I am incomplete

Capítulo 13 - Eu, um robô e a Viúva Negra


Acordo pela centésima vez ao ouvir a máquina batendo no metal, fabricando mais robôs.

Eu havia conseguido me deitar e dormir por algumas horas depois da visita “agradável” do Ultron, porém agora eu ficava acordando de minutos em minutos.

Não aguentando mais isso, me sento, bufando. O ferimento estava bem melhor, levaria mais algumas horas para poder arrebentar esta cela e ir ajudar meus amigos. Só queria saber quanto tempo já se passou desde que vim parar aqui, eu suponho que tenha sido três dias, mas com essa minha péssima mania de dormir demais, já poderia ter se passado uma semana.

Vamos ver o lado bom Elise, parece que o robô malucão não retornou durante meu sono.

Passos metálicos pesados, enfurecidos soam. Foi só eu pensar no diabo...

Vejo algo inesperado:

—Natasha! –exclamo ao vê-la sendo arrastada inconsciente pelo Ultron, que para e se vira para mim:

—Que meigo, reunião de família. –ele ironiza. Natasha acorda, vendo a situação em que estava, até que me vê:

—Elise! Você está viva! –ela exclama:

—Eu não sou fácil de matar. –vou até as barras da cela, ficando perto deles:

—Se beijem. –Ultron joga Natasha na frente da minha cela, uma careta de raiva em sua face metálica. O que quer que fizeram com o tal “corpo perfeito” dele, o deixou com muita raiva:

—Natasha, o que aconteceu depois que eu caí do prédio? –pergunto, obviamente o robozão não ia deixar a gente conversar muito:

—Hulk e aquele cara ficaram brigando até que um grupo com aquele seu amigo ninja apareceram e ele fugiu.

—Espera, o Snake Eyes?

—Sim, parece que estão caçando aquele cara por ele ter explodido algo que era deles.

—Inacreditável... –me sento no chão. Os Joes em uma caçada para se vingar por meu irmão ter explodido a base deles, que reviravolta –E depois?

—Eles estão nos ajudando contra Ultron, conseguimos pegar o berço, mas eu... –ela encara Ultron, que estava encostado em uma mesa nos encarando, com os braços cruzados:

—Espera, “pegar”? O que vocês...

—Não sei o que vai acontecer, está nas mãos do Stark agora.

—Estamos condenados.

—Provavelmente. –ela ri:

—Eu sei que não é a hora mais apropriada pra isso, mas e o bichinho que eu cuidava? Como ele ficou?

—Desde que você sumiu, ele está estranho. Seus pelos amarelaram, estava arisco demais, parecia... Doente. Desculpe, eu preferi manter distância dele.

—Entendo. –o que será que estava acontecendo com o Birdie? Depressão? Será que pegou uma gripe?

—Aproveitaram as fofocas? –Ultron quebra minha linha de raciocínio, caminhando até Natasha e a jogando longe da minha cela, acho que a paciência dele acabou:

—O que você vai fazer agora? Torturá-la? –rosno para ele:

—Eu não preciso disso, tenho todas as respostas que preciso. –ele abre a minha cela, agarrando meus braços e me fazendo levantar –Agora você é outro caso que preciso resolver. –ele começa a me puxar, me levando para longe. Ouço Natasha me chamar, mas não tinha como eu me livrar do agarrão do Ultron. Um robô maior passa por nós, o encaro –Este corpo de agora já não me tem mais uso, aquele será melhor para eu abdicar o que é meu.

—Deixa eu adivinhar, vibranium?

—Obviamente. –ele me puxa para perto e me segura, ativando suas pernas e alçando voo.

Uma rajada de ar bate em meu rosto quando finalmente saio daquele subterrâneo. A lua e as estrelas estavam altas no céu:

—Para onde está me levando? –o encaro:

—Para o local da batalha final. –vejo que estávamos sobrevoando uma cidade:

—Sabe que você não vai se dar bem no final né? Meus amigos vão estar lá, vão me resgatar, e vamos juntos te destruir...

—Ah, não se preocupe com isso, já estou tomando providências quanto isso. –ele sorri para mim, um frio sobe minha espinha:

—Tipo o que?

—Tipo isso. –apenas sinto suas mãos me largarem.

Sério, é moda agora me jogarem de alturas consideráveis?

O chão se aproximava rápido, é, estou oficialmente fora dessa batalha contra o Ultron, não tem como eu me curar tão rápido assim, demoraria no mínimo duas semanas para estar apta a pensar em dar um chute alto.

O impacto chega, eu apago.

—----

—...se… lise… Elise! –ouço alguém me chamando. Com um grunhido de dor, abro os olhos, dando de cara com o Gavião Arqueiro –Finalmente, achei que você estivesse morta.

—Ando ouvindo essa frase com frequência ultimamente... –meu corpo doía inteiro. Dou uma rápida escaneada em mim, pelo menos tudo estava no lugar, Ultron deve ter colocado meus ossos no lugar… Porém por que ele faria isso? –Onde estou?

—Sokovia, o único problema é que a cidade está voando.

—Quê?! –me arrependo desse berro pela dor que veio:

—Ultron quer recriar a extinção dos dinossauros. –ele me estende a mão –Vamos, vou tirá-la daqui. –com a ajuda dele levanto, porém mal conseguia me aguentar de pé:

—Não dá, só vou te atrapalhar. –volto a sentar no chão –Tem algo para comer? Isso vai me ajudar pelo menos a ficar de pé.

Ele se vira e pega uma barra de chocolate que estava em um armário caído:

—Serve?

—Perfeito. –ele me dá a barra sem o plástico e a devoro. Me sinto um pouco melhor e tento me levantar com a ajuda dele:

—O que o Ultron fez para deixá-la assim?

—Só me atirou lá das nuvens, tipo quando caí do prédio, a diferença é que dessa vez eu atingi o chão.

—Stark não estava mentindo quando falou que você não morria fácil. –ele ri:

—Foi só eu sumir que ele saiu contando meus segredos... –suspiro. Saímos para a rua.

O apocalipse estava ocorrendo. Diversos robôs voavam, atiravam, destruíam tudo enquanto pessoas tentavam se esconder. Ao longe ouço berros conhecidos de um Golias verde, porém não foi o grandalhão enfurecido pulando por todo lugar que mais me chamou a atenção.

Não muito longe de onde estávamos, vejo uma figura conhecida cortando ao meio os robôs com sua katana:

—Snake Eyes! –exclamo, ele se vira para mim e vejo que estava surpreso pelo passo que deu para trás. Sem nem pensar direito, estendo meus braços, e ele corre até mim, me abraçando, pro inferno se estou com dor –O que está fazendo aqui? Achei que estivesse atrás do Hector…

Prometemos ajudar os Vingadores, e eu não podia ficar parado quando soube o que aconteceu. Ele fala pelos sinais:

—Desculpe interromper o emocionante reencontro, mas temos um probleminha aqui! –Clint atirava flechas nos robôs:

—Ah, claro! –consigo criar meus tentáculos, apesar da dor. Com um rápido movimento, destruo alguns robôs, é, parece que eu consigo lutar se ignorar a dor.

Uma sensação de perigo gela minha espinha:

—O que… Snake Eyes atrás de você!—o medo me gela, ele se vira.

Tentáculos atravessam seu peito, sendo erguido no ar e atirado para longe. Vejo seu corpo atingir o chão e permanecer lá, imóvel:

—Finalmente te achei. –Hector sorri, lambendo o sangue que pingava de seus tentáculos.