Heróis da Nova Era - Livro I - Mundo paralelos

O que fizeres na vida, Ecoara na Eternidade


Bravas palavras, Maximus proferiu; sua simples presença era intensa, poderosa como de nenhum semideus naquela época. Ele era filho de Jupiter, herdeiro do céu e como todo bom soldado, um bravo guerreiro que não temia nada, ou melhor, não temia a derrota, mas sim o fracasso e para não fracassar, daria a vida sem rodeios.

Maximus desceu de seu alazão alado, vestia-se em uma armadura dourada com adornos em suas laterais, cravejada em diamante, em seu peitoral, seu Pai, numa posição imponente, com seu raio mestre na mão, como se ele fosse atirar seu mortal raio a quem o encarasse. Em suas costas, uma capa purpura dançava ao sopro do singelo e gélido vento, seu elmo plumado, jazia de baixo de seu braço revelando seus cabelos e sua face.

– Não há razão para temer essas criaturas. – Disse friamente, como se os “daemons” ou Mahkai, fossem apenas leitões fraquinhos. – Basta apenas mata-los e tudo estará acabado.

– Senhor, lutamos contra eles, e devo dizer. – Aurélius se postou próximo do Pretor. – Esses a quem matou com facilidade, são apenas a ponta da espada.

– Com quem pensa que está falando Centurião? – Rosnou o comandante. – Eu disse para não temer, mesmo se eles forem um inimigo maior do que os deuses.

– Sinceramente, as vezes não sei de onde tira essa coragem. – Aurélius era um dos poucos que falava de forma tão “desrespeitosa” com seu superior, quando jovem, o centurião fora treinado por Maximus, que por sua vez era amigo de infância de seu Pai, um Pretor do exército “mortal” de Roma. – Será do grande Júpiter, ou o incrível Marte Ultor?

– Sempre com essas comparações idiotas. - Ele deu ombros. – Eu que me pergunto se você é mesmo filho de Bellona.

Descontraídos, eles não perceberam que a jovem, outrora desfalecida nos braços de Diana, estava aos pés de Maximus. Ela sustentava seus olhinhos azuis na face do Pretor, num misto de curiosidade e admiração, como se já conhecesse aquele homem e ele fosse seu grande herói.

– É você! – Ela puxou a capa para baixo. – É você. – Ela estava consternada, perturbada com algo como se estivesse encantada e surpresa.

– Do que fala, menina? – Perguntou o Pretor. – Eu, oque?

– A luz que engolirá a escuridão das trevas. – Seus olhos azuis brilharam, Maximus pode ver um instante rubro das chamas nascendo neles. – Vesta me enviou para cá, há muitos anos, para esperar pelo homem dos raios, o homem que destruiria a terra e clamaria em desafio, “os primeiros”.

– Os primeiros? – Máximus estranhou a forma que ela falou, ele jamais tinha escutado tal alcunho e nem sabia quem era esses homens ou deuses.

– Sim, Noite e Caos. – Falou a menina. – Os primeiros imortais, os primeiros deuses, aqueles que em seu levante, trucidariam a realidade cósmica e luz, em sua maldade, levariam ao sofrimento eterno onde até mesmo os “Bem-aventurados” não escaparão.

“Os Bem aventurados” Era assim que se chamava um ilha, separada dentro do próprio Elíseos, onde os heróis são enviados quando fazem jus sua ida ao Elíseos por três vezes seguidas em distintas vidas.

– Tá bem! – Sussurrou Fiorini. – Isso me assustou e muito. – Esse comentário cortou o ar e com um sorriso mesclado com medo, Fiorini se achegou para perto de Danae. – Você me protege?

– Cale a boca. – Rosnou a mulher.

– Se Vesta a enviou, onde está a deusa? Onde se encontra a deusa das chamas Olimpicas? – Rebateu Maximus, sem dar tanto importância ao discurso da menina.

– A deusa está aqui, Maximus filho de Júpiter, Pretor da Nona Legião.

A presença da deusa era cálida, abraçadora e nem um pouco ameaçadora; a julgar pelo poder de Vesta, ela poderia ser uma monstruosa guerreira, porém, se escolheu se manter longe do combate e da luxuria, se tornando assim, uma donzela, mas uma donzela nem um pouco indefesa.

Vesta, era como se fosse Emily, só que mais velha e ruiva. Ele tinha cabelos lisos, longos e tão carmesim que chegavam a ser confundidos com suas próprias chamas, era branquíssima que diversas sardas tomavam seu rosto até seus ombros. Seu sorriso, era cativante e perfeito, mas seu olhar, era feroz, como de uma brava guerreira.

– Se dúvida das palavras dessa jovem, cujo o nome transcende os tempos. – Disse enigmática. – Venho ao encontro de meu bravo herói, dizer eu mesma, sobre o futuro que os aguarda.

Todos se ajoelharam. Mesmo Vesta não sendo uma deusa “bélica” ela era, afinal de contas, a chama do Olimpo, a última Olimpiana e sem ela, ninguém viveria, nem mesmo os semideuses.

