I'll Always Come For You
Chuva
– Muito bem, David. Já fizemos a massa, agora vamos deixar ela descansado por 30 minutos. – disse Eva tirando o avental.
Certo, mas o que faremos enquanto a massa descansa ?
Que tal limpar essa bagunça.
– Ok, vou pegar a vassoura, você fica com a louça.
– Nada disso, você vai ajudar na louça.
– Tá – ele revira os olhos – não tem jeito né ?
– Não !
David e Eva arrumam a cozinha. Eva olha pela a janela da cozinha e vê as nuvens escuras se formarem no céu.
– Ah não !
– O que foi ? Esquecemos de colocar algum ingrediente na massa ?
– Não, é vai começar a chover – ela resmunga.
– E qual é o problema ?
– Na nossa lua-de-mel vai chover.
– O que ? Acha que isso dá azar ?
– Não é que poxa, justo hoje ? – ela fica triste.
– Tudo bem, sabe que é até melhor ?
– Como ? – ela joga um olhar triste.
– Estaremos juntos nessa casa gigante e completamente sozinhos. Não to dizendo que vamos usar todos os cômodos como palco do nosso jogo de corpos, mas podem ser testemunhas das nossas trocas de carinhos. Vem cá – ele a puxa e da um longo abraço.
Ele puxa um beijo dela, ambos queriam intensificar mas não poderiam. Precisariam fazer o almoço.
– Hm... precisamos montar a pizza – disse Eva entre os beijos.
– Agora que começou a ficar bom...
– Não está com fome ? Precisa comer depois de ter concertado o teto.
– Tá bom, vamos montar a massa.
– Agora vem a parte boa – ela recoloca o avental.
– O que eu faço ?
– Joga farinha – disse ela.
– O que ?
– Joga farinha !
– Tá bom – David pega um punhado pequeno de farinha e joga em Eva.
– Não em mim ! – ela reclama – Na mesa !
– Ah ! Então explica direito né ! – ele joga a farinha na mesa – E agora ?
– Espalha... com cuidado. – ela adverte.
– Ok. – ele resmunga e espalha a farinha – E agora ?
– Pega a massa e coloca sobre a farinha. Que está na mesa, David.
– Eu sei, não sou tão burro.
– Você é meio loiro sabe, não duvido de muita coisa sua, não !
– Me chamou de tapado na cara larga – ele pisca forte.
– Não é isso é que você me jogou farinha né.
– Você não explicou direito – ele rebate.
– Achei que era desnecessário.
– Ah tá ! – Ele joga um pouco de farinha na cara dela.
– Davis ! – ela revida.
– Para Eva ! – ele tenta segurar as mãos dela mas acaba escorregando e caindo e levando Eva juntos.
Os dois derrubam o saco de farinha no chão, e acabam fazendo “guerrinha de farinha”. Eles riem muito, Eva encosta a cabeça no peito de David que está sentado encostado no armário. Eva segura as mãos de David.
– Nossa amor, como você está pálido – ela ri mais ainda.
– Cadê a sua cor morena caramelo ? Tá mais para sorvete de baunilha. – ele ri.
– Parecemos duas crianças.
– Você é uma criança muito bagunceira, sabia disto ?
– Eu ? Você que começou ! – ela disse indignada.
– Você disse “jogue a farinha” e eu joguei a farinha – disse ele com carinha de anjo.
Eva então pega um punhado de farinha do chão e joga no cabelo de David que estava atrás dela.
– Hey ! Ah é ! – ele a deita no chão e a arrasta delicadamente pelo chão sujo.
– Não, para ! – ela ri novamente – Vai ficar difícil de tirar do cabelo depois – David !
– Você começou.
– Desculpa, por favor pare – dizia ela em meio as risadas.
Ele então parou e se levantou, estendeu a mão para ela.
– Vamos terminar esse almoço logo – dele lava as mão novamente.
