Herobrine: Apocalypse

Capítulo quinze: Casais brigam.


P.O.V. BIA

“Ei, que tal irmos atrás de uma garota de cabelo roxo de quatorze anos que aparentemente adora doces e também é uma bruxa? - Não não posso dizer isso.”

— Onde está Mathias? — Perguntei.

— De alguma forma um portal foi aberto na rachadura do farol, mas eu não faço a menor ideia de onde ia dar. — Ele respondeu.

— E ele atravessou mesmo assim?

— Ele foi uma isca. Herobrine estava atrás do portal, eu pude ver seus dois olhos brilhando ao fundo, e provavelmente nos atacaria assim que saíssemos de lá.

— Mas por quê? — Me soltei do abraço.— Ele pode estar morto nesse momento. —Talvez… – Ele não parecia temeroso com a possibilidade. – Mas ele vai conseguir. – Será que ele ainda está escondendo alguma coisa?

— Como você pode saber?

— Eu não sei. — Ele se levantou. — Eu acredito.

— Esse não é o tipo de que coisa em que se acredita. — Me levantei também — Esse é o tipo de coisa que você só faz com alguma certeza.

— Bom… Eu tenho certeza que ele ainda não está morto.

— Isso não é uma certeza Mike. — Mesmo parecendo que ele tinha mais coisas para falar eu disse. — Isso é uma possibilidade.

— Quando Herobrine for derrotado ele vai voltar.

— E só por isso vamos deixar qualquer um morrer? E quanto aos outros sobreviventes?

— Eles são importantes…

— E Mathias não?

— Eles são mais.

— Por quê?

— Eles são humanos. Inocentes, frágeis.

— E quanto a tudo que eles nos causaram? Não tem nenhum remorso por não ter se defendido?

— Eu não me importo. Devemos nossa criação a eles Bia, se tentássemos algum tipo de revolução seriamos exterminados pelas equipes anti-bruxos criadas pelo governo assim como os rebeldes.

— Esses moleques provavelmente nem sabem que existimos, nem devem saber a verdade sobre Herobrine, e você diz que devemos algo a eles?

— Temos uma missão: Manter humanos vivos por tempo suficiente para derrotarmos Herobrine, e então…

— E depois voltaremos a ser perseguidos pelos humanos que conseguirem sair do Nether.

— Quando eles voltarem estarão desestabilizados e confusos, se tentarem algo o governo não vai poder fazer nada, já que não vai existir nenhum governo. Podemos lidar com eles se nos atacarem.

— E o que aconteceu com o “Devemos muito a eles?”

— É uma questão de tempo: No momento devemos, mas quando eles voltarem vamos poder dizer que devíamos. Conjugação.

— Mas… — Eu não consegui pensar em nada a tempo.

— Além disso, teríamos todas as razões, e poderia conviver bem comigo mesmo matando milhões em autodefesa.

— Ainda seria errado.

— Por que você tem que defender eles? — Ele me assustou com o grito repentino, e pareceu se arrepender. — Desculpa, eu só… Tem sido difícil tudo isso, conviver com esse estresse todo.

— Tudo bem. — Abracei-o. — Eu também me sinto assim, mas não podemos fazer nada.

— Eu não acredito que ele vai conseguir. — Ele me apertou..

— É a nossa melhor possibilidade.

— Temos que ir atrás de outras, para caso ele não consiga.

— Eu também não acredito que ele vai conseguir. Mas, se ele tiver alguma ajuda, talvez se você ajudar na luta…

— Se ele não conseguir sozinho não vou poder ajudar em nada.

— Eu sei do que vocês são capazes juntos Mike. Com tudo que vocês já fizeram, toda a destruição que causaram…

— Aquilo foi antes, agora nenhum de nós dois consegue concentrar o poder tão bem.

— Mesmo assim, você é poderoso o suficiente para fazer um bom estrago, além de lutar bem em equipe.

— Eu luto bem quando você é minha parceira. — Senti-o segurar meu queixo.

— Então sua esposa é uma parceira melhor que seu melhor amigo? — Brinquei.

— Acho que você se adiantou um pouco. Ele não é meu melhor amigo, eu sou o melhor amigo dele.

— “Esposa” — Não fiquei satisfeita com a resposta.

— “Esposo” —Ele respondeu, soltando meu queixo.

— Ainda não nos casamos.

— Não oficialmente, mas sim, estamos casados.

— Se Herobrine tivesse voltado alguns dias mais tarde…

— Mas não faz tanta diferença agora que não tem mais ninguém para se importar com isso além de nós dois.

— Mesmo assim, eu…

— Ei, não se preocupe — Ele foi até a janela. — Podemos resolver isso depois. Mathias está lá fora. — Ele correu para fora do quarto., mas não sem antes me jogar um olhar de “Eu te avisei.”

— Filho da… — Fui atrás dele.