I'm Here Again

6. The California Sun - Parte 2


Pov's Bieber

– Olá Sr. Bieber.

– “Sr.” de novo? – Lua praticamente gritou indignada, mas quando recebeu a atenção de todos, pôs a mão na boca como se não fosse para ter dito nada, ou não ter falado tão alto. Ri.

– Bom, eu sou Tom – o cara mais velho me cumprimentou – e esse é o Johnny – ele apontou para o carinha do lado, apenas assentimos um para o outro. – É muito bom te ter aqui.

– Vai ser legal – sorri.

– Quem vai correr?

– Eu to fora dessa, que coisa mais idiota – Caitlin respondeu, o que já era de se esperar.

– Qual a idade de vocês?

– 17 – respondi.

– 17 – depois a Lua.

– 15 – Chris respondeu baixo, já triste e emburrado.

– Desculpa cara, mas você não pode ainda – Tom pareceu lamentar o fato, e Chris deu de ombros, aborrecido por ser novo demais para dirigir uma moto. – E vocês dois têm a habilitação necessária? – nós assentimos. – Preciso vê-las – tirei a minha carteira de motorista do bolso da bermuda e a Lua fez o mesmo, ambos entregamos ao cara que pegou a prancheta na mão do tal Johnny e começou anotar algo, depois pediu para que levasse a prancheta de volta e trouxesse alguma coisa.

– Podem escolher as motos.

– Eu quero aquela amarela que eu sei a marca, mas não lembro e nem consigo enxergar daqui! – Lua logo disparou apontando para uma moto que olhava desde que chegamos.

– Parece que a garota entende – ela deu um sorrisinho tímido. – E você?

– Pode ser a preta do lado da amarela que ela escolheu.

– Tudo bem, então – nessa mesma hora o tal do Johnny voltou com dois macacões, um cinza e o outro preto, e entregou ao Tom.

– Vistam-se – ele entregou o cinza para mim e o preto para a Lua –, a corrida vai começar.

Olhei de um lado para o outro pensando em onde me trocar até que vi o banheiro masculino.

– Um autódromo de motos? Como você achou um autódromo de motos em Los Angeles? – Chris me perguntou.

– Foi sem querer, estava passando e vi aqui lotado.

– Poxa, eu nem posso correr – ele fez um bico.

– Fala sério, Chris! Eu não sou a Lua, para você ficar fazendo esses biquinhos nojentos.

– Que cara grosso! – ele cruzou os braços. – Como foi que a Lua disse? Ah! Sr. Eu sou o astro teen mais convencido do mundo! – ele me mostrou a língua e virou a cara.

– Ta bom, se quiser ficar com raiva de mim fique a vontade – tentei sair de perto.

– Calma aí! Por que viemos aqui? Não sabia que gostava de motos.

– E não gosto.

– Ah! Lua... é obvio.

Senti um sorriso bobo surgir em meus lábios, foi automático. Eu sabia que tinha a agradado com isso, como sabia que apenas nós dois iríamos correr. Foi de propósito, duvido nada que ela me ganhe já que fico nervoso com alta velocidade, mas estou disposto a tornar isso uma disputa um pouco mais emocionante.

– Mas você poderia ter arranjando algo que eu pudesse fazer também! – Chris reclamou de novo.

– Chris, você é meu irmão, não é? Durante um ano era você quem me acompanhava nas minhas viagens, e assim foi Bahamas, Espanha, Suécia, Austrália, e até mesmo aqui em L.A, sem contar os outros lugares dos Estados Unidos! Estou errado?

– Não – ele parecia saber o que estava por vir.

– Então, deixa eu cuidar do meu coração dessa vez. Estou tendo uma segunda chance e depois daquele dia no penhasco, eu sei que caminho seguir. Preciso conquistá-la novamente e não sei o que vai acontecer amanhã. Preciso fazer com que ela me ame agora e de novo, fazer tudo mais uma vez.

– Depois disso, você me inspirou cara!

– A que?

– Vomitar. Vai por o macacão logo antes que despeje mais palavras melosas sob mim – ri.

– Como quiser.

Saí de perto do Chris e fui para o banheiro masculino trocar de roupa. Tirei a bermuda e os sapatos, para por o macacão e assim que consegui, pus meus tênis de volta saindo do banheiro o usando como calça e de blusa a minha branca mesmo.

Voltei para perto do Chris.

