I Can Love You

Capítulo 3 - Tudo pela comida.


Eu estava com medo, o menino de cabelos castanhos era capaz de tudo naquele momento, minhas reações se congelaram, mas não posso dizer o mesmo dele. O garoto me imprensava cada vez mais na parede, com uma mão segurando meu pulso e a outra apertando meu rosto pela região do queixo. Fechei meus olhos apertando minhas pálpebras o maxímo que podia, se fosse para ele me beijar que o fizesse logo afinal tentar me mover seria perca de tempo.

– Não se preocupe vai ser bem rápido. – O senti sussurrar tais palavras já com seus lábios tocando em meu rosto, aquilo me fazia arrepiar. Meu coração parecia apertar-se em meu peito e o nervosismo tomar conta de mim me impossibilitando de movimentar-me. O rapaz da voz suave levou sua mão ate minha coxa alisando-a de leve levantando um pouco da minha saia e em seguida a subindo bem devagar enquanto sua boca percorria meu rosto com leves selinhos. Ela não tinha controle. Logo pude sentir quando a mesma estava em minha barriga, alisava-a por cima da blusa. Sua mão que ainda se encontrava em meu rosto o virou bem devagar na esperança de que eu o olhasse nos olhos, mas isso não aconteceu, pois os mesmos se mantinham ainda bem fechados.

– Está com medo? – Ele sorriu com sarcasmos e um pouco de ironia.

Eu permanecia imóvel enquanto o rapaz exercia total controle sobre mim. Bem devagar ele posicionou sua mão firme em volta da minha cintura e puxou-me colando nossos corpos. Lentamente voltou a alisar minha barriga só que dessa vez por dentro da minha blusa subindo sua mão bem devagar enquanto beijava meu pescoço. Ao sentir sua mão se aproximar dos meus seios acordei do meu transe por completo e virei minha mão direita em seu rosto nos separando rigorosamente.

– Como pode? – perguntou ele com a mão em seu próprio rosto que por sinal estava vermelho e parecia arder.

Ele veio em minha direção segurando meus braços contra parede e os apertando com muita força, ele parecia estar em seu nível maxímo de raiva e sua vontade de me “matar” transbordava por seu suor e por mais uma vez eu não consegui me mover.

– S-se tocar em mim novamente eu grito. – Falei gaguejando e completamente assustada.

– É melhor você tomar cuidado ou vai acabar sendo devorada.

Ele soltou os meus braços que por sinal doíam muito e voltou para seu lugar. Logo entraram muitos alunos, inclusive as meninas que me olhavam desconfiadas. Voltei para minha cadeira e as quatro fizeram questão de sentar perto de mim.

– Você está bem Sulli? – perguntou Luna.

– Por que não estaria? – desviei o assunto com outra pergunta.

– Estava sozinha com Kyuhyun. – disse Krystal conseguindo roubar-me um olhar profundo e pouco assustador.

– O nome dele é Kyuhyun?

– Bom dia alunos! – disse o professor de literatura entrando na sala e calando a todos.


Kyuhyun P.O.V. on...

– Maldita garota. – digo enquanto aliso meu rosto dolorido e ardido.

– Tudo bem Kyu? – perguntou Dong.

– Sim, sim.

– Seu rosto está vermelho cara. – comentou Leeteuk.

– Ah, eu dormi muito tempo com o rosto no caderno. – Menti alisando meu rosto para disfarçar.

Os meninos não precisavam saber que levei um tapa no rosto de uma caloura idiota. A raiva que eu sentia dela era grande, eu a fuzilava com meus olhos e sentia uma vontade de devolver o que ela fez comigo só que de uma forma que ela ficaria apavorada, era grande.

Afinal que gosto é aquele que ela tem?” – pensei.

– Onde está Siwon? – Perguntei para os meninos que estavam de cabeça baixa fazendo o dever que o professor de literatura passou quebrando totalmente meus pensamentos.

– Resolvendo coisas sobre a vinda da escola do norte para cá. – Disse Dong ainda de cabeça baixa.

– Kyu acho que a caloura está afim de você ela não tira os olhos de ti. – Disse Teuk apontando para a caloura com o lapis enquanto ria.

Virei para vê-la e confirmar se ela estava realmente me olhando, mas quando me virei ela estava era escrevendo, como todos.

– Alguém afim do Kyu? O verão esse ano vai ser mais quente. – Comentou Dong com um sorriso cheio de sarcasmo.

– Sem graça. – Empurrei Dong de leve e finalmente decidi fazer o dever que o professor passou.

Kyuhyun P.O.V. off...

Sulli P.O.V. on

“Não consigo me concentrar que droga!”– Pensei comigo mesmo.

O momento que passei com o tal Kyuhyun não saia da minha cabeça e a vontade de mata-lo era grande, mas prometi para mim mesma que não faria nada de errado afinal não suportaria ouvir outro sermão de Victoria.