Enquanto Eva dava as instruções David fazia as coisas, ela estava sentada na bancada explicando, ele seguia passo a passo, ele montou a pizza e levou ao forno.
– Pronto, agora vamos nos limpar enquanto ela está no forno.
– Acho melhor não – disse Eva. – Vou esperar aqui.
– Então vou esperar também – disse David.
Alguns minutos depois a pizza já estava pronta, ele retirou do forno. Os dois comeram a pizza acompanhada de um vinho que Eva achou na adega de deu pai. A chuva que Eva previu realmente veio e com toda a foça possível.
– Viu, eu falei que ia chover – disse ela terminando seu vinho.
– Não é motivo para ficar triste, é só chuva. – ele limpa a boca com guardanapo.
Eva para olhar para David com olhar sarcástico, mas logo mudou o olhar.
“Aqui está o cara que me esculachou a mais de um ano atrás, aqui está ele, sujo de farinha, comendo a pizza que preparamos no primeiro dia de casados, em apenas um dia esse cara e eu passamos vergonha dentro de um minimercado, quebramos o telhado do meu pai, ele me fez um café da manhã horrível, que comi com um grande receio de passar mal, colocou canela no pão, conversamos sobre períodos e fluxos menstruais, me sujou de farinha, comeu comida queimada só para não me ver chorar, e agora me diz que não é tão ruim assim estar chovendo na lua-de-mel. Só de pensar que isso tudo talvez nunca passaria de um pensamento bobo...”
Eva se debruça e beija a bochecha de David.
– Eita, o que eu fiz para merece isto ? – ele perguntou sorrindo.
– Me preparou o melhor café da manhã que já comei em toda a minha vida. – ela responde com um grande sorriso.
– Então tá né – ele sorri.
Eva então segura o rosto dele e dá um beijo em sua boca, a coisa ica quente. Enquanto isso no hospital, Jack recebeu vista de Ruby e Belle.
– Hey – disse a moça quando viu as irmãs de Evy.
– Tenho uma pergunta. – disse Ruby.
– A frase “ adultos felizes no estúdio” te lembra alguma coisa ? – Ruby poem a mão no quadril.
– O que aconteceu ? – Jack faz cara de espanto.
– Aconteceu que o Troy deixou a família em uma grande saia justa – disse Belle.
– Eu não tive culpa. – disse Jack.
– Ah não ? Então com quem será que ele aprendeu isto ? – perguntou Ruby se sentando na poltrona.
– Ih – Jack fez careta – eu poso ter um pouco de culpa nisto, acho que foi no dia em que fiquei de babá do Troy e estava falando no telefone com a Evy que ligou para saber se estava tudo bem com a gente.
– Pois é, agora minha mãe vai espera a Eva chegar para perguntar que história é essa – disse Ruby gesticulando com as mãos.
– Ela disse que vai vir aqui também – completou Belle.
– É só eu jogar o meu olhar sedutor para ela e está tudo certo – disse Jack.
– Ok, vou pegar um café, com tanta coisa que aconteceu naquela casa hoje de manhã mal consegui tomar café, Belle vai querer um ? Perguntou Ruby se levantando.
– Não, estou bem. – respondeu Belle arrumando o cabelo de Jack.
Ruby sai do quarto, Belle então nota que Jack queria conversar com alguém que talvez saiba dar-lhe as palavras certas, mas exita em perguntar para a moça.
– Jack, eu posso não ser a Evy, mas também sei conversar – disse Belle.
– Estou bem, Belle.
– Ainda bem, mas pode falar, o que foi ?
– Belle, será que a Ruby vai demorar a voltar ?
– Lá na lanchonete vende pão de mel, ela vai demorar muito, desembucha.
– Eu encontrei a Madeleine na festa.
– Sério ? E como tudo ocorreu ?
– Ocorreu que não entendi nada que ela me falou, só a parte que ela disse que vai embora para NY, para o meu alivio.
