– Como foi à aula hoje? – perguntou Edward que como de costume foi me buscar na escola. Abaixei a cabeça e dei sorriso forçado.

– Legal.

– O que aconteceu? – perguntou ele alterando um pouco a voz. Fiquei calada, não queria dizer a ele que sabia que ele tinha mentido para mim, tinha saído com Bruce e disse que iria encontrar seus amigos em uma partida de futebol. Sentia meu coração aos pulos e meus olhos lagrimejarem ao lembrar como eu tinha ficado ao descobrir sua mentira.

Estava distraída desenhando em meu caderno enquanto lanchava, não tinha amigos alem de Edward e isso era uma coisa ruim porque não estudávamos na mesma escola então ficava sozinha no intervalo, todos daqui não gostam muito de mim, por ser uma Cullen, mas eu não falo nada para Esme nem para Edward não quero dar trabalho para eles mais do que já dou sendo cega. Tendo fazer de tudo para que Edward não perceba, sempre que ele pergunta finjo animação e ate digo que tenho muitos amigos.

– Olá Isabella Cullen. – cumprimento-me Bruce, reconheceria essa voz ate se passasse um milhão de anos, era a voz mais irritante e falsa que já ouvi na minha vida. Não estudava em uma escola especial para portadores de deficiência física, antes sim era, mas ao passar dos anos eles começaram a aceitar pessoas “normais” no colégio também, e Bruce era uma dessas pessoas novas. Ela não me deixava em paz, sempre vinha fazer alguma piada pela minha deficiência, mas o que deixava com mais raiva era quando ela começava a falar de Edward, meu sangue fervia ao a ouvir dizer que Edward a olhava diferente e adorava suas pernas, eu me segurava para não pular em cima dela e arrancar cada fio de cabelo dela. Edward nunca me falou nada de estar interessado em alguém, nem da minha escola e nem da dele. – Então o Edward falou do nosso encontro de ontem? – perguntou Bruce, mas eu não disse nada fingi que ela não estava ali, continuei a desenhar com o coração quase saindo pela boca Edward tinha saído ontem e disse que iria encontra seus amigos em uma partida de futebol, mas ele não tinha voltado antes da hora como sempre fazia o que tinha me deixado um pouco deprimida, quando ele chegou tinha trago uma flor ela era aveludada e cheirosa. Edward disse que era uma rosa vermelha e que tinha encontrado uma floricultura no caminho de volta do campo de futebol e resolveu comprá-la para mim, eu tinha adorado a rosa só que agora parecia que ela tinha outro significado. – Acho que não né? Mas eu te conto. – disse maldosa. – Fomos a uma sorveteria e ele me levou flores, foi tão lindo e romântico ele é um fofo e beija muito bem. – lagrimas já escorria pelo meu rosto, um soluço saiu entre meus lábios quando a ouvi dizer que tinham se beijado, tinha apenas onze anos e Edward dezesseis, há um tempo sentia algo diferente quando estava perto de mim, estava apaixonada por ele, mas Edward nunca me olharia dessa forma sabia que ele me considerava como uma irmã e nunca como alguém que ele poderia se apaixonar ainda mais por ser cega. - Oh não chora Isabella. – disse gargalhando. – Vou deixar você sozinha agora. – ouvi ela se levantar ainda gargalhando. – Ah já ia me esquecendo! – exclamou Bruce. – Edward disse que esta completamente apaixonado por mim. Espero que com isso você o esqueça, sabe que é IMPOSSIVEL alguém amar uma cega com você, ele apenas tem pena de você por ter sido abandonada pelos pais.

Dizendo isso ela se foi me deixando com um buraco no peito, não consegui ir às outras aulas fiquei no banheiro chorando, me obriguei a para quando o sinal indicou o termino da penúltima aula, para que Edward não percebesse que tinha chorado. Passei água no rosto antes de sair e encontrar Edward no portão.

– Nada por quê? – perguntei forçando um sorriso.

– Você esta estranha.

– To não. – respondi entrando em casa. – Vou tomar banho antes do almoça você avisa a mamãe?