TRIIIIIIIIIIII!

O horário havia batido e estava na hora do almoço, o bom dessa escola é que são apenas quatro horários por dia o ruim é que cada um dura 1 hora e meia. Eu estava muito feliz, pois ia finalmente almoçar estava com fome desde manhã. (Mais o suco que estava plantado em meu corpo me mantando grudenta me encomodava.) ? Não entendi.

– Vamos almoçar Sulli? – Perguntou Amber que colocava a mochila aparentemente pesada nas costas.

– Ah, podem ir na frente. – Peguei minha mochila e corri para porta.

– Sulli aonde você vai? – Perguntou Victoria.

– Eu encontro você no refeitorio A.

Fui a primeira a sair da sala, eu realmente precisava de um banho e não vi nada demais em pegar 15 minutos do meu horario do almoço para fazer isso. Chegando no quarto joguei a mochila no chão e corri para o banheiro onde eu podia tomar um ducha relaxante.

Sulli P.O.V. off

Victoria P.O.V. on

Peguei minha mochila e guardei meu material dentro dela e em seguida caminhei ate a porta acompanhada por Amber, Luna e Krystal. Desviei meu olhar centralizado e deixei com que meus olhos se encontrassem com os de Kyuhyun. Ele me olhava com uma intensidade sem explicação e procurava se concentrar em cada detalhe em meu rosto. Deixei-me levar por aqueles lindos olhos castanhos, mas uma pontada forte em meu coração me fez desviar meu olhar e segui para o refeitorio, eu tinha marcado de me encontrar com a Sulli ali.


“O que foi aquilo?” – Me perguntei com a mão por cima do peito esquerdo.

Meu coração pulava e eu já não ouvia mais nada em volta, apenas me perdia no momento que tinha acabado de viver, era intenso não sei como explicar já faz tanto tempo que eu e Kyuhyun não nos falamos mais mesmo assim pudemos trocar aquele olhar... Só não entra na minha cabeça que mesmo de tanto tempo eu consigo sentir tanto.

– O que vamos pedir? – perguntou Amber.

Foi quando me dei conta de já estávamos na fila do refeitorio.

– Nossa o refeitoria A sempre é o mais vazio. O que esta acontecendo hoje? – Perguntou Luna olhando em volta.

– Calouros... – Suspirou Krystal. – O refeitorio A costumava ser nosso cantinho agora é nosso e desses calouros irritantes.

– Então o que vamos pedir? Nossa já perguntei isso será que estou invisível para vocês? – Perguntou novamente Amber.

– Pode ser frango? – Disse Krystal juntando suas mãos e pulando.

– Pode. – Disse Amber sorrindo dos atos da menina.

Eu ainda estava pensativa e o que me incomodava, mas era por que a culpa toda era do Kyuhyun. Por que esse menino simplesmente não some da minha vida?

– Você está bem Vic? – Perguntou Luna.

– Ah, sim, s-sim, sim eu estou bem. – Gaguejei ao responder a pergunta.

Luna me olhou com aquela cara que só ela sabia fazer quando reparava algo em uma de nós e isso me assustou muito, pois depois ela com certeza iria querer tirar satisfações comigo. Chegou finalmente nossa vez e Amber fez o nosso pedido... Frango empanado com legumes bastante coloridos e alguns cogumelos fritos. Krystal pulava de alegria indo em direção uma mesa um pouco isolada do lado direito do refeitorio onde pudemos sentar e comer.

– Nossa está uma delicia. – Falou Krystal sendo a primeira a pegar seu hashis e começar a comer.

– Onde está Sulli que ainda não chegou? – Perguntou Luna com a boca cheia.

– Não sei, ela nem disse para onde ia. – Falei.

Eu finalmente consegui colocar um pedaço de frango na minha boca, pois os olhos de Kyuhyun não saia da minha cabeça e isso corroia minha total vontade de fazer qualquer coisa.

Victoria P.O.V. off


Sulli P.O.V. on

Eu estava aproximadamente 40 minutos debaixo daquela ducha, mas era tão gostoso deixar a água quente escorrer pelo meu corpo todo... Era relaxante. Peguei o sabonete liquido e comecei a esfregar meu corpo todo e quando fui esfregar meu braço olhei para meu relógio a prova da água e notei que tinha menos de uma hora para almoçar.

– Meu Deus! – Gritei comigo mesma. – Estou atrasada.

Tirei todo o sabão liquido que se encontrava no meu corpo e sai da ducha toda molhada encharcando todo o chão do banheiro, peguei meu roupão enrolei-me nele e fui correndo para o quarto, rapidamente vesti minha roupa intima com o corpo pouco molhado, joguei a toalha na cama liguei o secador e dei uma passada rápida em meu cabelo só para não deixa-lo 100% molhado, vesti minha farda rápidamente peguei minha mochila e corri ate o refeitorio A torcendo para que as meninas ainda estivessem lá.

