O caminho até o acampamento foi tranquilo, tirando o fato de que Finn estava agoniado devido ao fato de que Gary cantava ao pé de seu ouvido. O único que ficou de boa foi Josh, que passou a viagem inteira dormindo, ninguém sabe como ele conseguiu essa proeza, já que Quíron não era muito bom na direção de um veiculo, porém todos esperavam que ele fosse bom na direção do acampamento.

— Acoooorda beeela adormecidaaaaa. — A intenção de Gary era cantar no ritmo de Let it Go, mas não deu muito certo.

— Cala a boca, voz de taquara rachada. — Finn deu um tapa na testa de Gary.

— Eu já tô acordado, escandalosos. — Josh disse, com uma voz de sono que transmitia a pura preguiça que pode predominar e habitar em um corpo humano.

Ao chegar ao acampamento, todos desceram rapidamente, contemplando a visão do camping totalmente destruído. Os três ficaram lado ao lado, as mochilas penduradas nos ombros e um largo sorriso nos ombros. Finn, Gary, Josh, essa era a ordem da direita para a esquerda.

— Pra melhorar só faltava tocar aquela música: Thrift shop. — Finn disse.

— Verdade. — Ambos concordaram.

Emma aproximou-se dos três, estalando os dedos uma, duas, três, quatro vezes, até que por fim, perdeu a paciência e tacou a mochila que estava nas suas costas nos garotos, arrastando os três para o chão.

— Não é hora de sonhar acordado. Temos que reerguer isso aqui, okay? Até o fim do dia tem que está tudo pronto.

— E como vamos isso? Já viu como está esse lugar? — Josh perguntou.

— É apenas a entrada, mas os chalés, o pavilhão, e as outras áreas já estão reformadas.

— Está explicado. — Finn murmurou.

— Vou mostrar onde cada um vai ficar.

Emma disse e os garotos a acompanharam. Mesmo que o acampamento estivesse meio inativo, os chalés pareciam ter ficado intocáveis. Ela nos mostrou todos, o primeiro chalé era o de Zeus, ele era o maior dali, ela disse que era pra mostrar todo o poder do rei dos deuses.

— O que você tá fazendo aí Dem? — Josh perguntou.

— Uh, eu sou filho de Zeus, deus dos deuses. — Ele disse e parecia ter muito orgulho daquilo.

— Ué, eu sempre pensei que você fosse filho do deus das pamonhas. — Finn disse e os três amigos começaram a rir.

Dem cerrou os punhos, seus olhos estavam tempestuosos e o rosto completamente vermelho. Ele parecia que ia explodir ali mesmo. — Ei cara, a gente só tava brincando. — Gary disse, tentando acalmar o filho de Zeus.

Emma puxou os garotos e chegou ao chalé 3, o chalé de Poseidon. Como Gary era o único filho do deus — até agora — ele seria o conselheiro e teria que organizar tudo ali, porém não seria muito trabalho, só tinha ele. Continuamos e paramos em frente ao chalé 9, o chalé de Hefesto, que coincidenetemente ficava ao lado do chalé de Afrodite.

— Marilyn? — Finn a olhou.

Ela não disse nada, apenas fez um gesto com as mãos como se pedisse licença, parecia muito ocupada no momento. Ela era a conselheira do chalé, votação unanime, já que o chalé de Afrodite havia mais duas integrantes fora ela. O garoto deu de ombros e adentrou o seu chalé, ele não era o único, havia outra irmã chamada Emily, porém ela havia integrando-se a caçada junto com Artemis e como não poderia habitar dois chalés ao mesmo tempo, tornou-se conselheira chefe e general das caçadoras de Ártemis. Emma continuou seu caminho até chegar ação chalé 13, o mais afastado e “darkness” de todos que tinham ali. Josh sentiu-se em casa, ele gosta mesmo dessas coisas de emo, gótico,vampiro e rockeiro.

[...]

Todos estavam contribuindo para o reerguer do acampamento. Finn estava em cima dos telhados, arrumando algumas telhas e tendo que ouvir desaforos e berros de Demetri. Josh ajudava na manutenção da arena, auxiliando Annabelle a equipar algum do armamentos e Gary estava com Cheryl próximos ao lago, arrumando a ponte que passava por cima dele. Marilyn estava no chalé de Afrodite, ela não parecia muito preocupada com as obras, mas sim com a grande festa de iniciação que haveria hoje, apenas as filhas de Afrodite sabiam o que era aquilo.

— Eu também não te aguento, Dem, olha, temos isso em comum.

— Como ela pode gostar de você? Você é pobre, feio, filho de um deus ferreiro que foi traído pela mãe dela.

