I'm Not the Enemy

Capítulo 5- Estar Segura


–Morozov fique com o Agente 23 e 37. -exigiu Furry.

Senti o chão tremer e agachamos no chão. Uma pequena espaçonave pousou no campo e os agentes atiravam, mas ela possuía uma proteção fora do normal. O portão se abriu e desceram quatro pessoas, não pude continuar observando, pois os agentes me puxaram.

–Aonde vamos? -perguntei aflita.

–Pegar algumas armas e vamos fugir com outro avião.

Concordei, pegamos armas diferentes da pistola que usei no treinamento de ontem. Elas eram grandes, modernas e bem potentes. Por caminhos secretos atravessamos a espaçonave da SHIELD e chegamos na área secreta onde havia três mini aviões.

–Caminho liberado?

Demorávamos cinco minutos atravessando cada corredor, até que eles tiverem certeza que não havia uma ameaça. Eles subiram no pequeno avião e quando foi minha vez vi alguém se aproximar. Era uma menina. Eu parei no meio do caminho, que mal ela podia provocar? A cada passo mais detalhes apareciam, ela era idêntica a mim.

–Srta. Morozov! -os agentes me chamaram e minha suposta irmã gêmea atirou nas rodas do avião. -Cuidado.

–Flyer! Vim te salvar, venha. -gritou a garota angelicamente.

Olhei para os agentes e desci do avião dividida em entre os dois. Talvez eu pudesse voltar para casa e esclarecer todas as minhas dúvidas. Eles me tratavam bem na SHIELD, mas não falavam a verdade.

–Como descobriu onde eu estava? -estranhei quando ela segurou meu rosto com as duas mãos me examinando. Nós duas éramos idênticas, os mesmos olhos, lábios, cabelos e nariz.

–Se estivesse na Terra, nós saberíamos.

O 23 desceu quando percebeu que eu ia para o lado da minha irmã e a mesma atirou nele duas vezes.

–Não! -a empurrei e cai sobre ela.

–Flyer! O que é isso? -estranhou ela.

–Vocês vieram me salvar, não precisa mais. Deixe os vingadores em paz.

A cara dela ficou perplexa por eu defender o time inimigo. Ela não sabia que eu estava com amnésia. Levantei do chão e peguei a arma dela, e arremessei isolando-a em algum local afastado. Em seguida corri no chão para socorrer o Agente 23 e o 37 chegou quando percebeu que podia sair tranquilamente.

–Leve-o rápido para enfermaria! -ordenei e ele saiu carregado.

–Hey! Você não pode ficar. -disse minha irmã se levantando.

–Porque não?

–Porque ou você vem ou será morta. Flyer você conhece informações importantes que compromete a vida de qualquer um. Até da mamãe, do papai e de mim!

Ela correu para cima de mim e tentou me sufocar, dei uma cotovelada em seu estômago que rapidamente me deixou livre. Minha irmã de curvou de dor e aproveitei para dar uma outra cotovelada em sua coluna quando uma faça afiada perfurou minha perna. Soltei um grito dolorido.

–Desculpe, mas você vai para um lugar melhor. Eu prometo. -se desculpou, era possível sentir a dor em seus olhos que era maior que a minha.

Cai no chão e tentei achar alguma forma de me defender. Peguei uma barra de ferro e usei para bater nela, sua mão segurou a barra por um instante, mas não aguentou soltando. Novamente puxei a barra de volta e a atingi na barriga com as únicas forças que me restaram.

–Flyer. -disse com misericórdia. -Você prometeu fidelidade a ALRS.

–Eu não me lembro. Não me lembro de você, nem dos meus pais. A única coisa que me lembro foi quando a ALRS mandou dois caças para destruir tudo aqui, inclusive eu.

Ela caiu ao meu lado ainda não entendendo, seu rosto se encheu da raiva. O seu corpo estava dolorido. Tentei ficar de pé, mas não consegui momento algum.

–Como não se lembra de tudo que passamos juntas? O que eles fizeram a você?

–Volte para sua casa e não venha me incomodar. -conclui seria.

–Não posso. Estou em uma missão!

