Depois de horas de trabalho:
Betty finalmente termina o relatório para deixar para Daniel dar a boa continuidade que estava indo a empresa.
— Pronto. Vou ligar para o Nicolás e falar que eu mandei um relatório no e-mail dele.
— Alô? (barulho ao fundo).
— Nicolás é a Betty!
— Oi Betty!
— Nicolás eu estou te ligando pra te avisar que mandei uma cópia do relatório que vou deixar para o doutor Valência.
—CÓPIA DO QUE?
— NICOLÁS ONDE VOCÊ ESTÁ? POR QUE TANTO BARULHO?
— BETTY EU ESTOU NA CASA DOS SEUS PAIS, SEU HERMES ESTÁ TESTANDO O SOM QUE VAI TOCAR HOJE NA FESTA.
— ENTÃO SAI DAI E VAI PRO QUINTAL!
— EU ESTOU NO QUINTAL! SEU HERMES ABAIXA ISSO UM POUCO EU ESTOU NO TELEFONE!
— E COM QUEM TANTO FALA? COM ALGUMA DAS SUAS AMIGUINHAS? VOCÊ QUE SAIA DAQUI! Responde Hermes.
—COM A BETTY, COM A BETTY!
— A ME DE AQUI ENTÃO QUERO FALAR COM ELA!
— BETTY O SEU PAI QUER FALAR COM VOCÊ!
Nicolás passa o celular para Hermes.
—FILHA A QUE HORAS VOCÊS VÃO VIR? JÁ ESTÁ QUASE TUDO PRONTO!
— DAQUI A POUCO PAPAI, MAS ESSE SOM ESTÁ MUITO ALTO! PODE INCOMODAR OS VIZINHOS!
— NÃO SEU PREOCUPE FILHA, EU CHAMEI A VIZINHAÇA INTEIRA! TODOS VÃO ESTAR AQUI HOJE!
— O QUE?
Aura Maria que entrava na sala se assusta com o grito de Betty.
— MAS PAPAI...
— NÃO SE PREOCUPE, ESTAMOS ESPERANDO VOCÊS ATÉ MAIS TARDE. (Desliga o telefone)
— Ai meu Deus! Betty coloca a mão no rosto.
— Betty algum problema?
— Sim, a festa da Milinha na casa dos meus pais!
— Como assim?
— Meu pai que está fazendo uma bagunça, e convidou o bairro todo.
— Entendi, Betty eu vim te pedir pra todas nós saímos uns minutinhos mais cedo pra nos arrumarmos para irmos à festa da Milinha. Sem fala que temos que pegar as crianças...
— Aura Maria vocês estão liberadas, podem ir!
— Obrigada Betty.

Na vice presidência:
Armando e Mario estão conversando sobre as franquias, como Mario deve tocar.
—Sim isso tudo eu já sabia, mas se aparecerem novos compradores?
— Nisso você tem que estudar a proposta, local da loja, quais as peças de interesse, o que vendem e finalmente quantos eles querem pagar. Mas o mais importante... nunca aceite a primeira oferta, sempre negocie em preços altos e conforme for passando você vai baixando o preço até que cheguem a um acordo.
— Certo entendi!
— Mas qualquer dúvida pergunte a Sandra ela sabe bem como eu negócio. Afinal já me acompanhou em várias negociações.
— Certo será um prazer falar com a Sandra! Mario fala com um sorrisinho safado no rosto.
— Que sorrisinho é esse?
— Eu nada!
Sandra bate na porta.
— Desculpe doutor, mas eu estou de saída.
— Sim Sandra pode ir, nós vemos mais tarde!
— Sim doutor! Alias o senhor pode vir aqui fora um minutinho!
Armando se levanta e vai ver o que Sandra quer.
Mario fica observando, ele pensa em ir à porta. Mas desisti e volta a se sentar.

La fora:
— Doutor, aí que vergonha eu queria te pedir um favor.
— Fala Sandra o que?
— Eu queria saber se posso levar o Marcos a festa da sua filha?
— Ora Sandra mais é claro que pode, espero que o leve na de hoje e a de amanhã. Eu não liguei pra ele por falta de tempo, por favor mande minhas desculpas.
— Não se preocupe doutor, ele sabe que sua agenda é apertada. Afinal eu sou sua assistente e conversamos muito.
— Certo Sandra. Bom nos vemos mais tarde na casa do seu Hermes.
— Sim doutor, obrigada! Sandra segue para o elevador onde as meninas estavam esperando. E Armando volta para sua sala.

