I'll Always Come For You
Banho de amido
Logo pela manhã, Madeleine acorda sentindo um leve peso sobre o seu corpo, ela coças os olhos e desperta de vez, ao ver que Eva ainda dormia nos braços dela, a mulher abre um grande sorriso. Eva aos poucos vai despertando e se coçando, Madeleine mas do que de pressa segura as mãos da moça para que ela não coçasse tanto. Eva resmunga ainda sonolenta.
– Deixa eu coçar – ela choraminga.
– Não, vai ficar marcado – disse Madeleine com a voz serena.
– Umas manchinhas não vão fazer mal.
– Não Regina. Acorda – ela a balança de leve.
– Mãe... – ela volta a dormir.
– Eva acorda.
– Só mais cinco minutos mãe.
– Eva... – Madeleine fica um pouco assustada por Eva a chamar de mãe – isso soou tão bem – ela pensa.
A mulher coloca a mão na testa da moça para sentir a temperatura, Eva estava um pouco quente, Madeleine se levantou e se sentou.
– Eva ? Acorda, agora – ela a sacode de leve.
– Mãe... Mady ? O que foi ?
– Você está com febre, precisa tomar um banho para baixa-lá.
– Estou bem – ela tenta se levantar mas desiste.
– Vamos, eu te ajudo a subir as escadas. – Madeleine a ajuda se levantar.
– Onde está a minha mãe ?
– Eu não sei, eu acabei de acordar, acho que ela está dormindo.
– Meu corpo está todo dolorido.
– É a catapora, você vai tomar esse banho que eu vou procurar alguma coisa para fazer um chá, você vai melhorar. – disse ela subindo as escadas com Eva.
Ao chegarem no andar desejado, Madeleine leva Regina até o banheiro, onde a moça se senta perto da banheira.
– Muito bem, agora tire essas roupas – Madeleine liga a torneira da banheira.
– Onde a minha está ? – Eva parecia uma garotinha pedindo colo.
– Eu não sei Evy, agora você precisa tirar essas roupas e entrar na banheira.
– Tá. – Ela tenta tirar a camiseta, mas não consegue.
– Deixa eu te ajudo, levante os braços – Madeleine não estava pensando em Cora ou na hipótese de Eva ser sua filha, naquele momento ela estava preocupada com a febre de Regina.
Ela tira camiseta, e logo depois a bermuda, a deixando somente de peças intimas, depois Eva entrou na banheira, onde Mady a enxágua deixando que a água caia bastante no corpo de Eva.
– Está quente.
– Isso é bom, a febre está baixando. Espere aqui, vou pegar o amido de milho.
– Pra que ?
– Para a catapora.
Madeleine desce as escadas e vai até a cozinha, abre o armário e pega a caixinha de amido de milho, quando ela passa pela geladeira ela percebe um bilhete.
– “Evy tive uma reunião de emergência na editora, seu pai levou Ruby e a Jack para o médico, você deve estar melhor, qualquer coisa me liga, não devo demorar, beijos Mamãe”
– É Evy, então é só você e eu. – ela arranca o bilhete da geladeira.
Enquanto isso Eva estava na banheira, pensando e tentando sentir o cheiro que sentiu na noite passada. Era algo estranho, ela nunca se apegou a alguém assim como Madeleine, ela se sentia bem ao lado da mulher.
– Cheguei... e com o amido – ela balança a caixinha.
– E o que você vai fazer ?
– Eu vou jogar isso na banheira. – ela despeja.
– Eca !!
– Ainda não acabou, vem cá – ela coloca um pouco nas mãos e passa nas costas da moça.
– A água está engrossando – Eva se remexe na banheira.
– Fique ai por uns 5 minutos, enquanto isso eu vou separar a sua roupas e trocar os lençóis.
– Tudo bem.
– Ah é... tente não coçar.
Depois de 5 minutos Eva sai da banheira e toma uma ducha para tirar o amido de milho do corpo, logo depois ela vai até o quarto onde Madeleine a espera com um frasco de talco nas mãos.
– Ah... chega – ela faz beicinho.
– Vem logo – Madeleine sorri.
Eva deixa a mulher passar o talco e ajuda-la a colocar a roupa, depois ela tomou o chá que Mady tinha preparado.
– Pronto agora espero que você não piore, se não vai ter que ir no hospital.
– Mady...
– Oi ?
– Onde a minha mãe está ?
– Eu não sei. Ela deve estar no mercado, você sabe que a sua mãe agora fazer compras para a casa – ela mente.
