Acordei com a luz forte do sol pela janela, olhei diretamente para meu relógio que ficava do lado de minha cama. Ele marcava 12:00. Droga! O teatro era 13:00! Tudo tinha que ser perfeito, o primeiro lugar que eu ia ficar por mais de 5 minutos daquele mundo novo.

Desci a escada correndo e avistei a carruagem que me esperava como havia desejado. Cheguei em cima da hora. Sentei na terceira fileira do lado de uma pessoa que me parecia ser muito bonita, mas não dava para ver nada direito, pois a única luz da sala era o holofote que apenas iluminava a gaiola com um boneco de madeira dentro. Da minha fileira conseguia-se perceber que ele não possuía cordas. Nada o segurando. Isso era estranho. Em um mundo daquele jeito, devia ser mágica. O boneco mantinha uma expressão triste em seu rosto, manteve essa expressão o tempo todo. Quando o show acabou, eu fui perguntar a alguém onde ficava o banheiro, encontrei um homem ruivo com um bigode e eu óculos, ele possuía uma cartola preta, e um terno também preto. – Er... Com licença, eu queria saber onde é o banheiro. – disse um pouco nervosa, não querendo chamar muita atenção, não queria que ninguém fizesse escândalo por eu ser da realeza. Isso havia acontecido antes, na vila.

– Siga em frente, achará um corredor, terceira porta à esquerda. - não consegui prestar muita atenção no que disse, fiquei reparando em sua face. Ele parecia muito com uma raposa. Segui o caminho a qual ele havia apontado. Entrei em um corredor de paredes brancas. “o que ele disse? Terceira porta à... Não lembro, deve ser a direita.” Pensei. Abri a porta de madeira, e encontrei o pobre boneco da peça, sentado em uma gaiola, a seu lado havia um grilo com cartola e terno. Eles não me viram chegando. Perecia que estavam conversando. O boneco já estava um pouco mais animado, e repetia para o grilo. – Eu a vi. Eu a vi, ela estava lá, ela veio nos salvar. – o grilo o olhou, parecia que ia dizer algo. Bobeira, deveria ser um boneco. Onde já se viu grilo com cartola e terno? “Eu só conheço isso do... Pinóquio! É isso, ele é o Pinóquio. Eu tenho que ajudá-lo a sair daqui, a raposa deve ter o sequestrado.” Pensei. Olhei para os dois que a esse momento já tinham percebido minha presença. E estavam um pouco assustados.

– não se preocupe, eu já entendi tudo, eu vou tirar vocês daqui. – eu disse andando em direção aos dois e tentando abrir a gaiola. – não tem como. Vocês viram uma chave por ai? Ele tem uma chave? – eu perguntei, Pinóquio disse que sim e apontou para uma mesa velha, em cima dela havia algo brilhante e dourado. Eu corri e a peguei. Consegui o tirar de lá, o peguei no colo, o grilo rapidamente pulou em meu ombro. Conseguimos sair de lá. – vocês têm um lugar para ir? – eu perguntei ao grilo enquanto andávamos em direção a porta dos fundos.

– nos temos a casa do pai de Pinóquio, mas nem sabemos onde estamos. – logo me lembrei do meu mapa, mas não havia o trago comigo. Desejei que estivesse comigo, e lá estava ele no chão a minha frente. Ele marcava a casa de Gepeto.



–PAPAI! – disse Pinóquio animado indo em direção a seu pai. Ele perguntou o que havia acontecido nos chamou para entrar e Pinóquio contou toda historia para ele. Ele me agradeceu e eu voltei para o castelo. Subi para meu quarto e perguntei ao livro “qual minha próxima missão?” ele respondeu “Branca de neve”