... Treze anos depois...

Todos da ilha Salgueiro Lutador estavam reunidos. Hoje seria a homenagem anual para Ária. Todos tinham um grande carinho pelos pais dela, e então decidiram fazer isso em homenagem a memória dela. Sua irmã estava terminando de se arrumar quando sua mãe entrou no quarto.

– Já está pronta Cayla?

– Quase.

– Sei que você não gosta disso, mas ela é sua irmã. – sua mãe disse sentando na cama.

– Ela era mãe. Ária está morta.

– Eu ainda não consigo acreditar nisso. Não consigo acreditar que sua irmã esteja morta.

Sibia se levantou e saiu.

...

– É isso garota. – Ária gritou feliz. Ela e Esmeralda estavam voando por cima da ilha da Fúria Azul. Ária ainda não tinha certeza do por que escolheu esse nome. Se foi por causa dos Fúrias da Noite, ou por causa da nevoa azul que aparece uma vez por ano durante uma semana. A semana em que os Fúrias da noite se acasalam. No fundo ela achava que era por causa das duas coisas. Ela girou o corpo fazendo com que Esmeralda a seguisse. As duas deram uma volta completa pelo perímetro da ilha e depois Esmeralda pousou no alto de um monte de pedras. – Meu aniversario está chegando garota. Sabe o que eu queria de presente? Uma família humana.

Ária fez carinho na cabeça da dragoa e elas decolaram. Esmeralda sabia para onde a dona queria ir, então elas não tiveram problemas. Ária precisava de mais cadernos e alguns panos, então elas estava indo em direção ao comerciante Johann . Durante o caminho Ária foi entrando e saindo d’água. Quando elas chegaram ao seu barco ele sorriu para elas.

– Ária e a bela Esmeralda. Como estão? – ele perguntou sorrindo.

Há alguns anos atrás e Ária lhe contou sobre sua dragoa, e que vivia com ela em uma ilha distante e pediu para que ele guardasse segredo. Apesar dele não entender ele gostava das ervas que ela levava. Todas as vezes que eles se encontravam Ária lhe levaria algumas ervas e chá para dor em troca de seu silêncio.

– Bem. E o senhor? – Ária perguntou pulado de cima de Esmeralda que pulou para a água e desapareceu.

– Ótimo. Sabia que era você mesmo que eu queria ver. – o comerciante disse. – Você não é mais a única que treina dragões.

– O que?

– O mestre Soluço, filho de Stoico, o imenso, de Berk, aprendeu o segredo dos dragões. Ele tem um belo Fúria da Noite. E o próprio Stoico monta em um. Quero dizer dragão, já que o de Stoico é um Tambor Trovão.

– Eles usam os dragões como armas?

– Não. Pelo contrario. Eles protegem os dragões, assim como os dragões os protegem. – ele respondeu rapidamente. – O dragão do mestre Soluço não deixa ninguém chegar perto dele, e o mestre Soluço já quase morreu para manter o dragão dele em segurança.

Ária olhou para longe. Ela nunca imaginou que isso poderia acontecer. Pelo que ela lembrava de Stoico. Ele odeia dragões. Mas se isso for verdade...

– Sabe como isso aconteceu? –ela perguntou.

– As histórias dizem que mestre Soluço pegou o dragão e não conseguiu matar. Depois passou a observe-lo e depois a treiná-lo. O pai descobriu e prendeu o Banguela. Mestre Soluço tentou convencer o pai a soltar o pode dragão. Mas não deu certo. O dragão levo os vikings para o ninho, quando todos pensaram que tudo estava perdido. Mestre Soluço e seus amigos chegaram com reforços. Para matar um monstro enorme, mestre Soluço e o dragão quase morreram, mas quando Stoico viu que Banguela tinha trago mestre Soluço vivo, fez as pazes com os dragões e agora eles vivem em paz.

– Quando foi isso?

– Há um ano e meio.

– Comerciante, eu vou precisar de alguns cadernos e panos. Aqui estão as ervas que tinha lhe prometido.