Na presidência:
— Sim mamãe a rua inteira!
— Eu sei mais vai falar pra ele isso!
— Eu sei, mas estou mais preocupada com a reação do Armando ao ver essa algazarra!
— Sim mamãe, mas a maioria das pessoas ele não conhece.
— O papai convidou quem? Don Roberto e dona Margarida? A meus Deus agora piorou tudo.

Na vice presidência:
— O que a Sandra queria?
— Perguntar se pode levar o Marcos para a festa!
— Festa? Que Festa?
— Da minha filha de 1 ano, vamos comemorar hoje na casa do seu Hermes e amanhã no buffet.
— Hum... e você não pensou em me convidar?
— Como convidar? Você esqueceu que a Betty não pode te ver pintado de ouro.
— Sim, mas eu quero participar do aniversário da minha sobrinha.
— Sua sobrinha? Desde quando?
— Que é isso irmão, a Milinha é minha sobrinha. Lembra daquele dia no shopping?
— Sim claro que eu lembro, que você usou a minha filha pra atrair mulheres e que quase me meto em um problema quando você a levou para passear, e a Betty voltou pra casa!
— Tá vamos esquecer essa história, por que você não me convidou para o aniversário da minha sobrinha?
— Como assim não convidei? Você não recebeu o convite da festa de amanhã?
— Esse sim, mas e a de hoje?
—Por dois motivos, o primeiro é que é uma festa familiar e o segundo é que a Betty não quer que você vá!
— Ora irmão o que é isso? Como assim familiar? O quartel é da sua família agora?
— Elas são amigas da Betty, quase irmãs dela então....
— Sim e eu não sou nada seu? Quer dizer que a Milinha não é sua filha só da Betty!
— QUE HISTÓRIA É ESSA QUE A MILINHA NÃO É MINHA FILHA?
—Calma eu me expressei mal, claro que é sua filha, mas....
— Está bem! Quer ir, pode ir à festa, depois eu me resolvo com a Betty!
— Valeu irmão! Bom agora eu preciso ir! Tchau irmão. Mario pega sua maleta e vai saindo da sala.
— Ei aonde vai?
— Ao shopping! Preciso comprar um presente pra minha sobrinha!
— Calderón espere! Não vai me contar como foi lá no exame?
—Simples, cheguei na clínica tiraram o meu sangue e depois sai de lá e fui almoçar.
— Mas você não chegou a ver o....
— Não, eu não vi! Bom irmão fui. Mario sai apressado da sala.

No ateliê:
— INEZITAAAAAA!
—Já vou seu Hugo!
—Tome leve isso para a March, é o traje que ela me pediu.
— Sim seu Hugo e depois eu posso ir? As meninas estão me esperando na recepção!
— Mas olha que velinha mais folgada! E pra onde vai com essa pressa toda?
— Eu vou no aniversário da filha da Betty! o senhor quer ir comigo?
— EU? DEUS ME LIVRE! IMAGINA QUEM VAI ESTAR LÁ. CREDO!
— Seu Hugo!
— Pode ir sim, mas não vá beber. Vai que conhece um velhinho e foge com ele.
— Seu Hugo! Inezita dá um tapinha no braço dele e sai rindo com o traje nas mãos.
— E você filho vai com a gente? Ela pergunta ao cruzar com Marcelo na entrada do ateliê.
— Não Inezita, eu tenho um compromisso, mas você pode entregar o presente que eu comprei pra filinha da Betty?
— Pode eu posso mais... Não dá tempo de Inezita falar mais nada, Marcelo corre ao seu armário e pega uma sacola com algo dentro. Depois ele volta e entrega a ela.
— Tome, tem um cartãozinho aí dentro.
— Está bem eu entrego!
Marcelo da um beijo no rosto de Inezita e depois entra dentro do ateliê, ela segue para a sala da Marcela.

