Homra

1. No Blood


A tarde estava caindo na cidade de Shizume. No pequeno bar HOMRA na parte baixa da cidade, Izumo Kusanagi espera impacientemente por seu rei. Mikoto havia saído a algum tempo para fumar e não havia voltado.

Nesse meio tempo, os membros de seu clã estavam fazendo besteiras e ameaçando destruir seu precioso bar. Sem a presença de seu rei ou do membro mais calmo do clã, Totsuka, o grupo de loucos ficava praticamente incontrolável.

Era estranho a falta da presença do jovem de cabelos castanhos. Ele gostava de socializar sempre com os outros membros e praticar seus inúmeros hobbies. Ou, em seus melhores momentos na opinião de Izumo, tocar seu violão e cantar para o grupo, o que sempre acalmava os ânimos.

Um barulho estrondoso chamou sua atenção pra longe da bancada que ele limpava. Estreitou os olhos quando viu que Yata estava tentando andar de skate dentro do bar e acabou quebrando a jukebox que tinha importado anos antes.

"Yata..." Ele começou, ameaçador. O jovem quase se mijou de medo, quando Izumo falava assim era porque estava querendo matar alguém.

"I-Izumo-san, f-foi sem querer!" Tentou se explicar, andando pra trás em uma tentativa de colocar espaço entre a fúria vermelha do mais velho e ele. O loiro já estava se levantando e pulando a bancada que os separava e Yata pulou pra fora do bar, subindo no skate e indo o mais rápido possível para longe.

Não precisava olhar para trás para saber que o barman estava em seu encalço.

"O-olha, cara eu pago pra consertar! Não precisa me matar, nem quebrou tão feio assim" Ele tentava conversar através do vento, nunca desacelerando. O loiro não parecia ligar para suas palavras, estava fulo da vida.

Isso até o barulho estrondoso de um tiro explodir na noite. Ambos pararam e olharam para cima de onde parecia ter vindo o tiro. Parecia que alguém estava correndo de um prédio então os dois foram investigar. Não acharam nada e ambos concordaram sem palavras que seria melhor procurar na cobertura.

Subindo as escadas em uma pressa sem motivos mas que parecia certa ao instinto de Izumo, ele sentiu um frio no fundo do estômago, como se algo muito ruim estivesse prestes a acontecer.

Ao chegarem na cobertura, viram um corpo jogado no chão, sangrando. Quando chegaram mais perto para seu desespero notaram ser seu amigo e membro do clã, Totsuka.

"TOTSUKA!" Yata gritou e correu para socorrer o amigo. "Totsuka, o que aconteceu? Quem atirou em você, cara?" Ele perguntava mas Totsuka estava fraco demais para responder. Ele tossia e Izumo notou com horror que ele não duraria muito tempo.

"Yata! Pare de gritar com ele, não tá vendo que ele tá fraco demais pra falar qualquer coisa? Tente estancar esse sangramento que eu vou tentar ligar pro Mikoto!" Ele ordenou e procurou seu celular em seus bolsos. Podia ouvir Yata segunrando o choro, mas ao lado do corpo de Totsuka tinha algo pequeno.

Se inclinou para pegá-la e viu a nova câmera do amigo. Lembrava do jovem conversando com os outros sobre a câmera vintage que havia encomendado e sua felicidade quando ela chegou pelo correio. Tanta felicidade que saiu para filmar tudo que podia.

Trincou os dentes e procurou o celular novamente. Pegou-o com as mãos trêmulas e discou o número do Rei. Yata deu um berro de tristeza e frustração o que significava que o pior havia acontecido.

Totsuka havia morrido.

Falando ao telefone, Izumo tentou não chorar. Apesar de tudo e de todas as besteiras que Totsuka já havia feito, o loiro amava o garoto como um irmão. Depois de desligar, sentindo a tristeza de Mikoto pelo telefone, puxou um cigarro do bolso.

Acendeu-o e deu uma longa tragada. Exalando, observou as luzes noturnas da cidade. Ao menos, pensou, Totsuka morreu com uma bela vista.

Quando seu cigarro acabou, jogou-o no chão e pisou com uma força desnecessária. Engoliu um soluço mas uma única lágrima escorreu por sua bochecha.

A luz do clã se fora.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.