I Came Back To You

Seguindo o coração


No dia seguinte...

P.O.V Da Sam

Acordei e não pude sair da cama, Freddie me abraçava, acabamos dormindo de conchinha. Era bom estar em seus braços, nua e aquecida, lembrei dos momentos que tivemos, não foi apenas sexo, fizemos amor e foi bem intenso, amei cada minuto. Virei lentamente, dando de cara com o moreno adormecido, roncando baixinho, olhei para a sua boca entreaberta, como ele poderia ser tão lindo mesmo estando naquele estado?

Passei a mão por seu rosto, com a ponta do dedo percorri seus traços faciais, toquei sua barba que estava ficando maior e precisava de uma aparadinha, ele resmungou algo sentindo meus toques e suas pálpebras mexeram, quase abrindo os olhos. Ficavam ainda menores e fechadinhos logo pela manhã, nosso filho havia herdado aquele traço também.

Uma mini-cópia dele.

— Sei que tá acordado... - Sua respiração mudou e ele abriu um sorrisinho sem disfarçar.

— Não quero abrir os olhos agora, só mais alguns minutos, sei que vai me colocar para fora da cama e me expulsar de sua casa... - Disse rouco e sonolento.

— É o que você acha? - Me ajeitei melhor deitando de lado, ainda em seus braços, tocando o seu peito coberto por uma camada macia de pelinhos.

— Não escolheu ficar com o Shane? - Finalmente tomou coragem para me olhar.

Me encarou com os olhos em minúsculas fendas.

— Decidi seguir o meu coração. - Fui sincera. - Meu coração escolheu o homem que amo. - Puxei sua mão esquerda e repousei ela sobre o meu peito, colocando-a por cima dos meus batimentos disparados.

Freddie arregalou os olhos quando sentiu as batidas fortes e ritmadas.

— Meu Deus... - Soltou o ar que prendia. - Meu Deus! - Arfou.

— Meu coração que está enlouquecido e é você que vai infartar, homem? - Brinquei.

Eu ri enquanto ele estava eufórico.

— Quero te beijar agora, mas antes preciso escovar os dentes e...

— Deixa de frescuras, eu aguento... - Ri de novo e o puxei para um selinho.

Benson segurou meu rosto, ficando por cima de mim e me deu vários selinhos, todo feliz.

— Tô aliviado e tão feliz, acho que vou gritar, e chorar...

— Shhh! - Tapei sua boca. - Não seja bobo! - Ele fingiu morder minha mão.

Aquilo fez cócegas.

Tirei a mão que cobria sua boca e sorrimos um para o outro.

— Não estou acreditando, devo estar sonhando... - Piscou atordoado.

Era mesmo um bobão.

— Saia de cima de mim, tenho coisas para fazer! - Lhe dei um tapa estalado no braço.

— Ai! - Sentiu o impacto.

— Sentiu agora? Acordou? Ou precisa de um beliscão? - O empurrei de leve, ele rolou para o outro lado e deitou com os braços cruzados por baixo da cabeça.

— A ficha ainda está caindo... - Admitiu.

Saí da cama, prendi meu cabelo bagunçado fazendo um coque.

— Iremos oficializar as coisas entre nós quando você assinar o divórcio, nada de me pedir em namoro agora. - Avisei.

— Poxa, eu já estava pensando em te pedir em casamento! - Me olhou e nós rimos.

— Vamos com calma aí, garanhão! - Lhe dei as costas e fui para o banheiro.

Após aliviar minha bexiga, fui lavar as mãos e jogar água no rosto para poder despertar melhor, ainda estava sonolenta.

— PORRA, BENSON! - Toquei nas marcas dos chupões.

Pescoço e seios, ele me deixou toda marcada e sem dó.

— O que foi? - Apareceu alarmado, invadindo o meu banheiro.

— Por sua culpa agora vou ficar usando blusas com gola alta. - Mostrei os chupões exagerados.

— Você não reclamou quando fiz cada um deles... - Me agarrou por trás.

— Me solta, preciso tomar banho agora. - Tentei me desvencilhar.