– Segura para mim – entreguei a minha bermuda.

– Eu tenho cara de que? Guarda roupa, por acaso? – ele estendeu a outra mão, indignado, com um short jeans e pegou a minha bermuda.

– Quem sabe – olhei para trás e via a Lua, completamente vestida com a roupa adequada conversando com o Tom em cima da “sua” moto amarela. Ele parecia ensiná-la algumas coisas, o que eu duvido que fosse realmente necessário.

– Ah! – voltei à atenção para o “tigrinho fofo da Lua” na minha frente. Fiquei com uma vontade louca de rir do apelido que ela o chamava, mas me contive. – Você tem que calçar isso – ele apontou para duas botas pretas do seu lado.

– Ta... – me joguei no chão, arranquei os tênis dos pés e pus a tal bota me levantando em seguida.

– Se...

– Coloca junto com o da Lua – ele inclinou a cabeça para o lado com as íris no alto dos olhos, daí eu notei a sandália do outro lado. Dei de ombros e pus meus tênis lá.

– Ei Bieber! Vamos andar com isso logo – o outra cara falou. Como era mesmo o nome dele? Joe? Não. Não. Er... Jhimmy... Joe mmy... Johnny! Isso! Era o Johnny. Então, ele falou de um jeito cansativo, como se tivesse sido obrigado a fazer isso.

Ele segurava a minha moto preta. Achei melhor por todo o meu macacão e quando terminei de fechar cheguei perto dele que começou a falar em disparada.

– É o seguinte, eu não vou com a sua cara então é melhor não vir bancar o famosinho para cima de mim e...

– Eu só quero andar de moto – respondi sério e ele pareceu ficar surpreso com isso.

– Ainda não vou com a sua cara, preferia estar ajudando a sua amiguinha, mas Tom não deixou – procurei não o olhar, mas era inevitável, tentei controlar os ciúmes dentro de mim então.

Johnny era um cara de no máximo 23 anos, com os cabelos rebeldes cor de areia e uma pele bronzeada, por cima da sua camiseta e da jaqueta de couro com patrocínios, parecia ter um físico desenvolvido. Ele era do tipo garoto rebelde, notava-se isso, realmente deixava parecer que seu hobbie favorito era subir numa moto e acelerar até não dar mais.

De qualquer jeito, entendi e agradeci ao Tom por ter posto o Johnny para me ajudar, apesar de ter que aguentar aquele jeito esnobe. Eu preferia o cara comigo, do que o ver dar em cima da Lua que é no mínimo quatro ou cinco anos mais nova.

Ele me contou algumas coisas sobre como pilotar a moto, como o freio e o que apertar para fazer em uma curva, deu dicas de pilotagem e tudo mais, e ainda disse: “eu preferia ver sua amiguinha ganhado de você, mas...” e me deu ideia do que ela iria fazer e de como eu poderia evitar.

– Bom cara, ta na hora – ele me estendeu um capacete da mesma cor do macacão. Peguei e antes de por na cabeça olhei para a Lua, ela estava com o dela posto, mas com a viseira aberta, então me olhou como se chamasse para um desafio e depois abaixou olhando para frente e ligando a moto. – Ela é demais! Você poderia me dar o numero dela depois? – me controlei ao máximo para não responder umas poucas e boas.

– Depois peça você mesmo – pus o capacete em seguida ligando a moto e indo para a largada emparelhando com a dela.

Nos entreolhamos pela viseira. Era agora.

Fizemos os motores de cada moto roncar três vezes antes que dessem a largada e fazermos os pneus cantarem rumo, a toda velocidade, a linha de chegada. Passei na frente, indo para o lado direito da pista para bloquear uma tentativa de ultrapassagem logo de cara, e ela ficou para trás. Conforme eu acelerava, mais adrenalina meu corpo liberava e eu começava a me assustar com aquilo, por milésimos de segundo me senti perdendo o controle da moto, mas então, mais adrenalina foi liberada correndo por todos os cantos do meu corpo me deixando em êxtase. Meu sistema neuronal entrou em pane total, não conseguia raciocinar, apenas agia por extinto – e pelo que notei, o meu é muito bom por não ter me deixado ir ao encontro da primeira pilha de pneus na terceira curva – e eu guiava bem assim, eram três voltas e já na terceira eu continuava na frente. Olhei para trás e descobri que a minha vantagem não era tão grande assim, então olhei para frente e fiz o que pude para ir mais rápido e não perder o controle. Primeira, segunda e terceira curva, eu ainda na frente, até que chegamos na última e daí vi um vulto amarelo passar por mim passando pela linha de chegada primeiro.