Eles passaram alguns minutos fazendo negócios, quando ele terminaram e Ária assobiou Esmeralda saiu da água e foi em sua direção. Depois de sair do barco, Ária foi direto para a ilha. Ali estava o que ela mais queria um lugar para viver com Esmeralda. Mas será que Stoico a deixará fazer parte de seu povo? Ela sabia que quando ela era pequena seus pais e Stoico eram amigos, mas já tinha se passado tanto tempo. Ela não podia ficar com medo. Se Stoico não a quiser lá, ela volta para a ilha. E mais ela podia mostra a foto da família como prova que ela é quem diz. E também pode explicar o que tinha acontecido. Quando elas chegaram à ilha Ária começou a arrumar suas coisas. Na cela de Esmeralda dava para colocar dois cestos e ainda dava para pendurar uma mochila. Ela colocou suas roupas e suas anotações e um cesto. No outro colocou comida, algumas das suas ervas e água. Ária olhou envolta uma última vez e colocou sua capa, antes de subi na Esmeralda e ela saíram da caverna.

– Vamos para a praia garota. – disse acariciado o pescoço dela.

Quando elas chegaram na praia Ária olhou para os dragões brincando e sorriu. Ela prometeu para si mesma, que se Stoico a acolhesse ela voltaria sempre que pudesse para visitar essa ilha. O seu lá.

– Gente estamos indo. – disse sorrindo. – Mas não é para sempre.

Ela deu o sinal e Esmeralda levantou voou. Ária sabia que onde ela fosse os filhos de Escama de Fogo a seguiriam, então ela fez um sinal para eles descerem e ficarem. Respirando fundo ela vou para a escuridão. Ela decidiu ir pela água, já que assim a viagem seria mais rápida. Durante o caminho até Berk, Ária passou varias vezes um discurso. Ela diria: “Sou Ária, treino dragões desde que tinha treze anos, quero um lugar para morar.” , ou até mesmos, “Sou Ária, tenho uma dragoa e soube que aqui vocês os treinam, gostaria de me juntar a vocês.” É ela pensaria em alguma coisa quando chegasse lá. Eles passaram dois noites de um dia na água antes dela avista Berk. Ela se perguntou quantos dias aquela viagem duraria de barco. Ela fez com que Esmeralda pousasse na praia.

– Você me espera aqui. – disse passando a mão na cabeça de Esmeralda. – Vou falar com eles e ver se podemos ficar.

Ária foi andando em direção a cidade. Como estava garoando ela colocou seu capuz. Ela percebeu que talvez fosse melhor esperar até amanhecer. Mas ela não conseguiria dormi. Então ela tomou a decisão. Se ela encontrasse alguém acordado, ela perguntaria sobre Soluço. Ela andou por algum tempo e finalmente chegou à cidade.

...

No centro de Berk todos já tinham ido para as suas casas. Menos um menino e seu fiel companheiro, ou melhor, dizendo, sua fiel companheira. Perna-de-Peixe e Batatão estavam na porta da casa do garoto. Eles já estavam quase dormindo quando a Gronckle se levantou e fez eles saíram por que ela estava com fome.

– Você sabe que é uma garota incrível, mas tinha que quero comer justo agora? – um menino perguntou para um Gronckle.

A dragoa apenas balançou a calda e enterrou a cabeça no cesto de peixe a sua frente. O garoto apenas balançou a cabeça e se concentrou nas árvores, ele podia jurar que tinha visto uma sombra preta ali. Ele respirou fundo e voltou a olhar para o dragoa. De repente Batatão começou a rosna. Perna-de-Peixe olhou para as árvores e viu um volto preto vindo em sua direção. Ele fez o que qualquer um faria se estivesse em seu lugar. Ele desmaiou.

– Ótimo. Simplesmente, ótimo. – a menina falou saindo de trás das árvores.

Ária foi até ele. A Gronckle rosnou para ela. Ária apenas levantou a mão e abaixou no ar. Fazendo um sinal para mostra que ela era amiga e que tudo estava bem. A dragoa relaxou. Ária pegou um pote na sua bolsa e o abriu e levou ele para perto do nariz do garoto. Aos poucos ele foi afastando o rosto do pote.

– O que... – ele disse abrindo os olhos. – QUEM...

– Não grita. – disse colocando a mão na boca dele. – Quero falar com Soluço. Você pode me levar até ele?

– Quem é você? – ele sussurrou.

– Ária. Vou explicar tudo a ele e ao pai dele. – ela se levantou. – Pode me levar até eles?

– Si-sim.

– Quer ajuda? – o menino apenas concordou. – Como é seu nome?

– Perna-de-Peixe. – respondeu. – Por aqui.

Ária o seguiu até a casa mais alta da aldeia. Pelo que ela lembrava àquela era a casa de Stoico. Apenas agora Ária percebeu que podia ir até a casa sozinha. Mas ela sabia que no fundo ela estava com medo da reação de Stoico. Quando eles chegaram lá ela viu um Tambor Trovão deitado do lado da casa.

