Highway To Hell
03. It's been a long day without you, my friend
POV Acacia
Assim que cheguei em meu novo quarto, arrumei minhas roupas no closet ( no qual eu poderia dar uma festa de tão grande). Logo que acabei de arrumar tudo, fui até o banheiro de meu quarto que era embutido no “guarda-roupa” e fechei a porta.
Me despi enquanto a banheira enchia. Coloquei alguns sabonetes bem cheirosinhos na água e logo fui pra dentro, não antes de ligar minha playlist no meu celular. Apoiei minha nuca na beira da banheira e fechei meus olhos. Paz finalmente. Fiquei assim por mais de 20 minutos mas abri os olhos quando a música que tocava no meu celular para e o toque de ligação começar a tocar.
– Poxa meu Deus, é só começar a música que eu queria que esse bagulho começar a tocar. Tá de sacanagem comigo né? – falava para mim mesma (faço muito isso e não, eu não sou retardada) enquanto me enrolava em uma toalha felpuda e branca que tinha ali.
Peguei o celular e assim que vi o nome do contato que me ligava, gelei. Eu não sabia se atendia, eu não devia e nem queria.
Depois de 9 toques a chamada foi encerrada e meus músculos relaxaram. Esvaziei a banheira e fui até o closet, peguei um pijama – pois já eram 9 horas da noite – e coloquei.
Me joguei em minha cama e coloquei a senha em meu celular vendo as 3 ligações perdidas e as 15 mensagens não vistas, eram todas da mesma pessoa. Eram todas dele. O que William queria comigo afinal?
Bom, William, para quem não sabe, era meu melhor amigo á poucos meses atrás. Ele trabalhava no mesmo bar que eu arrumei emprego, era garçom assim como eu. Nós nos conhecemos e viramos inseparáveis, um sabia de tudo sobre o outro e um confiava ás cegas no outro. Mas é claro que a vida quis mudar isso. E foi ai que ele começou a namorar, eu não tinha nada contra sua namorada, Bruna, mas ela odiava o fato de Will passar mais tempo comigo do que com ela, se importa mais comigo do que com ela. Bruna inventou mentiras sem pé nem cabeça sobre mim, chegou até a me ameaçar. E quando eu vi que William começou a me desprezar e virou um cachorrinho mandado daquela filha de uma mãe, eu me afastei. Foi ai que sai do trabalho, comecei minha faculdade e nunca mais falei com ele, e ele nunca mais veio falar comigo.
E agora, o porquê dele estar ligando para mim, eu não sei.
Antes de que me arrependesse do que estava prestes a fazer, disquei seu número e liguei. Ele atendeu logo no segundo toque.
– Alô? – falei baixinho;
– Acacia? Graças a Deus você atendeu. – sua voz continuava a mesma, leve e gentil – Eu queria me desculpar por tudo, sei que é tarde e que fui um babaca. Mas eu estava cego de amor por aquela mulher, e homem apaixonado só faz besteira. Por favor me escuta, me desculpa por ter sido um péssimo amigo e ter te abandonado. Vi o tamanho da besteira que fiz quando peguei Bruna me traindo e não tinha você para me confortar e me ver chorar feito um bebê. EU queria muito encontrar você para me desculpar, mas não sei se vai ser possível porque não estou no Brasil. – ele disse tudo isso sem nem respirar, e eu ainda estava em choque – Acacia? Cass?
Cass. Apenas ele e mamãe costumavam me chamar assim.
– Estou aqui. Ahm... Como assim não está no Brasil?
– Consegui um trabalho aqui em New York, acredita? Estou vivendo um sonho, seria bom ter você aqui.
Você só pode estar de brincadeira com a minha cara, né destino? Eu piquei salsinha no tábua dos 10 mandamentos? Dancei samba em cima da cruz?
– Não acredito nisso. – meus olhos se encheram de lágrima, eu ás vezes chorava fácil - Eu também não estou no Brasil, William. Estou em New York!
– O QUE? COMO ASSIM ACACIA? COMO VOCÊ VEIO PARAR AQUI? SUA MÃE SABE DISSO? – afastei o celular de meu ouvido por causa do seu tom de voz, continua o mesmo escandaloso.
– Minha mãe morreu, William.
– Oh meu Deus, me perdeu Cass. Eu não sabia, meus sentimentos.
– Tudo bem. Enfim, acho que não podemos esclarecer nada por telefone, não é? – peguei uma foto que caiu de um dos álbuns que trouxe, era uma foto minha e dele. Will tinha o braço em torno do meu pescoço e eu olhava para ele sorrindo e ele sorria para a câmera enquanto tirava a foto.
– Sim, claro. Você vai ter que me esclarecer tudo isso, ta bom? Que tal nos vermos amanhã em uma lanchonete muito boa que eu conheço?
– Pode ser. – eu não devia estar sorrindo feito idiota, mas eu também não iria admitir que estava com uma saudade imensa do meu ex melhor amigo.
– Tudo bem. Te paço uma mensagem com o endereço e eu te encontro lá amanhã, ou acha melhor eu passar ai onde está morando?
– NÃO, deixa que eu me viro e vou. Amanhã a gente se vê e se fala. – se ele viesse até a Torre Stark e visse que eu estava morando aqui, seria uma pergunta atrás da outra.
– Tudo bem. Até amanhã Cass. – pude sentir seu sorriso do outro lado da linha - Senti saudades.
– Até amanhã. Eu também – e desliguei.
Droga, o que eu faria agora? Quando se trata de William eu sou coração mole, sempre quis seu melhor mas me magoei muito quando nos afastamos.
– Senhorita Stark. – mais uma vez me assusto com a voz de J.A.R.V.I.S.
– Ah, olá J.A.R.V.I.S.
– Srta. Potts está lhe chamando para jantar.
Me levanto e enxugo meus olhos.
– Fale que já estou indo.
– Sim, Srta. Stark.
– Apenas Acacia, J.A.R.V.I.S. Por favor. – digo revirando os olhos e abrindo a porta de meu quarto - Ou juro que mudo seu sistema.
– Tudo bem, Senhorita Acacia.
Reviro os olhos novamente. Já é um bom começo.
[...]
How could we not talk about family when family's all that we got?
Everything I went through you were standing there by my side
And now you gon' be with me for the last ride.
It's been a long day without you, my friend
And I'll tell you all about it when I see you again
We've come a long way from where we began
Oh, I'll tell you all about it when I see you again
When I see you again.
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