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Razão x Coração


Fabinho entra no quarto de Giane, com uma bandeja na mão.

"Que isso ?" Giane olha ele, que coloca a bandeja na mesinha à frente da cama.

"Ué, é comida pivete. Trouxe pra você."

Giane olha pra ele,o encarando.

"Fabinho,o que você tá fazendo aqui ? Não era pra você tá na Crash Mídia ?" Giane se senta na cama.

"O Érico entende." Ele se senta do lado dela.

Giane ri debochada.

"O Érico entende. Tá,e você vai se aproveitar disso, E vai ficar aqui de minha babá ? Deixando seu sócio lá,se virando sozinho na sua empresa? Fabinho,vai trabalhar cara,eu tô bem."

"Tá. Eu vou. Se você comer a sopa que eu trouxe, eu vou trabalhar, e te deixo em paz." Ele sorri pra ela, tentando convencê-la.

Giane se sentia triste por ser tão fria com ele,por querer ele longe,que se afastasse. Mas tinha que ser assim,ela não conseguia perdoá-lo. Mas também não conseguia ficar longe dele. Às vezes tinha ódio de ter criado um sentimento tão forte assim por alguém. Em outros tempos, comportamentos como aquele, pra ela seria normal,e ela não teria nenhum tipo de remorso. Mas com Fabinho era diferente, tudo era diferente,ela o amava demais,e as vezes, tinha raiva disso. Mas sabia,l amor por ele,era das melhores coisas de sua vida,sem a qual, não conseguiria,e não queria viver mais.

"Eu não tô com fome." Ela vira o rosto, não querendo olhar pra ele.

"Não tá com fome,ou tá inventando desculpas pra não comer ?" Fabinho olha pra ela desconfiado.

"Não tô me sentindo bem."

Fabinho a olha preocupado.

"Que foi amor ?" Ele fica tão preocupado, que nem mede as palavras pra falar,sabia que as palavras carinhosas podiam repelir ela, mais nem havia pensado nisso, só estava preocupado.

"Nada não cara,nada demais. Não se preocupa. Eu só não tô me sentindo bem,tô meio zonza ainda."

"Quer ajuda ?" Ele olha pra ela.

"Não. Só não quero comer."

"Não quer papar na boquinha ?" Ele a olha de canto, tentando não rir.

Giane o olha pra ele incrédula.

"Você ia vingar isso né ? Seu babaca. "

Fabinho sorri pra ela.

"Eu sou vingativo pivete, cê sabe disso. Pede com jeitinho vai ? Pede com jeitinho que eu dou." Ele continua olhando pra ela.

Giane olha pra ele e ri.

"Cê sabe que não vou pedir."

"Anda,pede por favor." Ele ri com deboche. - "Anda, não ouvi."

"Não vou pedir,e também não vou comer." Giane vira a cara pra ele.

"Você quem sabe,o acordo era eu sair daqui,pra você comer,se você não comer,eu não saio."

Giane olha pra ele, e revira os olhos, abrindo a boca. Fabinho sorri.

"Boa menina."

"Cala a boca fraldinha."

A cada colherada, eles se olham, Fabinho é paciente, e da a comida pra ela.

"Chega, não quero mais."

"Que ? Pirou ? Você nem tomou a sopa direito. Anda,toma direito essa sopa. E cuidado pra não baba, que eu não vou ficar limpando suas sujeiras não tá ?" Ele vai limpar, o que havia deixado derramar dando comida pra ela,quando ela lhe dá um tapa.

"Que isso em ? Vocês tão brigando ?" Seu Silvério entra no quarto.

"É esse babaca aí pai,que acha que tá falando com as periguetes dele."

"Sua filha Seu Silvério, que não tá querendo comer. Eu tento ser legal,e ela abusa oh, fica se fazendo."

"Vou te mostrar quem tá se fazendo viu ?"

Seu Silvério ri.

"Bom,acho que vocês tão se entendendo né ? Vou lá comer com a sua mãe então."

"Vai sim sogrão,eu me viro aqui com a maloqueira,relaxa." Seu Silvério sorri e sai.

— "Anda,come."

Giane revira os olhos, bufa,mais come.

Fabinho termina de dar a sopa pra ela.

— "Pronto, bebezinho alimentado."

Giane aperta os olhos, olhando com raiva pra ele.

"Ha,ha. Palhaço."

Fabinho sorri pra ela,feliz que ela caiu na provocação.

— "Peraí...Tá sujo aqui." ele se aproxima,levando a mão até o rosto dela,limpando o cantinho de sua boca. Ele levanta o olhar, encontrando o dela ,eles se olham na mesma intensidade, Giane toma a iniciativa e desvia o olhar.

— "É ... acho que eu vou tirar um cochilo."

Fabinho olha pra ela com cara de espanto.

— "Você ? Querendo dormir ?" Fabinho se entristece - "Cê podia inventar uma desculpinha melhor, pra se livrar de mim né Giane ?"

— "Fabinho por favor …" Ela vira o rosto,sem olhar pra ele.

Ele se levanta.

— "Não, tudo bem ... Eu não quero brigar. É bom mesmo cê descansar, eu vou deixar você dormir." Ele se aproxima, dando um beijo na cabeça dela. - "Fica bem tá ? Qualquer coisa, eu to lá na sala, é só gritar. Eu sei que cê é boa nisso." Ele olha pra ela,com um sorrisinho debochado.

Giane revira os olhos, mostrando a língua pra ele, que sorri e sai.

***

Fabinho encontra Seu Silvério na cozinha.

— "E ai ? Ela comeu meu filho ?"

Fabinho sorri, olhando pro sogro,colocando o prato na pia.

— "Comeu sim Seu Silvério, tudinho."

— "Cê tem o segredo pra domar ela, impressionante." Seu Silvério olha pro genro com ternura.