Freei a moto quase em um cavalo de pau, a parando de lado assim como a Lua também fez. Tirei o capacete depressa e fiquei a olhando perplexo, ela tirou o capacete deixando o cabelo cair sobre os ombros e olhou para mim com um sorrisinho com se quisesse dizer: “Você realmente achava que iria ganhar de mim?” e por um instante, sim, eu achei.

Ela veio até mim com uma postura vitoriosa e eu continuei como um idiota em cima da moto. Chegou sorrindo e com o capacete debaixo do braço, e quando chegou mais perto riu, talvez pela cara de quem tinha esperanças e elas se foram num piscar de olhos que eu fazia.

– Você realmente achava que iria ganhar de mim, Justin?

– Sim – respondi como se fosse obvio.

– Esse tempo todo me vendo dirigir e ainda achava que poderia ganhar?

– Bom, eu sabia que você dirigia bem carro, nunca vi pilotando uma moto.

– Até que você tem razão, mas para mim, o fato de você ainda achar que ia ganhar é bem besta.

– Ou! Como assim? Acha que eu não posso? Afinal fiquei na sua frente por quase toda a corrida.

– Número um: Eu ganhei de você. Número dois: Eu deixei você ficar na frente. Número três: de achar que você pode, até acho, mas não contra mim – fiquei indignado com isso! Quando ela aprendeu a se achar tanto?

– Por que você deixou que eu ficasse na frente?

– Eram três voltas e eu poderia te ultrapassar quando bem entendesse, seria mais divertido, e foi. Detalhe: eu sei que você fica nervoso, não com a adrenalina em si, mas com a alta velocidade, queria ver aonde você iria com tudo isso.

– Você está muito besta. E metida. Em que momento passou a se achar tanto que eu não percebi? – ela riu.

– Basta colocar uma corrida no meio, seja lá de qual tipo for, ou melhor, carro e moto, sou meio sedentária – ri, mas assim que notei me contive, tentei voltar a minha cara de “bravo”, mas não deu muito certo. – Ah! Qual é Justin! Essa era um resultado que já era de se esperar, você e eu sabíamos quem iria ganhar. Posso fazer isso de novo! É fácil.

– Tem certeza que pode fazer isso de novo?

– Absoluta.

– Então que tal mais uma corrida?

– Justin, você sabe que...

– Está com medo?

– Não, é que...

– Está amarelando mesmo?

– Não! É outra corrida que você quer? Então vamos – ela já ia colocar o capacete.

– Mas sem me deixar na frente, a sensação de ter sido iludido não é a das melhores – ela deu de ombros.

– Como quiser – e amarrou o cabelo em um coque colocando o capacete logo em seguida e indo em direção a sua moto.

Lá íamos nós de novo. Onde eu estava com a cabeça? Eu tinha certeza que ela me ganharia de novo, mas agora já era. Pus meu capacete e liguei a minha moto. Outra corrida, outra vitória dela, mas eu não iria desistir fácil assim.

Motos lado a lado e foi dado o mesmo sinal, acelerei na frente como da primeira vez, mas diferente do que já aconteceu, fui ultrapassado logo na primeira volta, antes mesmo da primeira curva e não consegui recuperar. Fiquei comendo poeira, como dizem, todas as três voltas e já na linha de chagada, tive que aguentar um sorrisinho de “eu disse que iria ganhar, imbecil” da Lua ainda em cima da moto pouco depois da marca.

Parei minha moto de frente, enquanto ela estava de lado e sem capacete. Tirei o meu também.

– Feliz agora?

– Não, mas aceito a derrota.

– Parabéns! – Tom veio até a gente, primeiro me cumprimentando. – A corrida de vocês foi muito emocionante.

– Ah, super – resmunguei, mas ele pareceu não ouvir.

– Você garoto, corre bem para um famoso, eu não acreditava em você, mas me mostrou como eu estava errado – por que as pessoas vivem reclamando por eu ser famoso? Como assim ele não acreditava em mim? Eu faço sucesso, não tenho uma doença. – E você menina! Haha! Você é incrível! Onde aprendeu a pilotar assim? – Lua soltou um sorrisinho envergonhado quando Tom a abraçou sem jeito.

