Um convite e uma aposta.

P.O.V-Rapunzel

Acordei como sempre, sem muitas preocupações, a não ser o fato de já fazer uma semana deste que ficamos presos naquele túnel e não tinha visto o Jack dar uma palavra com a gente, ele estava muito esquisito, a Meri tentou falar com ele, mas ele tentava evita-la ao máximo, as vezes nós dois trocávamos algumas palavras na sala de aula, mas só o básico mesmo.

Bem hoje eu vou descobrir o que é! Faço todo o meu ritual matinal, tomo banho, camuflo o pascal como sapo, eca, corro feito uma doida para a primeira aula, assisto aulas e vou para a biblioteca pesquisar.

Como sempre a bibliotecária está de olho grudado na gente, para não deixar entrar nenhum aluno sem permissão entrar na ala reservada, mas acho que só lá há o que eu estou procurando.

Começo a passar os dedos nos livros e pego um de botânica avançada, sento numa mesa bem distante da bibliotecária e começo a minha leitura. O livro é muito interessante mas parece não haver o que procuro, quando mais vou lendo, mais coisas interessantes encontro, por exemplo, como tirar um veneno de cobra sem precisar chupa-lo, basta usar a planta certa.

-Punzie. Preciso conversar com você.

Levo um susto ao ver o Jack na minha frente, me fitando com aqueles olhos castanhos e com olheiras.

-Boa Tarde para você também.- Digo fechando o livro a minha frente e colocando uma pena, para marcar a pagina onde eu estava.- O que foi agora? Fez um dos vasos do banheiro masculino explodir com algum novo fogo de artifício?

-Engraçadinha. Tá até parecendo a Raposa.

-Raposa?! Você está falando da Merida?

-O nome dela é esse? Nunca iria adivinhar.- Sem tom de voz era irônico e um sorriso bobo escapava do seus lábios quase imperceptível.-Mas não vim falar dela com você.

-Veio para que então?

-Quero que pare de pesquisar sobre a flor.- Disse ele quase sussurrando.

-Não vou parar.

-Tome essa carta.- Disse ele me entregando um envelope aberto.- Seja lá quem te mandou essa carta, não tem boas intenções. Se essa flor cair em mãos erradas já era.

Peguei a carta e abri, me deparei com a letra da mamãe, mas o que essa carta estava fazendo na mão dele? Algo deu errado, isso não é bom.

-Quem te entregou?- Era para ela ter mandado uma coruja como sempre fez essa semana.

-Ninguém, me esbarrei numa mulher quando ia para a torre da Soncerina.- Disse ele.

-Hey Jack, você me acompanharia para dar uma volta aos redores do colégio?- Digo, ele me olha assustado e com um sorriso no rosto.- Te encontro uma hora antes do jantar na porta da torre da Corvinal.

Ele afirma com a cabeça e saio com um sorriso no rosto, não acredito que chamei alguém para dar uma volta! E um menino!

Passei o resto do dia ansiosa para isso, mas a questão é, por que fiz isso? Não sei, foi mais por impulso e também não quero olhar os arredores de Hogwarts sozinha, não mesmo.

E na hora combinada lá estava ele, com um saco na mão, o perguntei o que era aquilo, ele não me respondeu, mas conhecendo um pouco dele, com certeza devem ser bombinhas, pó de mico ou alguma coisa para pregar pegadinhas em alguém.

Fomos andando, passamos pela a minha colega de quarto a Juliet , que sempre estava acompanhada de um menino que eu também era da nossa casa, eles pareciam estar bem animados hoje.

Continuamos andando, até vermos a Merida vindo em nossa direção com uma cara de poucos amigos, isso não era bom sinal, suas roupas estavam meladas de tinta, e seu rosto vermelho, mas não de vergonha e sim de raiva, o Soluço vinha atrás dela.

-Merida espera!- Gritou o Soluço.

-Me deixa.- Disse ela se virando para trás e vindo em minha ou melhor em nossa direção.-Foi você que mandou os seus amiginhos fazerem isso comigo não foi Frost?!- Disse ela apontando a varinha no rosto dele.

