Flavinha acordou no dia seguinte com os raios de sol que insistiam em bater em seu rosto. Mesmo acordada, ela ainda mantinha os olhos fechados. Preguiçosa, esticou os braços, alongando o corpo, o que fez com que o lençol em seu corpo abaixasse um pouco e revelasse o corpo nu. Ela abriu os olhos assustada, se dando conta de sua nudez e de onde estava. Começou a se lembrar da noite anterior. O jantar, a conversa no estúdio, o beijo, o convite para subir até o quarto da Vanessa e; ela barrou o pensamento, segurou o lençol no corpo, se sentando na cama. Olhou em volta e viu que estava sozinha no quarto.

— Van? – chamou e não obteve resposta – Vanessa? – tentou novamente em vão.

Colocou a mão no lugar onde a ruiva havia dormido e o sentiu gelado, sinal de que Vanessa já havia se levantado a um bom tempo. Sem escolha, ela se levantou ainda enrolada ao lençol, e foi até o banheiro. Deixou a água quente cair sobre seu corpo o relaxando. Ficou ali cerca de 10 minutos e então saiu, vestindo uma roupa que pegou no guarda-roupa de Vanessa e lhe serviria. E então desceu para o estúdio, onde deu de cara com Giselle, que estava sentada, olhando algo no notebook.

— Bom dia, Gi! – disse sem jeito por achar que a outra pudesse perceber que ela passou a noite ali.

— Bom dia! Achei que não viesse hoje. – sorriu pra amiga.

— E porque eu não viria?

— Vanessa e Marina saíram cedo hoje. Minha mãe veio conversar com a Marina e em seguida as duas saíram. Marina disse que poderia demorar e como não tinha ensaio marcado pra hoje nem nada, nos deu o dia de folga. – terminou de dizer deixando o notebook de lado – Não te ligaram, nem mandaram mensagem?

— Sabe que eu nem sei onde deixei meu celular? – riu sem graça – Devo ter esquecido aqui ontem. – voltou a olhar Giselle – Mas então elas saíram juntas? Sabe pra onde foram?

— Disseram que iam dar uma volta. Sem detalhes... – Giselle percebeu que a expressão de Flavinha mudou, parecia desapontada, triste talvez. – Por quê?

— Não, nada... Só queria saber. – sorriu – Vou pegar minhas coisas e ir pra casa então.

— Pegar suas coisas?

— Que eu esqueci aqui ontem. – disfarçou.

— Ah tá... Topa um cineminha? – Giselle disse animada.

— Tá. Tá, claro, pode ser.

Mil coisas passaram na cabeça de Flavinha naquele momento. Como Vanessa a deixa sozinha na cama e sai com a Marina depois delas terem passado a noite juntas? Foi apenas coisa de uma noite? Vanessa estava bêbada quando aconteceu? Não, não estava. Resolveu parar de pensar no assunto e foi pegar suas roupas, colocando-as na bolsa e indo de volta ao estúdio encontrar Giselle que a esperava.

Do outro lado da cidade, Vanessa e Marina estavam dentro do carro em um posto de gasolina.

— Pelo amor de Deeeeus, o curador precisa dessa resposta. Você vai ou não pra Londres? – fingiu estar chorando, o que fez Marina rir.

— Cê tá é doida pra ir pra Londres, né Vanessinha?

— Você que é doida de não ir. Não vai perder nada aqui. Tem o que? Dois ensaios marcados, as aulinhas no Galpão que realmente não prendem ninguém.

Marina virou os olhos com o comentário de Vanessa e logo começou a conversar com o frentista que vinha lhe atender. Depois dali ainda foram resolver algumas coisas com fornecedores de material e outros compromissos. No fim da tarde ainda foram passear, aproveitando o tempo livre. Voltando pra casa, Marina foi até o estúdio rever fotografias e tentaria contato com Clara para saber como estavam indo as coisas por lá depois do transplante de Cadu. Vanessa subiu para o quarto, ao entrar e olhar pra sua cama, se lembrou da noite passado ao lado de Flavinha. Só então se deu conta que não havia falado com a morena o dia inteiro. Pegou o celular em sua bolsa e discou o número que já sabia de cor. Chamou, chamou, chamou e acabou caindo na caixa postal. Tentou por mais duas vezes e nada. Resolveu mandar uma mensagem, pedindo para que ela a ligasse assim que possível, e foi tomar um banho. Cinco minutos depois ouviu o celular tocando e saiu enrolada na toalha para atender. Pegando o aparelho na mão, não conteve o sorriso ao ver o nome dela na tela.

— Flavinha! – disse animada – Tudo bem?

— Sim. Tudo ótimo. – tentou se manter firme.

