I Need You

Você é minha.


PDV Luna

Acordei com a luz do sol invadindo o quarto, Ryan ainda dormia como um anjo, ele estava agarrado a mim de uma forma protetora, sua cabeça estava em meu peito, suas mãos rodeavam minha cintura apertando-me contra seu corpo, e sua perna estava enrolada na minha. Tava tão quentinha, tava me sentindo protegida por ele. Ryan se mexeu um pouco até que abriu seus olhos e me encarou.

-Bom dia. –ele disse com a voz sonolenta.

-Bom dia. –o respondi. Ele se ajeitou e me deu um beijo demorado.

-Hm... Que tal um banho? –ele perguntou ainda me beijando.

-Tentador... Mas tenho que ir. –dei um selinho nele e me levantei, indo para o banheiro.

-Ah, fica mais um pouco. –ele gritou do quarto. Fiz minha higiene pessoal, lavei meu rosto e entrei no Box, tomei uma ducha rápida e sai enrolada na toalha. Ele ainda estava jogado na cama de bruços. Fui até o closet dele e escolhi uma roupa dele, escolhi uma camiseta, uma cueca e peguei meu próprio short, coloquei meus sapatos.

-Ai Ryan você é um preguiçoso. –falei dando um beijo em seu ombro. Ele murmurou alguma coisa, ri da cara dele e sussurrei em seu ouvido.

-Até mais tarde anjo. –dei um mordida em sua orelha e sai.

Quando cheguei em casa, parecia que todos haviam morrido. Hoje Dora teve folga e eu não sabia se meus pais estavam em casa, mas tenho quase certeza de que estão trabalhando esta tudo muito calmo para ter alguém em casa. Passei pela cozinha para comer alguma ciosa. Peguei um copo de suco de laranja e um pedaço de bolo de cenoura. Comi silenciosamente e sozinha meu lanche.

Assim que terminei meu lanche, subi para meu quarto, quando passei pelo o quarto dos meus pais a porta estava um pouco aberta e eu os ouvi conversando. Eu sei que é feio ouvir a conversa dos outros mas não resisti, dessa vez o assunto parecia interessante.

-Mas que droga Ana. –meu se exalto com minha mãe.

-Ela não pode saber. –ela falou - É muito cedo. –acrescentou, ouvi meu pai dar uma risada e depois continuar.

-Cedo? Já passou da hora dela saber que não é nossa filha. –ele falou parecendo irritado. Mas como assim? Fiquei paralisada em frente a porta, não estava conseguindo pensar direito, meu pais me enganaram por 15 anos? Isso mesmo? Isso tinha sido uma mentira?

Não sei da onde tirei coragem, mas adentrei no quarto, eles me olharam assustados, mas não falaram nada. Eu estava me segurando para não chorar, então decide quebrar o silencio tenso que havia se instalado entre-nos.

-Então? Continuem. O que eu não posso saber? –falei tentando parecer calma e ao mesmo tempo me segurando para não chorar.

-O que querida? Não estamos escondendo nada. – ela falou dano uma risadinha para descontrair, mas não adiantou, meu pai a encarava de um jeito estranho.

-Eu não sou idiota - gritei.

-Mas querida...

-Pare de mentir Ana!! –meu a interrompeu com um grito. Minha mãe o olhou assustada, mas meu pai a ignorou e me encarou:

-Você é adotada Luna. –ele disse friamente. Eu não iria chorar, não iria demonstrar fraqueza agora, ainda mais na frente deles.

-John...- sussurrou minha mãe, analisando minha expressão. Como eles esconderam isso de mim por todo esse tempo? Não acredito...

-O que? –consegui falar por fim. Minha mãe controlava o choro, já meu pai não expressava nenhuma emoção. Que queria desaparecer, queria esquecer tudo o que eles falaram, queria esquecer esses últimos minutos. Estava me sentindo sufocada dentro daquele quarto, então sai. Desci as escadas rapidamente, precisa pensar um pouco, refletir sobre todos os acontecimentos, ouvi minha mãe gritar do alto da escada:

-Luna! Espera. –ela gritou, mas ignorei, sai correndo. Não sabia para onde ir, mas sabia que ali não podia ficar mais. Eu havia chegado a uma praça que ficava um pouco longe da minha casa, me sentei em um banco e desabei. Meus olhos já estavam doendo de tanto chorar, me lembrei de Ryan, peguei meu celular e liguei para ele:

-Luna. –ele atendeu, parecia surpreso. Eu estava procurando minha voz, primeiro estava tentando me acalmar, acabei soltando um soluço indesejado:

-Espera, você ta chorando? O que houve? –agora ele parecia preocupado.

-Eu preciso de você. –solucei, senti que as lagrimas estavam se formando novamente.

-Lu calma, onde você esta?

