Betty e Armando voltam para a empresa, pegam o elevador e vão para o andar da diretoria. Chegando lá encontram as meninas do quartel fofocando.

— Olha eu não sei, mas com certeza seu Armando foi matar o doutor Valência, porque ele derrubou o Freddy com tudo e nem olhou pra trás. Disse Bertha.

— Com certeza foi isso porque pensem bem, do jeito que o seu Armando é, e o doutor Valência gosta de provocar! No mínimo ele falou alguma coisa pra Betty e ele foi tirar satisfação! Falou Sófia.

A fofoca estava tão boa que as meninas não perceberam que Armando estava logo atrás ouvindo tudo.

— Estão falando de mim? Pergunta Armando com cara de pouco amigos.

— Não doutor! Estamos falando de outro seu Armando da novela, né meninas que também é muito nervoso. Sófia tentando falar nervosa.

— Sei, novela... Engraçado que faz dois anos que vejo você comentando dessa novela Sófia! Nunca acaba?

— Aí doutor, é que terminou mais voltou a passar de novo! Sófia com um sorriso amarelo.

— Hum... e que tal assim que terminarem de fofocar sobre essa novela vocês voltarem a trabalhar?

Todas voltam correndo para seus postos de trabalho, Betty estava encostada na parede segurando a risada.

— Mi amor! Vou pra minha sala, estou esperando uma ligação do Uruguai sobre as franquias. Beijo. E Armando segue para a sua sala.

Betty vai para sua sala, abre a porta se senta na cadeira da presidência e vai revisar alguns números, dos gastos da nova coleção.

Armando entra em sua sala, se senta na cadeira do seu escritório, e pega um lápis. Começa a pensar o que teria feito se tivesse pegado Daniel, falando aquelas coisas para Betty.

— Seu eu tivesse chegado um pouco mais cedo, teria pegado aquele canalha, nem se quer Beatriz poderia evitar o que eu teria feito na cara daquele vampiro.

Alguém bateu na porta.

— Entre!

— Armando eu trouxe esses relatórios da casa matriz, sobre a loja de Cartagena, parece que precisa de reforma! Fala Gabriela.

Armando nem dá ouvidos.

— Armando você está me escutando?

— Desculpa Gabriela você falou alguma coisa.

— Está tudo bem com você?

— Sim! Por que pergunta?

—Porque o lápis na sua mão está pedindo socorro!

Armando olha para a mão que segurava o lápis e viu que estava apertando com muita força. Soltou o lápis e se levantou olhando para a janela.

— Está tudo bem? Quer conversar?

— Não eu estou bem, só pensando em algumas coisas...

— “Essas coisas” são Daniel Valência? Que estava importunando a sua esposa.

Ele se vira, olha pra ela dá um sorrisinho de canto de boca.

— As fofocas nessa empresa são inevitáveis né!

— Não! Não foram as secretarias, mas eu vi, como ele olhava pra sua esposa e vi também sua cara de ódio. Não precisa ter uma bola de cristal, ou um grupo de secretarias fofoqueiras pra saber o que está acontecendo. Vou perguntar mais uma vez, quer conversar sobre isso? As vezes é bom botar pra fora!

— É uma longa história! Ele se vira para a janela mais uma vez.

— Eu tenho tempo!

Na produção, Nícolas e Juliana Meza estão andando perto do maquinário.

— Então senhorita as peças vêm pra cá depois do corte aqui são costuradas e passam por mais uma camada de corantes para que as cores fiquem mais firmes, passam pela secagem e por últimos são lavadas e passadas e embaladas, para irem para as lojas. Nícolas tentando se exibir.

— Muito interessante seu Mora!

— Não! Não! Não! Me chame de Nícolas.

— Desculpe Nícolas, mas eu gostaria de ir até o show-room para ver se podemos fazer o lançamento lá.

— Ok! Ok! Vamos, vamos!

Freddy observava de longe.

— Quem é essa aí? Muito bonita a moça... que isso Freddy você é um homem casado! E sai dançando como sempre.

De volta a vice presidência: Armando resolve se abrir com Gabriela.

— Bom já que você quer tanto saber, eu vou te contar. Mas saiba que você está pra ouvir uma história de amor que começou como um desastre!

Armando começa contando pra Gabriela como Betty tinha entrado na Ecomoda, que foi a sua secretária feia, depois sua assistente.

Conta sobre a empresa que criaram pra salvar a Ecomoda do embargo.

— Até ai eu entendi, que você quase afundou a empresa. Mais onde começa o seu relacionamento com Betty? Gabriela pergunta.

— Só um minuto! Sandra pode pedir dois cafés na copa?

Armando pede ao telefone.

— Sim doutor!

—Bom depois que criamos a empresa, começou o tormento da Betty e o meu! Mario começou a encher a minha cabeça de abobrinhas, porque a Betty colocou o Nícolas pra trabalhar na Terramoda.

Nícolas chega com Juliana Meza no show-room, a moça fica impressionada com o tamanho da passarela e com a decoração do local.

— Poderíamos fazer um belo lançamento aqui! As luzes, a passarela, e o local para colocar o som é perfeito!

— Sim! Sim! Mais isso depende do nosso estilista, Hugo Lombard! Se ele aceitar? Eu digo isso porque ele nunca quer usar esse lugar para os lançamentos.

— Hugo Lombard? Conheço os modelos dele, esse por exemplo é dele, vamos falar com ele. Quem sabe eu não consiga!

— Olha senhorita devo lhe avisar, o seu Hugo é muito chato! É verdade não ria, já perdi as contas de quanta vezes ele me expulsou do ateliê, não sei se vai aceitar fazer esse lançamento aqui não em! Nícolas cruza os braços, com cara de preocupado.

