O resto da noite passou normal. Eles brincaram, conversaram. Mas a grande atração foi às histórias de Stoico e Ária. Eles passaram um bom tempo falando do passado. Eles se lembraram de quando brincavam juntos e de como eles sempre acabavam discutindo e se metendo em confusão. Os meninos passaram a noite toda tentando chamar a atenção de Ária. Eles falavam sobre como eles eram bons em um monde de coisas e como eles podiam ajudar Ária a fazer qualquer coisa. Desde que ela pedisse. Soluço era o único que não estava tentando chamar a atenção dela. Ele estava se divertindo mais com as histórias do pai dele.

– A conversa está boa, mas acho melhor eu ir. – Ária disse se levantando. – Amanhã a gente se fala.

– Já vai? – Melequento disse se levantando também. – Então eu vou também.

– É, eu também. – Perna-de-Peixe disse se levantando também.

– Eu também. – Cabeça dura também se levantou.

– Qual é pessoal? Vocês vão embora por causa dela? – Cabeçaquente perguntou.

– É. – os meninos responderam juntos.

– Não precisa meninos. – Ária disse sorrindo para eles. – Podem ficar aqui. E se quiserem podem ir mais tarde amanhã. Bom, boa noite a todos.

– Boa noite. – eles responderam.

– Ária eu vou levar as minhas anotações e vamos ver qual é a melhor forma de segui com o treinamento. – Soluço disse.

– Claro. – Ária começou a se afastar, quando Stoico levantou.

– Eu vou com você. – ele disse andando até ela. – Assim podemos conversa um pouco. Soluço não se demore aqui.

– Tudo bem, pai. – Soluço disse se levantando. – Já estou indo.

– Certo. Vamos. – Stoico disse colocando a mão nas costas de Ária.

– Claro Stoico.

Os dois saíram em silêncio, enquanto todos observavam. Uns mais discretos, como Astrid, outros olhavam na cara de pau, como Bocão.

– Posso saber que sorriso é esse? – Astrid perguntou para Soluço.

– Que sorriso? – Soluço perguntou sorrindo mais ainda.

– Esse. – ela apontou para o resto dele.

– Não sei do que você esta falando. – ele respondeu se levantando. – Vamos Banguela. Está na hora de dormi amigão.

Ária e Stoico andavam em silêncio. Eles já estavam chegando à trilha que os levaria até a casa dela. Mas nenhum dos dois sabia o que falar.

– Tem certeza que não quer que eu pegue o Tornado? Ele pode nos levar lá rapidinho. – Stoico perguntou para quebra o silêncio.

– Eu gosto de andar. – ela respondeu. – E posso chamar Esmeralda, é só assobiar que ela vem.

– O que achou do seu primeiro dia aqui?

– Foi bom. Apesar de que ainda não estou acostumado a ficar perto de tantas pessoas. – Ária disse passando as mãos nos braços.

– Você se acostuma.

– Acho que sim. – eles ficaram mais um tempo sem falarem nada. – Stoico posso te fazer uma pergunta pessoal?

– Você quer saber o que aconteceu com minha esposa, não é?

– É. Se não quiser não precisa...

– Tudo bem. Valhalarama nos deixou. Não falamos disso. Na verdade eu disse para todos que ela morreu. Soluço era tão pequeno, e como eu não sabia por que ela se foi, achei melhor ele não saber a verdade. – Stoico olhou para cima e suspirou. – Era uma noite parecida com essa. Eu fiquei até tarde no porto com Bocão ela quando. Eu estava quase indo embora ela chegou. Valhalarama estava com uma cesta nas costas e disse que não podia mais. Eu perguntei o que tinha acontecido. Mas ela não respondeu, apenas pegou um bote e foi embora. Fiz Bocão prometer não falar nada. Eu fiquei perdido quando ela se foi. Até Banguela aparecer eu não tinha uma relação com Soluço. Agora, temos uma bela relação.

– Você nunca mais teve noticias dela?

– Não. – Stoico olhou para ela. – Eu a procurei. Falei com uns amigos de confiança. Pedi uns favores, mas nada. Ela sumiu. Eu pensei que ela precisava de um tempo para ela, agora já não sei. Não sei nem se ela ainda está viva.

– Você vai contar a verdade para Soluço? – eles já estavam chegando a casa.

– Não sei. Tenho medo da reação dele.

– É a mãe dele. Ele tem o direito de saber.

– Eu sei.

– Chegamos. – ela disse olhando para frente. – Sã e salva.

– A gente se ver amanhã.

– Eu queria saber se posso fazer um pequeno lago ali. – ela apontou para onde a terra tinha sido mais cavada. – Para Esmeralda.

– Pode. Achei mesmo que você fosse querer fazer um.

Os dois ficaram um tempo se olhando. Sem falarem nada.

– Obrigada por me deixar ficar.

– Berk sempre aceita os seus de volta. – Stoico disse. – E você é de certa forma de Berk.

Ária sorriu para ele e se aproximou. Ela deu um beijo na bochecha dele e sorriu, antes de sair correndo e entra na casa. Ela fechou a porta e sorriu.

– O que você está olhando? – ela perguntou quando virou e viu Esmeralda olhando para ela. Ela não respondeu.

Stoico ficou um tempo parado no mesmo lugar com a mão na bochecha. Depois ele balançou a cabeça e foi para casa. No caminho ele pensou sobre o que a Ária disse. Soluço tinha o direito de saber o que tinha acontecendo com a mãe dele. Ele tinha o direito de saber a verdade. Quando ele chegou a casa Soluço estava sentado em uma cadeira em frente ao fogo lendo.

– Oi.

– Oi pai. – Soluço disse abaixando o livro. – Como foi seu dia hoje?

– Normal. E o seu? Como foi o dia com Ária?

– Bem. Ela sabe muitas coisas. E faz uma comida deliciosa. – Soluço olhou para o livro. – OS meninos estão todos empolgados. Acho que eles vão competi para ver quem vai ganhar o coração dela.

– Ela fez tanto sucesso assim?

– Fez. Ela conquistou até as meninas. – Soluço se levantou. – Astrid me falou que gostou dela, e você sabe como é difícil Astrid gosta de alguém.

– Sei, sim.

– Bom, eu vou dormi. Vamos Banguela. – os dois subiram as escadas. – Pai? – Soluço gritou lá de cima.

– O que?

– Posso chamar a Ária para jantar aqui amanhã? – perguntou sorrindo.

– Chama Ária para jantar aqui?

– É. Posso?

– Claro.

– Certo. Boa noite.

– Boa noite.

Stoico se sentou em sua cadeira. Ele começou a pensar em que podia fazer para o jantar do próximo dia. Se Ária não tivesse mudado muito, ele podia fazer uma salada bem rica, que ele sabia que ela gostava. Stoico se levantou e foi colocar os peixes para Tornado. Depois entrou e foi se arrumar para dormi. Ele sabia que teria um dia cheio amanhã. Stoico diminuiu o fogo e foi deitar. Ele rolou um pouco na cama antes de conseguiu dormi.