I Buried Myself Alive On The Inside

Its Better You Trapped Yourself In Your Own Way


Como de costume eu e Jeph andávamos pelo pátio, Jeph me contava de sua rejeição amorosa e eu ouvia tudo para depois aconselhá-lo como sempre fiz durante quatro anos.


–Mas Bert, eu estou gostando dela, aí eu perguntei se ela gostava de mim e ela disse que não, eu perguntei se ela queria ficar comigo e ela me rejeitou de novo, então eu perguntei se poderíamos ser amigos, aí ela veio com aquela história de que não é possível porque estudamos em salas diferentes, como isso porra? Eu estudo agora em uma sala diferente da sua e nem por isso te abandonei não é?


–Calma, tem coisa bem melhor guardada pra você, só que não vai aparecer se você continuar chorando como uma menininha, além do mais, aí de você se me...


–Se me?


–Abandonasse... QUE PORRA É ESSA?


–Caralho!


–QUE PUTARIA É ESSA? EU VOU MATAR O QUINN!


Eu gritava. Quinn sequer olhava para trás. Minha respiração estava descontrolada, meus batimentos cardíacos estavam fora do normal, eu sentia meu rosto queimar e o sangue passar pelas minhas veias. Quinn estava de mãos dadas com outro garoto. Logo eles começaram a subir as escadas, detalhe, abraçados!


–Filho da puta!


–Calma, ele é só amigo dele!


–Ah tá, em três semanas de aula ele já fez um amigo, ah e ainda por cima esse amigo se sujeita a andar de mãos dadas com ele? Eu nunca fiz isso com ele, ele nunca fez isso comigo e eu também não faço isso com você Jeph!


–Calma Bert não fica assim... Porra você tá me assustando!


Soquei a parede mais próxima que tinha textura, dessa forma fiz alguns cortes em minha mão, com certeza a dor dos cortes não era tão grande quanto a dor da traição.


–Eu não quero te assustar, mas eu estou... Eu estou péssimo! Não sei o que fazer!


–Isso é tão engraçado! Você sempre me dá ótimos conselhos que sempre quando os sigo eles resolvem, mas quando chega à sua hora de resolver seus problemas, você se encontra perdido.


–Todos nós temos esse lado.


Dei um abraço apertado em Jeph que não recuou, é como se ele me abraçasse tanto pra ajudar os problemas dele quanto para me ajudar. Permanecemos ali no corredor entre as salas de aula enquanto o intervalo não acabava.


Parando pra pensar eu não sei por que me senti desse jeito, eu não namoro ele, somos amigos, ele diz que gosta de mim e eu já me declarei pra ele, então qual é o problema? Quem é o errado? Eu por achar que foi traição, ou ele por não honrar as próprias palavras?

“Eu te amo Bert, não vê isso? E você? O que você sente? Você nunca demonstrou nada.”

“Eu também te amo Quinn!”

Eu estava melhor quando me sufocava e não demonstrava, é sempre assim, quando eu amo tal pessoa e essa pessoa fica sabendo eu começo a me fuder! A pessoa me rejeita, para de falar comigo e eu pago o preço, às vezes é meu corpo que paga o preço.


O sinal tocou e eu fui pra sala. Prova. Mal pensei direito, mas um cinco deu pra tirar. Justamente por causa dessa prova a minha sala foi liberada mais cedo e eu estava indo embora quando na rua eu encontrei Quinn.


–Bert!


Continuei meu caminho sem olhar pra trás, apenas aumentando o volume do meu player de músicas pra não ouvir a voz dele, mas isso era impossível já que ele gritava.


Senti sua mão apertar meu braço e me virei ficando de frente pra ele com uma expressão de ódio no rosto, enquanto ele parecia calmo, como se nada tivesse acontecido.


–Me solta!


–Porque não falou comigo hoje?


–E porque você não está com seu amiguinho?


–Ele não é apenas meu amigo.


Senti uma dor tão grande quanto uma facada no meu peito, minha respiração parou por alguns segundos enquanto meu cérebro repetia essa frase diversas vezes na minha mente, claro! Só podia ser namorado!


–Eu não te devo satisfações, mas sabe... Eu estava hoje o intervalo ouvindo o Jeph, conversando com ele e você? Achou bom agarrar aquele moleque e sair andando de mãozinha dada com ele pelo pátio?


Senti suas mãos agarrarem minha cintura me puxando para um beijo, não que não fosse bom, mas eu não queria, apesar de que eu o abraçava e correspondia ao beijo, nossos lábios se encaixando perfeitamente, nossas línguas quentes se tocando, eu puxava suavemente os cabelos loiros de Quinn enquanto ele fazia o mesmo com meus fios negros, nossos corpos colados... Era perfeito, exceto pelos meus pensamentos.


Separei o beijo e desferi um tapa forte do lado esquerdo de seu rosto, o tapa deu um estalo que de início ecoou na minha mente, olhei pra seu rosto vendo a marca dos meus cinco dedos em sua pele. Algumas pessoas que passavam pela rua começaram a nos olhar.


–Por que isso?


–Eu não sou sua puta, eu não estou disponível pra você quando você bem entende pra depois me jogar fora. Obrigado por me magoar mais uma vez!


–Me Desculpa!


–De novo? Desculpas não aceitas, é bem capaz que essa grama que você pisa seja melhor que você. Cansei de perder meu tempo, me deixa um pouco em paz.


Continuei meu caminho pra casa, deixando Quinn ali parado. Durante a caminhada fiquei um tanto atordoado recordando aquele beijo. Um dia, quem sabe um dia isso se resolva, mas eu apenas quero esvaziar minha cabeça, mesmo que pra isso eu passe noites sem dormir. Agora minha insônia tem nome: Quinn Allman.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.