Ele remexeu em todos os CD’s de Felicity, procurando o perfeito, o que melhor poderia, em uma canção, expressar aquele momento que ele queria viver com ela. Se pudesse sonhar alto, faria com que ela vivesse o casamento de uma vida toda em uma noite.

No meio de vários, ele encontrou um que lhe chamou a atenção. Sabendo que desde a faculdade, Felicity fora uma boa hacker, lhe explicava muito bem a quantidade de CD’s gravados em sua estante.

– Nem pense em me julgar, semana passada descobri que você tinha uma jaqueta escrita “Vanilla Ice Rocks”.

– Quem te contou isso? - Olhou-a assustado enquanto ela tentava disfarçar o riso.

– Tenho uma rede de informações.

– Thea. - Concluiu ele.

– Estava na cave e fiquei entediada. Só subi para beber alguma coisa. – Explicou-se.

– Bom, ainda sim, é um segredo que vai ficar entre nós.

– Isso não precisa nem pedir. Mas também depende muito de como pretende me convencer.

– Amor, o que eu pretendo fazer com você essa noite, pode te fazer mudar de ideia rápido demais. - Felicity ficou vermelha, porém sustentou o olhar para o pecado em forma de homem a sua frente.

Ele olhou a capa e logo identificou a caneta glitter com cheiro de fruta.

– Thea te emprestou os CD's dela?

– O que posso dizer, ela se apaixonou por mim.

– Difícil seria não se apaixonar por você. - Ela enrubesceu e ele quis beijá-la por todo o rosto, pegá-la no colo e amá-la como nenhuma mulher fora antes, mas era necessário ir devagar, as coisas já andariam rápido o suficiente. Para que apressar todo o inevitável?

– Devo ficar com medo? - Ele sorriu e foi na direção de Felicity com o CD escolhido.

Ela se aproximou dele e pegou suas mãos para lavá-las aos lábios.

Quando ele se afastou e colocou a música, ela teve tempo para suspirar. Ele sorriu. Sabia que aquilo era um sinal de uma noite incrível onde ele podia jogar-se num mar aberto de sentimentos, onde ele poderia ser ele mesmo sem medo.

Quando ela ouviu a canção (http://goo.gl/XlqUbi), Oliver percebeu que ela ficara em transe. Ela talvez estivesse estranhando o fato mais peculiar de toda aquela noite: Oliver Queen sabia ser romântico!

Todos os sentimentos lidos no lindo rosto surpreso dela.

– Me daria a honra de uma dança? - Perguntou ele com olhos em brasa, fogo puro e devastador, que fazia aquele calor impetuoso atravessar o coração de Felicity.

– Claro que sim, mas eu já vou dizendo que dançar nunca foi um talento explorado. - Ele sorriu sedutor.

– Acho que a música vai nos levar agora. - Colocou o rosto no pescoço dela e fechou os olhos. Suas narinas encontraram aquele doce perfume que o confundia demasiadamente, ele colocou suavemente a mão na curva de suas costas, sexy e ardente. Ele ficou encantado com o arrepio que aquele ato causou em Felicity. Ela estava tão pronta para ele, tão linda. Aquilo o devastava profundamente, saber que não havia amanhã para eles, que tudo o que restaria eram aquelas lembranças. A música evidenciava, ele não queria sequer dormir, não queria adormecer para despertar e perceber que, na verdade, tudo não passara de sonho.

Ela encostou a cabeça em seu peito largo, sentindo seu calor. Ela mal conseguia olhar para ele, tinha medo de desabar em lágrimas, tamanha era sua emoção, olhar para ele era como olhar para o sol. Estava com o homem de sua vida, seu ar que respirava.

– Queria te dizer que... - Ele tinha medo de não conseguir escolher as palavras certas para dizer. - se um dia eu não estiver mais aqui... - Ele foi interrompido com um beijo suave e apoteótico dela, olhou-o com uma dor tão comovente que o fez se arrepender de ter dito aquilo, o fez imaginar como seria pra ela não poder vê-lo nunca mais.

– Porque diz isso Oliver? - Sua voz entrecortada mostrava a dor dilacerante diante da possibilidade de não poder ter seu corpo tão perto do dela, perder aos poucos a lembrança de seu cheiro e do beijo viril, marcante. Seriam perdas irreparáveis até para o coração valente de sua menina, sua Felicity.

– Porque eu posso tentar fugir com o seu coração. - Ele sorriu e ela deu um pequeno soco em seu ombro forte. - Autch! - Ela sorriu.

– Isso pra você são cócegas. - Abraçou-o mais forte pela cintura.

– Mas eu não quero apanhar da mulher da vida. - Ele chegou próximo ao ouvido dela e com o hálito quente, flertando com o lóbulo de sua orelha, disse algo que a deixou quente, desarmada. - Pelo menos não agora, antes de conhecer o quarto dela. - Deu uma pequena mordida e puxou-o, arrepiando-a da cabeça aos pés.

– Não me provoque Oliver Queen. - Disse ela com a voz eloquente, carregada de desejo.

– Quem seria eu para enfrentar uma mulher tão perigosa? - Seu sorriso de lado, carregou-se de densidade.

– Acha que eu não sou perigosa? - Ela levemente levantou a perna por entre as penas de Oliver, tocando-o intimamente.

– Acho que sou muito cético. - Disse Oliver, brincando com fogo.

– Então você permite que eu lhe apresente algumas coisas em meu apartamento? – Disse ela abrindo a camisa, olhando-o fixamente. Os lábios jaziam entreabertos, com os olhos azuis cintilando de satisfação, Oliver seria dominado como deveria. Ele conheceria o lado perverso dela naquela noite. – Chega de donzela em perigo, agora você será a vítima. – Jogou a camisa no chão, deixando a mostra o tórax talhado, nu e delicioso o suficiente para ser degustado.

– E como eu poderia escapar disso? – De olhos fechados ele sentia o hálito quente de Felicity pousando sobre seu mamilo esquerdo, quase sendo tocado, beijado, porém o ar quente passava por todo o peito, provocante, de uma maneira indecente.

– Vou querer alguma recompensa, claro. - Ela raspou o dente no pescoço de Oliver, arranhando levemente seus ombros com as unhas.

– E qual seria? – Tirou-a do chão e fez com que suas pernas ficassem presas a cintura dele. O gemido veio do roçar das intimidades, do contato imediato dos corações incendiados. Pegou suas coxas, apertando-as com pretensão, possessão.

– Você! – Ela falou baixo no ouvido dele, porém o suficiente para que ele a beijasse, levando a boca dela até a sua com um ímpeto puxão de cabelo. Voraz, enervante, sedento.