Aquele lugar fedia a cachorro molhado, havia lodo pelas paredes, e os ferros das celas estavam enferrujados, produzindo um cheiro estranho que tomava conta do lugar. Eles nos jogaram na mesma cela, pelo menos eu estaria com Tom, havia dois bancos um de cada lado da cela, e uma mesa no centro com duas cadeiras na qual estávamos sentados, Tom segurou minha mão por cima da mesa, e me olhou nos olhos, aqueles olhos azuis lindos me confortavam muito. – Olhe pelo lado bom, você ainda tem seus pertences e seu celular. E a gente não vai estar no tédio, iremos bolar um novo plano para sairmos daqui, até porque, você ainda tem seus poderes. – ele disse sorrindo, e aliviado. – tente fazer algo. – ele disse largando minha mão e olhando para mim. Fechei meus olhos e nos imaginei no meu castelo. Nada. Droga, eu não tinha o poder de me transportar. Fechei meus olhos e imaginei uma cerra. E lá estava uma cerra em cima da mesa que nos separava. – DEMAIS! – Tom disse muito feliz. – esse ferro ta enferrujado, vai ser prático. – ele pegou a serra e arrancou quatro canos de ferro. Chegamos ate a porta, desejei que todos os guardas sumissem, foi pratico sair de lá, o difícil era matar a rainha naquele dia, como nosso plano não havia dado certo, decidimos ir para casa. Coloquei uma barreira mágica, aos olhos da rainha, meu castelo iria simplesmente ter desaparecido, e se tivermos sorte, mandariam ela para “O Hospício das Maravilhas”. Bom, seria legal de tivesse um. E talvez seria muito fácil matar ela, já que conseguimos mandar aqueles guardas para não sei aonde.

– Que tal pipoca? – Disse Tom. Ele estava lindo com apenas sua calça cinza de pijama, e nada mais, aquela noite estava quente. Eu coloquei o menor pijama do meu guarda roupa. Tom ficava lindo sem camisa, ele não era muito musculoso, mas seu abdômen matava qualquer uma do coração, Tom amava jogar futebol, mas mesmo se o treinador ameaçasse tirar ele do time, ele nunca tiraria a camisa na frente das patricinhas da escola, Tom não era daqueles que pensa que o que é lindo é pra mostrar, e ele não achava seu corpo uma das sete maravilhas do mundo. Acho que ele era o garoto mais perfeito daquela escola e de todo o mundo, e eu nem precisei imaginá-lo assim. Não é popular, não se gaba de seus músculos, não pega as meninas do colégio. Sabe “apreciar” uma garota com os olhos disfarçadamente, e ele não dá “elogios” para elas do tipo “GOSTOSA”. “Não Alice você não pode se apaixonar pelo seu melhor amigo. Imagina se ele não é apaixonado por você? Alem do mico que você vai passar, vai ser capaz de ele nunca mais te olhar com os mesmos olhos”. Pensei. Na mesma hora ele olhou para mim, e aqueles olhos não diziam “eu te amo maninha”. Eles diziam “ Eu te amo Alice” acho que fiquei um bom tempo viajando, pois quando escutei Tommo me chamando, parecia que era a quinta vez que ele dizia meu nome. – Ei baixinha, bem vinda de volta, aonde você tava? – ele perguntou, meus olhos subiram de seu abdômen para seus olhos azuis e doces.

– me perdi na sua perfeição. – sussurrei, por sorte ele não havia entendido.

– o que? – ele disse.

– Tava em marte. – disfarcei finalmente acordando de verdade.



Acho que aquele era o momento mais perfeito da minha vida. Eu estava sentada em um colchão com o Tom do meu lado, enquanto desenhávamos nosso plano. – Acho que finalmente vai dar certo. – disse Tom dobrando o desenho do nosso plano gigante, se virando e indo dormir. Eu ainda não conseguia dormir sozinha, havia trago Tom à esse mundo e não arriscaria perde-lo, não conseguia dormir sem abraçá-lo, se algo acontecesse com ele, eu nunca mais me perdoaria. Ele continuaria dormindo no meu quarto pelo menos até a gente sair de lá. Me deitei ao lado e Tom e o abracei forte. Amanha seria um dia difícil, o nosso plano era um tanto simples. E meus poderes facilitariam muita coisa, já que o castelo da rainha não era a prova de magia. Aias, não seria ta difícil, seria o melhor dia da minha vida.