Histories of a Maximoff

I'll try don't actuate the fire alarm


Música: Don't panic-Clairity

Quando chegamos em casa, eu ainda me debatia, tentando desvencilhar-me do homem que, atualmente, não sabia se realmente poderia dizer ser meu pai.

Muito dramático? Vou tentar de novo...

Quando chegamos em casa, Erick ainda segurava meu braço. Assim que entramos, ele o soltou e eu levei a mão ao local onde ele havia pressionado, notando que estava avermelhado. Ele apertara com força demais.

— Vocês dois estão bem? - ele pergunta.

— Tirando o fato de o meu braço estar doendo... acho que sim. - respondi.

— Me desculpe, mas precisava tirá-los de lá.

— Por causa da multidão, da polícia, disso que está saindo das mãos da Wanda, ou da sua discussão com aquele cara na cadeira de rodas? - perguntou Pietro.

— Um pouco de cada. Tenho que lhes contar uma coisa... - ele apontou para o sofá e eu e Pietro nos sentamos. Ele sentou em uma das poltronas que ficavam de frente para o sofá.

— Algumas pessoas nascem com uma mutação no DNA. Um gene diferente. Ele é chamado de Gene X. A pessoa que nasce com esse gene especial desenvolve algumas "habilidades" que as outras pessoas não possuem. Essa "fumaça" que está saindo de suas mãos faz parte de sua habilidade. - ele apontou a mão na direção da mesa de centro que estava entre nós e a chave do carro voou até a mão dele. - A minha habilidade é o magnetismo. Posso controlar qualquer coisa que possua pelo menos um grama de metal. - ele devolveu a chave para a mesa e olhou para mim. - Eu só não tenho certeza de qual é a sua habilidade.

— Se não sabe qual é a minha habilidade, não dá pra saber se ela é destrutiva. Pode ser que apenas possa criar fumaça, o que não é tão destrutivo. Mas, por quê nos tirou de lá às pressas?

— As pessoas que não possuem esse gene, tendem a querer destruir aquelas que tem, por causa do medo de que as machuquem ou se voltem contra elas.

— Mas eu nunca faria isso...

— Eles não ligam se você faria ou não. Apenas querem te ver em uma prisão de segurança máxima, em um laboratório, ou a vários palmos do chão. - eu abaixei a cabeça e senti Pietro colocar seu braço ao redor de meus ombros. - Eles vão tirar tudo de você. Família, amigos... Eles não terão piedade, mesmo que você não tenha feito nada. - ele falava com certa convicção, quase como se...

— Eles tiraram alguém de você? Alguém que você amava? - levantei a cabeça. Ele levantou-se da poltrona e foi em direção à porta que separava a sala de estar do escritório. Antes de atravessar a porta, ele, sem olhar em nossa direção, disse:

— Eles mataram minha esposa e minha filha de apenas 9 anos. - e então entrou no escritório. Olhei para Pietro, ele estava com uma cara que eu nunca havia visto nele antes: uma cara de pensativo. Ele logo desmanchou sua expressão, como se não quisesse mais pensar. Ele havia voltado ao normal. Ele inclinou-se e depositou um beijo em minha testa. Levantou-se e disse:

— Se quiser pode subir pro seu quarto. Vou tentar não acionar o alarme de incêndio fazendo algo comestível. - ele deu aquele sorrisinho travesso dele e seguiu em direção à cozinha.

Resolvi fazer o que Pietro sugeriu e subi em direção ao meu quarto. Olhei para minhas mãos e a fumaça havia parado de sair delas. Ótimo. Com tudo o que aconteceu nessa última semana, acabei não realizando meu objetivo de quando saí do manicômio: procurar o motivo e o culpado pelos mísseis. Acho que já está na hora de agir. Peguei meu notebook, liguei-o e comecei a pesquisar tudo o que podia interligar com aquele dia: notícias sobre o desastre, outros sobreviventes, ângulos de colisão de mísseis, a estrutura do prédio, e as Indústrias Stark.

Estava prestando tanta atenção na matéria que estava lendo de um jornal que tinha escrito o que havia ocorrido, que nem ouvi quando Pietro gritou dizendo que o jantar estava pronto. Ele teve que subir até o meu quarto e, somente quando ele estava do meu lado, eu percebi sua presença. Ele disse:

— O jantar está pronto. Milagrosamente não queimei nada. - ele olhou para a tela do computador. – O que está lendo?

— Nada. - fechei o notebook. – Vamos comer?

Dia seguinte

Não havia conseguido muita coisa na pesquisa de ontem, mas o que consegui poderia me ajudar a conseguir mais coisas.

A matéria que eu estava lendo mencionava o nome de algumas pessoas, de comércios ou prédios vizinhos, que viram o que aconteceu.

O problema: todos estavam em Sokovia. Precisava de alguma desculpa pra falar com eles. Já sei! Em algumas semanas terá um feriado, posso inventar uma desculpa de que não quero ficar em casa e ir até lá.

— Wanda - Pietro me chama lá da sala de estar. – Temos que ir ou vamos chegar atrasados no Departamento de Trânsito.

— Já estou descendo! - terminei de fazer a trança em meu cabelo e coloquei uma sapatilha.

É agora, vou fazer a prova pra tirar minha habilitação para dirigir. Desci as escadas e Pietro já me esperava lá fora. O prédio do Departamento de Trânsito era perto de casa, então iriamos à pé. Pietro não ia fazer a prova ainda, ele iria fazer apenas na semana que vem. Ele estava indo comigo apenas pra me acompanhar.

Chegamos no prédio e ele sentou-se em uma das cadeiras da sala de espera. Fui fazer a prova escrita. Como eu havia estudado, logo terminei e me sai bem. Segui então para o estacionamento para fazer a prova prática. Antes que o instrutor chegasse, um ônibus passou perto do estacionamento deixando fumaça no ar. Por causa da fumaça, eu espirrei. Quando fiz isso, as pontas do meu dedo ficaram com um pouco daquela fumaça vermelha, mas logo sumiu, então, não me preocupei.

O instrutor finalmente chegou e fui fazer a prova. Desviei de todos os cones, segui as placas, parei na troca de sinais, dei seta... Acho que fui bem. O instrutor me pediu para ficar em frente a um fundo branco para tirar a foto. Ele tirou a foto, e me mandou esperar. Sentei-me ao lado de Pietro e, quando ele me olhou, arregalou os olhos.

— Qual o problema? - perguntei. – Parece que viu um fantasma.

— Você tá... V-você tá... - ele não conseguia terminar a frase.

— Wanda Maximoff. - um dos recepcionistas me chamou. Segui até onde ele estava. – Aqui está. - ele me entrega minha carteira de motorista.

— Obrigada. - digo e ele se afasta. Olho para a carteira e entendo o motivo do espanto de Pietro: meu cabelo estava loiro.