— Vamos falar com ele quem sabe eu não o convenço!

Os dois seguem para o ateliê de Hugo.

Na presidência Betty está analisando algumas cifras, quando alguém bate na porta.

— Entre!

— Oi Betty, vim conversar com você sobre um relatório que recebi da casa matriz!

— Oi Kennedy sente-se, aceita algo?

— A eu gostaria de um café, se não for incomodo?

— Claro que não! Aura Maria peça para a copa dois cafés pra minha sala.

— Sim Betty!

— Então Betty, Gabriela e eu estávamos analisando essas fotos da loja de Cartagena e chegamos à conclusão que precisa de reforma para a nova coleção! Ele entrega as fotos para Betty.

Ela olha para as fotos e vê que ele tem razão, a loja precisa de manequins, araras, vidros novos, prateleira e uma bela tintura.

— Sim! Eu preciso falar com Armando pra ver o que podemos fazer sobre isso!

— Não se preocupe, Gabriela está falando com ele nesse momento.

Betty muda sua face de pessoa simpática para preocupada, não sentia ciúmes de Gabriela com seu marido. Mais também não gostava dessa amizade entre eles.

Na vice vice-presidência:

— Você está me falando que o Mario colocou na sua cabeça que você deveria fazer com que a Betty se apaixona-se por você? Mesmo sabendo que você estava com casamento marcado com Marcela, e depois você a mandaria ela pra outro país só pra se livrar dela?

Armando balança a cabeça que sim. Te disse que não era uma história de amor bonita, que começou como uma tragédia!

— Armando isso não se faz! Isso foi horrível... Coitada da Betty.

— Sim!

— Bom e o que mais aconteceu, me conte!

— Bom comecei a entregar presentinhos, cartões que o Mario escrevia, levava ela em casas noturnas escuras, lugares clandestinos. Até que chegou o dia do aniversário da Betty.

— Calderón me convenceu que eu deveria levá-la pra cama. Fazer amor com ela.

— Meu plano era levá-la pra jantar e depois levá-la pra casa. Mais o pai dela resolveu fazer uma festa na casa deles. E nós combinamos que depois da festa eu ia buscá-la e levá-la em algum lugar.

—Só que o plano deu errado, eu fiquei em uma esquina esperando-a e o pai dela me encontrou. Armando lembrando-se o que tinha acontecido.

— Bom fui pra casa dela e lá estavam as secretarias o Freddy e o Wilson completamente bêbados.

No ateliê:

— Dona Inezita essa é Juliana Meza a nossa nova relações públicas, ela queria conhecer o seu Hugo. Nícolas fala a Inezita com esperança de que ela convença a fera a conversar com Juliana.

Hugo está ajustando um botão em uma camisa que Marcelo está vestido.

— Seu Hugo!

— Seu Hugo!

— Queeeeee!

— Essa moça, é a nova relações publicas da Ecomoda. Ela gostaria de falar com o senhor!

Hugo olha com cara de nojo para a moça, mais reconhece que o modelo que ela está vestindo é dele.

— Hum... Então você gosta de um autêntico modelo de Hugo Lombard?

— Sim, sempre fui muito fã de seus modelos, desde antes de cursar a faculdade de moda!

— Você é formada em moda? E onde se formou?

— Me formei fora do país, nos Estados Unidos Yale!

Pela primeira vez Hugo fica impressionado com alguém além dele mesmo.

Na vice-presidência:

— Você a levou para um hotel e aí? Pergunta Gabriela.

— Fizemos amor... e a partir daí o velho Armando Mendonza morreu para o mundo.

— Você quer dizer que...

— Sim, me apaixonei perdidamente pela Betty!

No ateliê:

— Então seu Hugo, o que acha da ideia de fazer o lançamento da próxima coleção aqui?

— Olha Juliana, se for como você disse por mim tudo bem, mas tem que ficar tudo do jeito que está me falando!

— Vai ficar ainda melhor!

Marcelo que prestava atenção atentamente no que Juliana e Hugo conversavam, resolveu sair do ateliê e ir à sala de Betty.

— Preciso colocar o meu plano em ação!

Na presidência:

Aura Maria chega com os dois cafés.

— Desculpe Betty, mais a moça da copa está doente e só tem uma pessoa para fazer os pedidos!

— Não tem problema Aura Maria, Obrigada!

Kennedy não tirava os olhos de Aura Maria, parecia enfeitiçado. Ela sai da sala e ele continua olhando para a porta!

— Kennedy?

— Kennedy!

— Oh! Sinto muito Betty o que dizia?

Betty começa a rir com sua risada característica.

Marcelo chega na porta da sala de Betty, Bertha o vê e pergunta o que ele está fazendo ali?

— Nada, só queria falar com a Betty mais acho que ela está ocupada. Eu volto depois.

Ele anda em direção do ateliê.

— Sófia esse rapaz é meio estranho, você não acha?

— Sim veio falar com a Betty? Eu também não entendi nada! Responde Sófia.

Sandra chega com os dois cafés, ela entra na sala e leva para a mesa de Armando, mais como boa fofoqueira percebe que Armando e Gabriela, não estão falando sobre assuntos da empresa. Pois a pasta que Gabriela trouxe estava fechada, e ela não parava de encará-lo.

— Doutor me desculpe a demora, mais a moça da copa está sozinha, a outra moça está doente.

— Ok Sandra obrigado!

Sandra fica parada olhando para os dois.

— Sandra!

— Sandra!

— Hum... Sim doutor?

— Já pode se retirar!

— Desculpe doutor.

Ela sai da sala fecha a porta e coloca a orelha atrás da porta, para ouvir o que tanto falavam.

Continua....