INTRUSA EM THE MAGICIANS

Capítulo 11 - Welcome to the world of the Gods


Por um instante, a dor desapareceu e uma onda refrescante lhe atingiu, trazendo alívio imediato. Respirou fundo e abriu os olhos, pronta para encarar o teto da enfermaria de Breakebills, para sua surpresa, encarou Loki, sua aparência estava diferente, era uma que apreciava, mas do que a cobra, Tom Hiddleston, caracterizado como Loki.

— Confesso que aprecio essa aparência, tem mais classe. – Piscou a morena para o Deus da trapaça.

— Seu bom humor continua forte, mesmo depois da perda de um pedaço de sua alma, que bom. – Sua expressão estava séria.

— Tem algo errado não tem? – Suspeitou Elena.

— Odin colocou mais poder em sua marca. – Contou Loki. – Mais do que seu corpo fortalecido pode aguentar, deve ser porque você mutilou uma guerreira dele. Vingança é uma atitude normal.

— Eu vou morrer? – Perguntou a maga sem expressão.

— Vai.

— E o que você vai fazer a respeito? – Arqueou a sobrancelha aguardando a resposta do trapaceiro.

Loki sorriu.

— Nada. – Respondeu o Deus, deixando a maga confusa.

— Como é? Se eu morrer você não terá o que quer.

— Me dê o que eu quero e eu salvo sua vida. – Respondeu Loki despreocupado.

A face de Elena ficou vermelha de raiva, sentia seu corpo fervendo, embora dentro do mundo dos sonhos, as dores eram menores. Respirou fundo e tomou a decisão mais arriscada que poderia fazer.

— Não, você passou muito tempo me preparando para esse momento, e duvido muito que queira investir mais tempo para preparar outra pessoa para assumir o meu lugar. – Deu um sorriso provocante, esperando que seu blefe desse certo.

— Está blefando!

— O assassino da sua esposa se distancia cada vez mais, quer perder mais tempo? – Aquele jogo era perigoso, mas estava gostando.

A dor voltou como um tapa na cara. Loki não havia gostado do seu atrevimento e a dispensou de volta para seu inferno e não havia nada que pudesse fazer além de gritar.

***

Alunos se machucavam a todo o momento por causa das magias que usavam, por isso que Breakebills pediam aos alunos que assinassem um documento que tirava a responsabilidade do mau uso da magia. A situação de Elena Haining, era incomum em todos os aspectos, não havia magia conhecida que provocava os sintomas que ela apresentava.

Ao ser levada para enfermaria, foi colocada em um dos leitos para a enfermeira responsável a examinasse, em poucos minutos as veias da maga estavam douradas, como se fossem ouro líquido. Sua magia começou a se manifestar, criando terremotos e uma tempestade, quando o primeiro trovão foi ouvido, a maga gritou, não havia enfermeiros e doutores que pudessem explicar o que estava acontecendo, tudo o que podiam fazer era se protegerem e protegerem seus alunos. Breakebills não estava segura e Elena Haining não podia ser contida.

Sangue dourado escorria das narinas, olhos e ouvidos da maga, que gritava sem parar em quanto tentava inutilmente retirar a marca de seu corpo, a mesma mudava de forma e uma nova cobra se unia a ouroboros.

O Heitor Fogg, junto de cinco professores tentava inutilmente criar uma barreira de magia para conter a maga.

Elena abriu os olhos e riu da sua própria desgraça, ou foi o que os professores acreditavam, sua face manchada era bonita e assustadora.

— O tempo está passando – Cantarolou Elena com o tom debochado. – Quanto tempo está disposto a esperar, hein?

— Com quem ela está falando? – Perguntou Fogg em voz alta.

— Isso lá importa? – disse a professora Lipson, a enfermeira da universidade.

Uma grande rachadura se abriu no teto, e uma luz violeta escapou por ela, junto de uma esfera azul.

— Isso é coisa dela também? – Perguntou a professora Lipson.

— Não! Isso é uma invasão! – Gritou Fogg desfazendo a formação.

A luz desceu do teto, e dela se formou uma mulher, de cabelos platinados e vestindo um sobretudo negro e usando uma calça jeans boca de sino. Assim que caiu em cima de Elena Haining, Heitor lançou uma linha vermelha de magia contra a invasora, que ricocheteou em suas asas de cristal, que apareceram para a proteger contra magia hostil.

— Você é uma garota de sorte. – Disse a invasora enquanto forçava um conteúdo dourado pela boca da Haining com uma mamadeira. – Bem, nem tanto, minha passagem de espécie foi menos agressiva, mas olha o lado bom, agora você tem o poder que procurava.

Quando Elena bebeu todo o conteúdo da mamadeira, a invasora e a maga sumiram em um piscar de olhos, e a rachadura desapareceu.

A dor em seu peito continuava, mas agora não parecia que estava sendo rasgada ao meio, o que era muito bom, podia respirar melhor.

— Já tomou seu fôlego, agora cumpra o acordo! – Rosnou Loki.

