I'll Always Come For You
Belle e o novo apartamento
Duas semanas se passaram e Eva já estava um pouco melhor, o casal resolveu voltar para casa, mesmo contra a vontade de David.
– Ok, vamos recapitular, você não quer passar um tempo morando comigo ? – disse David estacionando o carro na frente do prédio de Eva.
– É, eu tenho que enfrentar isso.
– Mas e melhor enfrentar isso com pessoas que amamo do lado. Eu fico preocupado com você.
– Amor eu sei que você se importa comigo, e sei que você faria tudo para me ver feliz, mas nem sempre você vai estar do meu lado.
Por isso mesmo, deixa eu ficar do seu lado agora.
– David...
– Eva...
– Eu preciso ir, qualquer coisa eu ligo para você.
– Promete ?
– Prometo – ela o beija.
– Então tá, tchau.
Eva desce do carro com a mala, e vai até o elevador. Enquanto ela espera, escuta uma voz bem conhecida a chamando.
– Evy ?
– O que ?... ah oi.
– Podemos conversar ?
– Vai brigar comigo ?
– Eu só quero conversar.
– Belle na boa, você me chateou muito e o que está fazendo aqui ?
– Estou procurando um apartamento.
– Por que ?
– Mamãe e papai vão mesmo se divorciar.
As duas ficam em silêncio, até o elevador chegar.
– Já achou o apartamento ? – Eva inicia a conversa.
– Sim, o ultimo.
– Ah... vai morar sozinha ?
– Sim, a Ruby vai fazer a tal faculdade fora daqui.
– Cara o que aconteceu com essa família ? – ela sussurra – e o Graham ?
– Ele saiu da companhia aérea.
– E o que ele vai fazer ?
– Ele foi chamado para fazer parte de uma equipe de advogados, você sabe, ele fez outra faculdade também.
– Hum... o Jeff ? está trabalhando, e me parece que já conseguiu um lugar para ficar também.
– Então está todo mundo encaminhado. E o papai ?
– Ainda mora no casarão, mamãe também, mas não dividem o mesmo quarto.
O elevador para no andar de Eva.
– Ok... é... – a morena não sabe o que dizer.
– Eu vou subir mais um pouco, tenho que acertar as ultimas coisas, Tchau.
– Tchau Belle.
As portas já estavam se fechando quando Eva coloca o braço no meio.
– Posso ir junto ?
– Claro.
Eva sempre cuidou de Belle, sempre foi muito protetora com a irmãzinha casula, digamos que ela e Jefferson era os que Eva mais gostava, Belle estava deslocada, só tinha 22 anos, e parecia que todos tinham dado um jeito na vida.
– Como conseguiu o apartamento ?
– Anúncio... não sabia que era aqui, só vim saber depois que pesquisei.
– Ah. e já deu entrada ?
– Ele é meu.
– Eu sei que ele é seu, mas você já deu o depósito ?
– Não Evy, ele é meu, eu comprei.
– Ow... como ? Papai te ajudou ?
– Não... é que...
– Fala.
– Eu já publiquei um livro, à dois anos, lembra da feira de jovens escritores ?
– Sim.
– Então foi lá, o tio Gold me ajudou.
– E por que você não falou nada ?
– A mãe estava ocupada com o livro dela, papai estava resolvendo os assuntos da marinha, você tinha passado a noite no hospital e o Graham estava viajando.
– Mas e a Ruby e o Jefferson ?
– Ele estava apresentando uma peça e ela tinha saído.
– Todo mundo fora né ?
– Sim.
E o andar de Belle chegou.
– Então é aqui ? – Eva aperta a campainha – já vem com mobilha ?
– Já, paguei à mais. Mas consegui com mobilha.
A porta se abre e a corretora aparece.
– Belle – ela a recebe com um sorriso.
– Olá Eleonor, essa é a minha irmã Eva.
– Prazer em conhece-la.
– Igualmente – disse Eva.
– Vamos entrem.
As duas entram no apartamento.
– Nossa como está escuro aqui. – disse Eva.
– Ah desculpe, não costumamos deixar as cortinas abertas – ela abre as cortinas – nunca se sabe não é ?
– Uau – Eva olha ao redor.
– Quando pretende se mudar para cá ?
– Nesse fim de semana mesmo.
– Ok, então, eu vou pedir para o sindico ligar a luz e a água.
– Tá, enquanto isso posso dar uma olhada por ai ?
– O aparatamento é seu, eu trabalho para você – ela sorri e sai.
– Fez um ótimo negocio hein – Eva sorri – olha tem até quadro.
– É mas eu vou mudar, não gostei. É muito caído sem cor, sem vida.
– Belle é arte.
– Só se for dos defuntos, que coisa sem graça.
– Adolescentes – Eva revira os olhos.
– Já tenho 22 anos.
– Mas parece adolescente em certas partes. Deixa eu ver o quarto.
– É ali.
– Olha tem uma prateleira. E com livros. – disse Belle animada.
– Olha a cama – Eva pula na cama – ahh que delicia.
– Cara tem até abajur.
– Será que tem comida na geladeira ?
– Evy eu paguei pela casa e os móveis, não pela comida.
– Ah cara... to com fome.
– Vamos fazer compras ? – pediu Belle sem jeito.
– Você paga o milkshake ? – Eva levanta a cara da cama.
– Só se for de morango. – Belle sorri – ah espera, temos que esperar a Eleonor.
– Oh mulher que demora. – Eva reclama.
As duas voltam para a sala.
– Cara eu amei esse seu ap, olha tem até vista para o mar.
– Essa é a vantagem de morar no ultimo andar.
– Desculpem a demora, o elevador parou de funcionar – disse Eleonor ofegante.
– E essa é a desvantagem – disse Eva.
– Belle aqui está a chave. Boa sorte na nova casa – ela entre a chave.
– Olha vem com chaveiro... é realmente completo – Eva levanta a sobrancelha – O que está escrito ?
– “Você não pode dizer o que há no coração das pessoas”
– O que ? – Eva faz careta.
– Isso não faz sentido.
– Mas vai fazer daqui há algum tempo.
– Ok. – Belle sussurra.
– Vamos comer – Eva reclama.
– Tá vamos, quer vir junto Eleonor ?
– Quem dera. Ainda tenho mais duas casa para mostrar hoje. Mas obrigada pelo convite.
– De nada.
– Vocês falam como se não fossem usar as escadas juntas. – disse Eva.
– Ah esqueci disso, então vamos – Eleonor, Eva e Belle desceram as escadas do edifício.
Belle estava de carro, Eva estava no bano do carona quando percebeu a tristeza da irmã.
– Belle ?
– Hmm.
– Entra na próxima rua
– Tá.
– O que vai comprar pra casa nova ?
– Não sei.
– Belle desliga o carro.
– O que ?
– Agora.
Belle desliga o carro e fica encarando o volante.
– Olha pra mim. Eles estão se divorciando, mas não significa que somos menos família.
– Mas não estaremos em volta da mesa na noite de natal. Não acordaremos juntos na manhã de natal, teremos ação de graças.
Podemos ter tudo isso.
– Não, não podemos, eu sei que você fala essas coisas para animar mas não resolve.
Eva viu sua irmã casula chorar, e aquilo partiu seu coração, era hora de se mexer e fazer alguma coisa para tentar recuperar essa família.
Fale com o autor