Era claro que estávamos a fim um do outro, até eu conseguia ver isso – ficou mais simples depois que ela me perguntou se eu não a convidaria para sair. Entretanto, tinha dificuldade em ascender de “estamos-conversando-amigavelmente” para “estou-desesperadamente-procurando-uma-chance-para-te-beijar”.

Para começar existia uma mesa entre nós, xícaras de café que eu certamente derrubaria e a frase:

– Tenho que ir... Trabalho. – Disse, acho que resignada.

– Você trabalha?

– Você achou que eu dançava o dia inteiro em meu Sári à espera do marido que papai vai me arranjar? – Ergueu uma sobrancelha.

Fiquei momentaneamente tenso. Parvati viu e gargalhou.

– Me acompanha até a porta?