I Just Wanna Be With You

Pai, você me estressa


Mari P.OV.

– Calma, calma, Mari! – Julie disse se levantando e vindo em minha direção.
Ela me puxou até o sofá e declarou:

– Nós, vamos, para, Londres. – Julie me falou pausadamente e com um brilho nos olhos.
Comecei a rir histericamente e falei:

– De novo sonhando acordada, Julie?! – Me levantei e fui em direção a cozinha.
Julie aparece na minha frente e chama a Cher.

– Conta pra ela, Cher! Conta que vamos pra Londres.

–Na verdade não vamos não, e eu acho que tinha algo na sua bebida, Julie. – Cher falou seriamente e todas riram.

Olhei pra elas com cara de impaciente:

– Ah, gente! Por favor né.. Vocês me tiram da minha linda cozinha com berros de babuínos, e ainda arrumam um jeito de zoar com a minha cara...

– Mariiiiiiiiiiiiiii! – Cher gritou me interrompendo.
Tomei um susto e perguntei:

– O que foi, garota? Menos escândalo! – Falei rindo.

– Nós vamos mesmo para Londres! – Cher falou sorrindo.

– Ah, Cher! Você também?

– Eu também o que?

– Com essa história de Londres aí.

– É porque é super sério. Vem cá! – Cher me levou de volta pra sala e me fez sentar.

Depois de muito custo, eu finalmente acreditei na história de Londres. E OMG, vamos pra Londres!
Depois disso, passei algumas horas com as meninas aqui em casa, assistimos filmes, pesquisamos lugares para visitar em Londres. E logo depois, elas foram embora.
Tomo banho, e fico igual uma louca cantando no chuveiro. Quando eu vejo que meus pais chegaram. Me seco, visto essa roupa, e vou falar com eles.

– Boa noite, meus lindos! – Falei sorrindo e tentando fazer com que aquilo não soasse como um deboche

– Ih, Mari, fala logo o que você quer.. – Meu pai disse impaciente, mas brincando.

– Bom, vocês sabem que meu sonho sempre foi ir pra fora desse país, mas especialmente pra Londres...

– E..? – Minha mãe perguntou.

– Então, eu ganhei uma oportunidade de ir pra Londres!
Falei isso com toda a felicidade do mundo e meus pais, fizeram silencio, me ignoraram totalmente. Decidi quebrar o silencio:

– E aí gente? Deixam ou não deixam?

– Claro que não, Mariane! – Meu pai me disse isso e me olhou sério, o que me deixou um pouco assustada

– Por que não, pai?

– Porque você não tem responsabilidade nenhuma!

– Claro que tenho pai, e você nunca vai saber disso, se não permitir que eu te prove o contrário!

– Eu te dou sempre chances extraordinárias nessa vida. E o que você faz? Você sempre me decepciona. SEMPRE! – Ele disse gritando, o que me fez derramar algumas lágrimas.

– Poxa pai, eu to aqui, pedindo com carinho!

– Carinho? Tô cansado desse seu “carinho”? Você não me dá UM orgulho sequer nessa vida.

– Eu não te dou mesmo não, porque VOCÊ não me dá a chance. E quer saber mais? Cansei de passar por isso sempre. Vocês me tratam como se eu fosse um lixo, e eu não sou mais um bebê pra que vocês me digam o que é certo e o que é errado! – Me exaltei, e comecei a chorar ainda mais

Subi as escadas correndo, peguei uma bolsa grande, e enfiei tudo o que vi pela frente. Mas mesmo assim ainda não coube tudo. Peguei a bolsa e passei pela sala de jantar correndo e chorando muito.

– ONDE VOCÊ VAI? TÁ MALUCA? – Ouvi meu pai gritar.
Parei de andar, e sem me virar pra ele, falei:

– Maluca eu estaria se passasse mais um dia nessa casa!

Abri a porta, e saí andando na calçada. Minha mãe veio até a porta, e tudo o que eu ouvi foi um “volta aqui!”. Mas não foi o suficiente pra que eu mudasse de ideia. Andei pelas ruas chorando, já era tarde, e o pouco de pessoas que estavam na rua, me olhavam com dó. E eu sempre os retrucava com um “tá olhando o que?”. Andei algumas quadras, na verdade 12. E cansei de andar, me sentei na beira de uma calçada e sinto alguém me cutucar.