Percebi que ela viria para cima de mim, arrastei-me pelo chão tentando fugir. Minha irmã ergueu o braço para dar uma facada nas minhas costas, no entanto com a barra de metal bati no seu braço e a faça voou longe. Na entrada vi duas cores que me confortaram nesse momento, azul e vermelho. O Capitão América se assustou ao ver duas pessoas iguais e me ajudou ao identificar o uniforme da SHIELD.

–Flyer, vai mesmo deixar sua irmã aqui? -disse ela tentando me convencer.

–Irmãs não tentam matar a outra. -falei enquanto Steve me ajudava a levantar.

–Esta tudo bem? Quer que eu te carregue? -perguntou educado.

–Não precisa.

Escutamos algumas vozes se aproximando e gritando em outra língua. Não era russo, mas também não aliados nossos. Minha irmã se levantou e caminhou lentamente até a saída.

–Adeus! -despediu e um cara jogou uma granada.

Steve me jogou no chão e nos protegeu com o seu escudo. Ele neutralizou todo o estrondo e fiquei segura entre seus braços. Eu me senti exausta e minha perna doeu pelos movimentos bruscos que fiz ao agachar.

–Obrigada. -agradeci com um dos últimos fôlegos. que me restaram.

–Você precisa ir na enfermaria.

–Não agora. Precisamos verificar se foram embora.

Andamos pelos corredores, nada estava totalmente destruído. Furry estava sentado em uma poltrona cansado, todos os agentes estavam reunidos ali. Foi um tremendo alívio! Os Vingadores não haviam chegado, mas se passavam bem. O ataque inteiro foi combinado. A guerra nos Texas foi uma distração para virem me matar.

–Vou fazer um curativo nela. -avisou Steve ao Furry.

O Capitão insistiu em me carregar no colo. Chegamos na enfermaria e os médicos estavam ocupados fazendo uma cirurgia no Agente 23. Fiquei assustada com a cena, medicina não combinava comigo.Pobre Bruce com a sua vida de doutor, aliás, não tinha o visto.

–Me coloca no chão! -pedi atônita com aquela cena de sangue.

–Onde vai?- ficou preocupado. -Flyer, espere!

Sai me arrastando pelo corredor e apoiando na parede. Rogers pegou o curativo e correu atrás de mim. Eu não suportava olhar para cirurgias, me dava uma tremenda agonia.

–Calma, não pode deixar assim.

Suas mãos ágeis me carregaram e fomos para a sala de luta, onde fiquei sentada no ringue. Minha calça da SHIELD estava vermelha escura na região do machucado sensível. Fechei os olhos, mas sentia o sangue escorrendo até a minha canela.

–Vou precisar cortar sua calça. A enfermeira me deu algodão, esse liquido que não sei o que é, agulha, linha, curativos e... -ele pegou o anestésico que estava já preparado para ser aplicado e olhou para mim com pena.

–Não está pensando que vai fazer isso em mim não é? Por favor não! Por favor Steve. -implorei.

–Ok,tudo bem! -se rendeu.

Eu o ajudei a cortar minha calça com a mão, metade dela parecia um short. E lá estava o corte profundo e vazando sangue constantemente, algumas áreas estavam secas.

–Esta bem mal. -comentei.

–É, você vai na enfermaria ainda. -insistiu e eu revirei os olhos.

Não sei como, mas fiquei tranquila enquanto ele limpava. Sua mão era suave, no entanto o álcool ardia muito. Eu apertava sua mão e Steve continuava focado em me curar. Suspirei tranquila quando ele colocou um enorme curativo e deu várias voltas com uma faixa.

–Bem melhor. Obrigada por salvar minha vida!

–Não foi nada...

O Capitão não conseguiu terminar sua frase, pois no corredor uma maca passou acelerada acompanhada de três enfermeiras e médicos. Pareciam assustados. Me senti mal, foi minha culpa. Eu estava com... Medo. Medo de machucar mais pessoas ou de me decepcionar ao escolher um lado. Claro, que agora estava obvio que eu havia escolhido a SHIELD e poderia ter sérios problemas com isso. Até mesmo ao voltar para casa.

Olhei para Steve apavorada, então ele me abraçou com seus enormes braços e aconchegantes.