Hold On To Me For One Last Time

Here's to your perfect weapon.


- Alô? - A voz de Jimmy era de sono, pudera, não teve uma noite boa. E foi acordado pelo celular.

- Jimmy, sou eu. Taylor. Como você está? Fiquei preocupada ontem a noite.

- Não era nada. - Mentiu. - Que horas vou te ver hoje?

- Vamos almoçar juntos. Para se despedir. - Jimmy sentiu um aperto no coração ao ouvir aquilo. Estava preocupado, logo agora que havia se reencontrado com sua irmã, não queria que ela fugisse de novo.

- Vamos, tudo bem.

Desligaram e Jimmy se deitou mais um pouco. Suspirou e pensou em Vanessa. Ainda não havia contado as novidades. Levantou e tomou um comprimido de seu remédio e tomou um banho para passar na casa dela.

Brian acordou e ao seu lado na cama estava sua querida Amy. Ficou feliz em ver a reação dela e percebeu que os dois sempre vão se apoiar, não importa o que acontecer. Sentia que seu amor superava tudo. E também achava que isso era de outra vida, mas nunca havia conversado com Amy sobre isso. Resolveu conversar hoje. Quando Amy acordou os dois foram tomar café da manhã na cozinha e Brian tocou no assunto.

- Eu acho que somos ligados… - Amy sorriu enquanto Brian tentava explicar algo que ela já sabia. - Não sei explicar, parece que isso vem de outras…

- Vidas. - Amy completou. - Eu sei, Brian. E vem mesmo. Eu sinto que temos laços. Eu sou médium. Na verdade, todos nós somos. Se você quiser, pode fazer, ver e ouvir tudo que um médium também presencia. É só desenvolver. Eu desenvolvi desde que era criança. Quando te encontrei no Central Park, percebi que nós temos algo muito forte. Intenso. Não há como explicar. Mas uma coisa é certa: ninguém cruza nosso caminho por acaso, e nós não entramos na vida de ninguém sem nenhuma razão. - Brian ouvia cada palavra que ela falava e ficava fascinado com seus conhecimentos. Não conseguia acreditar que por toda sua vida nunca acreditou em nada disso. Tudo fazia muito sentido para não acreditar.

- E o que nós temos, Amy? Digo, não agora… - Brian pensou em como se expressar. - Mas, em outras vidas.

- Não dá para saber, não agora. Um dia você saberá.

- Como assim? - Amy apenas sorriu.

Vanessa ouvia tudo que Jimmy contava sobre sua irmã, ele estava tão animado. Quando chegou na hora do almoço, Jimmy teve que ir.

- Não quer conhecê-la?

- Eu adoraria! - Vanessa estava sendo sincera. - Mas hoje será um dia de vocês dois. Eu posso conhecê-la quando ela voltar, o que você acha?

- Tudo bem. - Jimmy suspirou. - Estou com medo.

- De que?

- E se ela fugir de novo? - Vanessa acariciou o rosto de Jimmy e olhou bem no fundo de seus olhos azuis.

- Ela não faria isso. - Jimmy sorriu e se sentia melhor. Deu um beijo demorado em Vanessa e depois saiu pela porta da sala em direção ao restaurante.

Jimmy suspirou ao ver o Harry’s Restaurant. Era caro, mas muito bom. Sempre foi o preferido dos dois irmãos. Entrou e encontrou Taylor o esperando sorridente em uma mesa. Levantou para abraço com força. Estava com uma meia calça preta e um vestido preto com um laço branco em volta do mesmo e com a mesma bota preta que havia visto ontem.

Sentaram e o assunto fluiu rápido. Os dois perceberam que perderam metade da vida um do outro. Tinha muito assunto para colocar em dia.

Vanessa ainda estava intrigada com a história de Zacky querer matar Jimmy e Brian. Mexeu com o amor de sua vida e com o seu melhor amigo. Ela não poderia deixar barato. Ia denunciá-lo a polícia, ele teria o que merece. Mas precisava primeiro encontrar provas. Decidiu ir naquela velha casa e achar aquela faca com o Sangue de Brian e a digital de Zacky. Levou tudo que precisava para coletar, uma luva principalmente.