Chegando lá vi o refeitorio completamente vazio com apenas os funcionários que já estavam cuidando da limpeza. Olhei para meu relógio e vi que ainda tinha tempo para eu comer alguma coisa, caminhei ate a bancada de lanches e vi tudo vazio.

– Moça eu quero...

– Desculpa princesa mais já acabou. – Disse a mulher de cabelos pretos amarados no rabo de cavalo que limpava os farelos que tinha no balcão com um pano umedecido.

– Como assim acabou?! – perguntei quase gritando.

Fiz um pequeno bico, a vontade de lamber os farelos do balcão era um desejo incontrolável, segurei as lagrimas e sai do refeitorio de cabeça baixa fiquei andando pelos corredores da escola meio vazios tentando controlar minha barriga que não parava de ronca um segundo.

– Ah! Que fome.

Sentei-me em um banco que ficava em um corredor qualquer da escola e abaixei minha cabeça a apoiando nos joelhos. O barulho da minha barriga parecia ficar mais alto e isso me incomodava muito.

– Ah... Para barriga, por favor. – Disse para mim mesma ainda com a cabeça baixa.

Senti um leve cheiro de atum que fazia minha barriga ronca mais alto.

– Eu estou ficando doida, já estou começando a sentir cheiro de comida... Ah... – Mordi meu braço que estava apoiando minha testa e para falar a verdade só conseguia sentir um leve sabor do sabonete liquido de morango que passei no meu corpo.

– Está ficando? Eu realmente acho que você já é.

Ao ouvir a voz que já era pouco familiar me virei em direção ao som e lá estava sentando Donghae que saboreava um pequeno sanduiche de atum. A boa noticia era que eu não estava ficando doida, o cheiro de atum estava presente naquele ambiente e a má noticia era a fome que só aumentava ao ver Donghae saborear seu sanduiche.

– O-oi. – Gaguejei com o olhar centralizado no sanduiche de Dong.

– Você está bem? – Perguntou Dong dando uma ultima mordida no seu sanduiche.

Não responde apenas voltei a fazer o meu pequeno bico e abaixei a cabeça novamente e comecei a chorar baixinho para que Dong não notasse.

– O que foi?! – Dong se levantou do lugar de onde estava sentando e se ajoelhou de frente para mim tentando tirar minha cabeça de cima do joelho, porém eu não deixava não queria que ele me olhasse chorando.

– Nada. – Digo com voz de choro me entregando totalmente.

– Sulli... Olha para mim.

A voz dele era doce e calma, sem nem pensar levantei minha cabeça encontrando novamente com os olhos dele que nem da primeira vez. Dong lentamente levou a ponta de seus dedos ate meu rosto limpando minhas lagrimas, ele desviava seu olhar para minha boca e em seguida voltava olhar para meus olhos eu me perdia por completo deixando meus movimentos mortos.

– Agora me diz o que você tem. – Ele falou baixo ainda olhando em meus olhos, tirou sua mão de meu rosto mais ainda continuou ali de joelhos em minha frente.

– Não, você vai ri de mim. – Digo abaixando meu olhar.

– Sulli... – Ele levou a ponta de seu dedo indicador ate meu queixo e fez com que eu olhasse novamente em seus olhos. – Eu não vou ri de você.

Respirei fundo e decidi contar o que eu estava sentindo mesmo se ele fosse ri.

– Eu estou com fome... – Falei baixo.

– Está com fome? Por quê? – Perguntou ele com a expressão confusa.

– Eu me atrasei para o almoço. – Fiz o bico novamente, ele era definitivamente automático.

– Sempre se atrasando. – Ele sorriu de leve e se levantou e depois sentou ao meu lado fazendo-me virar para ele.

– Você disse que não ia rir.

– Mais eu não ri por que você está com fome, ri por que acho fofo o fato de você sempre está atrasada.

Dong levou uma de suas mãos ate minha bochecha e as apertou me deixando corada com tais palavras. Ficamos em certo silencio de mais ou menos 1 minuto ate que ele o quebrou com uma pergunta.

– Que um sanduiche de atum?

– Quero!

Nem pensei duas vezes antes de responder, pois a fome dentro de mim falava mais alto. Dong deixou um belo sorriso brotar em seu rosto fazendo-me sorri também não sei como nem por que, mais a gente conseguia se da muito bem.

– Então vem, vamos ao meu dormitório que eu te dou um. – Ele se levantou puxando-me pela mão.

– Não! Espera Dong. – O puxei fazendo-o parar de andar.

– O que?

– Eu não sei se é uma boa ideia.

– Não se preocupe Sulli, eu não vou fazer nada com você.

– Eu sei, mas...

Dong ficou de frente para mim e segurou minha duas mãos.

– Confia em mim Sulli eu não vou fazer nada com você. – Disse ele olhando diretamente dentro de meus olhos.