imagine - stray kids

. Han - Dia dos Namorados.


Dia dos Namorados.

Estou no meu trabalho, sou balconista e vendedora em uma livraria e sempre no Dia dos Namorados contemplo pessoas comprando todos os tipos de romance que existem, menos o Han Jisung que pegava algum mangá de terror.

Ele é cliente fiel aqui da Burning Books, e por conta disso pegamos uma amizade literária como gostamos de chamar.

Nós só falamos de livros, mangás, HQs enfim, se está escrito nós lemos e comentamos assim como trocamos indicações de leitura, que foi como tudo começou.

O estranho é que hoje estou sentindo o Han diferente, ele me parece... triste?

É ele está triste.

Será que posso ajudá-lo?

Não custa nada tentar, não é?

— Oi Hannie.

Ele dá um pulinho como quem tivesse se assustado.

— Ah, oi... você está aí...

— É, eu estou, trabalho aqui sabe?

Ele sorrio fraco.

— Sei claro.

— Vem cá, me diz... — o encaro e ele desvia o olhar. — O que você tem hoje hein?

— Eu? Hoje? Nada!

— Uau... está sintetizando as palavras, bem Han Jisung isso.

— E você decidiu que vai pegar no meu pé né?

— Sim! — falo sorrindo para ele. — É que prefiro mil vezes quando meu amigo literário sorri, ele fica muito mais lindo sorrindo.

Finalmente! O sorriso dele apertando aqueles olhinhos lindos.

— Boba.

— Boba, nada Hannie, olha só como você fica lindo sorrindo.

Peguei meu celular e tirei uma foto do sorriso dele.

— Hey, não faz isso, sou feio.

— Ah, mas não é mesmo, — olho a foto e sorrio para a tela do meu celular — Olha aqui, que lindinho. — Ele dá de ombros. — Agora me diz Hannie, sério, o que você tem?

Ele hesita, mas acaba falando.

— É essa data de merda, Dia dos Namorados...

— Eu sei, eu também não gosto, mas precisa ficar assim?

— É que eu amo alguém, mas não sei como me declarar, então essa será mais uma vez que vou perder a chance, até que um dia ela arrume alguém, acho até que já arrumou sei lá.

Estranhamente aquilo me incomodou, então ele era apaixonado por alguém?

Eu não tenho nada a ver com isso, na verdade, torço para que meu amigo seja feliz.

Pelo menos é o que digo a mim mesma, tentando me convencer disso.

— Se declare Hannie, você não tem nada a perder...

— Você acha?

— Claro que acho, pensa comigo: É melhor se arrepender por ter feito algo e dado errado, o que te possibilita seguir em frente, ou se arrepender por nem ter tentado e ficar com o maior câncer da humanidade, o tão monstruoso “e se”...

— Mas não é tão fácil assim.

— Claro que não e eu nem disse que seria, mas pense, se essa garota aparecer namorando outro cara, como você vai se sentir?

— Vou querer morrer...

— Credo, você realmente gosta dela então...

Mais uma vez fiquei mal... ciúmes talvez? Que droga!

— Sim eu gosto e não é pouco, ela é incrível, inteligente, tem os mesmos gostos que eu na vida, é dona do sorriso mais lindo que eu já vi e de toda a beleza mais pura que existe.

— Nossa... uau... uaaau.... meu amigo se declare de uma vez, você não pode perdê-la de jeito nenhum, e se ela o recusar, ela é uma trouxa.

Ele sorriu novamente, o que deu em mim? O cara se declara para outra e eu que fico babando na beleza dele? Tô enlouquecendo e não sei?

— Não vou me esquecer do que disse...

Ele fala e sai correndo.

— Vai se declarar? — grito para ele que já está quase na porta de saída da loja.

— Sim eu vou!

— Boa sorte Hannie!

Ele sai, a porta bate atrás dele e eu começo a sentir uma dor no peito.

Pera aí, eu tô chorando?

Pera... eu gosto do Han?

Mas que dia incrível para descobrir que sou apaixonada pelo meu amigo literário.

O dia em que ele resolve finalmente se declarar para alguém, e o melhor? Eu o incentivei a isso...

Sou muito burra mesmo.

[...]

Chorei mais um bocado, finalizei meu dia e fui rumo a minha casa, andando bem devagar e no trajeto vi inúmeros casais apaixonados, novos casais, casais de uma vida inteira, é... o amor é lindo mesmo eu só não encontrei o meu ainda e quando eu o encontrar, quero que os olhos dele brilhem como o do Hannie brilhou ao falar de quem ama.

Hoje foi o dia que mais o achei lindo com aqueles olhinhos brilhando...

[...]

Estou quase em casa e avisto pela calçada um caminho de pétalas de rosas-vermelhas.

— Nossa esse caprichou.

Sigo andando tentando não desfazer o cuidadoso trabalho até que noto que o caminho termina nas escadas da porta da minha casa.

— Ué, alguém errou a declaração...

— Olha para cima, talvez você se surpreenda.

Ouço aquela doce voz e meu coração parece que vai saltar pela boca...

Mal posso acreditar naquilo...

E lá no topo da minha escada estava o meu amigo literário segurando dois livros na mão, livros que reconheci bem como os primeiros que emprestei a ele tempos atrás e que disse que não precisaria me devolver, mas que poderia ficar até que ele encontrasse um amor tão belo que o deixasse como as frases que grifei nos livros que emprestei a ele da época que comecei a amar livros.

— Hannie...

Ele desceu as escadas me encarando e recitando o primeiro livro que emprestei para ele.

— "Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e a amo ardentemente."

Orgulho e Preconceito (Jane Austen).

Comecei a chorar em meio a um riso largo que dei, mal podia acreditar que a dona do brilho do olhar que ele tinha mais cedo era mesmo eu e agora já bem colado a mim ele segurou minhas mãos junto aos livros e me olhou bem profundamente.

— "Duvide que o sol se mova. Duvide que as estrelas sejam fogo. Duvide que a verdade seja mentirosa. Mas não duvides que eu te amo."

Hamlet (William Shakespeare).

Eu não pude me aguentar, ter ele citando para mim as obras que mais amo me vez entender o quanto eu mesma morro de amores pelo Han Jisung, e com isso eu nos beijamos com todo nosso carinho, com todo nosso amor, e o Han me envolveu em seus braços, me fazendo sentir aquele calor que tanto fez tudo parecer mais belo, e dentro de mim só havia uma certeza:

"Ele é mais eu do que eu mesma. Seja lá do que nossas almas são feitas, a dele e a minha são iguais"

O Morro Dos Ventos Uivantes (Emily Brontë).

Até que nos separamos do beijo e tímidos nos encaramos.

— Então você aceita namorar comigo?

— Eu realmente não seria trouxa de negar o amor que sinto por você Hannie e muito menos de recusar o amor que tens por mim.

— Feliz Dia dos Namorados, meu amor literário.

— Feliz Dia dos Namorados Han Jisung, meu amor literário.