Fabinho sorri.

— "Anos e anos de muita pratica Seu Silverio. Só eu sei, o quanto foi difícil aprender a domar essa fera que é a sua filha."

Eles riem, de repente escutam o grito de Giane do quarto.

"Fabinho, não ! Não ! Volta ! Não me deixa ! Volta pra mim fraldinha ! "

Eles entram no quarto, Fabinho senta a beira da cama,ela continua os delírios.

" Não morre, não morre fraldinha. Fica comigo. Fica aqui."

Ele a olha espantado.

— "Ela tem esses pesadelos desde que voltou pra casa." Seu Silvério fala,sem tirar os olhos da filha. Preocupado.

— "Assim delirando ?" Fabinho pergunta ao sogro, também sem tirar os olhos dela.

— "Quase sempre filho. Nada do que eu faça, faz ela parar."

Fabinho se senta ao lado dela, fazendo carinho em sua cabeça.

— "Hey,calma. Eu to aqui, eu to aqui. Calma pivete."

— "Não,não, Fabinho…" Giane chora ainda delirando.

— "Hey,para de frescura em ? Para com isso. delírio é coisa de mulherzinha lembra ?" Ele a abraça forte, fazendo carinho. tentando conter os delírios dela. Fabinho então a arruma na cama, e se senta na beirada dela, zelando pelo sono de Giane. alguns minutos depois ela acorda.

— "Ué acordou ?"

Giane olha pra ele confusa.

— "Que cê ainda tá fazendo aqui ? Vai embora !"

— "Você quer que eu vou, mais eu não vou. Vou ficar. E você vai ficar quietinha, e me deixar cuidar de você."

Giane revira os olhos.

—" E se eu não quiser ?"

— "Ligo pra doutora Viviane, e mando ela vir te buscar, pra te internar no hospital. Aí, cê vai ter um bando de enfermeira chata te dando remédio de cinco em cinco minutos, e controlando tudo o que cê vai fazer, é isso que cê quer ?" Ele olha pra ela com um olhar sugestivo.

Ela bufa.

— "Cê fala, como se você fosse muito diferente né?"

Fabinho sorri pra ela.

— "Eu sou,faço tudo com amor e carinho. Porque cê pensa que fácil, ter paciência com você ? Cê sendo essa casca grossa ai ?"

— "Casca grossa é a mãe, palhaço. Agora cala essa boca aí, que eu vou voltar a dormir."

— "De novo ?"

—"Ué, culpa seus filhos por isso,sinto um sono lascado."

Fabinho ri,ela volta a se arrumar na cama. Volta a dormir em poucos minutos. Fabinho vai ao banheiro, e quando volta, a encontra delirando outra vez, chorando.

— "Fraldinha não ! Não me deixa, Fabinho por favor."

Seu Silvério entra no quarto.

— "E ai filho, você não vai trabalhar ?"

Fabinho olha pra ele agoniado.

— "Não consigo, eu não consigo Seu Silvério. Não consigo deixar ela assim desse jeito. Ela fica delirando, esses pesadelos, ela nunca contou pro senhor com o que ela sonha ?"

— "Não filho, ela nunca contou."

— "Pra mim também não, ela desconversou. A primeira vez que teve, ela fala como se eu fosse deixar ela,eu não sei porque ?" Fabinho olha pro sogro,ainda com as mãos sobre Giane, preocupado.

— "Filho, olha, eu posso ficar aqui, cuidar dela, vai trabalhar."

—" Não Seu Silverio, eu vou ficar aqui. Não vou deixar ela assim."

O sogro sorri para ele, saindo.

— "Tudo bem então filho."

— "Não Fabinho, cê é o amor da minha vida, fica comigo. Não me deixa."

Fabinho se desespera, a abraçando forte.

— "Eu to aqui, eu to aqui." ele a abraça, a aconchegando em seu peito. - "Vai ficar tudo bem meu amor, vai ficar tudo bem. Calma." e ali cuidando dela, que vai se acalmando, ele acaba dormindo abraçado a ela.

***

Giane acorda, e se espanta ao ver Fabinho ao seu lado. Tão próximo a ela, que seus rostos estão quase colados. A cabeça dele, deitada no mesmo travesseiro que o dela, ela se afasta olhando ele dormindo sereno. Sorri, e leva a mão para lhe fazer um carinho. Estava com raiva dele, triste, chateada, se sentindo traída, mais o amava. O amava como jamais achou que iria amar alguém, um amor que nunca achou possível caber em seu peito. E olhar pra ele ali, dormindo, cuidando dela, fazia o coração de Giane doer. Ela chora, não iria perdoá-lo. Não assim, não tão fácil. Fabinho ia te-la de volta, mais não seria agora. Não com meia dúzia de palavras bonitas e carinhos. Não. Ela era Giane de Souza, e não iria condescender,nem com ele. Ela abaixa a mão, desistindo do carinho.

Fabinho acorda, ela percebe dando um pulo pra trás, fazendo a durona, o encarando.

— "Que cê ainda tá fazendo aqui em cara ? Não falei pra você ir embora ?"

Fabinho levanta, se sentando na cama.

—"Eu não vou embora. Eu tava cuidando de você e vou continuar aqui, cuidando de você. Moleque ingrato."

Giane revira os olhos,depois olha pra ele.

— "Eu não lembro de muita coisa, lembro só que a gente tava conversando na rua, e depois tudo apagou. Cê que me trouxe pra cá ?"

— "É, cê desmaio e eu te trouxe pra cá."

— "Porque cê ficou ? Meu pai podia cuidar de mim." Ela olha pra ele.

Fabinho da um sorriso incrédulo, bufando.