– De quem ? – ela perguntou, mesmo sabendo a resposta. Ela se aproximando do dragão e fazendo carinho nele.

– Do chefe. – respondeu supresso por ela conseguir se aproximar ele. – Ele nunca deixa ninguém se aproximar.

– Eu não sou ninguém. – ela disse sorrindo. – E ele é um bom garoto.

Perna-de-Peixe bateu na porta e eles esperaram. Depois de um minuto um menino abriu a porta. Estava na cara que aquele era o filho do Stoico. Ele era mais baixo do que Ária imaginava, mas dava para ver que ele era filho do chefe. Ela via a liderança nos olhos dele.

– Soluço, essa moça quer falar com você. – Perna-de-Peixe disse apontando para ela.

– Oi. Em que posso te ajudar? – Soluço perguntou confuso.

Ária tirou o capuz e sorriu. Os meninos ficaram de boca aberta. Ária ficou desconfortável. Ela não sabia o que pensar. Da última vez que ela viu o seu reflexo não estava tão mal. Ária é morena, com olhos castanhos que mudava de escuro para claro dependendo do seu humor e da luz. O rosto tinha formato de coração, lábios pequenos e rosados. Um sorriso doce e bondoso. Ela não se achava feia, mas estava começando a achar que está errada.

– Oi, eu sou Ária. – ela disse nervosa. – Eu vim conversar sobre os dragões.

– Dragões? – Soluço perguntou piscando.

– Sim. – respondeu com um pequeno sorriso.

– Eu não sei como você...

– Eu posso te explicar tudo. – disse sorrindo. – Podemos entra?

– Claro.

Os três entraram na casa. Ária sorriu quando viu o Fúria da Noite. Ela franziu a sobrancelha quando viu que um dos planadores dele estava faltando. Ela se aproximou dele que a olhava com curiosidade. Ela passou a mão na cabeça dele e sorriu.

– Então, Perna-de-Peixe está tarde né?Por que você não vai embora? Seus pais vão ficar preocupados. – Soluço perguntou olhando para ele.

– Claro. A gente se vê amanhã. – Perna-de-Peixe disse saindo da casa.

– Você disse que queria falar sobre os dragões. – Soluço disse indo para o lado de seu dragão.

– Sim. Como é o nome dele?

– Banguela. – ele disse passando a mão no pescoço dele.

– Criativo. – Ária sorriu para o dragão e depois olhou para o menino. – Eu vou começa pelo começo, já que tenho que explicar tudo. Quando eu tinha treze anos eu encontrei um Transformasa ferido na floresta. Quando eu o vi pensei em ir embora, mas não podia deixá-lo ferido. Ele me permitiu me aproximar e a cuidar da sua asa. No outro dia cedo eu escutei meus pais falando que eu, minha mãe e minha irmã íamos vim para cá. Nossa aldeia corria perigo. Eu não sei direito o que estava acontecendo. Eu fui para o treino com dragão e quando acabou eu fui para a floresta e levei peixes para ele. Foi quando eu descobri que não era ele e sim ela. Ela tinha seis filhotes. Eu a convenci a ir para o barco e depois fui embora da ilha até que a asa dela estivesse melhor. Eu passei o dia arrumando as coisas para a viagem. Eu a levei para o barco com os filhotes. Tudo ia bem até o dia em que uma tempestade caiu. Eu acordei no meio da noite e fui ver com eles estavam. Eles estavam bem, mas o barco estava indo em direção as pedras. Minha mãe subiu, mas não conseguiu virar. Minha mãe mandou todos irem para o bote. Eu fui colocar peixe para os dragões, mas o mastro caiu. Se não fosse a Escama de Fogo eu teria morrido. A gente chegamos a uma ilha, onde só tinha dragões. Escama morreu pouco tempo depois e eu passei a viver com eles. – Ária parou para respirar. – Quando os filhotes ficaram adultos eu pensei em volta para a casa, mas eu não podia deixar os filhotes dela sozinhos, eles me salvaram. Eu passei a montar em uma dragoa. Ela apareceu pouco tempo depois que cheguei à ilha. Um ano depois Esmeralda estava estranha, quando fui ver o que era, vi vários barcos se aproximando da ilha. Eles queriam pegar dragões para usar como armas. Eu ajudei eles a saírem e fomos para uma ilha bem distante. Onde eu vivia até alguns dias atrás. Eu gosto de escrever sobre tudo o que descubro e quando meus cadernos acabavam ia até uma ilha compra mais. Até que o comerciante Johann me viu montando em cima de Esmeralda. Eu o convenci a não falar nada para ninguém. Em troca eu levava ervas e antídotos para ele. Até que da última vez ele me contou sobre você. Me disse que aqui vocês montam dragões. Que aqui vocês vivem em paz.

