Hi, i'm Cry Baby

This Horse Is Too Slow...


Era tudo muito colorido na verdade, era tudo realmente incrível, eu não entendo porque tem gente que acha esse local chato. Fui andando lentamente até aquela multidão ali no parque. Eu era a maior de idade ali, eu acho. Algumas pessoas que passavam encaravam meu cabelo, algumas crianças que passavam davam língua e eu retribuia com o maior prazer. Alguns pais me encaravam com cara feia, mas eu não me importava.

Fiquei muito tempo encarando aquele parque, quando notei, já era de noite, tarde na verdade, acho que eram uma 23h, quase meia noite. Olhei para o lado e vi, estava tudo apagado, as últimas pessoas que estavam ali dentro estavam indo embora e todos me ignorando.

Deu meia noite, e ouvi um barulho de uma música, olhei para o lado novamente e uma mulher tocando uma caixa de música estava ali. O parque inteiro ficou iluminado de novo, e só estava eu e aquela mulher. Do outro lado, duas garotas vestidas de bailarinas se aproximavam aos poucos, os cabelos delas estavam juntos por uma trança.

Um homem com uma máscara estranha estava me encarando desde que eu cheguei naquele parque, mas eu não havia notado ele ali, segurando uma placa "You Must Be This Tall, To Ride". Não entendi direito, olhei para onde a placa apontava e vi que era o carrossel, meu brinquedo favorito. Quando cheguei na porta para comprar um ingresso para ir, ouvi uma voz:

— Você não precisa comprar - Olhei para o lado e um garoto, podemos dizer que era bem bonito, estava ali - Você quer ir no carrossel, não é?

Concordei com a cabeça. Ele foi se aproximando e pegou minha mão, me levando cuidadosamente até eu montar no cavalo. Ele ficou na minha frente:

— Não vai ser perigoso ficar aí?

— Não - Foi direto, sorri, ele também, ficamos assim, olhando um para o outro, até que o brinquedo começou a girar - Prazer, Jonnh.

— Prazer, Cry Baby.

— Nome estranho - Fiquei triste na hora, uma lágrima ameaçava cair, mas depois, não ameaçava mais, ela já havia caído. Ele limpou ela na mesma hora - Ei, não precisa chorar. Eu tenho um apelido, se quiser, pode me chamar dele.

— Qual é seu apelido?

— Alphabet Boy - Ri um pouco, mas achei legal - Viu? Somos dois com nomes estranhos.

— Cry Baby e Alphabet Boy - Sorri.

— Um bom nome de casal, não acha?

— C-casal? - Ele estava sorrindo na minha frente.

E ainda estava segurando minha mão. Que foi largando aos poucos, quando olhei para o lado, ele já havia saído do carrossel, só eu estava no brinquedo. As bailarinas, a mulher da caixa de música e o homem estranho estavam me olhando, rindo. Quando olhei para as minhas mãos, estavam presas por cordas. E todos ainda rindo, e eu comecei a ficar desesperada, minhas perna e mãos estavam presas ao carrossel:

— ME AJUDEM - Gritei, mas eles ignoravam e continuavam rindo - ALPHABET BOY - Nem ele mesmo me escutava, eu comecei a ficar tonta, o brinquedo estava indo mais rápido, eu não estava mais aguentando ficar ali.

Vomitei, acabei mesmo foi desmaiando depois.

Acordei e nada mais do parque estava aberto ou ligado, olhei para as minhas mãos e pés, não estavam mais amarrados. Não havia ninguém no parque. Desci do carrossel e fui andando até a entrada do parque, ainda estava aberta e a rua escura:

— Uma garota não devia ir desacompanhada a essa hora para a casa - Olhei para a voz que vinha e o Alphabet Boy estava ali, eu queria ter raiva dele por ter me deixado presa no carrossel, mas eu infelizmente não conseguia. Deixei ele pegar minha mão e me levar pra onde ele quisesse.