– Sim, pode deixar. – respondeu Edward colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Corei e subi correndo as escadas, quando entrei no quarto deixei as lagrimas molharem meu rosto, entrei no chuveiro e deixei que a água quente escorresse pelo meu corpo, mas nem isso me fazia esquecer as palavras de Bruce e junto delas as palavras dos meus pais biológicos. Lavei a cabeça para que pudesse ter a desculpa de que o shampoo caiu em meus olhos por isso estavam vermelhos como Edward dizia que ficava depois que eu chorava muito. Sai do banheiro e vesti uma roupa confortável desci as escadas me sentando à mesa de jantar, todos já deveriam estar almoçando.

– Oi querida como foi hoje? – perguntou Esme amorosa.

– Foi bom mãe. – respondi de cabeça baixa.

– A Bella esta estranha mãe. Mas não quer me dizer o que é. – bufou Edward.

– Só estou cansada, sabe que estou em semana de prova e estudando muito. – respondi começando a comer o macarrão de Esme tinha feito.

– Vou fingir que acredito em você Bella. – resmungou Edward. – Ate parece que eu não te conheço.

– Então não acredita, problema e seu. – disse nervosa.

– Bella? – repreendeu-me Esme, senti os olhos de Edward em mim bufei e levantei da cadeira subindo as escadas me trancando em meu quarto, passei o resto da tarde ali lendo às vezes apenas pensando em como eu era burra por me apaixonar por alguém que sabia ser impossível para mim. Edward bateu na porta umas duas vezes me chamando, eu fingi que estava dormindo, e ele foi embora. Esme também me chamou e parecia preocupada, me sentia culpada por isso, mas não queria ver ninguém, estava decepcionada, minha primeira decepção amorosa e doía de mais não queria outra.

Algumas horas depois ouvi um movimento no corredor, e pude ouvir as vozes de Esme e Carlisle que deveria ter chegado do trabalho.

– Ela passou a tarde toda trancada no quarto Carlisle, nem quis que Edward entrasse ainda deu mal resposta a ele. – disse Esme indignada. – Isso nunca aconteceu.

– Ela não disse o que aconteceu? – perguntou Carlisle. – Talvez eles tenham brigado quando voltavam da escola.

– Não, Edward disse que ela veio calada todo o caminho.

– Vou tentar conversar com ela. – segundos depois ouvi o bater na porta. – Bells querida, abre a porta para mim. – fiquei quieta. – Princesa?

– Deixa ela pai, deve estar dormindo. – ouvir a voz de Edward fez meu coração disparar e meus olhos lagrimejarem. Ouvi seus passos se afastarem do corredor e comecei a chorar de novo ate que cai no sono, acordei sentindo frio, estava tudo silencioso na casa então deduzir que ainda era de madrugada, levantei para pegar mais coberta, mas mesmo assim sentia frio e minha cabeça doía muito queria chamar Esme, mas não queria acordá-la. Não consegui voltar a dormir, fiquei encolhida na cama esperando que a dor e o frio passasse.

Acho que consegui dormir porque estava sonhando com Edward e o via com a Bruce felizes ele a beijava e depois debochavam de mim, no sonho eu não era cega, ou melhor eu via eles se beijando, mas era cega, eles me chamavam de defeituosa. No sonho estava chorando e perguntava para Edward:

– Porque Edward? Porque esta fazendo isso comigo, você prometeu nunca me deixar porque agora isso mudou? Por quê? – disse repetidas vezes. – Edward não me deixa, por favor. – implorava. – Por favor.

– Bella? Bella. – ouvi ele me chamar. – Mãe acho que ela esta com febre.

– Bella querida esta me ouvindo? – perguntou Esme, não conseguia falar apenas chorava Edward estava se afastando de mim, comecei a me debater na cama.

– NÃO VOCÊ PROMETEU. VOLTA EDWARD, VOLTA. NÃO ME DEIXA. – implorei tentei correr atrás dele, mas alguém me segurava. – ME SOLTA. – gritei me debatendo, ate que Edward sumiu de minha vista. – NÃO. POR FAVOR, EDWARD. Por favor. – sussurrei sem força. Senti alguém me carregando, mas não me importei ele tinha ido embora, meu Edward tinha ido embora, mesmo depois de prometer diversas vezes que nunca faria isso. Meu corpo estava mole e eu estava sem forças, deixei que o cansaço me abatesse, quando mais relaxava meu corpo e minha mente mais eu me sentia aliviada, a dor estava sumindo, tudo estava sumindo, ate que eu não senti mais nada.