— Ué, e ela gosta de mim? — Arqueou uma sobrancelha.

— E além do mais ainda é lerdo. — Ele bufou.

— Olha quer saber. — Finn desceu do telhado, jogando o martelo em cima de Dem. — Sua vez, tenho o que fazer.

O garoto saiu de lá e foi até os primos. Ambos já haviam concluído suas partes e acabaram por acompanhar Finn. — A gente tem que ter cuidado, me falaram que tem uns ciclopes por aqui, mas eu to sentindo algo.

— Isso se chama: falsa expectativa. — Josh comentou.

— Não se iluda, maninho. — Gary disse, tocando de leve o ombro do rapaz.

Rolou os olhos e chegaram próximos a uma porta imensa de aço. O filho de Hefesto tirou a camisa e passou no portão, o limpando e vendo um furo grande, como se fosse o local de algum amuleto. Ele passou a mão sobre a cratera e fitou os dedos.

— Isso é fuligem. Alguém tentou incendiar isso aqui. — Mostrou o dedo do meio para os amigos. — Eita, dedo errado.

— Enfia esse seu dedo preto na bunda. — O filho de Hades cruzou os braços.

— Então quer dizer que você consegue abrir? — O filho de Poseidon perguntou, curioso.

— Talvez, mas não sabemos o que tem lá dentro... Bom, na verdade sabemos. — O rapaz fez um sinal com as mãos. — Byakugan! — As veias ao redor dos olhos do garoto saltaram. — É uma oficina abandonada. — Os outros também ativaram seu Byakugan.

— Abre, abre, abre. — Pediram.

O domador do fogo respirou fundo e aos poucos sua mão foi ficando alaranjada, até que uma labaredas de fogo surgiu, ele mirou no centro e assim uma bola de fogo começou a queimar na cavidade, fazendo com que a porta destravasse. Não esperaram nem um minuto, entraram e buscaram o interruptor para ligar a luz.

— Isso deve ser algum tipo de oásis dos filhos de Hefesto. — Disse Gary.

— Ou algum ponto de encontro, de alguma seita secreta, no estilo dos iluminatis.

— Josh, não viaja cara.

Finn começou a andar pelo local, acompanhado de seus melhores amigos. Havia uma imensa lona cobrindo uma coisa grande, o que parecia ser um dragão. Não hesitou, puxou a lona e ela revelou um dragão mecânico, aparentemente inativo.

— Como alguém deixou essa belezura aqui? — Os outros dois garotos estavam meio assustados, nunca haviam visto algo daquele tipo, estavam impressionados. O filho do ferreiro buscou algumas ferramentas que estavam em cima das mesas e começou a tentar consertar o dragão. A forma como ele fazia aquilo, aparentemente era muito fácil e nada complicada, essas habilidades de ferreiro... — Acho que ele está pronto. Onde liga? — Procurou algum botão, mas do nada a cabeça do dragão se ergueu e seus olhos brilharam em vermelho, como estivesse com raiva.

— Caralho, o que foi que tu fez Finn?

— Eita porra, corre.

— Pernas pra que te quero??? — Os dois filhos dos três grandes disseram em conjunto e começaram a correr. O filho do deus construtor os olhou como: como sou amigo deles?

— E aí amigão? Qual seu nome? — O dragão grunhiu. — Hum... Festus é um nome legal.

[...]

— EMMA! QUÍRON! — Josh e Gary gritaram, correndo em círculos até que acabaram se chocando e caindo de bunda no chão.

— O que aconteceu? — Perguntou o centuro.

— O Finn, nós estávamos andando pela floresta, encontramos uma porta, ele abriu, tinha um dragão, o dragão tava com muita raiva, acho que ele morreu.

Não demorou muito até que o céu ficasse escuro.

— Zeus ouviu minhas orações? — Demetri murmurou para si mesmo.

O dragão chamado Festus voava, enquanto um garoto magro e franzino completamente sujo de graxa e fuligem o guiava pelos céus, dando rasantes e voando como se tivesse nascido para pertencer aos céus não a terra. Quíron os olhou com um sorriso no rosto. O pouso de ambos não foi muito delicado, ele ainda estava pegando o jeito.

— Vejo que encontrou o Festus.

— Sim! Ele estava meio acabado, eu dei uma repaginada, agora ele está novinho em folha.

— Festus? — Os garotos se perguntaram.

— Esse era o dragão que pertenceu a Leo Valdez, filho de Hefesto, mas agora vejo que o deus do fogo quis que você cuidasse dele dessa vez.