No corredor:
Betty estava saindo de sua sala, ela ia a sala de Armando para lhe contar sobre a festa que seu pai estava preparando, quando encontra com Inezita.
— Inezita, eu pensei que já tinha ido!
— Já estou de saída. As meninas do quartel estão me esperando lá embaixo.
— Hum... e esse traje?
— É para a dona Marcela, ela precisa pra emprestar para um amigo que vai a um coquetel com ela!
— Certo! Nos vemos na casa dos meus pais então. Betty fala ao entrar na sala de Armando.
Armando estava sentado ao telefone com uma das franquias de Nova York. Quando Betty entra na sala.
— Ok até mais! Armando coloca o telefone no gancho enquanto Betty puxa a cadeira e se senta perto dele.
— Mi amor algum problema(selinho).
— Sim mi amor, sobre a festa de hoje!
— O que tem?
—Meu pai convidou algumas pessoas a mais!
— Quem?
—Bogotá inteira!
Armando solta uma gargalhada ao ouvir isso.
— Como assim mi amor?
— Sim, liguei para o Nicolás agora a pouco, estava um som muito alto. Eu perguntei onde ele estava e me disse que na casa dos meus pais, nisso meu pai pegou o telefone dele e disse que tinha convidado toda a vizinhança sem falar que depois falei com a minha mãe e ela disse que ele tinha convidado seus pais!
— E qual é o problema?
— Mi amor você não vê? Meus pais são pessoas simples e eu morava em um bairro simples, com pessoas simples! Seus pais.... ai Armando o que eles vão pensar?
— Em nada! Vamos comemorar o aniversário da nossa pequena, se eles não gostarem que saiam.
— Mas mi amor....
— Betty, você tem que parar com essa de diferença de classes sociais! Eu sei que a minha mãe é chata com isso, mas meu pai é totalmente diferente! Se eles não gostarem problema é deles. O seu Hermes só que comemorar o aniversário da netinha de sua forma, e ele não está errado.
— Sim Armando....
— Betty! Oh minha Betty calma. Tudo vai dar certo. Armando fala passando a mão no rosto de Betty de forma carinhosa.

Na sala da Marcela:
— Mais Marci como eu vou pra casa?
— Pegue um taxi Patrícia!
— E por que você não me leva para esse coquetel?
— Porque eu convidei outra pessoa pra ir comigo!
— Quem?
— Não te interessa!
— Mas Marciiiiii, e eu como fico?
— Você fica com o seu filho, no apartamento do seu pai!
— Nossa Marcela! você não vai nem me deixar dormir no seu apartamento?
— Patrícia desde que nós voltamos você praticamente mora comigo, todos os dias levo e trago você, fica no meu apartamento junto com seu filho. Eu quero uma folga!
Alguém bate na porta.
— ENTRE!
— Desculpe dona Marcela, aqui está o que senhora pediu para o seu Hugo! Fala Inezita ao entrar.
— A sim Inezita obrigada! Pode deixar aí em cima dessa cadeira. Marcela fala apontando para a cadeira ao lado de Patrícia.
Inezita coloca o traje e sai da sala.
— Com licença!
— Pode ir Inezita, e obrigada!
— Marce o que é isso? Pra quem é esse traje?
—Aí Patrícia me deixe em paz!
— Nossa como você está estressada não me diga que esse traje é para o Armando?
Marcela olha para Patrícia com a cara feia, depois ela abre a bolsa e pega algumas notas e entrega pra ela.
— Tome, pegue um taxi e você já pode ir!
— Tão pouquinho Marce!
— Como assim? Isso é o suficiente pra você chegar no apartamento do seu pai!
— Aí Marce, mas eu queria jantar fora! Lembre-se que eu não almocei hoje!
— Tá toma mais dinheiro! E vê se me deixa em paz!
Patrícia pega o dinheiro e sai da sala.
Marcela pega o celular e liga pra alguém.
— Alô?

Na vice presidência:
Armando está sentado na sua cadeira com Betty em seu colo, ela está com a cabeça no peito de Armando que passa a mão em seus cabelos para acalmá-la quando o celular dela começa a tocar.
— Alô? Oi mamãe!
— Oi filha, vocês já estão vindo? A Milinha já está pronta!
Betty olha para Armando e responde:
— Sim mamãe já estamos saindo do escritório, em 20 minutos estamos ai!
— Certo filha estamos te esperando.