—"Cê é inacreditável sabia ? Eu não costumo ser legal, apesar de eu ter mudado. Mais cê tinha desmaiado, você Giane a pessoa ... a pessoa que mais importa pra mim."

Ela também se senta, comovida com o que acaba de ouvir, mais não cede.

— "Fala baixo que não sou surda, palhaço. Não preciso que ninguém cuide de mim, eu to bem. sou saudável. E além do mais, meu pai ta aí, não preciso que você cuide de mim."

Fabinho a encara, levantando bravo.

— "Eu devia saber, devia saber, que ia passar a noite cuidando de um pivete ingrata, que desmaio nos meus braços, e ela ia acordar e não ter um pingo de gratidão depois."

Giane bufa, em meio a um sorriso debochado.

— "Cê quer que eu agradeça ? Ah, mais da muita vontade de agradecer mesmo, faz, depois taca na cara. Porque não me deixou na rua ?"

Fabinho a olha, num misto de surpreso e raiva.

— "Cê não alivia mesmo né ? Não dá uma trégua." ele sai bravo. Giane bufa e revira os olhos.

***

— "Droga viu pivete, também não dá uma trégua. Quer saber, vou em casa tomar um banho, esfriar a cabeça." quando Fabinho se encaminha pra porta, ouve Giane chamar seu nome.

— "Fabinho ... Fabinho !"

Ele corre pro quarto.

— "Hey, que foi ?" Ele olha pra ela preocupado.

Giane fica um tempo quieta.

— "Cê tava indo embora ?" Ela olha pra ele, não querendo mostrar a tristeza, com a possibilidade dele estar indo embora.

Fabinho sorri pra ela.

— "Cê tá com medo que eu vá embora ?"

Giane revira os olhos, tentando segurar um sorriso.

— "Claro que não seu metido. só perguntei."

Ele sorri.

— "Cê quer alguma coisa ? Posso te ajudar antes de ir."

— "Eu quero tomar um banho. Não tô me sentindo bem, mas pode ir, meu pai me ajuda."

— "Não, eu te ajudo." Ele fala num impulso,sem olhar pra ela.

— "Ajuda ?" Ela olha surpresa, não querendo muito cogitar aquela possibilidade.

— "Ajudo, vem." Fabinho estende a mão pra ela. Fabinho da um sorriso largo.

- "A ir até o banheiro não pense que cê vai ...

— "Ver você sem roupa ? Grande novidade né ? Como se eu já não tivesse visto tudo o que cê tem aí, mais de um milhão de vezes." Ele sorri pra ela.

Giane revira os olhos.

—" Agora é diferente."

Fabinho sorri debochado.

— "Jura ? Mudou o que ? Ta mais gorda, com um pé maior que o outro ?" Ele ri, provocando ela. - "Deixa eu te falar uma coisa moleque. A sua barriga ta grandinha assim, não é porque você comeu uma melancia não sabia ? Tem 2 bebês aí dentro. E não sei se você sabe,mas bebês tem que ser feitos de algum jeito,e aquela história da cegonha, é mentira tá ? Então,eu ajudei você a fazer essas pestinhas aí,e pra isso,eu não sei se você lembra,a gente ficou sem roupa, então larga de frescura.

Giane revira os olhos, rindo.

— "Cala boca babaca."

Fabinho sorri.

— "Tá, chega de papo. Vamo, eu vou te ajudar."

Ele a leva até o banheiro, um pouco apoiada nele. A senta, e se encaminha pra sair, se vira olhando pra ela.

— "Cê vai ficar bem ?" Ele olha pra ela.

— "Vou,relaxa."

Giane tenta se levantar

e cambaleia, ele é rápido e a segura.

— "Hey, hey, calma. Acho melhor cê voltar a deitar, mais tarde seu pai te ajuda a tomar banho, vem." Ele se apoia, tentando puxar ela.

— "Não ! Já tô aqui, tomo agora."

— "Mais é uma mula mesmo, então eu vou te ajudar." ela abre a boca pra reclamar, mas ele interrompe" - Nem adianta espernear, ou é isso ou cama."

Giane bufa revirando os olhos.

"Desde quando você é mandão assim em cara ?

"Desde que você,virou uma mula teimosa. Quer dizer, sempre foi né ?

"Cala a boca."

Fabinho sorri,se aproxima, segurando a barra da blusa dela.

— "Vamo, levanta esses braços, anda."

Giane revira os olhos, levantando contrariada.

Fabinho segura a blusa, a subindo pelo corpo de dela lentamente, até chegar a cabeça e tira-la. Quando termina, olha pra ela. Giane usava o sutiã vermelho, que tinha comprado pra agradar ele no dia do jogo do Corinthians. Ele engole a seco, fitando ela seu corpo quase sem roupa, Giane também olha fixamente pra ele. Os dois sem graça,como se aquilo acontece pela primeira vez,e eles fossem jovens inocentes. Sem graça,eles desviam o olhar.

— "Cê tá brincando né ? Só pode ser pra me provocar,esse sutiã vermelho."

Giane revira os olhos.

— "Ah é,porque eu ia imaginar que ia brigar com você, sair de casa, que você ia vir atrás, ia ter que me dar banho, ai coloquei pra te provocar, e a gente dormir junto. Se toca fraldinha. Larga a mão de ser metido garoto." Giane revira os olhos, balançando a cabeça impaciente.

Fabinho ri.

— "Não falei nada sobre a gente dormir junto, cê que tá ai, cheia de saudade, arrumando desculpa pra me agarrar."

Giane bufa incrédula.

— "Ah tá, sonha fraldinha. Fiz a mala nervosa, revirei as gavetas, ele tava no fundo, coloquei e nem vi."

— "Na hora de por ontem também, você nem viu ?" Ele olha pra ela,com um sorrisinho debochado, incitando ela a confessar.

Ela confirma sinica.

— "Nem vi."

