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Um Lugar Para Chamar de Lar


Por mais que seu semblante normalmente indicasse superioridade e arrogância, Rin era humano e também tinha suas inseguranças.

Ás vezes sentia-se vazio, se perguntando o real significado da natação para si. Quando esses sentimentos vinham a tona, nada era capaz de contê-lo a não ser passar o tempo refletindo sobre isso. Dias assim eram inevitáveis, porque não só de momentos bons faziam a vida e Rin sabia disso.

Quando não pensava sobre o motivo de nadar, questionava se era bom o bastante para seguir o seu sonho de praticar profissionalmente. Sua mente o direcionava para quando ainda era um menino vivendo na Austrália e nas frustrações que o acometiam por não conseguir ver melhora em seu rendimento enquanto todos a sua volta estavam evoluindo. Esses dias costumavam ser terríveis, pois ele acabava treinando além do limite imposto por seu corpo para tentar dissipar os devaneios de sua mente nublada.

Havia também os dias de glória, em que conseguia bater seu próprio recorde e diminuir seu tempo. Nada poderia tirar o grande sorriso que se via no rosto de Rin em dias assim, porque vitórias são vitórias e devem ser comemoradas, mesmo que sejam pessoais e extremamente pequenas aos olhos de muitos.

Entretanto esse não era o ponto principal; como se sentia feliz ou abatido diante de determinadas situações, mas sim sobre quem esteve lá para ampará-lo da melhor maneira possível.

Nos dias ruins, Rin gostava de ficar sozinho martirizando-se. Não se tratava de orgulho ou nada do tipo, porém era como se precisasse passar por aquilo por conta própria para provar algo para si mesmo. No entanto quase sempre se pegava indo para a casa de Haruka, onde era recebido por um abraço apertado e o familiar cheiro de cavalinha.

Haruka, por não ser muito emotivo, não sabia lidar muito bem com sentimentos. Rin, por outro lado, parecia transbordar emoções, não somente as positivas, infelizmente.

Mas quando se tratava de Rin, Haru parecia compreendê-lo, apesar de tudo. Era como se Nanase tivesse uma aura tranquilizadora em volta de si que reforçava para Rin que tudo ficaria bem no final e que as especulações que ora ou outra surgiam na cabeça de Matsuoka não passassem disso.

Palavras não eram necessárias em momentos assim, em que normalmente ficavam aninhados um no peito do outro com as respirações de ambos como trilha sonora, só a certeza de que um estaria lá para o outro quando preciso, como um porto seguro para se encaminhar quando as coisas pareciam desmoronar.

E enquanto sentia as mãos de Nanase afagando seus cabelos, Rin não sabia explicar ao certo, mas não conseguia imaginar lugar algum que pudesse chamar de lar se não fosse ao lado de Haru.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.