Eu ti protejo.

PDV Luna

Eu havia contado meu maior segredo para Ryan e ele tinha me jurado que não contaria para ninguém, se ele contar eu acabo com ele.

Eu pensei que depois que eu conta-se a ele o que Trevor fez comigo ele iria sair correndo e nunca mais iria querer me ver, mas eu estava errada. E se Ryan quer a mesma coisa que Trevor? Eu não posso passar por tudo que eu passei naquela noite de novo.

Ryan ainda estava em meu quarto, eu tava deitada sobre ele tentando relaxar e esquecer as lembranças, mas tava difícil, coisas assim não se esquece facilmente.

-Ry!? –chamei baixinho, acho que ele dormiu.

-Oi. –ele respondeu meio sonolento. Sorri e ergui meu olhar para ele, que ainda tava com os olhos fechados.

-Por que ainda esta aqui?

-Quero ti ajudar.

-Por quê? –ele abriu os olhos e me encarou por um tempo.

-É o que os amigos fazem. –essa foi a gota d’ água. Dei uma risada e fui para o banheiro lavar meu rosto e Ryan veio atrás.

-Amigos de verdade nunca ti abandonam. –eu disse sem olhar em seus olhos. Ele havia me abandonado no 7ano para se tornar o ‘gostosão’ da escola. Ele deixou de ser meu amigo no dia em que participou daquele joguinho dos garotos do futebol.

-Lu... –ele ia dizer alguma coisa, talvez um pedido de desculpas mais eu o interrompi:

-Não Ryan... Eu acho que você tem que ir embora, seus amiguinhos devem ta procurando você. –eu me virei para ele e o encarei, ele tava me olhando e me tratando de forma diferente, não quero isso. Ele se aproximou de mim, a única coisa que nos separava agora era uma fina camada de ar.

-Lu desculpa é que...

-Não Ryan. –gritei - Você tem idéia do que você e seus amiguinhos já fizeram pra mim? ‘Olha a estranha chegou’ ou ‘Cadê a Lunatica?’ pode parecer que não, mas as palavras machucam. –eu disse sentindo as lagrimas se formando novamente. Eu odeio isso, Ryan tem alguma coisa que me lembra Trevor, mas ao mesmo tempo ele parece tão diferente dele. Ele ainda me encarava com aqueles olhos cinzentos que pareciam tão acolhedores. –Vai embora, por favor, e não conta pra ninguém aquilo.

-Luna eu não posso ti deixar. –ele disse me empurrando para a bancada da pia e colando seu corpo no meu.

-Por que não? Você só ta aqui porque ta com pena de mim. Eu não preciso disso. –eu disse tentando me livrar de seus braços que me prendiam. Ele desceu as suas mãos ate as minhas.

-Você ta certa, eu to aqui por outro motivo. Mas eu quero ter sua amizade novamente. –ele disse bem próximo do meu rosto, na verdade ele sussurrou cada palavra bem de vagar, eu já estava ficando sem ar.

-Só amizade!? –murmurei aproximando mais meu rosto do dele quase os colando. Ele sorriu e apertou ainda mais seu corpo no meu.

-Mais que amizade. –ele disse sorrindo e me beijou. Um beijo doce e calmo no começo, ele soltou minhas mãos e agarrou minha cintura e me sentou na bancada da pia, entrelacei minhas pernas em volta de sua cintura e levei minhas mãos até seus cabelos. Nossos beijos estavam cada vez mais intensos mais eu sabia que Ryan não iria forçar a barra depois do que eu contei a ele.

Estávamos a um bom tempo no banheiro e não nos cansávamos de nos beijar, de ficar ali se agarrando no banheiro, é até engraçado de pensar. Fomos interrompidos por uma batida na porta que nos assuntou um pouco. Separei-me dele e esperei um pouco, coloquei o indicador na boca de Ryan pedindo silencio, ele levantou a sobrancelha e mordeu de leve meu dedo me fazendo morder o lábio. Droga.

-Luna? Ainda esta dormindo. –espera. O que minha mãe quer? Ela quase nunca fala comigo. Olhei para Ryan meio incrédula e desci da bancada, baguncei um pouco meu cabelo e pedi para que Ryan ficasse ali em silencio. Fui até a porta e abri tentei fazer a pior cara possível para parecer que tinha acabado de acordar.

-O que? –perguntei.

-Desculpe ti acordar, mas tem um amigo seu querendo ti ver. –que legal todos decidiram ser meu amigo agora.

-Quem é?

-O nome dele é Ryan, aproposito é muito bonito - ela disse piscando para mim. Como pode ser o Ryan se ele esta aqui comigo!? Droga, Trevor.

