I love you, baka.
Capítulo 1: 10 Minutes.
Ela estava atrasada. Era fácil saber disso só pelo som dos passos correndo pelo quarto enquanto ela vestia a blusa e tentava não cair enquanto sua calça aberta ia caindo e caindo...
Seu celular tocava, piscava e vibrava. Parecia uma festa dentro de uma tela. A imagem de um relógio vermelho balançando pra cá e pra lá se remexia, como se dança-se na pequena festa que apenas um celular reproduzia sozinho.
—Estou atrasada. Estou atrasada!
Holly repetia incrédula com a situação enquanto fechava o zíper de sua calça.
E então a porta se abriu num movimento brusco.
—Vamos logo Holly! - Seu irmão gritou fechando a porta em seguida.
Holly respirou fundo correndo pro outro lado do quarto já imaginando sua mochila totalmente desarrumada.
Quando o celular finalmente parou de tocar, ela suspirou, aliviada, enquanto jogava todos os cadernos inúteis pra fora da mochila por cima do ombro.
—Geografia... Cadê o meu caderno de geografia? - Ela choramingava já inconformada que chegaria atrasada naquele dia frio ao colégio.
Enquanto enfiava os livros das outras matérias na mochila, ela buscava pelos cantos dos olhos o tão procurado caderno de geografia.
—Holly!
Ela ouviu seu irmão a chamar novamente.
—Já vou!— Gritou em resposta.
Fechou a mochila depois de colocar tudo ali - Menos o caderno de geografia, que parecia ter sido apagado da existência física - e a colocou sobre o ombro direito enquanto se levantava.
Respirou fundo ajeitando sua roupa e ajeitou sua mochila em seu ombro.
—Holly se você não descer em um minuto eu juro que nunca mais te dou carona na minha vida!
Holly arregalou os olhos com o pequeno susto ao ouvir seu irmão gritando e saiu do quarto com passos apressados.
—To indo!
Ela gritou enquanto descia as escadas quase caindo por pular alguns degraus.
Foi até a sala já sabendo que seu irmão estava sentado no sofá encarando o teto com sua cara de raiva - Que incluía sobrancelhas juntas, narinas dilatadas e um sorriso meio incrédulo e meio escárnio.
—Vamos?— Ele abaixou a cabeça e encarou Holly - Será que você me daria essa honra?
Holly assentiu meio hesitante enquanto o irmão levantava do sofá e ia até a porta.
Eles saíram de casa e entraram no quarto em silêncio, como se fosse a forma favorita deles de se comunicar.
Jack dirigiu calmamente para alguém que parecia irritado de estar atrasado. E isso deixou Holly ainda mais triste, pois além de estar atrasada seu irmão dirigia como uma tartaruga fazendo maratona pelas ruas de Sydney.
Suspirou quando viu que depois de 5 minutos dentro do carro eles ainda estavam perto da barraquinha de jornais a onde Sienna trabalha quase todos os dias da semana.
—S-Será que...
—Não.— Jack a interrompeu já sabendo o que ela iria perguntar - Não podemos ir mais rápido.
—Por...
—Porque não.
—V-Você sabe que pode levar multa, certo?
Ele não respondeu, apenas continuou na velocidade que estava, o que fez Holly bufar e jogar a cabeça pra trás.
Depois de quase 10 minutos Jack finalmente parou o carro em frente ao colégio.
—Tchau.
Holly disse abrindo a porta e saltando pra fora logo em seguida. Bateu a porta do carro e logo o viu sumir tão rápido quanto um carro dos Velozes e Furiosos.
—Mas que filho da pu...— Respirou fundo se virando e indo para o colégio.
Assim que entrou no colégio pode sentir os ventiladores ligados bagunçarem todo o seu cabelo - Que por acaso ela avia esquecido de pentear na pressa.
Suspirou levantando o pulso e vendo as horas no relógio. 7:10. 10 minutos de atraso.
Isso foi o suficiente para a fazer sair correndo em busca da sua sala de geografia.
Ela via todas as salas. 110, 111, 112, 114... Todas menos a 113. Era como se tivesse recolocado a sala em outro lugar.
Corria pelo corredor ouvindo o tênis dela bater e escorregar no chão a cada passo da pequena corrida dela. Estava quase caindo de cara no chão, ou seja, precisava achar logo aquela sala.
Depois de passar pela sala 213, ela parou e fechou os olhos levando uma de suas mãos até a testa, a onde a bateu e um estalo soou pelo corredor vazio.
—Baka, baka, baka, baka...— Ela repetia abrindo os olhos e voltando a correr.
Invés de virar para a esquerda e continuar procurando, ela subiu as escadas quase caindo por ainda continuar a pular degraus.
—Como eu puder ser tão... Argh!— Ela bufou chegando ao segundo andar - Baka, baka e baka! É isso que eu sou!
Correu até a sala 113 e parou em frente a porta enquanto respirava fundo assimilando que tinha esquecido que sua sala avia realmente mudado de lugar.
Depois de uns 10 esperando seu coração se acalmar, ela abriu a porta e entrou já encarando o professor Joshua, que também a encarava.
—Holly... - O professor sorriu seco - Está atrasada.
—É, eu sei. - Fechou a porta atrás de si.
—Ah, você sabe?
" Se eu disse que eu sei, é porque eu sei. "
A sala estava quieta, nem murmúrios se ouvia naquele cubículo quadrado.
Holly engoliu em seco e desviou do olhos do professor para a sala, em busca de uma cadeira disponível. Logo achou um atrás de uma menina morena com o cabelo escuro preso num rabo de cavalo.
Andou até ali ainda sentindo o olhar do professor sobre sua nuca e se sentou.
—Bem... - O professor respirou fundo - No inicio da aula Senhorita...
Holly abriu a boca para responder mas ele fez um gesto de mão como se fosse insignificante.
—Não importa seu sobrenome. - Ele disse com desprezo - Mas antes de você chegar eu falei sobre o trabalho em dupla para qual vai valer pontos para a média. E como você chegou atrasada...
—Tudo bem, eu faço sozinha. - Holly sorriu.
Ela adorava fazer os trabalhos sozinha e sempre pedia para os professores para fazer isso invés de formar um grupo.
—E como você chegou atrasada... - Ele repetiu a ignorando - Só tem uma pessoa disponível para fazer o trabalho com você. - Sorriu sarcástico - Michael Clifford.
Holly tentou não bufar mas acabou escapando.
Ela desviou seu olhar do professor e procurou fios vermelhos pela sala até que viu Michael a encarando com um sorriso no rosto na fileira do lado, a poucas cadeiras a frente.
—Depois peça para a sua dupla lhe falar sobre o que é o trabalho. - O professor disse.
Holly sentiu uma mão em seu ombro e logo olhou pra trás, onde viu o professor sorrindo, achando graça.
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