Betty desliga o celular e coloca dentro do bolso, depois se levanta do colo de Armando e fala:
— Vamos?
— Sim, vamos! Mas muda essa carinha, vai dar tudo certo!
Armando se levanta de sua cadeira pega seu paletó, e sua maleta e segue em direção da porta onde Betty estava esperando por ele.
Armando se aproxima de Betty lhe dá um selinho e depois pega em sua mão.
O celular de Armando começa a tocar!
— Alô? Oi papai!
— Filho como está?
— Bem! E a mamãe?
— Ela está bem, e Betty?
— Um pouco nervosa, mas está bem!
— Então filho eu estou te ligando porque eu perdi o endereço da casa dos pais de Betty. Você pode me passar?
— O endereço? Então o senhor vai a festa?
Betty sente seu coração parar nesse momento.
— Sim, não só eu, mas sua mãe também! A Camila tinha me passado o endereço, mas eu não sei onde coloquei.
—Certo papai anote.

Na sala da Marcela:
—Oi Marcelo é a Marcela!
— Sim eu sabia, gravei o seu número no meu celular!
— Quando você pode vir pegar o traje, para sairmos?
— Agora mesmo, já estava de saída! Mas você quer que eu pegue a roupa aí, não acha que alguém pode nós ver?
— Isso é verdade! Bom então eu vou descendo e pego você no ponto de taxi!
— Sim! mas onde eu posso me trocar?
— Pode ser no meu apartamento! Tudo bem pra você?
— Por mim tudo bem!
— Bom eu espero você no ponto de taxi.
— Certo até lá então. Marcelo desliga o celular e olha para Carolina com um sorrisinho no rosto.
— Quem é sua vítima agora? Ela pergunta.
— Marcela Valência!
— Mas e a Beatriz?
— Calma! Ela vai viajar, quando voltar eu volto a investir nela, essa aqui por enquanto é só um passatempo.
— Passatempo é? Ou passa dinheiro.
— Nossa olha como você é? Eu não sou assim!
— Claro que não Marcelo, claro que não!

No corredor da diretoria:
— Mi amor calma, tudo vai dar certo!
— Aí Armando, o que sua mãe vai pensar...
Marcela estava saindo de sua sala e dá de cara com Betty e Armando.
— Boa noite! Fala Marcela ao ver o casal
— Boa noite! Respondem o casal Mendonza.
— Vocês estão indo para o coquetel da San Remo?
— Não! Estamos indo ao aniversário da nossa filha! Responde Betty.
— A sim! eu recebi o convite, mas pensei que era amanhã!
— E é amanhã! Hoje é com os pais de Betty. Armando fala ao abraçar Betty pela cintura.
— A entendi! Boa festa pra vocês e mande os parabéns para a sua filha.
— Obrigada! Mas a senhora vai amanhã?
— Não sei! Tenho algumas coisar pra fazer, mas se der eu passo por lá.
—BETTY?
Todos olham pra traz, e veem que é Marcelo que está chegando. Armando fecha cara.
— Oi Betty! eu não posso ir ao aniversário da sua filha, tenho um compromisso, mas mandei um presente pra ela.
Ao ouvir isso Armando fecha a cara, ele aperta Betty pela cintura e puxa com força para que ela se encoste em seu corpo.
Betty ao sentir que Armando está cada vez mais estressado, coloca a mão em seu braço para tentar acalmá-lo.
—Agradeço Marcelo, mas não precisava!
— Que é isso Betty sua filha é uma gracinha!
—ONDE VOCÊ VIU MINHA FILHA? Armando grita.
—Mi amor!
— Nas fotos! Doutor Mendoza.
O elevador chega e todos entram dentro.
Armando não consegue esconder sua cara de ódio, chamando a atenção de Marcela.
Ao chegarem na recepção, Marcelo desse do elevador.
— Boa noite a todos!
— Boa noite! Respondem Marcela e Betty.
Ao chegarem ao estacionamento, Armando abre a porta para Betty do carro e entra. Marcela assiste a cena com uma pontada de ciúmes. Ela entra em seu carro acelera para sair.
Armando também liga seu carro e segue para a casa dos sogros.

Continua....