Fabinho sorri.

— "Tá bom, vou acreditar, que cê não tá usando isso pra lembrar da gente,dos nossos momentos juntos."

— "Cala a boca vai, me ajuda."

Ele se ajoelha aos pés dela, descendo seu shorts. Termina de tirar a roupa dela com muito esforço. Ver Giane sem roupa, e não poder tocar nela como queria, era uma tortura pra ele. Mas ele conseguiria, conseguiria por amor a ela. Pra reconquistá-la. Fabinho não sabia, mais o que disse, foi a mais pura verdade. Naquele dia, ao se trocar pra mais um dia sem ele, Giane avistou o sutiã na mala, sorriu triste, e foi sim, pra lembrar das vezes que misturado aos beijos apaixonados, ele tirou dela que ela havia colocado o sutiã. A saudade a consumia, a torturava,estar ali sem roupa na frente dele, só tornava aquilo mais insuportável. Queria se jogar nos braços dele, e fazer amor com ele ali, como tantas vezes já fizeram, mais tudo vinha a mente dela, a mentira, os riscos da gravidez, ela ainda não tava pronta pra perdoar, ou entender os motivos dele. Pra ela, ainda era falta de confiança. ainda era ele mentindo pra ela.

Ele começa a passar shampoo nos cabelos dela, e esfregar com carinho, com a ponta dos dedos passando pelo cabelo dela. Ao chegar nas laterais da cabeça, na nuca, que Giane não consegue mais manter o autocontrole, e sede, mesmo que inconscientemente. Pouco,mais sede. se arrepia a toque das mãos dele em sua nuca. balança a cabeça de um lado pro outro,consentindo o carinho. a mão dele, quente, grande, passando por seus cabelos molhados, ajudando a tirar o resto do sabão. mas aquilo era um carinho, ela sabia que era. Com os olhos fechados, ela se entrega ainda mais. Ele percebe, e continua. Ela segura a mão dele, e quase encosta em seus lábios, quase dando um beijo. porém o momento de transe acaba, ela abre os olhos, afasta mão dele.

— "Eu ... acho que posso fazer sozinha agora. Por favor, sai me deixa sozinha."

— "Deixa eu te ajudar" ele diz, já ajoelhando, e ensaboando os tornozelos dela, subindo pras batatas pelas coxas.

Giane respira descompassada, enquanto ele ensaboa sua barriga, segurando as mãos dele.

— "Me ... me deixa ficar sozinha agora Fabinho,por favor."

Fabinho olha pra ela surpreso, mais acente.

Giane se enfia debaixo do chuveiro, passando a mão pelo rosto, tentando conter as sensações que seu corpo sentia. Ela fica um tempo ali, esperando tudo voltar ao normal.

***

Após o banho, ainda fraca, Giane volta pro quarto, voltando a deitar. Fabinho entra no quarto,colocando a bandeja na cômoda ao lado da cama, olhando pra ela.

— "Tá melhor ?" Ele olha pra ela preocupado.

— "To me sentindo um pouco fraca ainda, mais acho que é fome. Eu como alguma coisa, e vou ficar bem."

— "É, eu trouxe sua comida." ele sorri travesso, sabendo que ela vai reclamar, ser sopa outra vez. ele coloca o prato no colo dela.

— "Ah fala sério cara ? Sopa de novo ? Até quando eu vou ter que comer isso em ?" Ela olha pra bandeja desanimada.

— "Até você ficar mais forte. Agora para de reclamar, anda, manda pra dentro vai. Cê não disse ontem que tava uma delicia ?"

Giane revira os olhos.

— "E tava. mais todo dia ? Mas tá bom vai, seus filhos parecem que gostam dessa gororoba ai."

Fabinho sorri pra ela.

— "Só meus filhos né ?"

Ela revira os olhos. Fabinho sorri e vai saindo.

— "Fraldinha !" ele se vira - Espera ! Cê pode me ajudar ? Eu to mal ainda, sem firmeza, meio zonza."

Fabinho sorri debochado.

— "Hum, gostou de papar na boquinha né ? Então pede com jeitinho vai ?"

Giane o fuzila bufando.

— "Me ajuda, por favor."

Ele sorri da carinha fofa dela, mais resolve brincar com ela.

— "Ah não, pede com jeitinho. Esqueceu que eu sou surdo ?" Fabinho olha pra ela,com um sorriso debochado.

Ela olha pra ele com os olhos cerrados.

— "Surdo não, mais vingativo, cretino, idiota, imbecil. Não vou ficar implorando não, como sozinha. Giane leva a colher até a boca, e come uma grande quantidade de sopa,se engasgando.

Fabinho se aproxima.

— "Mais que merda, tá quente."

— "Tá vendo ? Tá vendo o que dá bancar a marrenta ? "

"Cê você não ficasse com brincadeirinhas idiota,me provocando,isso não tinha acontecido ta ?

Fabinho a olha surpreso,mais rindo.

"Ah,agora a culpa é minha ?" Ele a ajuda, assopra o rosto dela que melhora. -" Vem, enfermeiro general da papa na boquinha vai." ele já enche uma colher, levando a boca dela, dando as colheradas, a fazendo comer tudo.

"Pronto. Agora descansa tá ? Qualquer coisa do aqui."

Ela vai se aconchegando na cama.

"Tá bom. Valeu cara." Ela fecha os olhos.

"De nada…Minha maloqueira." Ele fala num sussurro.

Após comer, Giane volta a dormir.