– Não creio que necessito de sua oratória, Lady Vesta. – Maximus, era o único que não se ajoelhou, sim, ele era audacioso assim. – Sua vinda, já me prova que a veracidade nas palavras da garota se mostram reais.

– Contudo, minha vinda não é menos que meteórica e não vim aqui para explicações e sim bençoes. – A deusa se sentou diante de uma fogueira que ela mesma criou, “do nada” – Se meus heróis irão morrer, nada mais justo que dar-lhes uma última centelha de bravura. - A Legio Nona Hispana estava toda alocada nas entranhas da cidade, o nevoeiro recuou devido ao poder de Héstia e com um cajado de madeira, simples, porém poderoso, ela recitou. – Do fogo, nasce a vida, de vida, nasce a esperança e com ele, vem as dores, o martírio, as trevas, como também, vem a força, o amor e a Luz que por consequência, vem os louros, seja onde estiverem, vocês meus heróis se levantarão contra as trevas assim como antes, quando Roma sequer existia, o rei Leônidas juntos de seus trezentos bravos guerreiros expurgaram o imenso exército Persa de um milhão de soldados, que traziam consigo, Erebo. Ali, foi o marco de ressurgimento de Érebo, ali marcou o início trevoso onde a luz combateria as trevas e como aqueles trezentos, vocês lutaram, muitos, talvez todos, irão perecer, mas digo as vocês meus bravos Heróis. – O discurso, embora era dito num tom baixo, era épico. - Oque fizeres na vida, ecoara na eternidade. –

Com isso a deusa dissolveu-se em chamas e rumou para o Olimpo, deixando os bravos soldados, exaltados, com o brio mais elevado que o próprio Olimpo e em seus olhos e corações, estava cravado o discurso da deusa, sim, eles morreriam, mas acima de tudo, foram honrados pelos deuses e honrariam seus ancestrais e descendentes.

Emily, a misteriosa garotinha, sorria docemente para Maximus, e com um beijo na bochecha do Pretor, ela também se dissolveu em chamas, mas diferentemente de Vesta, ela falou. – Seus feitos, ecoaram na eternidade e seus descendentes, escutarão seus brados e assim como vocês expurgaram as trevas e até lá, eu orarei por cada um, honrarei cada e você, Luz da salvação, reencarnara para ser meu protetor. – Disse a jovem num tom profético e foi-se embora para o lugar de onde viera e que ninguém soubera e saberia durante eons.

– Vá menina misteriosa, vá para o lugar onde pertence e seja onde for, cumprirei minha demanda e a protegerei. – Respondeu Maximus, agora, livre de suas barreiras emocionais. Um sorrisinho ecoou em seus ouvidos, ela o escutou.

– Soldados! – O segundo Pretor, se levantou. – Chegara a hora de dar a vida por nossa causa e honrar as palavras de Lady Vesta!

Quando o pretor falou, uma negritude tornou o local mais trevoso, mais escuro, mais denso e ruim. O exército contemplou o mesmo que Leônidas há mais de mil anos antes, e como os Espartanos, bradaram como bravos deuses. Ergueram seus escudos, desembainharam seus Gládios e Pilos. Lagrimas escorriam dos rostos dos homens e mulheres, mas não era lagrimas de sofrimento ou dor, mas sim de nostalgia, emoções que os tomaram antes de morto honrosa e uma homem em questão, sorriu.

– Lucila, meu amor. – Sorriu. – Adeus minha bela, ei de encontrá-la nos Elíseos.

Ao seu lado, Maximus o escutou e finalmente deu o braço a torcer pelo aprendiz e agora, irmão de armas. – Ela irá encontra-lo um dia meu irão e quando isso acontecer, iremos todos comemorar esse grande encontro.

Aurélius sorrio novamente. O que era melhor que morrer lutando ao lado de irmãos igualmente bravos? O que era melhor para um semideus, ser reconhecido aos olhos dos deuses e serem honrados como tal? Para Romanos, não existia honra maior que ser lembrado pela eternidade e amado por uma grande mulher.

– Sim, iremos nos encontrar.

Ao seu lado, Maximus proferiu as últimas palavras de Vesta. - . Oque fizeres na vida, ecoara pela eternidade. – Enfim, sorriu o mais duro dos homens. – Foi uma honra poder comandar vocês! – Sua voz alcança até o ultimo soldado. - . Sejamos eternos e abraçaremos a morte com um sorriso no rosto! Por Roma! Pelos Deuses!

O brado alcançou o Olimpo, mesmo Erebos, que vinha como uma massa de escuridão pútrida, temeu. O reluzente exército de dez mil homens era agora a luz do universo, era a salvação dos deuses e mais uma vez, a Luz engoliria as trevas

– NÃOOOOO!!! – Uma voz, primordial, terrível e retumbante ecoou pelo vale.

