Capítulo único

Sono aoku kooru hitomi
Kono mune ni dakishimetai
Nakushita, kono yuuki wo
Omoidashite once again

– “Aqueles olhos...como queria que olhassem para mim...já perdi minha coragem, ele não se lembra do quando disse que o amava!” – Misao estava na porta do templo olhando para seu amado Aoshi.

Tooi senaka oikaketa
Tsukikage ni kakureru
Ikari, ienu kanashimi
Hitori-jime suru no...

– “Ela está lá novamente, lembro-me que ela disse que me amar, de todo seu coração mesmo que eu tendo um passado nas sombras. Ela deve começar a me odiar quando a trato assim, guardando meus sentimentos...” – Aoshi percebe a energia de Misao.

Kurai mori, samayou
Murasaki no kizuato
Yoru ni matataku ryuusei
Mitsumete iru Ice Blue Eyes

– “Aoshi...você não me vê? Esses olhos azuis gelados...não enxergam meu amor que é tão grande...só queria que me amasse!” – Misao contempla o céu, pensando se um dia aqueles olhos a aceitariam.

Sono aoku kooru hitomi

Kono mune ni dakishimetai

Nakushita, kono yuuki wo

Omoidashite once again

– “Aoshi, por que não larga esse templo idiota e vem comigo? Lembre-se que eu sempre te amei...”

– “Misao...minha doce Misao, como eu te desejo, mas não posso arrastar você para uma vida tão cheia de crimes como a minha...”

Sono kizu no itami taezu

Oogoe de naite ii no

Atataka na, namida wa

Koori, tokasu harvest rain

– “Meu peito doí, por sempre ter me deixado para trás, Aoshi...você nunca percebeu minha dor? Queria que beijasse minhas lágrimas quentes nas muitas noites em que elas desciam pelo meu rosto. Será que elas derreteriam o gelo do seu coração?”

Misao aperta a mãos em suas pernas, ela se curva e tenta aquietar seu coração, mas lágrimas fogem de seus olhos esverdeados e molham o chão do templo.

– “Misao, eu estou preso e não consigo arrebentar as correntes da minha alma, enquanto eu estiver assim em eterna penitência por tudo que já cometi de errado, não posso alcançar você...”

Aoshi não conseguia mais se concentrar em sua meditação, a imagem de Misao era constante em sua mente e a presença dela ali só dificultava as coisas para o ex okashira.

Watashi matte ´ru...

– “Aoshi, estou esperando você!”

– “Misao...”

Tsuyosa dake motomete ´ta

Hito, kogasu tsumetasa

Hokori sute, nikushimi de

Kono toki, tomeru no...

– “Misao, como posso alcançar você? Quanto tempo ainda preciso aguardar para conseguir me libertar e tocar seu delicado rosto com as minhas mãos? Não...não tenho esse direito, minhas mãos são sujas...”

– “Desde que me deixou, um tenho um espaço no coração...mesmo com sua volta e podendo te ver sempre esse vazio se torna ainda mais dolorido...preciso do seu amor, Aoshi!”

Ashita negau, tatakai

Yume mamoru, senshi yo

Yami ni nigekomu kokoro

Tsuremodoshite don´t look back!

– “Se precisar, eu enfrento uma batalha pelo seu amor, destruirei o que te prende Aoshi! Serei a lutadora que defende o amor...fique comigo Aoshi e não olhe para trás!”

– “Misao, será que sua luz me alcança? Terei meus sentimentos enfim libertos? Misao, te amo...meu coração acelera e anseia para ficar perto do seu...”

Sono kodoku, ikari, sakebi

Watashi ni mo kanjisasete

Hontou no kono yuuki wo

Torimodoshite once again

De repente começa uma leve chuva de verão, rala. Aquela chuva lava as lágrimas de Misao que determinada não desistiria de Aoshi, mesmo que levasse sua juventude, sua saúde ou mesmo sua vida.

– “AOSHI! PRECISO DE VOCÊ!” – Misao gritava por dentro.

Sono kooru, hitomi, tokashi

Kono mune de, namida nuguite

Atataka na namida wa

Koori, tokasu harvest rain

Aoshi percebe a chuva e preocupado se levanta e caminha em direção à entrada do templo, ele encontra Misao começando a ficar com as roupas muito molhadas pela chuva.

– Misao, não fique não assim na chuva! Vai adoecer. – Aoshi tinha a mesma expressão costumeira, algo indecifrável.

– Aoshi...você me ama? Espero que essa chuva derreta o gelo do seu coração!

Aquelas palavras acertam Aoshi como uma katana e rasgam sua alma, não havia mais como se segurar diante de Misao por mais que ainda se sentisse impróprio para ela. A menina se joga em seus braços.

Watashi matte ´ru...

– Permaneço esperando você, Aoshi. – Ela diz apoiando a cabeça no peito dele agora.

– Misao...me desculpe por fazer você esperar por tanto tempo... – Aoshi levanta o queixo da garota e a beija. – Eu ainda não estou pronto, me sinto preso ao passado, mas quero tentar ao lado reencontrar a paz que perdi...

Aoshi a abraça fortemente e permanecem assim ignorando aquela chuva que era a única testemunha do que acontecia ali, o encontro de dois corações que permaneceriam juntos para sempre.