– Compras é ? sei... sabe eu amo a minha mãe, mas as vezes parece que ela não liga para mim.
– Por que diz isso ?
– Não é de agora que ela me larga sozinha em casa para resolver assuntos da editora, desde de pequena, ela perdeu o meu recital, perdeu o meu primeiro dente de leite que caiu, quem me ensinou a andar de bicicleta foi o meu pai, aprendi a patinar sozinha, e tudo isso foi enquanto ela estava na editora ou viajando países à fora para a divulgação. – ela fica triste.
– Mas ela fez tudo isso para te dar conforto que hoje você tem, ela te ama e muito, todo mundo vê isso.
– As vezes eu não queria ter esse conforto todo, se eu pudesse escolher entre ter um brinquedo caro e ter a minha mãe perto de mim o tempo todo, eu preferia brincar com gravetos do que ter ela longe de mim.
– Evy...
– Não, tudo bem, eu estou bem, já estou acostumada, meu pai está tão ocupado fazendo não sei o que, que provavelmente esqueceu de mim, mas eu to bem. Obrigada por ficar aqui comigo.
Algum tempo depois, Cora chega em casa. Estressada.
– Oi mãe – disse Eva sentada no sofá assistindo desenho.
– Oi Regina – disse ela.
– Está tudo bem ?
– Sim, tudo ótimo – disse ela mexendo na escrivaninha – Mas onde está essa droga de netbook ! – ela grita.
– Ai – Eva coloca a mão na cabeça – acho que está ali no seu escritório – ela fala se deitando no sofá.
– Mas quem colocou ele lá ?
– Não sei mãe, por favor fale baixo minha cabeça está doendo.
– Eva não torra !
– Mas... – Eva fica quieta.
É certo dizer que Cora não estava bem para conversar, mas ninguém da família sabia, todos menos Eva que percebeu o estado de nervos da mãe. Mas Jefferson estava indefesso de tudo isso. Dois carros estacionam na garagem da mansão. A porta se abre, e a primeira pessoa que entra e Belle, logo depois Graham, Hook e por ultimo Jefferson com a pequena Charlotte.
– Oi Evy – Hook abraça a morena.
– Ei ! Eu estou com catapora.
– Eu já peguei – ele sorri – você está bem ?
– Só estou com uma dor de cabeça do caramba.
– Você vai melhorar.
– Jefferson de quem é essa criança ? – Cora não está de bom humor.
– Então mãe, é sobre isso que eu vim falar com a senhora.
– Diga logo.
Madeleine que estava na cozinha escuta a conversa e vai para a sala, ela vê que o estado de Cora não é dos melhores, e Jefferson está um pouco nervoso.
– Onde está o papai ?
– Está no hospital com a sua irmã, diga logo de quem é essa criança.
Madeleine faz gestos com a mão pedido calma para Jefferson.
– Acho melhor esperar eles chegarem.
– Como quiser, eu tenho que fazer algumas coisas – Cora se retira.
– Mas que bicho mordeu ela ? – Belle pergunta.
– Ela deve estar estressada por causa do trabalho, nada demais – Madeleine olha para Jefferson.
– Podemos conversar ? – ele pergunta.
– Claro – Jeff e Mady vão para a biblioteca – Fica calmo.
– Ela não vai aceitar, viu o jeito dela ? – ele entra em panico.
– Calma, ela só está nervosa, ela vai intender, espera o seu pai.
– Eu não sei... e se eles não aceitarem, o que eu vou fazer sem o apoio deles ?
– Calma, com certeza eles vão tomar aquele baque, mas eles vão intender, seus pais adoram crianças. Respira vai dar certo – ela abraça o rapaz.
Logo Henry chegou com Jack e Ruby.
– Oi... gente, nossa é reunião de emergência ? – ele brinca.
– Quase isso papai – disse Eva.
– Evy amor, você está bem ? Deixe-me ver essa catapora – ele chega perto da filha e olha para as pintinhas vermelhas no rosto.
– Estou bem melhor pai.
– Onde você esteve durante a madrugada ? Procurei você para dar o remédio mas você não estava no quarto.
– Eu dormi aqui na área.
– Ah... desculpe eu não achei você, vamos no médico agora ?
– Não pai, o Jeff tem um assunto para no falar, depois nós vamos pode ser ?
– Claro... Jefferson, pode falar o que é ?
– É então... onde está a mamãe ?
– Eu vou chama-lá. – Graham corre para o quarto, minutos depois os dois descem.