-Eu não tenho nada haver com isso. Bom dessa vez não.- Disse ele afastando a varinha.

-Isso vai ter volta! E Punzie você não deveria andar com ele, vocês da Soncerina são todos iguais!- Nos seus olhos haviam umas lagrimas que lutavam para não sair, no fundo a ela era menina frágil e doce, como qualquer outra. Ai Ai Meri.

Ela se afastou, mas parou olhando para uma parede, onde havia um cartaz, sobre alguma coisa, nos se aproximamos junto a ela, o cartaz era sobre uma coisa chamada quadribol. Para mim o nome me lembrava futebol.

-Agora sim as coisas começaram a ficar interessantes.- Disse a Merida com um sorriso de desafio nos lábios.

-Você vai entrar raposa de jardim?- Disse o Jack.- Bom acho que vou fazer o teste também.

-Mas é impossível alunos do primeiro ano conseguirem entrar.- Disse o Soluço.

-Gente o que é quadribol?- Digo sem entender nada do que eles estão falando.

-Não é impossível Soluço, uma vez um aluno chamado Harry consegui, por que não posso também?- Disse a Meri com ar de desafio.

-Por que você não tem paciência, é mandona e valente?- Disse o Jack, ele realmente ama provoca-la um dia isso vai acabar em casamento ou morte.

-Eu aposto que consigo Frost, quer apostar?

-E o que eu ganho com isso?- Disse ele.

-Eu não te bato no futuro ou te queimo, que tal?-Disse ela.

-Se eu passar eu ganho um beijo seu. E se eu perder para de implicar com você e te chamo de Merida.

-Feito.

-Vocês são loucos. Dizem que gente morre nesse jogo.- Falou o Soluço.

-O QUE É QUADRIBOL?!- Falo bem alto, estou sendo totalmente ignorada pelos os três mosqueteiros.

-Relaxa Rapunzel, eu te explico no PASSEIO que vamos fazer.- Disse o Jack me empurrando para longe dos dois.

Ainda não acredito no que eu acabei de ver e ouvir, se o Jack passar no teste, ele ganha um beijo da Meri, não consigo pensar na cena bizarra e mega engraçada dos dois se beijando. Sem querer solto uma risada.

-O que foi?- Pergunta o moreno.

-Nada, vamos andar mais rápido, daqui a pouco vão começar a se reunir no salão para o jantar.- Digo apertando o passo.

Rodamos os arredores da escola, mas não todo, ele me explicando sobre quadribol e quais eram os melhores times do momento e eu não parava de procurar a flor, e nada dela.

Voltamos, no caminho do salão ele me falou sobre a sua irmã e a sua mãe, ele também me perguntou como tinha sobrevido na torre, falei mais uma vez do meu sonho sobre as lanternas flutuante e quando chegamos ao salão cada um foi a mesa da sua casa.

Me sentei ao lado da Ana, uma das monitoras, do meu outro lado estava a Juliet me oferecendo mais um pacote de seus pirulitos nojentos, como sempre aceitei. Depois do jantar fui para a torre da Corvinal, entrei no meu quarto e fiquei pensando sobre o que havia acontecido hoje, de certo modo eu tinha um pouquinho de inveja da Meri, ela sempre me dizia que não suportava o Jackson e que o Soluço era muito mais agradável, mas ela não tinha o visto falar normalmente como eu vi hoje, parecia até outra pessoa, calmo e sem piadinhas, parecia muito maduro.

Só de lembrar sinto o meu peito pesar um pouco, estranho, queria que ele sempre fosse assim e gostaria muito mais que a Merida o visse, mas acho melhor dormir.

Troco de roupa e visto o meu pijama roxo, solto os meu cabelos castanhos que batem na minha cintura, destransformo o Pascal e penteio o meu cabelo cantando a musica que a mamãe me ensinou.

Depois deito na cama e tenho um sonho bem estranho, com o Jack e a minha mãe.