***

No dia seguinte, ele levanta pra ir pra agência. Fabinho se encanta com a expressão dela adormecida. Ele vê a máquina dela em cima do gaveteiro, a pega e começa tirar umas fotos dela e vai clicando, sorrindo sempre que vê como cada foto fica. Amava ver ela dormir. provocava ela sempre dizia, que era porque era a única hora que ela calava a boca. Porque era mesma coisa que ela dizia pra ele. Mais a verdade, era que ele amava ver a serenidade que o rosto dela assumia ao dormir, ele amava sua maloqueira no jeito dela. O revirar de olhos, as bufadas. Mas vê-la com o rosto sereno, em paz, não tinha preço. Era único. O que ele não sabia, é que pra ela também era assim, ele vai tirando fotos dela, sorrindo. ela acorda.

— "Que que cê tá fazendo ?"

Ele sorri.

— "Uma das coisas que mais gosto, ver você dormindo. só que hoje eu tô registrando."

— "Para cara, eu devo ta um lixo." Ela enfia a cara no travesseiro.

— "Lixo cê tava quando eu te trouxe pra cá, agora cê ta linda como sempre. da um sorriso pra mim vai." Ele ergue a máquina pra tirar uma foto dela.

Giane tira a cabeça do travesseiro, dando um sorrisinho falso pra ele, debochado. mostrando a língua, depois ele ri.

— "Cê vai me sacanear com essa foto né ?"

— "Não, essa vai pro álbum do bebê. quer dizer, pra maloqueira, mamãe do bebê. Cê sabe que mesmo doente se fotografa bem né ?"

Giane bufa, revirando os olhos.

— "Ah tá, conta outra Fabinho."

— "Como eu já disse outra vez, muito melhor que a Amora."

Giane sorri.

— "Nem precisa jogar confete cara, você que tá cuidando de mim agora, eu que tinha que jogar confete. Mas vê seu sou lá de jogar confete né ? Ainda mais pra você que não merece."

Fabinho a olha chocado.

— "Não mereço ? Eu cuido de você, te dou até comidinha na boca, e não mereço ? Mais cê é muito ingrata, grossa mesmo. Vou te mostrar que não mereço." ele começa a fazer cosquinhas nela, que ri, mais logo o afasta,se recompondo. olhando pra ele seria.

— "Para Fabinho, para. Olha só, eu sei que cê tá aqui cuidando de mim, mais nada mudou cara. Não vamo se comportar como se tudo tivesse lindo, porque não ta."

Fabinho a olha com uma expressão decepcionada e triste.

— "Ce propôs a trégua, mas cadê ela Giane ?"

Giane ri incrédula.

— "Ela tá aqui. Você tá aqui perto de mim, cuidando de mim todos os dias. se bobear, mais juntos do que a gente tava junto. O que mais você quer de mim ?"

Fabinho se levanta.

—" Você sabe o que eu quero. E eu vou esperar o tempo que for, até você me dar. ou melhor me devolver, e deixar de ser esse cavalo grosso, teimoso aí." ele levanta saindo.

***

Mais tarde, ele volta pra cuidar dela.

— "E ai ta melhor ?"

Giane revira os olhos.

— "To é pagando meus pecados."

Fabinho ri dela.

— "Ta ai, nisso eu concordo."

Giane mostra a língua pra ele.

— "Falando nisso, cê vai me explicar direito essas história de pesadelo ?" Ele olha pra ela se sentando na cama.

Giane olha pra ele, abaixando a cabeça.

— "Não tem nada haver,isso não é nada demais. não tem o que explicar." Ela fala, tentando parecer natural,mas não olha pra ele.

— "Cê nunca me falou o que era, eu não acredito que não é nada demais, se fosse, você não ficaria toda noite sonhando com isso, gritando feito louca."

— "Eu não quero falar disso Fabinho. Por favor,vai Embora. me deixa sozinha."

Fabinho olha pra ela, querendo questionar, e força-la a falar. Mas se contém, a deixando sozinha. Giane abraça sua bola de futebol, e acaba adormecendo.

A campainha da casa toca, Fabinho atende, e sorri ao ver a irmã.

— "Maninha, a que devo a honra ?"

Malu sorri o abraçando.

— "Tô maluca atrás de você, fui na sua casa, fui na sua mãe,E ela me disse que cê tava aqui, vocês voltaram" Malu olha pra ele esperançosa.

Fabinho sorri triste pra ela, dando passagem pela porta.

—" Tem um tempo pro seu irmão rebelde ?"

Ela sorri com ternura pra ele

— "Pra você ? Sempre."

Fabinho então começa a contar a história a Malu.

***

Malu nota o desespero no olhar do irmão.

— "Eu vo ta aqui sempre viu ? Sempre. Não vai acontecer nada com a sua maloqueira."

Fabinho sorri pra ela.

— "Agora ela tá lá, banho tomado, comeu, mais quando ela desmaiou, nem parecia a maloqueira sabe ? Tava pálida, fraca. Eu fiquei desesperado Malu. Acho que só quando ela sofreu o atentado na Van eu fiquei desesperado igual."

— "E quem tá sabendo dessa história de vocês ?"

— "Brasil todo né maninha ? a vagabunda da Mel foi abrir o bico pra Sueli Pedrosa."

Malu ri.

— "Cê tem certeza que foi ela ?"

Fabinho bufa.

— "Nem precisa. Quem mais ia ter interesse nisso ? Só quero saber quem contou pra ela."

— "Ah maninho, ela deve ter escutado lá na agência."

Fabinho bate a mão na testa.

— "Caraca Malú, cê é um gênio. Pode ter sido lá sim. Claro,como eu não pensei nisso antes ?"

— "Com todas essas coisas, cê ainda tem que se preocupar com isso né ? Quem diria, que aquele menino revoltado que eu ajudei, ia virar esse homem maravilhoso, preocupado com a família."

Fabinho sorri sem jeito pra ela.

— "Cê ajudou muito nisso Malu, cê sabe."

— "Eu posso ter ajudado, mais não mereço o mérito não. Ele é da Giane."