– Foram em situações, er... inusitadas, eu acho – ela respondeu escolhendo bem as palavras, mas mesmo assim não pareceu a verdade ou o que ela realmente quis dizer.

– Irão correr mais uma vez? – ele me pareceu empolgado. Lua me olhou.

– Não, obrigado – respondi.

– Johnny! – Tom chamou o outro cara que olhou assustado na nossa direção, principalmente para mim, talvez estivesse achando que eu criaria problema com o fato dele estar com a Caitlin. – Acho melhor se trocarem então, deixem a moto com a gente.

Nós dois assentimos e saímos das motos indo em direção ao Chris para pegar nossas roupas.

– Cara, nunca vou me acostumar com o calor dessas roupas – Lua foi abrindo o macacão e o tirou deixando na cintura e mostrando uma regata branca.

– Quer dizer que já usou essas coisas? – fiz o mesmo.

Lua pareceu empalidecer com a minha pergunta, passou a língua nos lábios secos e pude jurar que a sua respiração estava ofegante.

– Er... – ela engoliu seco. – Já – e respondeu de uma vez.

– Posso saber onde?

– Acho melhor não – ela andou na minha frente com pressa e falou com o Chris pegando a suas coisas e indo em direção ao vestiário. O garoto estava empolgado em falar alguma coisa, tanto que ficou resmungando alto algumas coisas como ela ser “mal agradecida” ao sair de perto dele e não falar nada.

– Cara! A corrida foi irada! Primeiro você zum! Aí no final ela zum! Aí na segunda vez ela zum, zum, zum! – ele fazia gestos com as mãos como se fossem as nossas curvas, seu tom era extremamente animado o que até um surdo notaria que ele estavam já que não parava de pular.

– É.

– Que cara é essa?

– Lua está estranha.

– Lua sempre foi estranha, dã.

– Não, não é isso. Por exemplo, agora pouco ela disse que nunca iria acostumar com o calor que faz a roupa de corrida – a roupa era realmente muito quente, só agora tinha notado que o meu cabelo estava mais escuro e com pedaços colados na minha testa pelo suor – e então perguntei se ela já tinha usado, ela respondeu “sim”, mas com dificuldade. Perguntei onde, mas ela disse que era melhor eu não saber, daí correu para o banheiro. Acho que ela está escondendo alguma coisa.

– E você demorou esse tempo todo para descobri isso?

– Que ele já tinha usado o macacão?

– Não tapado, que ela anda escondendo algumas coisas.

– Você notou?

– Há muito tempo! Isso é tão obvio! Lua não fala muito do seu ano em Nova York e você nem mesmo imagina porque, acertei?

– Não.

– Pois então, nem eu. Às vezes ela quer contar algo, mas segura para si, como se, além disso, teria que falar algo que não quer que saibamos – o que o Chris falava era verdade. Eu sabia poucas coisas de como foi a vida dela em Manhattan, e quando se tratava de algo por lá ela sempre fugia do assunto, mas eu nunca tinha parado para notar.

– É verdade...

– E depois o sonso sou eu – Chris cruzou os braços emburrado. – Sou mais inteligente do que você.

– Só em sonhos, Christian. Só em sonhos.

– Ela pediu para você esquecer de como ela era antes, não foi?

– Foi, mas...

– E você esqueceu?

– Estou tentando, mas...

– Justin, se você não parar com a imagem que tinha da Lua de antes, você nunca vai notar como ela mudou, e não foi pouca coisa.

– Espera! Isso não está certo, como você notou essas coisas e eu não?

– Simples! Como eu passei menos tempo com ela, para mim foi mais fácil “enxergar” – ele fez as aspas – uma nova garota, você ainda está cego pelo o que ela era.

– Ta bom então, seu gênio perceptivo. Sabe dizer o que a Lua está escondendo, então?

– Claro que não, se está escondido é porque não foi achado, oras! – tive que rir daquilo, ele falou com uma tonalidade tão obvia e clara, como se eu tivesse feito a pergunta mais estúpida do mundo e ele dissesse a resposta mais inteligente e simples que poderia existir. – Falando nela – ela acenou a cabeça para trás e eu me virei a tempo de a ver dando um tapa da cara do tal Johnny.

– Ui! – Chris e eu dissemos em uníssono.