– E você veio conferir. – Soluço disse.

– Eu adoro viver com os dragões. Sei tantas coisas sobre eles. – Ela disse sorrindo. – Mas eu quero viver com pessoas, quero viver com gente como eu.

– Eu não posso dizer que você pode ficar aqui. – Soluço disse. – Eu tenho que falar com meu pai antes.

– Eu entendo. – ela respondeu se levantando. – Eu vou passar a noite na praia. Quando você falar com seu pai, pode ir me dá a resposta. – Ária estava indo em direção a porta, quando parou. – O que aconteceu com a calda dele?

– Ele perdeu há dois anos. Ele usa uma prótese para pode voa. – Soluço explicou indo até ele e passando a mão no pescoço do Banguela. – Mas ainda assim ninguém superar ele.

– Posso ver?

– Claro. Eu vou buscar. – Soluço subiu as escadas que o levava para o seu quarto. – Aqui estar à cauda.

Ária pegou a causa falsa vermelha e a abriu. Ela a estudou por um tempo. A cauda parecia mesmo com a cauda de um Fúria da Noite. Mas pelo o que Ária viu ela podia ser melhorada e aperfeiçoada. Se ele tivesse usado um material mais leve ele ia mais rápido. E também se ele usasse o ferro de Gronckle o suporte ficaria mais leve, rápido e forte.

– É uma boa prótese, mas pode ser melhorada. – ela disse entregando a cauda para ele.

– Como?

– Se você usar coro de javali, no lugar da do búfalo, ele será mais rápido, mas pode ser mais fraco. Dragões mudam de pele todo ano. Você pode usar a pela que ele solta para deixá-la mais forte. Se você usar ferro de Gronckle será mais forte e a aero dinâmica ficará melhor.

– Acho que posso falar com meu pai agora. – Soluço disse colocando a cauda na mesa. – Pode me esperar lá na praia? Eu o levo lá.

– Claro.

– Você veio com o seu dragão?

– Sim. E é ela.

– Você pode deixar ela visíveis?

– Posso. – Ária saiu da casa e foi em direção a praia.

...

Soluço colocou a prótese em Banguela e depois a sela. Eles foram para fora e Soluço o montou. Banguela já sabia para onde o dono queria ir. Soluço ainda não podia acreditar em tudo o que ela disse, mas ele podia ver a verdade nos olhos dela. Banguela pousou na frente do grande salão e Soluço pulou de cima dele. Os dois entraram no grande salão. Stoico estava ao lado de Bocão conversado. Soluço foi até o pai correndo.

– Soluço o que você esta fazendo aqui? – Stoico disse. – Pensei que já tinha ido dormi.

– Eu fui, mas quando eu estava indo para a cama o Perna-de-Peixe apareceu lá em casa com uma garota. Ela disse que quer um lugar para ficar.

– Bom, temos que descobri de onde ela vem. – Bocão disse. – Vocês se lembram da Heather. Ela disse uma coisa e era outra.

– Isso não é tudo. – Soluço disse. – Ela treina dragão.

– O que? – os dois adultos falaram juntos.

– Isso mesmo.

– Onde ela está? – Stoico perguntou.

– Falei para ela me esperar na praia. – Soluço respondeu. – Ela entende do que está falando.

– Vamos falar com ela.

Eles saíram do grande salão. Stoico assobiou e Tornado veio voando em sua direção. Soluço montou em Banguela, enquanto Stoico e Bocão montaram em cima do Tornado. Os dragões foram voando em direção a praia. Eles passaram um tempo voando pela praia até que viram uma fogueira acessa. Eles foram para lá.

Ária estava encostada em um troco de árvore com Esmeralda deitada ao seu lado com a cabeça em seu colo. Esmeralda levantou a cabeça do colo dela e olhou para cima. Seguindo o olhar dela, Ária viu Banguela e Tornado vindo em sua direção.

– É á hora da verdade. – ela disse fazendo carinho na cabeça da sua dragoa.

Tornado e Banguela pousaram perto delas. Depois de respirar fundo ela se levantou, mas não ficou muito tempo em pé, já que Tornado pulou em cima dela e começou a lambê-la.

– Calma, garoto. – ela disse rindo.