— "Brigado pela confiança viu maninha ? Acho que cê não fosse você aquela época, antes da maloqueira, eu nem sei aonde eu ia ta."

— "Você ia tá exatamente aqui, ela ia te encontrar de algum jeito, e colocar juízo nessa cabeça dura. Porque por trás daquela cara de corinthiana marrenta, ela tem uma menina doce e carinhosa."

Fabinho sorri bobo, apaixonado, concordando.

— "Que só você cavando muito encontra."

— "Cê encontrou não encontrou ?"

Fabinho sorri.

— "É, encontrei. E vou encontrar de novo."

— "Isso mesmo maninho, vocês se amam, e vão se resolver. Passar por cima desses problemas, e da uma família linda pros meus sobrinhos."

— "Digo o mesmo pra você."

Malu revira os olhos.

— "Cê você tá falando do Bento, nem continua. se ele me ama de verdade, e confia em mim, ele vai ter que provar isso daqui em diante, e não vai ser fácil não."

Fabinho bufa.

—" E mulherada complicada que eu e o zé florzinha arrumamos em ?"

— "Vocês fazem merda, e a gente é mulherada complicada ?"

— "Aonde cê tá aprendendo a ser marrenta assim Maria Luisa ? Cê não era assim não."

Malu revira os olhos pra ele.

— "Ah, não precisa responder não."

Malu ri.

— "Quem diria, você e a pivete coladas assim. ainda mais sendo tão diferentes."

— "Hum, o quem fala."

— "Mais no meu caso, os opostos se atraem. e eu e a maloqueira nem somos tão opostos assim."

Malu ri.

— "Verdade. E ai, vamo ver a corinthiana dodói ?"

— "Vamo sim."

Eles vão até o quarto,abrindo a porta.Giane dorme tranquila, Fabinho e Malu sorriem encantados, resolvendo não incomodar Giane. fechando a porta.

***

No dia seguinte, Giane se senta na cama, colocando os pés pra fora. se espreguiçando. Seu Silvério entra no quarto sorrindo.

— "Oh filha, que bom que cê acordou. Pela carinha, da pra ver que se já ta melhor. e acho que um certo moço tem a ver com isso não é ?"

— "Ah pai, dá não pra ficar deitada aqui nessa cama pra sempre né ? E não começa. Não tem nada a ver tá ? Até parece que não me conhece, cê sabe muito bem, que eu não ia aguentar ficar muito tempo nessa cama."

Seu Silvério ri dela.

— "Tá bom, tá bom filha. olha, a Margot fez um monte de coisas gostosas pra você."

Giane sorri.

— "Que bom, eu to morrendo de fome. E o meu enfermeiro general cadê ?"

Silvério sorri pra ela. A filha era difícil, não assumia que a melhora e o ânimo era pelo fato de ta próxima a Fabinho,mas na primeira oportunidade pergunta dele. Era pai,a conhecia bem,a ele,ela não enganava,mesmo achando que sim.

— "Não sei, ele saiu cedo. Acho que já foi pra agência."

Giane tenta disfarçar a tristeza, então Fabinho aparece atrás de Seu Silvério, arrancando um sorriso dela.

— "Fui não, to aqui. Mas já to indo embora. afinal, enfermeiro em tempo integral não paga minhas contas."

Giane revira os olhos.

— "Mais é um idiota mesmo."

— "Oh, se me xingar, não te dou o que eu comprei em ?"

Giane revira os olhos.

— "E o que você comprou ?"

— "Um presente. Não é bem pra você, é pros nossos maloquinhas. tó, pra você completar sua coleção." ele entrega uma sacola pra ela.

Giane joga todo o conteúdo na cama feito criança.

— "Caraca, é os álbuns das copas antigas." ela sorri radiante.

Fabinho fica contente com a alegria dela.

— "É" ele senta na cama, pra mostrar pra ela. - "tem a de 94, brasil campeão." ele vai falando, e mostrando - "a de 98 cê já tem, mais eu comprei outro, ai quando cê botar essa galerinha pra fora, se monta com eles. ai tem a de 2002, 2006,2010 2014. e eu comprei um especial da olimpíada. Ah,e eu comprei dois de cada. e aí gostou ?" Giane vai revirando tudo, com um sorriso nos lábios.

— "Eu amei. agora vou ter o que fazer, já que não posso ir pra rua jogar uma pelada,não posso trabalhar, e não aguento mais ver televisão." .

Fabinho sorri, feliz em ter agradado ela.

— "Que bom. agora fica ai, matando a saudade de ser moleque de rua, que eu tenho que trabalhar."

Giane levanta o olhar pra ele brava.

— "Palhaço."

Fabinho sorri pra ela, dando um beijo em sua cabeça, saindo. Ela começa a folhear os álbuns animada.

***

Fabinho chega a agência animado.

— "E aí socio, viu passarinho verde ?"

— "To num dia bom cara, espero que continue assim."

— "Hum, minha comadre tem haver com isso ?" Erico pergunta pra ele, com um olhar malicioso.

Fabinho vira pra ele, sorrindo.

— "Sempre tem cara. a Giane sempre é o motivo pra eu tá feliz."

Erico sorri animado.

— "Vocês se acertaram ?"

— "Ainda não, mas a gente vai. Eu vou dobrar ela, e ela vai voltar pra mim, escreve ai" ele diz decidido, indo pra sua sala. Quando entra nela, deposita a bolsa na cadeira ao lado, fazendo a máquina fotográfica quase cair pra fora, a segurando, ele sorri. levanta da cadeira num salto, indo até a outra sala, começando a imprimir as fotos de Giane. Erico entra na sala, observando tudo confuso.

— "Que cê tá fazendo Fabinho ?"

Ele se vira pro socio.

— "Eu tirei essas fotos da maloqueira hoje de manhã, vou imprimir pra dar pra ela."