– Ela não pode voltar para NY ! – protestou Belle, deixando Jack espantada.
– Achei que você a odiasse.
– Nós nos entendemos, mas continua.
– Bom, ela me disse uma enxurrada de coisas do tipo, “não vou te perturbar mais” e tocou no assunto de uma carta que eu li. Mas eu não li carta alguma.
– Ok. então tem uma carta, mas você está interessada para ler esta carta ?
– Não. – ela nega.
– Então não tem porquê de você correr atrás, não é ?
– Claro – disse Jack.
– Então vamos mudar de assunto. Quando você sai dai ?
– Daqui há duas semanas.
– Até que fim.
– Pois é, eles me dizem que me recuperei muito rápido esse é o receio, eles tem medo que eu tenha alguma recaída e piore.
– Vira essa boca para lá – disse Belle.
As horas voaram, já estava a noite quanto Jack teve uma sessão de terapia, Belle e Ruby tiveram que ir embora.
– De volta ao inferno irmãzinha – disse Ruby abraçando Belle a caminho do carro.
– Ai de novo não ! Espera... eu tenho a minha casa ! – Belle fica feliz.
– Posso ir com você ? Deixa por favor ! – suplicou Ruby.
– Só essa semana.
– Obrigada ! – ela abraça mais ainda a irmã.
Já no campo, David e Eva já estavam deitados, a chuva não deu trégua, desta vez ele a observava enquanto ela dormia, ele segurou em sua mão e fez um pequeno carinho. Na medida em que fazia barulho lá fora Eva se aconchegava mais em David.
“Passamos por uma longa separação, você no Cansas e eu em Miami, logo depois veio o Matthew, depois o atentado, o acidente de Jack. Seu stress preocupante, nossas brigas, seus choros, minhas noites mal dormidas. Momentos especiais espalhados por essa bagunça toda, seu primeiro sorriso para mim, a primeira vez em que segurou em minha mão, nosso primeiro abraço, nossas primeiras palavras de carinho, seu primeiro telefonema. Nosso primeiro beijo, nossa primeira vez, a primeira vez que vi você adormecer, a primeira vez que vi você acordar, e finalmente o primeiro dia como casados”
– Te amo Regina – ele sussurrou para ela.
Durante a madrugada os médicos sempre passam nos leitos para verem a situação dos pacientes, desta vez Chris passou e viu a luz do quarto de Jack acessa.
– Hey Lady, ainda acordada ? – ele perguntou ao entrar.
– Sim, não consigo dormir – disse ela com um sorriso fraco.
– Sente alguma dor, incomodo ? – ele pergunta já retirando a lanterninha de seu jaleco.
– Não, é que... nada. Aliás tem sim, algum paciente já recebeu cartas ? Sabe enquanto esteve aqui ?
– Geralmente não, só quando é de algum parente distante. Espera... por falar em carta, eu tenho uma coisa para você.
– O que é ? – ela se faz de surpresa.
– Fique acordada, já venho.
Chris vai até seu amario e pega a carta que o padre lhe entregou, o papel já estava amarelo de tão antigo. Ele volta para o quarto de Jack.
– Olha aqui, era para eu ter entregado isto para você a um bom tempo, mas aconteceram tantas coisas que acabei esquecendo. Desculpe.
– Quem lhe entregou isso ? – ela pergunta.
– O padre que celebrou o casamento da Eva, agora eu preciso ir, tenho mais pacientes para checar, não demore a dormir, mocinha. – ele pisca para ela.
– Tudo bem – ela sorri e ele fecha a porta.
Jack pensa em abrir a carta, mas desiste e a joga em cima do criado mudo onde havia uma foto dela com Eva e com a cara de Madeleine coberta por um pequeno pedaço de fita adesiva que a própria colocou.
– Não tem porquê de eu correr para ler isto, ela não fez questão de ficar comigo, então não vou fazer questão de correr atrás dela – Jack se arruma na cama e acaba pegando no sono.
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