– Pronto estou aqui, agora fala o que é ? tenho muita coisa para fazer. – Cora foi um tanto rude.
– Bom, eu queria que todos estivessem aqui para eu poder apresentar a pequena Charlotte – ele pega a menina no colo.
– Você fez esse Auê todo para apresentar um bebê ? – Cora estava muito impaciente.
– Não é só isso mãe... ela é a minha filha.
– É o que ? – Eva pisca três vezes.
– O que, que ela é sua Jefferson ? – Henry passa a mão na cabeça.
– Ela é o meu bebê...
– Isso é mentira – Cora corta o filho.
– Não mãe, é sério.
– Não, não é, você está brincando, essa menina é filha de algum dos seus colegas e você pegou ela para fazer uma pegadinha...
– Ela é minha.
– Cala a boca Jefferson ! Ela não é sua, você não seria burro o suficiente para fazer isso.
– Ela é minha, eu admito o erro, mas agora não dá para voltar atrás.
– Cade a mãe dessa criança ?
– Ela foi embora.
– Você vai devolver, você não vai ficar com ela.
– Mãe ! – Eva fica espantada.
– Fica de fora Regina.
– Eu não vou fazer isso, eu não vou abandonar a minha filha.
– Você vai devolver essa criança.
– Eu não vou fazer isso ! – Jefferson enfrenta a mãe.
– Então você sai de casa.
– Cora ! – Henry grita.
– Tudo bem, mas eu não vou deixar a Charlotte.
– Mãe, a senhora não pode estar falando sério – disse Ruby.
– Nunca fui tão séria na minha vida.
– É um bebê, e ele é o seu filho, não pode fazer isso – Belle tenta intervir.
– Ele não pensou nas consequências.
– Mãe você não pode fazer isso, não pode abandonar um filho quando ele mais precisa de você. – disse Ruby.
Eva fica revoltada com a reação de Cora, contra o irmão e a sobrinha, e acaba soltando tudo de uma vez.
– Deixa Ruby ! Ela faz isso sempre, porque agora seria diferente ?
– O que disse Regina ? – Cora olha séria para a filha.
– Mãe, a senhora nunca esteve presente na nossa vida, o Jeff errou, mas agora ele está fazendo papel de homem e assumindo o bebê.
– O que você quis dizer com “ você nunca foi presente na nossa vida” ?
– Estou dizendo que você não tem carta branca para julgar os outros pelos erros deles, a senhora nunca esteve presente quando eu mais precisei. Nas minimas coisas a senhora sempre esteve longe.
– Eva ! – Cora grita.
– Não, eu ainda não acabei, se a senhora quer tanto que o Jefferson abandone a Charlotte é porque provavelmente já teve vontade de fazer isso com a gente.
– Regina ! – outro grito.
– A senhora também nunca foi essas coisas todas como mãe então não pode julgar um filho ! – Eva acaba ganhando um tapa no rosto.
– Cale a boca ! – Cora grita.
– Cora ! – Henry entra no meio.
– Está vendo ? A senhora nunca ligou mesmo para mim, prova disso, tive febre durante a madrugada, hoje de manhã ela aumentou e quem me socorreu ? Uma mulher que em pouco tempo fez melhor o papel de mãe do que você !.
Cora avançou em Regina, mas Graham a segurou fazendo com que os pés da senhora ficassem se debatendo no ar.
– Alguém faz alguma coisa ? – Belle pergunta pegando Charlotte dos braços de Jefferson e a levando para fora.
– Eva vem comigo – Madeleine pegou a moça pelo braço.
O clima ficou muito tenso na mansão, Hook e Jack tentaram acalmar Cora, enquanto Graham e Ruby foram para fora ficar com Belle e Charlotte, Henry foi atrás de Jefferson que subiu as escadas para pegar o resto de suas roupas de seu quarto, enquanto Madeleine fazia Eva parar de chorar.
– Eva, vai ficar tudo bem – ela diz e abraça a moça.
– Eu tive que falar isso. – ela chora.
– Eu sei, mas você tem que respeitar a sua mãe, peça desculpas.
– Agora não adianta, eu vou sair daqui. – ela limpa os olhos.
– Onde você vai ?
– Vou voltar para o meu apartamento, o Jefferson vem morar comigo.
– Você não quer esfriar a cabeça primeiro ?
– Não... eu estou bem.
Enquanto isso...
– Jefferson espera ! – disse Henry entrando no quarto do filho.