Entrou na casa com cuidado, estava tudo escuro. Vanessa abriu todas as janelas possíveis da casa e a ficou observando pausadamente. Agora que a luz do sol entrava pela janela, dava para enxergar perfeitamente. Olhou para o degrau quebrado, onde caiu naquela noite. As imagens vieram em sua cabeça.

- Vanessa! Já vou te buscar! Aguenta aí!

- Vai rápido!

Respirou fundo. Ainda tinha calafrios ao lembrar daquele dia. Lembrou-se da porta que havia visto. Tentou procurá-la, foi até os fundos da cozinha e a achou. Empurrou a porta e sorriu ao ver que apenas estava emperrada. Tentou entrar, mas parecia que havia algo a impedindo. Algo que a empurrava para fora com todas as forças possíveis. Vanessa sentiu um arrepio que percorreu seu corpo inteiro. De repente, pensou em dar meia volta. Mas então lembrou de Zacky e seu desejo de vingança estava percorrendo por todas as suas veias. Sem pensar duas vezes entrou e fechou a porta. Estava escuro e não havia janelas. Ligou a lanterna que havia em seu bolso e seguiu em frente. Era um cômodo bem amplo, não havia percebido isso da ultima vez devido ao seu medo e a luz fraca do celular. Foi em diante e avistou aquela mesa com a faca em cima. Pegou as luvas e as colocou em suas mãos. Após isso, tirou de sua bolsa um saco plástico e colocou as provas do crime dentro do mesmo. Abriu a bolsa. Ela fez um som alto, mas não era grande coisa. Na verdade não era alto, só que estava silêncio, o que fez com que o som ecoasse. Respirou fundo. E então ouviu a porta se fechar e desligou rapidamente a lanterna e entrou dentro de um armário largo, se escondendo. Seu coração começou a ficar acelerado e estava se perguntando quem era.

Vendo pelas flechas, avistou Zacky. O mesmo foi até a mesa e Vanessa já suspeitava o que ele estava procurando. Sorriu ao ver seu desespero ao não achar o que procurava. Mas Zacky não era burro. Começou a andar pelo cômodo procurando por pistas. De repente o mesmo pisou em algo. Todo o corpo de Vanessa esfriou ao ver que era seu celular.

- Vanessa Abrams. - Zacky sorriu. - Duvido que ela tenha saído daqui sem o celular. - Agora Zacky havia tirado um canivete do bolso. - Seria grosseiro da minha parte não devolvê-lo. - Estava procurando em todos os lugares por ela.

A respiração de Vanessa estava ofegante, tentou tapá-la com uma de suas mãos enquanto tentava assumir o controle de seu corpo novamente e parar de tremer. Mas era quase impossível. Sabia que, qualquer passo em falso, seria morta. Ficou sem se mover naquele armário que a princípio era grande, mas agora tinha a impressão que estava cada vez menor.

- Então, linda? Não vai sair? - Zacky disse dando voltas. Vanessa agora abafava seu choro. - Tudo bem então. - Ele fechou o canivete e colocou em seu bolso enquanto pegava uma cadeira. - Sou um homem bem paciente. - Sentou na mesma. - Eu espero o tempo que precisar.

- Vou sentir sua falta, Taylor. - Jimmy disse, finalmente estava se abrindo. - Não quero que você vá embora de novo.

- Eu vou voltar. Eu prometo. Eu te amo, você é o melhor irmão que alguém poderia ter. - Ela disse sorrindo sinceramente o que arrancou um sorriso do rosto de Jimmy também. - Mas você já sabia disso. - Os dois riram.

- Eu também te amo, Taylor. E você é a irmã mais irritante e companheira que alguém poderia ter! - Ela deu um soco de leve em seu braço. - Mas você já sabia disso. - Os dois riram novamente.

- Já está ficando tarde, Jimmy. Preciso ir para casa.

- Não quer jogar videogame na minha casa? - Os dois sorriram relembrando os velhos tempos.

- Ok.

- Pode dormir lá se quiser.

- Ok. - Taylor riu. - Mas amanhã você tem que me deixar no aeroporto às cinco horas da manhã!

- Tudo bem, sem problemas. Dá tempo de te levar e ainda ir ao trabalho. - Os dois riram.

Jogaram videogame, comeram pipoca e tomaram cerveja. Conversaram, relembraram a infância e falaram de Megan. Taylor ainda tinha contato com ela, o que deixou Jimmy para baixo. Não foram elas que se distanciaram, ele que se distanciou quando fugiu. Estava com medo de que Taylor fugisse, mas ele fugiu primeiro. Agora que havia percebido isso.

