Ilha da Diversão

Saudades de casa


Bill e Tom caminharam em direção ao cais para passear de barco. Enquanto isso, Georg e Gustav inventaram de fazer uma competição de quem servia mais rápido. Quando a competição começou, Georg saiu correndo e tropeçou no pé de uma pessoa, fazendo com que ele caísse em cima da mesa e derrubasse a bandeja que continha salgados em cima de um homem que estava nesta mesa.

— Olha o que você fez, cara! Cuidado! — exclamou o homem tomando um susto com o que acabara de acontecer.

— Me desculpe! — disse Georg sem graça, de bruços sobre a mesa.

— Está tudo bem Georg? — Gustav o levantou pelo braço, com um pouco de vontade de rir.

— Está sim. E vê se para de rir — disse, dando um leve empurro no ombro de Gustav, vendo que esse tinha começado a rir.

Do barco, Bill e Tom avistaram a cena.

— Ih, olha só! O Georg pagou o maior mico! — Bill ria bastante.

— O Georg é o campeão dos micos! Lembra aquele susto que ele levou com o cavalo? — lembrou Tom dando risada.

— Claro que lembro! — disse Bill.

O monitor foi até Georg e Gustav.

— Você está bem, Georg?

— Estou sim.

— Tome mais cuidado.

— É claro que isso ia acontecer uma hora, eles estavam servindo feito dois foguetes ambulantes! — exclamou o homem que fora atingido por Georg.

O monitor escutou o homem e virou para Georg e Gustav.

— Eu quero que o atendimento seja rápido e eficaz. Mas também não precisa ser como uma competição. — Franz riu um pouquinho. — Por favor Georg, limpe a sujeira que causou. E Gustav, volte a servir.

Georg começou a limpar a bagunça.

— Mas que festa chata! Não aguento mais ficar servindo! — murmurou irritado para si mesmo.

Enquanto Gustav servia, avistou Bill e Tom chegando. Assim que chegaram foram falar com ele.

— Nós vimos de camarote tudo o que aconteceu! — brincou Bill.

— Foi engraçado. Ele está lá agora limpando, só não estou ajudando porque agora tenho que ficar servindo — respondeu Gustav com uma bandeja na mão.

Passou uns minutinhos e Georg terminou de limpar a bagunça e se juntou a eles.

— Eu e o Tom tivemos uma ideia enquanto estávamos no barco — argumentou Bill. Falta pouco para a festa da concha acabar, e achamos que tem que terminar com estilo! Queríamos fazer um concerto acústico aqui na festa. Como vai ser acústico, vocês ficam de backing vocal. O que vocês acham?

— Concordo com a ideia, já estou muito irritado com esta festa — comentou Georg.

— Eu também, não aguento mais segurar essas bandejas — disse Gustav.

O monitor avistou Bill e Tom e foi até lá. Não questionou sobre a demora dos mesmos porque voltaram em um tempo considerável de pausa.

— Nós queríamos falar com você — disse Bill para Franz.

— Pode falar.

— Você poderia nos liberar para fazermos um mini concerto até o final da festa?

— Bom... — Franz olhou para o movimento da festa e viu que estava um pouco calma. — Tudo bem. Vamos colocar almofadas para o pessoal sentar.

— Você é o melhor monitor, obrigado! — Bill disse agradecido.

— De nada! — Franz sorriu.

Franz anunciou o concerto para as pessoas.

Os meninos sentaram em almofadas. Começaram o repertório com Automatisch. As pessoas ficaram sentadas sentindo a voz de Bill calma ao som do violão tocado por Tom e acompanhando os backing vocals de Georg e Gustav. Depois escolheram algo mais lento como Rette Mich, Zoom, Heilig. Para o pessoal dançar, apresentaram Wo Sind Eure Hände, Schrei, Leb’ Die Sekunde e Hey Du. Também apresentaram algumas músicas em inglês, sendo essas, Ready, Set, Go!, On The Edge, Don’t Jump e Break Away.

Quando o concerto terminou, as pessoas saíram maravilhadas de lá. A equipe responsável pela festa da concha começou a retirar o cenário da festa. O monitor fazia algumas anotações na prancheta para depois falar com os meninos sobre o resultado do trabalho voluntário prestado. Quando olhou para o lado, os meninos estavam literalmente desmaiados em cima das almofadas. O monitor teve um pouco de pena por ter visto esta cena.

— Bill, Tom, Georg, Gustav. — Sacudiu um de cada vez. Como eles dormiam profundamente, teve que sacudir mais outras vezes. Até que acordaram.

— Desculpem acordar vocês, mas eu preciso falar a respeito do trabalho voluntário que prestaram.

— Diga — disse Bill bocejando.

O cansaço era tanto que escutaram o monitor falar do jeito que estavam, deitados e piscando bastante para não dormir novamente.

— Apesar de ter acontecido algumas coisas atrapalhadas, digamos assim, vocês trabalharam bem. O mini concerto acústico foi realmente incrível, o pessoal adorou! E, agora, temos que levantar para voltarmos para a delegacia.

— Ah não, por favor Franz! Deixa a gente ir para a minha casa! — suplicou Bill.

— Eu não posso, vocês terão outro trabalho voluntário amanhã — respondeu Franz.

— Por favor Franz, aquela cela é horrível! Por favor!

Franz ficou um pouco em silêncio pensando. Até que Bill conseguiu convencê-lo.

— Tudo bem. Como vocês se comportaram, eu posso falar com o delegado.

— Eba, obrigado novamente! — agradeceu Bill.

— Então levarei vocês até a sua casa. Agora vamos logo porque está esfriando.

Bill disse o endereço da casa e depois entraram no carro. Os meninos dormiam no caminho.

— Mas não é arriscado deixar eles irem para casa? Eles podem fugir para não fazer o outro trabalho voluntário — disse o motorista para Franz.

— Eles não vão fugir, pois pediram para deixar eles irem para casa justamente porque não aguentam mais ficar na cela. Você acha que eles iriam querer voltar? E também nem é por isso. Por mais que eles sejam bagunceiros, eu confio neles.

— Ah sim, é verdade. — respondeu o motorista.

[...]

Meia hora se passou, o carro parou em frente a casa de Bill. Franz os acordou.

— Tchau meninos, comportem-se hein!

— Pode deixar — respondeu Bill sorrindo.

Os meninos saíram do carro e entraram correndo na casa.

— Como estava com saudades da minha casinha! — disse Bill.

— É verdade — concordou Georg.

— Coisas atrapalhadas que o monitor disse, hein — Tom olhou para os demais.

— Ele nem sabe dos bastidores! — disse Gustav rindo.

Todos riram.

Os meninos se aprontaram para dormir. Quando deitaram, simplesmente desmaiaram de sono por conta do cansaço do trabalho voluntário.