If I Lose Myself
A culpa é das estrelas
Piper andava apressadamente em direção ao refeitório quando trombou de frente com alguém.
-Desculpa – disse ela rápido sem nem olhar para a pessoa.
-Mclean, sempre a lerda – debochou Reyna.
-Ah, então foi em você que eu trombei? Que pena, devia ter te empurrado de uma vez querida.
-Por falar nisso o que foi aquela ceninha de quinta ontem na festa? Prefere morenos? Acho que não Piper, você só está cansada de ser sempre a segunda opção dos meninos – respondeu Reyna saindo do caminho da garota e voltando a andar sorrindo, mas Piper não a deixou ir – Vamos ver, eu namorei o Leo e o Jason primeiro, e quando eles já não me tinham mais foram correndo pra você, um prêmio de consolação.
- Você já percebeu o quanto é idiota? – começou Piper – O Leo te amava e você o trocou pelo Jason só porque queria se vingar de mim. Você perdeu a amizade dele por uma coisa ridícula. E prêmio de consolação? Pelo menos eu ainda sou amiga deles e vou continuar sendo porque eu não sou uma menina infantil que nem você.
-Não acredito que um dia você já foi minha amiga – respondeu Reyna ainda chocada com as palavras da garota.
-Pois é, isso só prova o quanto mau gosto eu tinha no passado.
Leo e Jason chegaram no meio da discussão mas não conseguiram interferir em muita coisa. As duas meninas se encaram mais uma vez e saíram para lados opostos. Leo pensou em ir atrás delas, mas sabia que ambas precisavam pensar. Jason enfiou as mãos no bolso sem coragem de encarar o amigo. A cada minuto ele descobria que era o responsável por coisas ruins da vida dele e mesmo assim Leo sempre estava do seu lado quando ele precisava.
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O sábado começou nublado e antes do meio dia uma grande tempestade veio obrigando os alunos a se divertirem na parte de dentro do colégio. Travis e Katie estavam deitados na cama da garota sozinhos no quarto conversando.
-O Connor está completamente a fim da Miranda. Não para de falar dela nem por um minuto.
-Também acho que a minha prima gosta dele, vou ter que dar um empurrãozinho pra isso dar certo.
-Pois é, o meu irmão é muito lerdo com esses assuntos – respondeu Travis e Katie gargalhou – O que é?
-Isso é mal de família né? – começou ela – Porque o senhor demorou quatro anos pra dizer que gostava de mim.
-Nosso caso é diferente, eu achava que você me odiava Gardner
-Como se você me desse outra escolha Stoll, você só sabia implicar comigo.
-Ok, você venceu amor – respondeu ele por fim dando um beijo na testa da namorada.
-O que você acha que vai acontecer com o triangulo amoroso? – perguntou Katie e Travis a olhou confuso – Jason, Piper e Reyna.
-Tá mais pra quadrado amoroso né? Leo, Jason, Piper e Reyna – o garoto pensou mais um pouco – Mas pode até ser um pentágono se a gente colocar a Bianca ali no meio.
-Ainda acho que alguém vai sair machucado nisso tudo.
-Você acha? Eu tenho certeza – respondeu Travis.
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Percy jogou o livro de matemática em cima da mesa enfurecido. Nenhuma daquelas letras e números faziam sentido pra ele. Annabeth costumava ajudá-lo, mas a partir de agora o garoto teria que se virar sozinho para conseguir passar de ano. Depois de dez minutos frustrantes em que Percy tentava fazer as equações entrarem em sua cabeça o garoto se irritou e se jogou na cama bufando. Ficou ali de olhos fechados e quando já estava quase pegando no sono escutou seu celular tocar.
-Alô – disse ele sem nem ver quem era.
-Er... oi Percy – disse Annabeth envergonhada do outro lado da linha.
O garoto deu um pulo da cama. Não esperava que Annabeth fosse ligar.
-Ah, oi Annie.
A linha ficou em silêncio por alguns segundos.
-Annabeth? Tá ai?
-Aham – respondeu ela com apenas um sussurro.
Percy sorriu. Ele sabia que ela só fazia isso por um único motivo.
-Tem uma aranha ai?