-Numa praça.

-Vem pra minha casa, ok?

-Uhun - murmurei e desliguei. Sai da pracinha que estava e comecei a caminhar novamente.

Enquanto caminhava senti que estava sendo observado, mas tentei ignorar, mas quando eu ouvi aquela voz, gelei:

-Quanto tempo Luna. –parei de andar e me virei olhá-lo. Ele tirou os óculos es escuros e sorriu.

-O que quer? -sussurrei.

-Você ta chorando? O que descobriu agora? –ele se aproximou um pouco mais de mim.

-O que você sabe? Perguntei já me assustando, ele deu risada:

-Muita coisa. –ele sorriu de um jeito estranho. –Vamos dar uma volta? –eu estava quase cedendo a ele, caramba eu não posso ceder.

-Não - falei rapidamente.

-Ah, por que vamos? –ele falou de um jeito mais angelical, estendeu a mão para mim, mas recusei, balancei a cabeça negando, ele fechou a cara para mim e tentou me agarrar, mas por sorte fui um pouco mais rápida e sai correndo, mas ele veio atrás. Corri o mais rápido que pude, mas ele me pegou e me arrastou para uma Van preta que estava estacionada por ali. Tentei gritar, mas ele me impediu, comecei a me debater, mas também não adiantou nada. Ele me jogou dentro da Van, logo depois entrou e a fechou, bateu no vidro e logo o carro começou a andar.

-Trevor não. O que você quer? –falei chorando.

-Calma amor, vai ficar tudo bem agora. –ele disse num tom angelical. Ele colocou um pano com um cheiro estranho no meu rosto, lutei para não desmaiar, mas eu estava começando a perder meus sentidos e acabei apagando.

Não sei quanto tempo passou, mas o carro havia parado. Senti alguém batendo no meu rosto, era Trevor. Ele sorriu e me tirou da Van bruscamente, me arrastou para um galpão, eu acho, quando entramos ele me jogou no chão frio e deu uma risada.

Eu não fazia a mínima idéia de onde eu estava o galpão estava com pouca iluminação, mas dava para ver que ali havia dois carros pretos e tinha também um quarto, eu acho, perto dos carros. Eu tava com muito medo de ser igual da ultima vez. Ele me puxou pelo cabelo e arrastou-me até o quarto que havia visto, jogou-me no chão novamente rindo do meu sofrimento. As lembranças daquela noite terrível invadiram minha mente.

Ele se agachou, deixando seu rosto na altura do meu, eu estava com nojo, raiva, todo sentimento ruim eu estava sentindo sobre ele agora, eu sempre senti esses sentimentos ruins, mas agora eles estavam mais intensos. Trevor passou seus dedos na minha bochecha, virei meu rosto para me livrar de seu ‘carinho’, mas isso o irritou, ele apertou com força minhas bochechas, fazendo-me olhar para seu rosto.

-Não vira o rosto para mim. –ele disse sendo arrogante. Não falei nada, apenas senti mais ódio dele.

Eu queria estar com Ryan agora, estaríamos fazendo um monte de coisas talvez. Se eu não tivesse saído de casa do jeito que sai, não estaria aqui agora, provavelmente estaria em meu quarto, chorando rios de lagrimas, e talvez Ryan até estivesse lá comigo, para cuidar de mim, me proteger...

-Pensando no seu namoradinho? –Trevor disse, me trazendo de volta a essa triste realidade que estou vivendo agora.

-O que quer comigo Trevor? –perguntei com a voz um pouco fraca, ele deu uma risada um tanto maligna que me deu um pouco mais de medo.

-Eu quero você só para mim. Você é só minha Luna. –ele disse dando um sorriso diabólico. Não sei de onde tirei coragem para falar o que disse:

-Não Trevor. Eu não sou sua, você me perdeu. –falei temendo sua reação... Tive razão em temer... Ele fechou a cara e todo o ‘brilho’ que tinha em seus olhos desapareceu assim que terminei frase. Trevor levantou a mão e meu um tapa estralado na cara, virei meu rosto por causa do impacto do tapa.

-Você é minha sim. –ele gritou me encolhi um pouco - Você será sempre minha Lu. –ele sussurrou. –Aquele pivete nunca devia ter encostado um dedo sequer em você. –ele sussurrou em meu ouvido. Trevor esta ficando louco, e isso me assusta ainda mais. Seus olhos estão como naquela noite... Totalmente negros, ele ta se transformando no Trevor que destruiu minha vida.

-Você esta louco. –sussurrei, mas não era para ele ouvir, ele deu risada e obrigou-me a olhá-lo.

-Louco por você Lu. –ele disse sorrido, deixei mais lagrimas caírem, ele limpou algumas e riu:

-Não fica com medo amor. Agora agente vai poder ser feliz.