Erico ri da animação do sócio, ao tirar as fotos ele termina.

— "E ai vai me mostrar ? Ou é exclusividade de marido ?"

— "Claro que não cara." Fabinho entrega as fotos pra ele, que as folheia entusiasmado.

— "Cara, a Giane é fotogênica demais, cê nunca devia ter deixado ela largar a carreira Fabinho."

Fabinho bufa, tirando as fotos da mão dele.

—"Como se eu desse pitaco,no que ela faz,ou deixar de fazer. Aquela ali só faz o que quer. Máximo que eu dou, é opinião."

Erico ri.

—"Isso é. Mais a Giane é linda,e era uma ótima modelo.

Fabinho sorri apaixonado.

—"Isso é. Mais cê conhece a peça né ? Isso não é pra ela."

—"Pra mim ela devia voltar."

— "Ah tá, e aguentar um monte de marmanjo, babando no que é meu, não brigado."

Erico ri.

— "Ceninha de ciúme é ?"

Fabinho revira os olhos.

— "Tenho mesmo. é minha, e mauricinho prego nenhum bota o olho."

— "Eu nunca devia ter entrado de sócio, com um cara tão ciumento assim."

Fabinho ri.

—" Eu tenho ciúme mesmo. Mais amo demais a Giane. Ela sabe que eu apoio,e tô com ela no que ela quiser fazer,se ela quisesse voltar a modelar,eu ia apoiar e tá com ela sempre."

Erico olha pro sócio.

—"Ah,que bonitinho. Entrei de sócio com um cara romântico."

— "E eu com um cara besta feito você."

— "Besta, mais cê me adora vai cara. Eu que te ensinei a jogar bola."

Fabinho bufa.

— "Muito mal digasse de passagem." Fabinho tem um estalo - "Falando nisso, tenho que comprar uma bola, pra ter aulas com uma certa professora ai." Fabinho sorri pra ele saindo.

Erico chama por ele.

— "Fabinho ! E o trabalho cara ?"

Fabinho vira pra ele, com um sorriso debochado.

— "Pra essas horas, que eu sou compadre do meu socio." ele diz sorrindo já saindo.

Erico balança a cabeça incrédulo. vendo Fabinho sorri animado.

***

Fabinho volta uma hora depois, com uma sacola amarela na mão.

— "Caraca Fabinho, cê foi comprar essa bola onde? Em marte ?"

Fabinho bufa.

— "Cara, rodei um milhão de lojas, atrás da mesma bola que eu tenho lá em casa."

Érico o olha confuso.

— "E porque tem que ser a mesma bola ?"

Fabinho se aproxima do amigo, colocando a mão em suas costas.

— "Essa bola tem história cara." ele sorri, dando dois tapinhas nas costas do amigo - "Agora, chega de falar da minha vida amorosa né ? vamos trabalhar."

Fabinho tem um ótimo dia de trabalho. contente, com seus planos pra reconquistar Giane.

***

Sai do trabalho, e se encaminha pra casa do sogro. Ao entrar pela sala, sorri com a cena que vê. Giane está sentada no chão, com os álbuns e as figurinhas espalhados na mesinha de centro da casa do pai. Colando-as no álbum, concentrada. Fabinho fica ali admirando a cena, até ela levantar o olhar.

— "Ah, cê tá aí ?"

— "To, e cê tá aí né moleque, que nem pinto lixo."

Giane revira os olhos.

— "Odeio quando você faz essas comparações cretinas sabia ?"

Fabinho levanta a mão.

— "Não tá mais aqui quem falou." Fabinho se aproxima dela, se sentando no chão ao seu lado.

Giane vira o rosto na direção dele, o vendo olhar pra ela. Sem graça, e não querendo delongar aquele momento. Ela abaixa a cabeça virando pro outro lado.

Fabinho sorri.

— "Cè não vai brigar comigo ?"

Giane vai mexendo no álbum concentrada, e pergunta:

— "Brigar com vocè ? Porque ?"

— "Por eu ter vindo aqui, tá aqui agora."

Giane vira pra ele, bufando e revirando os olhos.

— "Vai adiantar alguma coisa ? Eu vou brigar, te expulsar, e você vai continuar aqui. Pra que vou gastar meu tempo brigando com você."

Fabinho ri.

— "Você ama gastar seu tempo, brigando comigo pivete."

Giane revira os olhos.

— "É isso que você quer, brigar ? Então tá vamo lá idiota."

Fabinho faz uma careta pra ela.

— "Hum, cê é boa em criar clima de briga em pivete ?"

— "Cê que ta ai querendo brigar idiota, eu to tranquila."

Ele olha pra ela surpreso.

— "Até demais. O que aconteceu em ? Ta meditando ?"

Giane olha pra ele incrédula.

— "Vai te catar Fabinho. Eu passei a tarde toda aqui, acho que me fez bem, me acalmou."

Fabinho sorri.

— "Que bom pivete."

Ela dá um sorriso tímido pra ele, que também sorri pra ela.

— "Ah, eu trouxe uma coisa pra você." ele fala, enquanto mexe na bolsa pegando algo. - "Pra completar seu book." Pega o álbum e estende pra ela.

Giane revira os olhos, pegando o álbum da mão dele, o folheando. um sorriso involuntário se forma em seu rosto.

— "Cê é um palhaço mesmo né ? Quem mandou imprimir essas fotos ?"

Fabinho sorri.

— "Pra mim matar a saudade de você."

Giane desfaz sorriso, ficando sem

em graça.

— "Mais não era pra imprimir, eu não gostei dessas fotos. to com cara de doente."

Fabinho bufa.

— "Ce deu uma olhada rápida." ele se aproxima dela, virando as folhas do álbum - " Olha essa carinha aqui, eu conheço ela de algum lugar.