-Aham – respondeu ela com medo.
Percy começou a ir em direção ao quarto da menina, mas mesmo assim não desligou o telefone. Ele sabia que a garota tinha fobia de aranhas e tentou acalmá-la ainda pelo celular. Abriu a porta sem bater e encontro Annabeth toda encolhida em cima da cama. Olhou para a parede e encarou o pequeno bicho.
-Pode abrir os olhos Annie, eu já matei.
A garota abriu os olhos ainda receosa, mas mesmo assim ela estava vermelha de vergonha. Percy sorriu.
-Não precisa sentir vergonha – disse ele e a garota relaxou um pouco – Bom, vou indo tentar estudar matemática. Qualquer coisa me ligue.
Quando o garoto já estava fechando a porta Annabeth o gritou de volta.
-Quer ajuda? – perguntou ela.
Percy sorriu e aceitou a ajuda de bom grado. Annabeth disse que não era necessário o garoto buscar o livro no quarto, já que eles poderiam usar o dela. O garoto sentou na berrada da cama e tentou se focar apenas nos livros, mas a todo momento seus olhos se encontravam com os da loira e ambos se sentiam envergonhados.
Percy encarou o corpo da garota e sentiu um calor subir por seu corpo. Ela usava um curto short e uma blusa de moletom. Os cabelos presos em um coque com vários fios soltos e com seus óculos de graus, que ela raramente usava já que preferia as lentes de contato.
Sem pensar muito nos seus atos Percy retirou o livro das mãos da garota e colocou-o de lado. Annabeth o olhou surpresa. Ele chegou mais perto para poder tocá-la. Retirou os óculos da garota e acariciou sua bochecha de leve. Annabeth devia tê-lo parado, mas não disse nada, apenas deixou Percy fazer o que quisesse. Ele fez Annabeth se deitar e ficou em cima dela. Tirou rapidamente o moletom da garota revelando uma blusa azul claro sem mangas. Annabeth rapidamente jogou a camisa de Percy para longe e admirou os músculos do garoto. A garota soltou um gemido quando ele apertou suas coxas enquanto beijava seu pescoço. Eles inverteram as posições e Percy aproveitou para retirar de vez a blusa da garota deixando-a apenas de sutiã. Annabeth sorriu marota e traçou um caminho de beijos em Percy saindo de sua boca até sua barriga. Mas então ela parou e Percy protestou. A garota o olhou marota se levantou da cama vestindo suas roupas novamente.
-Annabeth? – perguntou Percy indignado.
-Você veio aqui estudar matemática Percy, e isso não é estudar.
-Não tem problema, a gente muda pra biologia e vem aprender reprodução – respondeu ele malicioso.
Annabeth gargalhou, mas ainda sim lhe deu um tapa.
-Se você for um bom aluno eu posso te recompensar no final – respondeu ela arranhando as costas do garoto.
-Você não era assim quando a gente namorava – disse ele encarando a loira.
-Assim como?
-Toda maliciosa – disse ele – se eu soubesse que era só terminar com você teria feito isso antes.
-Idiota – respondeu ela ainda rindo – Mas isso é errado Percy, a gente terminou.
-É errado, mas ainda sim é gostoso, admita Annabeth Chase, você está morrendo de saudade do meu corpo nu só pra você.
Annabeth acertou uma almofadada na cabeça do garoto.
-Vamos fazer assim, a cada problema de matemática que eu acertar você tira uma peça de roupa.
-Percy, você veio aqui estudar.
-Mas nós vamos estudar, isso é só um incentivo extra Annie.
Por fim a garota aceitou a ideia. E Percy foi um aluno bem aplicado, pois não errou uma pergunta se quer.
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Piper pagou o taxista e saiu do carro andando em direção a praia deserta.Era fim de tarde e o sol se punha. Ela estendeu a toalha na areia e se sentou. Passou protetor solar e se deitou. Ela saiu do colégio sem avisar ninguém para onde ia. A garota só queria passar um tempo sozinha. Mas ela acabou pegando no sono e acordou com a voz de alguém a chamando.
-Piper, acorda pelo amor de Deus.
