I'm Not the Enemy

Capítulo 12- Mister President


Meus olhos se arregalaram, o presidente queria falar comigo e com o Steve. Logo estávamos dentro de um avião, com o Agente Ward, de extrema confiança da SHIELD. Eu comecei a ficar com medo, até porque era um assunto confidencial e eu pertencia ao time inimigo. Quem sabe queriam me matar ou realizar experiências com meu sangue? Eu devia ter negado desde o princípio.

–Estamos chegando em cinco minutos. -avisaram.

A nave pousou no chão, estávamos silenciosos desde então. Entramos em uma Merceds preta e fomos deixados sozinhos por um tempo.

–O que acha que querem conosco? -perguntei atônita.

–Não deve ser muita coisa Flyer, fique tranquila. -tentou me acalmar e segurou minha mão.

Ward e outro Agente entraram. Passamos pelas ruas limpas e organizadas de Washington DC. A vida das pessoas do lado de fora do carro serviram de distração e logo fomos parando em grandes portões, seguranças cercaram o carro e conferiram a nossa licença para entrar.

–Olá, sou Tanya, secretaria do presidente Barack Obama. Ele está aguardando vocês dois. Querem água ou café? -ofereceu uma mulher bem vestida formalmente, mas ela devia dizer tanto aquela frase, que nem parecia ligar para nossa presença.

–Obrigada. -agradeceu Steve recusando.

Subimos uma escada de mármore. A Casa Branca possuía quadros e estátuas em todo canto, o chão era de madeira revestido em tapetes bonitos e as janelas eram tampadas com pesadas cortinas de veludo. Tudo parecia tranquilo demais.

–Senhor? Eles chegaram. -paramos diante de uma enorme porta dupla de madeira.

–Entrem. -escutamos uma voz.

Tanya empurrou as duas portas. O escritório do presidente possuía diplomas, quadros com fotografias, mapa dos Estados Unidos, a bandeira mais conhecida do mundo, uma mesa marrom com um telefone vermelho e uma poltrona preta que girava 360 graus. Aquela cadeira gritava pelo nosso nome, mas até então estava ocupada pelo nosso presidente Barack Obama.

–Steve Rogers. -apertou a mão do capitão. -Flyer Morozov. -beijou a minha. -É um prazer te-los aqui. Sentem.

Estiquei a minha blusa e sentei na cadeira ao lado do Steve. O homem mais importante do mundo era...Sorridente.

–Sou um grande fã de sua história. -revelou.

–Ah, obrigado senhor. -disse Steve sem graça, porém ele era mesmo uma graça.

–A senhorita também possui uma forte história, impressionante. Ambos foram convocados porque o nosso país precisa de vocês. Queremos que se juntem ao exército americano. Vocês representam esperança ao nosso povo e virarão o símbolo da vitoria futuramente. -ele foi serio, entrelaçando as mãos sobre a mesa.

Aquela voz na segunda pessoa do plural me fez estremecer. Eu poderia recusar imediatamente a proposta, mas tinha medo de ser perseguida e morta. Ali não era meu lugar, muito menos em um caixão. Mesmo não me lembrando, eu pertencia a Rússia e acho errado trair meu país, pessoas também contavam comigo.

–Antes que vocês se decidam preciso explicar porque. Os Estados Unidos é a maior potência atualmente, nós influenciamos e guiamos países que necessitam de apoio. Claramente, nem todos são a favor. A ameaça não é clara de onde vem, mas existe. Vocês dois se juntando ao exército salvariam a vida de milhares de pessoas e evitariam confronto maiores. -Obama conseguia convencer bem e quando pensei que seu discurso havia acabado, seu rosto se aproximou. -Basta apenas a força de vocês dois que a vitoria é certa.

–Senhor e quanto a SHIELD? Também fazemos parte. -perguntou o Capitão.

–A SHIELD é uma pequena organização secreta para casos especiais. No exército, serão reconhecidos mundialmente.

–E quanto a mim? Não pertenço aos Estados Unidos. -falo pela primeira vez.

–O curto período em que viveu na SHIELD comprovou que daria sua vida a salvar seus companheiros. Você não precisa voltar a Rússia. -disse confiante e encostou as costas nas cadeiras. -Nossos cientistas desenvolveram uma cirurgia que fará sua amnésia permanecer para sempre. A escolha fica com a senhorita. Pode se juntar a nós ou ser a ameaça.

Ok. Ele era a ameaça. Suas palavras foram como um choque, era como se me obrigasse a fazer a cirurgia e ser escravizada como soldada americana. Ou então ser caçada até a morte. Levantei da cadeira bruscamente, provocando um grande barulho do móvel se arrastando, porém eles não se assustaram.

–Precisamos ir. -digo seca e brusca.

Steve também se levanta e fico aliviada por ter concordado comigo.

–Daremos a resposta logo. -prometeu o Capitão.

–Tudo bem, não sairei daqui. Até mais. -o presidente falou normalmente.