— É, eu também achei isso. Parece ser uma bolsa e para guardar ferramentas, mas ela não tem fundo, é massa.

— Cara, seu pai é muito foda. — Ambos sorrira e deram um hi-five.

[...]

Após toda aquela confusão. O acampamento estava novinho em folha. Festus descansava na entrada do mesmo. Tudo estava calmo e iria continuar assim se não fosse por um caso.

— Como ela conseguiu? Não faz nem vinte e quatro horas que estamos aqui. — Uma filha de Íris perguntou.

— É, esse é o poder Harvey. Ou você ama de cara, ou você odeia de cara, é assim. — Demetri comentou, sentando-se em nossa mesa. — Me admiro muito você não estar lá, Wayland.

— Não gostamos de festas. — Referiu-se a si mesmo e ao Josh.

— E cadê o Wayland do meio?

— Nós não gostamos, o Gary gosta.

Gary --------

Eu não perderia uma festa por nada. Digo, é das filhas de Afrodite, as mais populares do acampamento, além de que Cheryl vai estar lá. Dei duas batidas na porta e elas abriram. O cheiro do chalé era perfeito, meu aroma preferido: baunilha. Havia vários semideuses ali, as meninas estavam apenas de lingerie e os garotos de bermudas. Marilyn estava no centro, ela parecia uma rainha e ao lado dela estavam suas escudeiras, Cheryl e Annabelle, as três mosqueteiras.

— Hey cara, vem se divertir. — Aquele era David, o filho de Atena mais careta da escola que agora estava se divertindo em uma festa. Realmente, o chalé 10 muda as pessoas.

Ambos pegaram duas taças com suco de uva e começaram a beber. Só que tem algo, o suco de vinho natural pode deixar a pessoa meio bêbada... assim como o vinho.

Após algumas horas, que mais pareceram minutos. Gary havia ficado com Cheryl e soltado a franga, ele dançava por cimas das mesas, rebolava, realmente, ficou difícil em saber se aquela coca era fanta, ela estava parecendo mais com uma fanta. Josh e Finn resolveram participar da festa exatamente naquele momento e rapidamente correram a direção do amigo, o tirando dali.

— Ele é o amigo gay. — Finn disse.

— Ele é o amigo gay. — Josh confirmou.

— A maioria aqui está meio bêbada, não sei como, mas estão, então ninguém vai se lembrar desse mico, exceto nós. — Gargalharam. Ao chegarem no chalé de Poseidon colocaram o filho deste na primeira cama e ele apagou como uma pedra.

— Finn, vou me deitar também, amanhã vamos ter que distribuir os panfletos sobre o acampamento, espero que a lacraia aí esteja melhor. — No momento em que Josh saiu do chalé, Annabelle estava o esperando na porta, queria perguntar se podia fazer dupla com ele e ele simplesmente aceitou.

— Desculpa cara, mas ela é bem mais bonita do que vocês dois. — Ele riu e seguiu até o chalé 13 com os braços dados nos da garota.

O filho de Hefesto fechou a porta do chalé e seguiu até o de Hefesto. O barulho no chalé de Afrodite ainda estava alto e pelo ritmo que seguia, não iria acabar tão cedo. O rapaz sentou-se nas escadas e pode ver através do seu Byakugan, Annabele dando um beijo na bochecha de Josh... sim sim, Finn era um XEROQUE ROLMES. Olhou na direção do chalé de Poseidon e Gary estava em seu sono profundo.

— Finn Wayland, seus olhos são estranhos. — Ela não pediu permissão, acabou sentando-se ao lado do rapaz.

— São normais. — Ele disse.

— Eu não acho que sejam normais.

— Hum... e essa festa? Não vão sentir sua falta? — Arqueou uma sobrancelha.

— Cheryl e Annabelle podem tomar de conta para mim, além de que eu estou aqui, mas também estou lá, posso estar em vários lugares. — Ela riu.

—Annabelle está com o Josh e Cheryl provavelmente está bem alterada, admiro sua postura como líder de chalé, está normal, pensei que fosse do tipo que ficasse alterada rápido.

— Eu tenho a cabeça centrada.

— Isso é bom. — Ele se levantou. — Tenho que ir, amanhã vai ser um longo dia.

— Mas você não acabou de dizer que estava barulho?

— Eu não disse isso.

— Mas pensou.

— Eu vou dormir no bunker, ele é mais afastado. — Desceu os degraus.

— Você poderia ficar aqui conversando comigo.

— Não quero que seu namorado fique no meu pé. — Acenou, afastando-se, enquanto Dem se aproximava dela, com uma feição nada amigável.