– Tornado sai. – Stoico disse. Tornado deu uma última lambia nela antes de sair de cima dela e ir para o lado do dono. – Você esta bem?

– Estou. – ela disse se levantando. – Olá Stoico.

– Ária? – ele perguntou supresso. – Mas como... Eu pensei que você... Nossa.

– Eu sei.

– Vocês se conhecem? – Bocão perguntou.

– Uma dragoa salvou minha vida. – ela respondeu ignorando a pergunta do Bocão. – Tenho vivido em uma ilha com dragões desde então.

– Seus pais pensam que você morreu.

– Eu sei. – Ária suspirou e foi até a água. – Eu pensei em voltar, mas eles precisavam de mim. Meus pais não entendem e nunca entenderam que não quero matar dragões.

– Eles poderiam entender.

– Eles sabem sobre os dragões de vocês?

– Não. – Stoico passou a mão pela babar.

– Foi o que pensei. – Ária se aproximou deles. Bocão abriu a boca.

– Ela é linda. – ele disse, o que fez Soluço bater no braço dele.

– Eu posso ajudar o seu filho com o treinamento com dragões. – Ária disse. – Posso ajudá-lo também a aprender tudo o que eu sei sobre os dragões.

– Como? – Stoico perguntou.

Ária levantou a mão e fechou o punho. Depois abriu e colocou a palma para cima. Esmeralda se levantou e foi até a sua sela que estava perto das pedras. Ela a abriu e pegou um livro de lá de dentro, e o levou para a dona. Ária pegou e entregou a Stoico.

– Ai estar tudo o que eu aprendi. – ela disse sorrindo. – Bom, tudo não. Mas tenho tudo escrito.

– Posso testa?

– Sim.

Stoico leu um pouco e foi até Esmeralda. Ele pegou e colocou a mão em cima do pescoço dele. Esmeralda olhou para ele. Stoico levou a mão até o peito dele e ele se virou e ficou deitado de barriga para cima com a língua de fora. Stoico se levantou e olhou para Ária.

– Eu gostaria de conversar com você. Só eu e você. – Stoico disse mordendo os lábios. – Soluço leve Bocão para a aldeia e me espere em casa.

Soluço olhou de um para o outro e depois montou em Banguela. Ele bateu na cabeça de Bocão que ainda estava olhando de boca aberta para Ária, ele montou e eles partiram. Stoico olhou para a lua e depois para Ária.

– O que você quer? – ele perguntou.

– Um lugar para morar. Um lugar para chama de meu. Quero ter amigos. Bom, amigos humanos. Quero viver com pessoas novamente. – Ária passou a mão em Esmeralda. – Eu posso ajudar em outras coisas. Sei como fazer ferro de Gronckle, tenho varias ervas que podem curar, posso ajudar a caça e sei lutar.

– Vocês podem ficar com a casa do Bolor. – Stoico disse dando o livro a ela. – Ele não morar mais lá.

– Obrigada.

– Quero que você esteja em minha casa amanhã cedo. Falarei com Soluço, vamos ver em que você pode nos ajudar.

– Estarei. – ela disse indo até seu cesto. – Stoico.

– Sim?

– Quantos Fúrias da Noite tem aqui na ilha?

– Apenas o Banguela. Você sabe onde eles estão?

– Na ilha onde eu morava tinha vários. – ela estudou a expressão dele. – Acho que você quer manter isso em segredo. – ela disse sorrindo.

– Quero. Quando chegar à hora certa eu, ou melhor, você fala para ele.

– Certo.

– Vem eu vou te levar até a casa do Bolor.

Os dois foram para a parte mais alta da aldeia, onde a casa de Bolor fica. Stoico a deixou lá com Esmeralda e voltou para casa. Soluço estava esperando por ele sentado na escada.

– De onde você a conhece? – ele perguntou assim que o pai entrou em casa.

– Ela é filha de um amigo. – Stoico respondeu se sentando em sua cadeira. – Quando você nasceu, era para ela e algumas mulheres da sua família virem para cá. Mas teve uma tempestade e ela se separou das outras. Procuramos ela por um mês, antes do pai dela pedi para que parassem as buscas, que ela estava morta.

– E agora sabemos por que não a encontraram. – Soluço disse. – Mas por que Bocão não a reconheceu?

– Ele não a conhecia. Todas as vezes que ela veio para Berk ele não estava.

– Como você a reconheceu? Deve fazer uns quatorze anos, no mínimo que você não a vê.

– Ela continua linda. E com os mesmos olhos castanhos. – Stoico disse sorrindo.