Seguro a mão do Steve e o guio para fora da sala, daquela casa, de tudo. Não tocamos no assunto com medo de ter escutas espalhadas. Os agentes também não eram confiáveis. Três horas depois voando, com aquelas palavras circulando em minha cabeça, chegamos a uma nova base secreta da SHIELD. Fiquei aliviada por ver Bruce de óculos e com o rosto cansado trabalhando.

–Chegaram tarde. -cumprimentou o doutor.

–Demos um passeio pelo Brooklyn e o Agente Ward nos encontrou. -menti, eu havia prometido confidencia.

–Eu devia ter imaginado o porque das flores e árvores estarem tão bonitas hoje. Mais tarde enviarei algumas para Pepper com lembranças suas e do Capitão. -brincou Tony.

–Engraçadinho. -revirei os olhos sorrindo ficando entre a porta do laboratório e o corredor.

–Ei! Morozov! -Ward me chamou e o meu sorriso fechou. -Você tem treino comigo.

–Estou indo. -respondo e me viro para os "meninos". -Devo ir.

Sigo Ward pelo corredor silenciosa. Eu não conheci a nova base e fiquei perdida com as voltas que demos. Chegamos a uma parte clara, era uma estufa. O céu era claro, talvez a localização fosse longe de um centro urbano.

–Isso foi construído especialmente para você. -contou.

–Vamos treinar especificamente o que? -pergunto distraída com a margarida e agacho para toca-la. Olho de volta para ele e percebo um belo sorriso. O agente era bonito, charmoso e possuía um belo porte atlético.

–Controlar seus poderes e evitar situações como essa... -apontou para a flor e percebi que a margarida se multiplicou em suas. -Em que a natureza age facilmente.

Desviei o olhar envergonhada, esperei não ter ficado vermelha. No fundo fiquei empolgada com o treino, eu poderia evitar situações como essa.

Ward era persistente, impaciente e serio. Discutimos varias vezes em apenas duas horas. Ele queria me ensinar a fazer flores se multiplicarem sem utilizar a raiva ou alegria, apenas com o meu desejo. Mas nada saia. Apenas duas vezes consegui.

–Você precisa querer, mantenha o foco. Use as mãos. Tente pensar com um objetivo, por exemplo, se conseguir fazer essa rosa se transformar em duas, poderá dar para alguém.

–Inteligente. -reconheço e ele sorri vitorioso.

Me foquei no seu pedido, flores podem transformar os dias das pessoas. Encarei a rosa branca e delicada. Cerquei com as mãos a planta, nem podendo mais enxergá-la e fiz um gesto separando. A primeira coisa que vi foi minhas veias verdes e novos dois ramos.

–Sim. Você conseguiu. Ok, tente novamente, mas sem objetivos.

De primeira não consegui, mas na segunda consegui, assim como na quinta tentativa, na sexta e na sétima. Minha alegria era enorme, coletei varias rosas brancas.

–Primeiramente a você. -entreguei uma flor ao Ward. -Obrigada.

Sorrio correndo em seguida e paro ao ouvir sua voz me chamando.

–Amanhã, me encontre aqui as 10. -deixa claro serio ainda segurando a flor.

–Sim senhor. -faço continência.

Ando pelos corredores e encontro o laboratório sempre ocupado por Bruce e Stark, eles estavam rindo e se divertindo.

–Olhe, a garota natureza! -cumprimentou o rico cruzando os braços.

–Para vocês. -entrego duas rosas.

–Obrigado. Suas mãos estão verdes. -repara o doutor.

–Você não é o único ser verde daqui. -disse Stark.

Os dois riem e saio continuando minha jornada de entrega. Escuto barulhos abafados de tiros, me Direciono a sala de treinamento e vejo Clint e Natasha disputando quem acertava mais aos alvos. Os dois não erraram nada até agora.

–Ei vocês dois. Quem sabe isso faça florescer o amor entre vocês dois?Ou então a coragem para revelar que existe um?

–Muito engraçado Mozorov. -a ruiva revirou os olhos tirando os abafadores de som.

–Me agradeça mais tarde se der certo Clint.

Pisco o olho rindo e corro dali. Eu estava feliz ao extremo, nunca me senti assim desde que acordei do acidente.Trombo com Thor pelo corredor, ele fica muito mal por ter acidentalmente me derrubando no chão.

–Desculpe.

–Não foi incomodo algum. -forço minha formalidade o zombando. -Para você, de Flyer Morozov.

–Não precisava. -diz segurando a pequena rosa em seus enormes dedos. -Belo trabalho.

–Agradecendo ao meu salvador.

Curvei diante ao rei asgardiano exageradamente e ele sorriu, encontrei Steve nada menos no que na academia chutando sacos de boxes. Sentei no chão, sem que ele percebesse, para observá-lo focado. Eu queria poder ver o que tanto passava em sua cabeça.

–Você esta ai!- repara tirando as luvas e sentando ao meu lado.