Giane ri, revirando os olhos, e resolve quebrar o clima, fechando o álbum.

— "Agora chega de ficar fuçando esse álbum né ? Cê devia fazer o mesmo." ela fala pra ele, ao ver ele folheando o álbum sorrindo apaixonado.

— "Eu até faria, se eu tivesse casado com ela."

Giane balança a cabeça incrédula.

— "Ah é, cê não casou ? Tem certeza ? Cê não arrasta um caminhão por ela ?" Giane blefa

Fabinho sorri,se aproximando dela.

— "E arrasto."

Giane olha pra ele, Fabinho sorri, quebrando o clima.

— "Oh, comprei outra coisa pra você" ele joga a sacola.

— "Que isso ?"

— "Abre ué."

Ela abre pegando a bola

— "Outra bola, pra que ?"

— "Ué, Cê não lembra ? Poh, rodei uma pá de loja pra achar essa bola."

— "Ah é, as aulas pro campeonato da agência."

Fabinho sorri por ela ter lembrado.

— "Cê prometeu."

Giane revira os olhos

— "E promessa é dívida né ? Agora não enche mais meu saco vai."

Ele sorri,e continua ali com ela,a ajudando a arrumar os álbuns.

***

—" É verdade que eu ando tendo pesadelo toda noite mesmo ?" Ela fala, terminando de colar uma figurinha,olhando pra ele.

— "Cê quer me contar o que ta acontecendo ?" Fabinho que também terminava de colar uma,olha pra ela.

— "O subconsciente é engraçado lembra ?"

— "Você repetindo o que eu disse ? Ta com febre ? Ele levanta, colocando a mão na testa dela, que dá um tapa nela.

— "Hahaha palhaço."

— "Só dando uma lição em quem merece"

Giane revira os olhos

"Ah, mereço porque ?"

— "Porque cê é moleque, que não sabe se comportar."

Giane olha pra ele incrédula.

— "Hum, falou o garoto de ouro."

Fabinho ri.

— "Chega de papo vem." ele estende as mãos pra ela. - "Chega de ficar enfurnada aqui, vamo da uma volta."

Giane faz uma careta discordando.

— "Não Fabinho, eu to meio zonza ainda."

— "Oh medico pediu, anda."

— "Não ! Hoje não fraldinha. Amanhã cê me leva, eu to cansada. Vamo assistir o jogo do timão comigo ?"

Fabinho sorri com o convite dela.

— "Qual é pivete, futebol ?"

— "Não quer ? Então vai embora."

Giane tenta se erguer, segurando no sofá, não consegue. Fabinho se aproxima, dando a mão pra ela, que olha por alguns segundos.

— "Vamo é só uma mãozinha."

Giane olha pra ele de novo.

— "Cê me ajuda ? Aguenta comigo ? Olha que eu to mais gorda em ?"

Fabinho bufa

— "Aguento, só não aguento você resmungando."

Ela reluta mas um pouco, mais estende a mão pra ele, que a pegando, a ajuda a se levantar. Eles ficam com os corpos bem próximos, olham um pro outro, profundamente. Até

que Giane quebra o clima.

— "Vou fazer uma pipoca pra gente, por que você como já se sabe, nem pra isso serve."

Fabinho olha pra ela incrédulo.

— "Ah é assim ingrata ? Cê vai ver quando precisar dos meus dotes culinários tá ?"

Giane ri debochada.

— "Seus dotes culinários ? Ha ha ta bom." Ri de novo - " Nem pipoca de microondas você sabe fazer garoto."

Fabinho se vira, tacando uma almofada nela. Que vai pra cozinha preparar a pipoca de microondas. Voltando pra sala, com o pote na mão, ela olha pra ele no sofá todo descontraído, e tenta disfarçar o sorriso, ele olha pra ela.

— "Vamo pivete, senta vai assistir o jogo em pé ? Que foi cê ta zonza ainda ?

Giane não responde, ele se aproxima dela. pegando o pote de pipoca de sua mão, ela olha pra ele, que sorri.ela sorri de volta. Ele a senta no sofá, e eles começam a assistir o jogo. Giane vibra a cada lance que favorece o Corinthians, Fabinho vai secando discretamente, até que no final do jogo, nos acréscimos sai um gol do time adversário. e Fabinho vibra. Giane fuzila ele com o olhar.

— "Não to acreditando ! Você aceitou assistir o jogo comigo,pra secar o meu time ? Seu babaca,cretino,ridículo." Giane esbraveja,o estapeando.Fabinho ri.deitando no sofá. - "Te odeio,Seu idiota."

Fabinho da risada da raiva dela,a puxando pra si,olhando pra ela.

— "Odeia nada,você me ama." ele a encara,a apertando mais pra si. - "Você é louca por mim Giane,louca por mim.igual eu sou por você."

Giane olha pra ele sem graça,não conseguindo negar,abaixando os olhos.Fabinho levanta o rosto dela,segurando seu queixo, aproximando seu rosto do dela.Giane acompanha os movimentos dele,quando sente a respiração dele em seu rosto o afasta.

— "É melhor cê ir agora."

Fabinho vira no sofá,sentando.

— "Ah claro,é sempre assim né ? A gente se aproxima,e você foge."

Giane revira os olhos,olhando pra ele impaciente,mais triste.

— "Cê já vai começar Fabinho ?"

— "Não. não vou começar nada,eu vou embora." Ele se levanta indo até a porta. - "Cê pode de maltratar, me evitar o quanto for,que eu vou sempre ta aqui. E eu nunca vou desistir, até você voltar pra mim." abre a porta saindo.

Giane vai até ela, o vendo ir pra sua casa. sorri involuntariamente quando percebe, se afasta passando a mão pelos cabelos se jogando no sofá.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.