Hi, i'm Cry Baby

A Melodia do Sorvete


Foi um grande trabalho juntar todo aquele lixo e ir jogar fora, nunca mais faço a droga duma festa, mesmo que tenha sido imensamente divertido, foi cansativo. A diversão podia ter continuado se os bombeiros não tivessem vindo atrapalhar, e depois me deram um cartão sobre um local de homens com jalecos brancos que iam cuidar de mim já que meus pais morreram, dizendo pra eu ir lá no dia seguinte.

Mas não estou com vontade.

Peguei o resto de pelúcia e papeis, jogando tudo em um balde qualquer que peguei na cozinha e fui pra fora jogar no lixo mais uma vez, aquele era o último. Parei o que estava fazendo ao escutar o barulho de uma música, não era uma melodia qualquer, era a melodia de um trailer de sorvete. Só de pensar em doce, minha boca saliva. Me perdi dançando lentamente ao som daquela melodia que me acalmava e que me esfomeava ao mesmo tempo, nem percebi quando ela parou.

Xinguei tudo e todos e voltei pra dentro de casa, agora eu estava com fome e eu culpo aquela merda de música. Fui vasculhando minha casa toda em busca de dinheiro, e achei vinte reais que meu pai deixou caído no sofá pra pagar uma mulher que sempre vinha por aqui, mas já que meu pai e nem essa mulher apareceram, acho que posso pegar.

Novamente ali, naquela mesma loja onde comprei as coisas para a minha incrível festa. A mulher que me dava arrepios estava ali como sempre, dei um aceno pra ela, que retribuiu apenas lambendo um pirulito e piscando os olhos. Ignorei. Fui na direção dos doces, peguei leite, pirulitos, gelatinas, biscoitos, tudo o que eu tinha direito, e ainda iria sobrar troco. Eu amava aquela loja.

Passei no caixa para pagar tudo, e percebi quando a mulher colocou um pote de vidro com uma substância azul no meio das minhas compras, o que era aquilo? Talvez seja dela, e ela esqueceu, mas eu que não vou devolver.

Paguei tudo, peguei minhas sacolas e me despedi indo novamente para as ruas, e aquela melodia apareceu novamente. Olhei em volta e achei por ali uma trailer parada vendendo sorvete, comemorei com pulinhos e corri até lá. O vendedor era um fofo e grande lobo, parecia ser simpático:

- Olá, pequena garotinha, você quer um sorvete? - Oh, com certeza ele era muito simpático!

- Sim, eu quero! Eu vou querer...

— Não precisa escolher, minha querida, aqui está um feito exclusivamente para você. - Ele retira debaixo do balcão um sorvete de casquinha misto, não era bem meu preferido, mas eu não iria recusar, não é mesmo?

Ia pegar o dinheiro para paga-lo, mas ele recusou e disse que era por conta da casa, agradeci muito, peguei o sorvete e fui andando para casa. Dei uma lambida no sorvete, meu deus, aquilo era realmente bom.

Fui comendo, mas não lembro de ter terminado ele. Lembro das coisas começarem a ficarem embaçadas, da minha visão começar a escurecer, e depois de algo caindo no chão e minha visão ficar completamente escura.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.