Elena olhou para os lados, observando as paredes de pedra da caverna. No teto em meio as estalactites, estava uma serpente gigante, que deixava seu veneno pingar no rosto do Deus da trapaça. – Arregalou os olhos não acreditando no que via, a empregada que havia humilhado na mansão de Chatwin estava lá segurando uma vasilha de metal, impedindo do veneno atingir o rosto do Deus.

— Ainda sinto dor! – Reclamou em quanto apertava a camisa em cima da marca.

— Faz parte do processo, anda logo! – Gritou o Deus, impaciente.

— Que processo? – Gritou de volta.

Em meio à discussão, a maga se preparava para criar lâminas de raios com suas mãos.

— Você é mais inteligente do que isso, Elena.

— Do que ele tá falando? – Perguntou Elena para a mulher das asas de cristal.

— Lembra-se quando eu disse que estava em transição de espécie? – A maga balançou a cabeça em sinal de concordância – Pois bem, de humana você vai para Deusa, graças ao selo marcado em sua pele, a magia extra de Odin e a maçã de Iduna. Agora nos faça o favor de libertar Loki, tenho que chegar em casa antes da minha tutora, não to afim de explicar para ela que estava trabalhando para o Deus da trapaça.

Com a cabeça a mil, Elena deixou os raios correrem pelos seus braços e em dois movimentos os fez esticarem como um chicote e partiu as amarras do Deus.

— Finalmente. – Riu Loki com alegria e satisfação.

— Você ainda esta devendo a minha muda. – Lembrou Elena se apoiando nas paredes da caverna, sua visão estava ficando embaçada e seu corpo parecia estar sendo consumido por fogo.

— Lhe darei quando se lembrar de me cobrar. – Com o auxilio da empregada, o Deus deixou a pedra que estava deitado.

Elena arqueou a sobrancelha confusa com a resposta lhe dada.

— Você vai entender mais tarde. – Disse a mulher ao seu lado. – Agora você deve passar pelo processo.

A mulher de cabelos platinados colocou sua mão aberta no peito da maga e lhe empurrou para trás, jogando-a para dentro de uma fenda que a levaria para Fillory.

— Serviço concluído. – disse a loira para o deus – Minha divida com você foi paga, mas isso não nos impede de trabalharmos juntos no futuro. – Sorriu com malicia.

— Você amadureceu tanto, Alison – Sorriu Loki.

— Você nem imagina.

Alison dirigiu seus olhos para a serpente no teto, e criou um cristal com sua mão e lançou contra a criatura, atravessando a sua boca.

— Boa sorte com sua vingança. – Desejou a mulher antes de partir para seu mundo em uma fenda no chão.

Quando Elena Haining voltou para Fillory, seu corpo foi dominado por uma luz dourada que brilhava intensamente, e em uma única explosão a luz se libertou como uma onda, causando uma devastação a sua volta. A luz desapareceu, deixando a maga, agora Deusa, de pé dentro de uma cratera.

Sua cabeça pesava, e isso lhe parecia muito estranho, tateou para descobrir a causa do seu desconforto e sentiu algo saindo das laterais de sua cabeça.

— Chifres? – Se perguntou confusa. Seus olhos curiosos observaram o ambiente que se encontrava, mas nada na paisagem lhe parecia familiar, tentou puxar qualquer memória de sua cabeça, e nada vinha, só lembrava o seu próprio nome, Elena.

Suspirou frustrada, e decidiu só sair daquele buraco no momento, em um piscar se viu do lado de fora, um simples pensamento lhe teletransportou para onde queria.

— Interessante... – Sorriu com malicia.

Em cinco minutos de caminhada em busca de uma civilização, encontrou um homem de pele escura, vestido de preto que barrava seu caminho. Encarou esperando que o mesmo desse passagem, mas isso não aconteceu, ao invés disso, ele se pronunciou.

— Bem vinda ao mundo dos Deuses, jovem Elena.

— Eu lhe conheço? – Perguntou curiosa.

— De certa forma, sim – Respondeu com o cenho franzido. – Indiretamente.

— Então poderia sair da minha frente? – Pediu Elena.

O homem riu.

— É perigoso uma deusa recém-nascida ficar sozinha, ainda mais no seu estado.

Elena inclinou a cabeça confusa.

— Você não se lembra agora, mas quando era uma simples mortal, você se desfez de uma parte de sua alma, conhecida como espectro. – Explicou, deixando a jovem Deusa ainda mais confusa, nada que ele havia dito lhe fazia sentido. – Por isso eu vim, para te devolver.

Uma luz vermelha brilhou na mão direita do homem, em um movimento lento fez seus dedos tocarem a pele da jovem Deusa, em cima de seu coração, a luz deixou a mão do homem e foi para o corpo de Elena, e em um turbilhão, seu corpo foi invadido por um misto de emoções, tristeza, amor e raiva. De seus olhos saíram lagrimas, estava de luto de algo que não sabia.

— Considere como um presente e um alerta. – Disse o homem. – Se ela aparecer no meu reino novamente, de lá ela não sai.

— Quem é você? – Perguntou com a voz embargada.

— Hades.

O homem desapareceu de sua frente, como se nunca tivesse estado lá.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.