A explosão sacudiu o firmamento, balançou a terra e destruiu as trevas; como o grande “Big bang”, os astros dançaram sobe a luz acolhedora. Do Olimpo, Júpiter ou Zeus homenageou os guerreiros mortos em Britânia, limpando os céus trazendo uma linda e estupenda noite estrelada, onde cada estrela representava um soldado morto. Os amantes, família e amigos que ficaram para traz, foi dado a eles, um vislumbre do último ato da batalha. Para Lucila, foi mostrado o sorriso cativante de Aurélius em seu último momento de vida. “Adeus minha amada” Isso a marcou para todo o sempre.

– Adeus meu amado.- Ela disse ao fitar as estrelas, e uma entre tantas, cintilou com mais força; Era Aurélius, dizendo que a amava. – Sim, eu também o amo, e o encontrarei, nessa vida ou na outra.

Assim jaz Légio IX Hispana, assim morrem os verdadeiros heróis e com eles, suas bravuras marcaram a próxima geração, com eles, o mundo estaria em paz.

Reyna e Frank, estavam mudos, estupefatos com a visão que Belona mostrou para ambos. A deusa julgaria desnecessário mostrar a Equestris, pois assim como Hispana, dera a vida para expurgar Erebo, mas fora em outra época, antes mesmo de Hispana se fazer poderosa.

– Eu...eu não sei...- Pela primeira vez, a Pretora não sabia o que dizer. – Mãe...

– Não há o que dizer minha filha. – A deusa depositou suas delicadas mãos, mesmo sendo uma deusa guerreiro, o que era estranho, nas mãos da filha. – Só lhe mostrar onde está seu antigo amor e seus amigos.

Outra visão acometeu a ela e Frank. Nessa visão, eles viam Percy, Jason e Nico, lutanod contra os mesmos monstros que Aurélius digladiaram a mais de mil anos atrás. Com eles, estava uma mulher bela, apesar das roupas esfarrapadas, alta, branca com um olhar furioso. Ela segurava uma lança em suas mãos e rugia como um Leão, esta era Diana. Reyna engoliu o susto quando viu uma garota em cima do Pégaso, cujo qual não tivera dificuldade de reconhecer, uma vez que já o vira pessoalmente, a menina, tinha os mesmos olhos determinados, mesma feição brava no rosto, era Emily, embora não possuía a mesma aura que a “Emily” de Britânia, era ela e ao lado dela, estava Jason, como um guardião, um exímio protetor que jamais sairia do lado da menina.

“ Você irá me proteger” As palavras proferidas pela “Antiga” Emily, voarem em sua mente. – Não é possível!!

Percy, destruía muitos dos monstros com extrema facilidade, como Reyna sempre soube, o filho de mar, era um monstro quando estava na Agua e Nico ao seu lado, engolindo e tragando a terra, os monstros que os atacavam.

A visão retrocedeu.

– Você entende, minha querida. – A voz de Belona era terna e suave. – Seus amigos, seus três amigos, hoje, são Equestris e Hispana, são os Espartanos que lutaram em Termopilas, Salamina e Maratona, são a esperança de Héstia.

– Mas, eles estão condenados....– Chorou Frank. – Vão morrer, como eles.

– Não meu garoto. – Ele encostou a mão no rosto de Frank. – Diferente de antes, Roma e Grécia são unos, hoje a esperança não está só naqueles que protegem a chama. – A deusa se levantou, exibindo suas curvas e armas. – Vocês, meu caros, juntos dos Gregos do Acampamento meio sangue, devem rumar em uma busca por Nix, somente ela será capaz de matar seu marido e irmão.

– A senhora está nos dando uma missão? – Perguntou Frank.

– Sim, Zhang. – Você, Hazel e Reyna, partiram para o acampamento meio sangue, onde Piper e Annabeth os aguardam.

– Cinco? Isso não é comum minha mãe. – Reyna protestou. – E ainda mais dois Pretores, não podemos deixar...

–Sim, já tenho conhecimento disso. – A deusa caminhou em direção a a porta, para tomar um ar. – Vesta está em seu lugar por direito, eu estou aqui e ficarei aqui. – Ela voltou seu olhar para a filha, que já tinha entendido as palavras da mãe. – Acho que nossa presença deve contar? E também, se não forem nessa busca, seus amigos, morrerão, mesmo que salvem a chama e mandem Erebo ao Tártaros, eles perecerão.

– Então, iremos diretamente par ao Tártaros. – Disse Frank. – Percy falou que um dia quase foi morto por ela, quando ele foi ao Tártaros.

– Não, ela não está mais no porão. – Ao dizer porão, ela se referia ao Tártaros. – Ela esta cativa, em um lugar um tanto quanto incomodo.

– Onde ela está? – Reyna se recuperara do transe.

– Entre as dimensões distintas, existe um vácuo, um o tempo passa mais rápido, onde o “nada existe” e para onde o “nada, é mandado” Nós deuses o chamamos de Limbo, mas vocês o conhecem como PANDEMONIUM....