Ela veio caminhando até nós pesadamente, como uma raiva transbordando pelos olhos, o carinha tinha pedido o telefone dela e provavelmente disse alguma gracinha. Só isso para ela está com raiva assim.

– Olha que cara de pau! Aquele cara além de pedir meu telefone me chamou de “gostosa” – isso explica o tapa caprichado. – Quem o deu esse direito? Ele pensa que eu sou o que? Uma dessas californianas que anda de biquíni para cima e para baixo dando mole para o primeiro que vê pela frente? – ela estava tão revoltada que chegava a ser engraçado, então Chris e eu mordíamos os lábios tentando não rir, mas estava difícil. Ela estava tão engraçada irritada, que um repentino ciúme que tinha tomando conta de mim quando ela disse que ele o chamou de “gostosa” passou. Não era preciso eu tirar satisfações com ele, ela já tinha feito isso.

Ela bufou e cruzou os braços irritada, depois olhou para nós dois e revirou os olhos.

– Podem rir – não aguentamos, soltamos uma gargalhada alta que ecoou por todo o estabelecimento. – Agora Bieber, vai tirar essa roupa, estou cansada e quero voltar para o hotel, por favor – ela começou a frase irritada, mas depois deu um tom cansado.

– Tudo bem – respirei fundo parando de rir e fui ao banheiro.

Fui trocar de roupa e senti meu corpo ficar mole, estava ficando cansado o que era estranho porque eu me sentia muito bem até correr, daí me senti melhor e agora estou completamente cansado. Quando voltei, vi Lua e Chris – extremamente animado – conversando, mas tinha algo de “errado”, nem mesmo Christian estava tão animado como deveria.

– Oi de novo.

– Oi – apenas Lua me respondeu, Chris estava ocupado bocejando.

– Eu estou com sono.

– Nem desconfiei – murmurei, depois passei os olhos pelo lugar, mas não achei os caras responsáveis e muito menos a Caitlin, o que era estranho já que nessas situações, cuja Lua está por perto, ela sempre dá um jeito de ficar com os olhos em nós, mas já que ela quis desaparecer, melhor. – Não estou vendo Tom e Johnny, onde estão?

– Eles entraram lá – ela acenou com a cabeça para o lugar no qual eles haviam saído quando chegamos. – Logo em seguida que você foi para o vestiário, Tom parecia reclamar de alguma coisa com o Johnny. Deve ter ido tirar satisfações do tapa que eu dei nele, já que veio aqui perguntar porque eu fiz isso antes de se enfiar lá.

– Justin, a cara do cara...

– “A cara do cara” Chris?

– É Justin, a cara do cara – contive a risada e soltei um “hum” para que ele continuasse. – Então, a cara dele ficou vermelha com a exata marca dos cinco dedos.

– Cinco não, quatro, o dedão ficou só um pedacinho – Lua confirmou.

– Me lembre de nunca querer levar um tapa seu – disse e ela riu.

– Não é só porque não quer, que não irá apanhar – ela fez uma expressão debochada – Mas pode deixar, para você é com carinho – e depois sorriu.

– Senti que estou sobrando – Chris começou a se afastar.

– Volta aqui, Chris!

– Não, Lua! Eu entendi, estou sobrando!

– Chris! – ela correu até aquela criatura dramática que já tinha se afastado bastante e o abraçou fazendo cócegas.

– Ta bom, ta bom! – ele ria. – Para! Para! – e ela parou.

– Vai parar de palhaçada?

– Vou. Vou – nesse exato momento ouvi uma porta se fechar e quando me virei era o Tom com uma aparência aborrecida que tinha acabado de sair de onde estava.

– Eu já volto, e Lua, por favor, não mate o Chris de cócegas você vai ser presa por isso – ela sorriu e assentiu como se quisesse dizer “pode deixar” depois começou a correr atrás dele feito criança.

Fui até o cara e disse que iríamos, estávamos cansados e eu nem sabia de onde aqueles dois tiravam tanta energia para correr. Ele então me agradeceu e disse para voltarmos sempre que estivéssemos em Los Angeles, e que a Lua corria muito bem, gostaria de vê-la correndo com alguns dos melhores pilotos que frequentavam ali. O agradeci e chamei os dois que estavam apoiados um no outro, completamente ofegantes.

Depois as crianças da história era Chris e eu, agora no meu lugar entrou a Lua.