— Podemos fazer isso juntos... - Me suspendeu e me levou para o box enquanto eu xingava ele.

Demoramos demais no banho.

Mas quem liga? Foi ótimo.

[...]

Freddie foi embora antes da minha mãe e do nosso filho acordarem.

— Que carinha é essa, Sam? Blusa com gola alta? - Pam logo perguntou.

— Está frio e deu na previsão que será chuva o dia todo. - Menti.

— Não nasci ontem, sei que o Freddie saiu de fininho faz algum tempinho... Ouvi vocês quando decidi roubar a geladeira de madrugada! - Merda.

Alex estava distraído comendo seu cereal de chocolate.

— Não fomos barulhentos. - Resmunguei corando.

Ela soltou uma gargalhada.

— O que foi, vovó? - Meu pequeno a olhou curioso.

— Não foi nada, anjinho. - Sorriu para o neto. - Filha, não vou me intrometer na sua vida amorosa. Só quero que seja feliz. - Me encarou.

— Hoje o Alex vai escolher o cachorrinho. - Mudei de assunto.

Não era uma boa hora conversarmos sobre aquilo.

— Vamos logo, mamãe! Já acabei! - Me apressou.

Olhei para a sua tigela vazia.

— Agora vá escovar os dentes e coloque as meias. - Me levantei recolhendo a louça.

— Quando quiser conversar comigo, vou ouvir, saiba que não vou julgar você, Sam. - Minha mãe falou com calma.

— Está bem, mãe. Primeiro quero falar com o Alex, e nem sei o que dizer... Estou me preocupando demais? - Bufei.

— É só um menino de 6 anos, você nem mesmo deve explicações a ele. O garoto já está feliz por ter o pai por perto. - É, ela tinha razão.

Esperei meu filho terminar de se arrumar para irmos na casa dos vizinhos, ele estava louco para ver os filhotinhos e escolher um.

[...]

— Mãe, gostei desse aqui. - Levantou o pequeno Golden Retriever.

Era o mais gordinho e peludinho entre os filhotes.

— Que lindinho! - Exclamei encantada com aquela bolotinha de pelos.

— É macho. - Dona Angela informou.

— Ficaremos com ele. - Decidi adotar o cachorrinho que meu filho tanto queria.

Voltamos para casa, meu pequeno estava radiante e muito tagarela.

— Ele precisa de um banho, vamos ao Pet Shop mais tarde, seu cachorro precisa de algumas coisinhas, filho. - Falei.

— Que legal! - Colocou o filhote no chão.

— Já pensou em um nome para ele? - Perguntei.

— Ele parece um caramelo. - Riu se abaixando para fazer carinho no bichinho.

— E você ama caramelos, né? - Sorri.

— Ele vai se chamar Caramelo, mamãe. - Decidiu.

Eu sempre colocava nome de doces e comidas nos meus animais de estimação também.

— Gostei do nome, filho. - Aprovei.

Finalmente meu menino estava com o seu animalzinho de estimação, era o sonho realizado dele.

Freddie me ligou à tarde, disse que havia alugado um apartamento e conversamos um pouco, acabei o convidando para jantar em casa.

Alex estava louco para apresentar o Caramelo.

Eu queria ver a Carly e ter uma boa conversa com ela, sabia o quanto ela me culpava por tudo, nunca pedi para o Benson deixá-la, ele fez a própria escolha, já estava pensando no divórcio antes de eu voltar para Seattle, segundo ele.

Só queria ter uma conversa franca com Carly, ela precisava me contar os motivos que tinha para me odiar tanto, sendo que eu nem guardava rancor dela.

Por isso decidi ir até a sua casa, deixei meu filho com a minha mãe, não contei ao Benson e fui procurar a minha ex-melhor amiga para acertamos as coisas.

Eu só não esperava encontrar Freddie e ela discutindo na varanda, chamando atenção de quem passava, nem mesmo tirei o capacete, fiquei ali parada sentada na moto.

Um berrava com o outro.

A coisa estava mesmo tensa.