–Para você. -entrego a rosa. -Eu mesma fiz.

–Parabéns. Teve um dia cansado hoje?

–Tive, mas não estou exausta. O Agente Ward me sequestrou a tarde inteira e provavelmente amanhã também irá. Ordens do mestre Fury. -brinco fingindo estar cansada e ele sorri.

–Esta mesmo animada. Onde vocês treinaram? Te procurei por toda parte.

Deitei no chão e Steve fez o mesmo, trocamos olhares divertidos. O verde de minhas veias estavam suavizados e ele pegou nela contornando o caminho.

–Em uma estufa. Fico feliz por estarmos pelo menos no chão. Essa base é realmente enorme.

–Quer dar voltar por ai? -perguntou sugestivamente.

Aceito claramente. Levantamos e entramos no corredor. As primeiras salas situavam as principais atividades, mais praticadas por nós. Seguimos pela curva que tinha e deparamos com uma porta de vidro eletronicamente trancada.

–Vamos dar a volta pela estufa. -digo. -Eu vi alguma porta por lá.

Pegamos outro corredor, entramos na estufa e seguimos os caminhos de pedra. Vimos um tipo de laboratório botânico, com varias plantas seno examinadas, novos soros e máquinas.

–A porta está trancada. -revela Steve.

–A janela está aberta.

Faço força para abri-la e o Capitão me ajuda. Ele entra primeiro no laboratório e depois me ajuda, sem querer derrubo alguns materiais e rimos. Surgimos em outro corredor de constante transição de Agentes. Nenhum nota alguma diferença em nós.

–James, Ed está querendo...-uma menina puxa Steve e percebe que havia se enganado. -Desculpa. Confundi com meu amigo. Eu tinha pensado "nossa, como James esta grande". Prazer, Minny. -a entrosada bastante animada ergueu a mão.

–Prazer, sou...

–Rogers. -intrometo antes que ele falasse seu nome real. -Precisamos ir, estamos procurando o Agente Coulson.

–Coulson fica no setor A, esse é o B. -indica Minny e eu forço o sorrio para ela.

–E o Agente Ward está aqui?

–Não, apenas no setor C. -disse um pouco decepcionada. -Posso levá-los lá.

–Ótimo.

Minny sai na frente e atrás de mim Steve me olha preocupado. Poderíamos ser pegos, o que seria horrível para a reputação dele, mas não poderiam demitir a gente. Éramos importantes ali. Sussurrei dizendo que voltaríamos rápido. Demos de cara com uma porta tambémm trancada eletronicamente e a garota coloca a senha ADB28.

–É o primeiro quarto no corredor a esquerda.

–Obrigada. -agradecemos. -Para você. -entrego uma rosa do cesto.

Fingimos ir passar pela porta, enquanto ela dava meia volta e ia embora. O capitão me puxa para um canto.

–Precisamos ir logo.

–Eu sei, mas se sairmos agora Minny pode nos ver e desconfiará. Teremos que esperar.

–Vamos ver se tem outra saída. -ele da a ideia.

–Esta tudo bem? -pergunta uma mulher oriental.

Congelamos, achando que seriamos pegos naquele momento. Olho para ela e tento abrir um sorriso natural.

–O protótipo das plantas deram errado.-minto rapidamente. -Teremos que ir ao laboratório verificar novamente.

–Entendi. Boa noite.-diz ela um pouco desconfiada e se afasta.

–Venha. -sussurra Steve me puxando.

As salas da área C eram diferentes, eram quietas, abandonadas e escuras. Talvez seja a iluminação ruim da noite. Ele ainda guiava o caminho. Vejo finalmente uma sala que me chama atenção com fotos e peço ao capitão apenas um momento. Abro a porta, mesmo ele insistindo para irmos. Era um laboratório de pesquisas. Havia um mural com dezenas de fotos pregadas de péssimas qualidades. Uma delas me chama atenção.

–Flyer, você não pode entrar aqui.

–Sou eu Steve! -percebo, mas vejo que a legenda indica Gabriella Morozov. -Quer dizer, é a minha irmã.

Ela estava entrando em um carro escuro. Havia outras fotos e uma era minha, eu tinha a expressão desconfiada, com óculos sobre a cabeça, comprando água em uma barraca..

–Hey! Capitão! Mozorov? -Ward aparece e levo um susto. -O que fazem aqui?

Ele vem para cima de mim, mas Steve entra na minha frente para me proteger. Os dois começaram a lutar e pensei em fazer alguma coisa para parar. Pego uma bandeja de metal em cima da mesa e estou pronta para acertar Ward, quando alguém retira da minha mão. É uma garota de cabelos compridos.

–Skye! -alerta Ward a garota.

Eu a empurro sobre a bancada, mas ela me segura e injeta uma seringa no meu braço. Retiro a seringa assustada, ela colocou perto do meu ombro em uma região qualquer.

–Desculpe.- sussurra assustada e eu desmaio.