Taylor adormeceu no sofá, então Jimmy a carregou até o quarto de hóspedes e a cobriu com o lençol. Estava sem sono, então foi para sala ver o jogo de futebol que estava começando a alguns minutos. Mas não conseguia prestar atenção. Fitou o celular e chamou o número de Vanessa.

Já estava de noite e o desespero de Vanessa estava aumentando cada vez mais. Zacky estava dormindo. Viu que havia uma oportunidade, mas não descartava a possibilidade de morrer. Engraçado é que, ele parece ser inteligente, mas não resolveu olhar no armário. Ela riu em pensamento. Quando estava abrindo a porta devagar para sair, seu celular toca e Zacky acorda de repente, o que faz com que Vanessa feche a porta rapidamente e a bate. Ele olha o número no celular e se levanta. Vanessa começa a abafar seu choro. Agora tinha certeza de que morreria.

- Jimmy Sullivan. - Zacky riu. - Esse babaca deveria estar morto. - Ele disse se aproximando do armário. Segurou na porta e Vanessa sentiu seu coração disparar cada vez mais. - Ele deveria estar morto tanto quanto… - Ele disse abrindo a porta e Vanessa abafou um grito enquanto chorava. - Tanto quanto você vai estar agora.

Ele a jogou onde estava sentado com uma certa força e amarrou suas mãos nas costas da cadeira e seus pés aos pés da mesma. Agora Vanessa chorava sem parar.

- Quem te mandou aqui? Jimmy? Eu vou matá-lo, dessa vez não o deixarei escapar.

- Não! Por favor, a culpa não é dele! - Vanessa disse aos berros e soluços.

- Eu vou te deixar viva. - Zacky sorriu e se agachou ao lado dela. - Eu vou atrair aquele babaca para cá e matá-lo na frente de seus olhos. - Zacky riu maleficamente e segurou os cabelos molhados de Vanessa devido as lágrimas da mesma. - Não se preocupe. Depois de sofrer pra caralho com a morte de seu amorzinho, vou matá-la. - Os olhos de Vanessa já haviam se acostumado com a escuridão e pela primeira vez havia visto o rosto de Zacky perfeitamente. Quando o via no hotel, era sempre de costas, por que estava sempre beijando a Elizabeth.

- Eu te odeio! - Ela disse gritando, o que fez com que ele risse. Devagar, ele abriu seu canivete. Vanessa arregalou os olhos com medo do que ele ia fazer. Ele cortou a blusa dela, deixando-a apenas com o sutiã. Pegou uma fita e tampou a boca dela, para que não reclamasse do que estava preste a fazer. Começou a beijar seu pescoço suavemente e foi descendo, pressionando seus lábios contra os peitos de Vanessa. Ela apenas conseguia murmurar e chorar. Mas agora estava com raiva. Como se não bastasse, estava se aproveitando dela.

Jimmy achou estranho chamar duas vezes e cair na caixa postal. Tentou ligar de novo, mas dessa vez caiu direto. “Deve ter acabado a bateria”, pensou. Mal sabia que Vanessa corria perigo. Foi para a cozinha e tomou outro comprimido. Foi para o quarto e deitou. Logo adormeceu, pois estava muito cansado.

Vanessa ouvia Zacky choramingando e desabafando com ela. Estava totalmente embriagado, segurando uma garrafa de vodka na mão e um pedaço de pizza que as vezes colocava perto para que Vanessa o mordesse na outra. Ela continuava amarrada na cadeira.

- Meu pai sempre me culpou pela morta da minha mãe. Quando começamos a progredir, ele morreu. - Zacky chorava. - Como se não bastasse, quando fez um ano de sua morte, encontrei uma mulher no túmulo chorando. Descobri que ela era minha mãe e pedi para que morasse comigo. E depois ela tentou roubar todo o meu dinheiro. - Zacky suspirou enquanto falava entre soluços. Vanessa queria dizer que não se importava, só que por mais que o odiasse, sentiu pena.

Zacky dormiu chorando, mas Vanessa não conseguia ter sono e seu corpo doía naquela posição. Acabou dormindo por estar muito cansada.