O plano de Espinela falhou. Mas em vez de estar irritada com isso, estava arrependida.

Ela observava Steven conversar com seus novos amigos. Ele carregava em si sua antiga melhor amiga e agora, entendia que não havia como voltar atrás e que não valia a pena vingar-se. Ele estava feliz, em uma nova vida. E ela devia fazer o mesmo.

— Espinela, espera! - Steven exclamou assim que a viu caminhando para longe – Eu não esqueci de você não, tá?

— Eu sei…

— Então, pra onde você vai?

— Eu tenho umas coisas para fazer. — ela ergueu o olhar para fitá-lo – Amizade é algo que nunca vai ser fácil pra mim. Acho que vou ter que trabalhar isso. Você me faz querer tentar mas… – suspirou – Eu já pisei na bola feio com você. Eu queria poder recomeçar do zero com alguém Steven – e quando disse isso, sabia exatamente com quem.

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Ela estava de volta ao Planeta Natal e agora, sabia exatamente o que devia fazer.

— Minhas Diamantes… – começou – Sabem onde está a Pérola da Rosa?

— Oh, deve estar nos aposentos da Rosa. Ela quase nunca sai de lá... – respondeu Diamante Azul.

— Certo! Obrigada! – Espinela desceu do ombro de Diamante Amarelo e correu na direção do quarto de sua antiga amiga o máximo que pôde.

Assim como as Diamantes disseram, lá estava ela. As duas, de certa forma combinavam com o quarto. Imaginou como poderia ser divertido brincar de esconde-esconde ali, elas até poderiam se fazer de decorações no ambiente.

— Ei – chamou e até fez Pérola se assustar e virar para a porta. Ela segurava uma das pequenas gems que viviam dentro das paredes do aposento.

— Espinela! Você voltou – a gem que segurava saltou de sua mão e desapareceu após levantar uma das lajotas do piso – Achei que não voltaria.

A menor adentrou o quarto relutante, temendo que de repente as pequenas gems as atacassem por mais cedo.

— Pois é, eu também não... – ela abraçou a si mesma. Estava envergonhada pelo que tinha feito e ainda levaria um tempo para superar.

— E como foi lá? – Pérola perguntou sorrindo.

— Você tinha razão sobre o Steven. Ele que… – seu orgulho a impediu de continuar por uns segundos – Me ajudou. Apesar de eu ter envenenado e destruído boa parte do planeta…

Pérola teve de lutar para não expressar surpresa. Não imaginava que ela fosse capaz de tais atos.

— Bem... O importante é que agora está todo mundo bem, não é? Principalmente você – sorriu e pôs a mão no ombro da outra que enrubesceu com o toque e a puxou para um abraço.

— Você sente falta dela? – perguntou baixo.

— O tempo todo – respondeu no mesmo tom.

— Bem, nós temos uma a outra agora – Espinela a fitou e arregalou os olhos – Pérola, seu olho!

— O que? O que tem meu... – ela tocou seu olho esquerdo e não sentiu as rachaduras que antes enfeitavam seu rosto. Entretanto, ainda não conseguia enxergar com ele.

— Está muito melhor! Como você fez isso?

— Eu não sei. Não achei que poderia ser possível curá-lo… – Pérola de repente ficou imersa em seus pensamentos. Repassando o dia em que Rosa fez isso com ela em loop.

— Pérola – a outra chamou e a fez acordar de seus devaneios. Mais uma vez a abraçou.

— Vamos superar isso juntas.

Ela demorou para notar que chorava. Quando notou, a abraçou de volta. Gostava disso. Era como um lar. Uma sensação de estar segura.

— É. Nós vamos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.