– Ela quer que eu saia ? Eu saio, eu vou pegar a Charlotte e vocês nunca mais vão nos ver.
– Vamos conversar...
– Conversar o que pai ? Ela já disse logo.
– Ela estava de cabeça quente.
– Quente ou fria, isso não é coisa que se faça nem se diga, você viu o que ela fez com a Evy ? – ele paga uma mochila e começa a jogar as roupas dentro.
– Eu sei, eu vou conversar com ela, mas espera, não é assim, para onde você vai com essa criança ?
– Eu não sei, mas qualquer lugar é melhor do que aqui. – ele desce as escadas.
– Jefferson ! Jefferson ! – Henry vai atrás.
Ao chegar na sala de estar, Jefferson, vai até a cadeirinha de Charlotte retira um pacote e entrega para Cora, e sem dizer nada ele pega a mochila, a cadeirinha e sai de casa. Na mesma hora, Eva passa para o quarto, e na calada ela também pega a mala, e desce.
– Ah não ! Você também não ! Por favor Evy ! – pediu o pai.
– Agora não é hora papai, depois nós nos falamos.
– Mas você está doente, onde vai assim ?
– Eu vou voltar para o apartamento.
E Eva vai embora junto com Hook e Jack. Graham, Belle e Ruby levaram Charlotte e Jefferson para o teatro onde Jeff estava ensaiando.
– Cara você tem certeza ? – Graham pergunta.
– Tenho.
– Podemos achar um lugar melhor – disse Ruby.
– Por enquanto vai ser aqui. – disse ele com a bebê no colo.
– Olha aqui tem 100 dólares, não é muito, mas é tudo o que eu tenho no momento, depois eu mando mais – disse Belle entregando o dinheiro.
– Pega ai mano, tem 75 dólares, não gasta com doces – disse Graham.
– Esse relógio vale 400 pilas, pode pegar – Ruby coloca no pulso do irmão.
– Obrigado gente, mas e a Evy ?
– Ela voltou para o apartamento. – explicou Graham.
– Depois eu vou vê-lá.
Já no apartamento de Jack e Eva... A morena estava no celular com o namorado.
– Evy, eu não estou intendendo nada – disse David.
– Ai Evy, passa pra cá –Jack pega o telefone da mão da amiga – David ? Vem pra cá, estamos no meu apartamento.
– O que aconteceu ?
– Apenas venha para cá.
David pegou o carro e foi até o apartamento da namorada, ele toca a campainha e quem o recebe é Eva que chora ao ver o homem.
– O que foi amor ? – ele a abraça.
– Eu... briguei... co-com a minha mãe – ela relata em meio ao choro.
– O que ? Vem vamos entrar – ele fecha a porta.
Depois de muito esperar a namorada parar de chorar David finalmente consegue começar a intender o que ela dizia entre as lagrimas.
– Espera, deixe ver se eu intendi, o Jefferson tem uma filha, sua mãe não gostou da ideia, e expulsou ele de casa, você entrou no meio da confusão e acabou dizendo coisas que deram motivos para a sua mãe te bater no rosto. Agora o Jefferson saiu de casa, e você e a sua mãe estão brigadas ?
– É – ela limpa os olhos – o que eu vou fazer ?
– Bom... primeiro nós precisamos saber onde está o Jeff, depois você senta para conversar com a sua mãe. – disse ele colocando a jaqueta.
– Onde vamos ?
– Procurar o Jefferson, ele não pode ficar sozinho na rua com um bebê. Eu vi na TV que hoje vai chover forte.
– Espera deixa eu ligar para ele – Eva pega o celular, não demora muito para Jeff atender – Alô ?
– Hey Evy você está melhor ? – Jeff sussurra.
– A preocupação aqui é você, onde você está ?
– Estou bem.
– E a neném ?
– Está dormindo, depois do barulho que teve hoje.
– Fala onde você está, eu e o David estamos indo atrás de você.
– Para que ? Eu preciso aprender a me virar sozinho, Evy agora, eu sou pai – ele sorri.
– Você é pai, e eu sou tia, e além do mais, você continua sendo o meu irmaozinho, por favor. Por favorzinho.
– Estou no teatro.
– Estamos indo te pegar, fique ai !
– Tchau.
Evy desliga e vai com David para o teatro. Jack fica em casa, Hook vai para uma reunião que marcou com Phillip. A moça escuta a campainha e vai abrir a porta. Madeleine parecia querer conversar. E a conversa seria longa.
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