-Como ele é Mãe?

-Uh, moreno alto de olhos bem pretos. –ela disse sorrindo. Todo meu sangue fugiu do meu rosto - Vista algo decente eu vou o mandar subir.

-Não! –gritei. –Diz pra ele que eu não estou. Não quero conversar com ele. –arrumei uma desculpa qualquer, eu estava ficando tonta, minha cabeça tava girando, me apóie na porta para não cair enquanto fazia uma cara de pena para minha mãe ir embora.

-Tudo bem, mas ele parece ser um bom rapaz filha. –ela sorriu e sumiu no corredor. Fechei a porta e a tranquei novamente, me encostei-me à mesma e escorreguei até sentar no chão. Eu estava respirando com dificuldade, até quando Trevor ficará no meu pé? Ele disse que ia embora e não foi ainda por que?

Ryan saiu do banheiro e veio até mim rapidamente, se ajoelhou ao meu lado e ficou me encarando, mania chata de ficar me encarar:

-Ele nunca vai deixar em paz. –eu disse balançando meu corpo para frente e para trás tentando me acalmar.

-Lu fica calma eu to aqui ok!?

-O que mais ele quer de mim? –eu disse voltando a chorar. Trevor só vai embora quando conseguir o que ele veio procurar, e pelo que parece eu sou a vitima de novo. Ryan me abraçou de uma forma tão protetora, eu tentava segurar o choro mais não tava conseguindo minha garganta tava se fechando cada vez mais, então liberei meu choro, parece que eu tava vivendo tudo de novo.

PDV Ryan

Eu ainda estava na casa da Luna e estávamos até que se divertindo um pouco, acho que não sou mais capaz de terminar o que eu comecei, ela não merece o que eu pretendo fazer com ela, ela já sofreu de mais.

Estávamos-nos no banheiro se beijando quando a mãe dela bateu na porta, fiquei no banheiro esperando ela ir embora eu tentei ouvir alguma coisa mais não consegui. Enquanto ela não vinha olhei algumas das gavetas da bancada, e como eu presumia achei um monte de laminas em uma das gavetas. Abri outra gaveta e eu juro que por essa eu não esperava, tinha um monte de calmantes, será que a Luna já tentou se matar com remédio?

Assim que ouvi a porta sendo fechado fechei as gavetas e sai do banheiro. Encontrei Luna encolhida na porta com a cabeça entre os joelhos, chorando novamente. Aproximei-me dela e a abracei. Pelo que ela me contou o tal de Trevor veio até aqui se passando por mim. Que daora. Ele ta atrás da Luna e quer fazer algum mal a ela e eu não posso deixar isso acontecer. Que droga Ryan, o que ta acontecendo com você? Pensei.

É verdade eu não posso me apegar a Luna, tenho que ficar na minha conseguir o que eu quero e depois agir como se nada tivesse acontecido. Mas se eu fizer isso vou perder a amizade dela para sempre, e amizade como a da Luna é rara não posso jogar fora novamente.

-O que mais ele quer de mim? –ela disse chorando.

-Lu eu não vou deixar ele ti machucar. –eu disse segurando o rosto dela entre minhas mãos. Não posso levar aquela aposta com Daniel adiante sabendo que ela esta nesse estado precisando de ajuda.

-Ry... –ela sussurrou.

-Sh Lu... Eu não vou deixar ele encostar um dedo em você, ok? Eu vou ti proteger. –murmurei para ela e a peguei no colo novamente, deitei ela na cama e fiquei a observando. Agora que eu notei o quanto esse ‘pijama’ dela é bonito, mas que bonito. Pisquei algumas vezes me livrando da distração.

-Ry não precisa ficar aqui... Você deve ter outros compromissos. Pode ir. –ela murmurou com o rosto escondido no travesseiro, ela tava tentando disfarçar mais eu sabia que ela estava chorando silenciosamente. Eu me deitei na cama e passei meu braço por sua cintura, cheirei seu cabelo e depositei um beijo.

-Eu vou ficar aqui com você até ter certeza que você não vai fazer nenhuma besteira. –falei no ouvido dela. Ela deu uma risada fraca e se virou para mim.

-Que tipo de besteira eu posso fazer!? –ela disse com um ar inocente.

-Eu sei que você se corta Luna - sua expressão mudou e eu percebi seus músculos ficando tensos. Pensei em falar a ela que sabia dos calmantes também mais deixei quieto, apenas a abracei e depositei um beijo em sua testa. –Não quero que faça isso novamente ok!? –murmurei, ela balançou a cabeça e se ajeitou em meu peito. Acho que preciso repensar minhas intenções com Luna para não machucá-la mais tarde.