Ela abriu os olhos e tentou focalizar a pessoa a sua frente.
-Jason? O que você tá fazendo aqui?
-O que eu to fazendo aqui? Bom, digamos que são duas da manhã e a escola toda está atrás de você, nada de mais – respondeu o garoto irritado
Piper arregalou os olhos. Ela não tinha planejado dormir tanto tempo.
-Eu peguei no sono – disse ela envergonhada
-Percebi.
-Como me achou?
-Só rastreei o sinal do seu celular.
Os dois ficaram em silêncio. A lua estava linda no céu e o único barulho ali eram os das ondas no mar.
-Aqui é bonito – disse ele quebrando o silêncio.
-É, meu pai costumava me trazer aqui quando eu era pequena, mas agora ele não tem mais tempo pra mim.
-Pode até não ter tempo, mas quando ele soube que você tinha sumido só faltou contratar o FBI pra te achar – disse Jason e Piper soltou um leve risinho – Vem, vamos embora.
Os dois foram até o carro do garoto e ficaram a maior parte da viajem calados, até que Jason parou o carro no acostamento.
-Que foi? – perguntou Piper preocupada.
O garoto não disse nada, apenas a puxou para mais perto e a beijou ferozmente. Piper levou as mãos até os cabelos loiros do garoto enquanto Jason a puxava para seu colo. Mas Piper parou o beijo de repente.
-Não, Jason isso é errado, você namora a Reyna... – mas o garoto a interrompeu
-Ela terminou comigo hoje.
-Que? – perguntou Piper chocada – E agora você vem correndo atrás de mim, como um prêmio de consolação? Você é um idiota Grace.
-Você não entende Piper, eu sempre senti algo por você, mas eu não podia terminar com a Reyna.
-Por que não?
Jason mordeu o lábio inferior preocupado.
-Não posso te dizer. – começou ele e Piper saiu do carro descrente da desculpa do garoto. Ele foi atrás dela – É sério Piper, você tem que acreditar em mim.
-Tchau Jason – gritou ela sem olhar pra trás.
A escola já estava a vista e Piper foi correndo tentando segurar algumas lágrimas e pedindo ao máximo para que Jason não fosse atrás dela.
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O domingo foi monótono e sem vida, assim como estava sendo aquela manhã de segunda-feira.
Piper tentava prestar atenção na aula de redação, mas estava quase dormindo.
-Quero alguém para ler a redação que eu mandei você fazerem sobre algum livro que mudou sua vida – disse a professora, mas nenhum aluno se pronunciou – Ok, então eu escolho senhora Garcia, pode vir.
Reyna arregalou os olhos quando viu a professora chamar seu nome. Ela foi até a frente da sala e encarou os alunos. Suas mãos tremiam e suavam. Piper a olhou intrigada. Reyna era uma líder nata, e nunca teve medo de falar em frente a uma platéia.
-Eu fui até a livraria em busca de alguma leitura interessante para o momento em que eu estava vivendo – começou a garota – Até que uma linda capa azul com algumas nuvens me chamou atenção – ela faz uma pausa e respirou funda – A Culpa é das estrelas. Hazel é uma garota de 16 anos. Sua vida está ligada a um tubo de oxigênio e a uma droga revolucionaria que detém a metástase em seus pulmões. Em simples palavras, ela tem câncer, e pode morrer a qualquer momento – Reyna começou a ficar branca e se apoiou no quadro atrás de si.
Quando Piper deu por si todos já estavam em volta da garota que ainda permanecia acordada, mas parecia prestes a desmaiar. Seu olhar se encontrou com o de Piper e a garota apontou a cabeça para a redação que tinha caído de baixo da mesa da professora. Piper a olhou confusa, mas não pode perguntar nada já que os alunos começaram a levá-la a enfermaria. O resto dos alunos foram dispensados, mas Piper permaneceu lá para pegar o papel. A garota ainda se perguntava o que de tão importante aquilo tinha e resolveu terminar de ler o texto. Ao terminar sentiu um enorme aperto no coração.
Esse livro me ensinou várias coisas, mas eu me senti ligada a protagonista porque nós temos uma coisa em comum, eu também tenho câncer.
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