— Tava pensando... A gente bem que podia fazer alguma coisa hoje, né? – mordeu o lábio.

— Tipo o que? – continuou na defensiva.

— Sei lá... Passear no shopping, ir a um restaurante, ir ao cinema. Qualquer coisa.

— Não dá. Tô com uma amiga. A gente acabou de sair do cinema e provavelmente vou jantar com ela.

— Ah, sim... – nesse momento a ruiva tentava esconder o incomodo que sentiu ao saber que Flavinha estava acompanhada. – Bom, deixa pra próxima então... Nos vemos amanhã aqui no estúdio.

— Tá. Tchau!

— Tchau! Beijo.

— Beijo.

E desligaram. Vanessa se sentou na cama, respirando fundo. “Será que ela estaria com outra já assim, tão rápido?”, pensou. Deixou o celular ao seu lado, se deitando na cama, fechou os olhos e pensou da noite anterior. Ela e Flavinha naquela cama... O jeito que a morena a tocou. Respirou fundo mais uma vez, se lembrando.

"Ao chegarem no quarto, Flavinha ficou receosa. Não queria se precipitar em nada, apesar do desejo pela ruiva falar mais alto. Porém, não precisou tomar nenhuma atitude, Vanessa simplesmente a puxou para um novo beijo. Flavinha segurou em sua cintura, a levando em direção a cama. Deitou a ruiva cuidadosamente, se posicionando sobre ela. A medida que o beijo ia ficando mais exigente, as mãos voltaram a explorar os corpos livremente, e então Vanessa, sem nenhum pudor, começou a tirar a blusa que a morena vestia, a jogando em algum canto do quarto, e sem dar chances para que a mesma fizesse algo, Vanessa se virou, trocando de posição com Flavinha. Com o corpo sobre o da morena, Vanessa se sentou no quadril de Flavinha, a olhando. Ambas sorriram.
A ruiva foi passando as mãos pela barriga de Flavinha, acariciando. Queria sentir aquele corpo da maneira que nunca havia feito antes. Se inclinou em direção a outra, lhe dando mais um beijo, dessa vez um beijo mais calmo. Parou com um selinho e desceu os lábios para o pescoço de Flavinha, que deixou um gemido rouco escapar de sua garganta ao sentir Vanessa explorar com a boca toda a pele de seu pescoço.
Então foi a vez de Flavinha começar a despir a outra. Tirou o vestido de Vanessa, que se sentou novamente sobre a morena terminar de tirar a peça, dando uma visão privilegiada de seu corpo seminu para Flavinha, que mordeu os lábios com a visão. Sem aguentar mais, Flavinha se levantou um pouco, segurando firme na cintura de Vanessa e voltando para a posição inicial, ficando mais uma vez com o corpo sobre a ruiva. Posicionou uma das coxas entre as pernas de Vanessa, fazendo uma leve pressão. E foi a vez de Vanessa deixar um gemido escapar. Flavinha sorriu, e então começou a beijar, e dar leves mordidas no pescoço de Vanessa. Do pescoço ela foi descendo pelo colo da ruiva; que já estava ofegante; levou as mãos até as alças do sutiã que Vanessa usava, o abaixando lentamente, ao mesmo tempo em que ia beijando por entre os seios da ruiva, que a essa altura já estava impaciente querendo os toques de Flavinha, que a olhou e sorriu ao perceber a impaciência da outra. Sem enrolar mais, a morena tirou por completo o sutiã da ruiva, dando total atenção aos seios expostos. Vanessa inclinou a cabeça para trás, gemendo baixinho, o que fez Flavinha sorrir e continuar a descer ainda mais os beijos pelo corpo de Vanessa. Foi beijando bem devagar a barriga da ruiva, chegando até sua virilha, a olhou e viu que Vanessa a olhava. Sem quebrar o contato visual, foi tirando a única peça de roupa que Vanessa ainda vestia. Após tirar a calcinha de Vanessa, a morena se ajoelhou na cama, olhando o corpo completamente nu da ruiva. Mordeu os lábios e sorriu, voltando a se deitar sobre Vanessa, tomou seus lábios em mais um beijo de tirar o fôlego. Ao fim do beijo, se posicionou novamente entre as pernas de Vanessa e começou a brincar com ela. Ia beijando a parte interna das coxas, e ao chegar próximo de onde Vanessa mais queria ser tocada naquele momento, ela recuava e voltava com os beijos.

— Desse jeito você vai me deixar louca, Flavinha! – conseguiu dizer. Flavinha sorriu maliciosa.

— Louca eu vou te deixar agora.”

— Ai, ai... – Vanessa suspirou com a lembrança, e não pode deixar de sorrir. – Preciso de um banho na água gelada agora! – riu sozinha, se levantando da cama e indo para o banheiro.