A sexta chegara novamente e desta vez todos sentiram que a semana passara mais rápido. Talvez fosse por já terem se acostumado ou talvez por terem tido mais trabalhos o que distraía a ansiedade... o fato era que todos já comentavam o que fariam no final de semana.

Faltava apenas uma semana para o festival o que significava que metade das conversas eram sobre os planos para este mágico dia.

— Comprei um vestido lindo! Todo florido na Zarts!

— Sério? Mas lá é super caro!

— Eu sei. Mas o Hugo me chamou pra ir com ele, então vou fazer questão de estar super produzida!

Stella ouvia a conversa das garotas um tanto decepcionada. Estava fazendo tudo aquilo pra quê? Pra ir sozinha num evento? Sim, porque ela só tinha vontade de ir porque Brandon iria. Mas e daí? Isso não significava que ela o veria, que ele viria falar com ela, ou se quer que ela poderia se divertir. Toda aquela ideia agora lhe era estúpida e ridícula.

— Molly...? – Stella chamou a atenção da funcionária que lia distraidamente uma revista em cima do balcão.

— Sim querida?

— Como vai ficar a lanchonete depois que o festival chegar e eu não precisar mais trabalhar aqui?

— Ué, eu vou continuar tocando o negócio sozinha, como sempre fiz.

— Mas não acha difícil?

— Sim, mas vou fazer o quê? Contratar mais funcionários é que a escola não vai...

Stella concordou e voltou a limpar as mesas. Foi quando um pensamento altruísta passou por sua mente e ela virou-se com uma expressão séria e decidida:

— Molly, eu aceitei este emprego porque queria dinheiro pro festival. Mas agora não sei se ainda vou. Não quero mais ir.

— O que está dizendo querida?

— Estou dizendo que vou hoje falar com a Morgana pra cancelar meu crédito. Não vou mais trabalhar aqui por causa dele.

— Ué, mas achei que fosse o que você mais queria...

— E era. Mas agora o que eu mais quero é trabalhar na lanchonete só pra te ajudar! Molly, vou continuar aqui até o meu último ano! Independente de qualquer dinheiro ou festival!

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Com toda certeza a mulher ficou feliz, mas sentiu que Stella não estava tão certa do que fazia. De qualquer forma a menina seguiu para sua primeira aula do dia, que seria Educação Física com a professora Tânia.

— Bem, turma, devido aos eventos da aula passada, nós tivemos uma pequena mudança em nosso roteiro. Nossa aula de hoje foi mudada pra quadra, onde estamos agora. Ainda sim, meninos, quero que deem vinte voltas na quadra!

Revoltados os garotos começaram a caminhar preguiçosamente enquanto as meninas aguardavam sua vez. Stella aproveitou o momento pra contar sobre sua decisão às amigas:

— Tem certeza disso, Stellinha? – Keira perguntou preocupada.

— Sim, já tomei minha decisão. Essa ideia boba com o Brandon é ridícula! Como se um garoto divertido como ele fosse prestar atenção em uma menina sem graça como eu...

- Não, Stella! Você é linda, inteligente e a menina com o coração mais generoso do mundo! Se ele não liga pra você é porque ainda não te conheceu!

— Não precisa mentir, Keira... Mas valeu.

A morena suspirou com o pessimismo da amiga enquanto a professora gritava para indicar que era a vez das meninas.

— Toma – ordenou a professora entregando argolas gigantes pras garotas – Peguem um.

— O que é isso, professora? – uma garota questionou.

— Bambolês. Mantenham-no girando na cintura o máximo que conseguirem. Isso irá treiná-las com relação ao equilíbrio corporal, controle dos movimentos e resistência. A garota que conseguir ficar por mais tempo com um SEM cair ganha um prêmio no final da aula. Comecem!

Todas ajeitaram os bambolês na cintura e um incrível dilema sobre deixa-los em movimento iniciou-se na quadra. O esforço para conseguir tal feito era imenso. Mesmo assim as garotas divertiam-se com a “brincadeira”.

— Lembrem-se de que estamos apenas nas aulas de aquecimento! Não esperem diversão nas aulas do próximo bimestre! Todos vocês chegarão ao próximo ano com músculos e medidas no lugar de toda essa flacidez, preguiça e patologia crônica que vocês chamam de “vida adolescente”.

Após a aula dos bambolês, que, aliás, fora ganha por Vick, os alunos tiveram um descanso. Ficaram todos sentados pelo chão enquanto a professora anotava numa pequena lousa o roteiro do bimestre. Os primeiranistas escolhiam as aulas de academia, dança e natação durante as semanas previstas.

— Estão todos de acordo? – Tânia perguntou com sua costumeira voz mandona.

— Siiim, professora...

— Então podem ir! Vejo vocês na próxima aula. Meninas: quero todas na academia quarta-feira às duas horas! Vamos ter a primeira aula de dança.

— Professora Tânia! – chamou Lollita – Qual a diferença entre as suas aulas de dança e as da professora Morgana.

— Ah, muitas se perguntam isso... A diferença reside no fato da professora Morgana ministrar aulas mais clássicas, que trabalham postura e elegância, enquanto as minhas são aeróbicas e envolvem ritmos de dança de salão.

— Não vejo como isso pode ajudar a controlar meus poderes... – comentou Harley mais alto do que percebeu.

— Ah querida... Poderá não perceber a mudança em seus poderes, mas com toda certeza irá nos agradecer quando ver esse bumbunzinho durinho e bonitinho!

A professora riu e foi acompanhada de todas as alunas, até mesmo Harley que ficou um tanto sem graça.

— Dispensados!

Felizes pelo término da aula, todos seguiram para seus quartos, para tomarem banho rapidamente e chegarem a tempo no almoço.

— Anda Keira! Não vai dar tempo de eu tomar banho também! – gritava Stella na porta do banheiro.

— Pode vir aqui – Raquel ofereceu saindo de seu banheiro – Já termi...

E antes que pudesse terminar a frase a loirinha desapareceu porta adentro como um foguete fazendo a toalha que enrolava os cabelos da castanha quase cair. Esta desceu as escadas do mezanino e encontrou Harley sentada no chão, desenhando algo.

— Muito bonito, Hay... – ela comentou olhando por cima do papel. A morena havia desenhado um lobo de olhos penetrantes rosnando para um rapaz que lhe encarava assustado. A garota era muito boa com artes – É o Leigh?

Raquel perguntara brincando, mesmo sabendo no fundo que de fato era. Harley tinha costume de sempre desenhar o que mais sentia profundamente. Era seu jeito de por para fora sentimentos que lhe perturbavam.

— Não! – ela disse ríspida, rasgando a folha, amassando-a e jogando no lixinho do quarto – E para de falar desse garoto, por favor!

— Não adianta eu parar de falar dele quando você mesma não para de pensar nele.

— Deixa de ser ridícula! Eu mal conheço esse bandido!

— Pode não conhece-lo, mas ele mexeu com você! Todo mundo percebe isso! E ele pode ser um garoto meio... “criminoso”... Mas não me parece ser alguém ruim. Quero dizer... Ah, você deveria conhece-lo melhor antes de julga-lo!

— Por que VOCÊ não o conhece, então?! Já que está tão preocupada...

— Eu não... Você... Ah! Esquece Harley! É muito difícil falar com você! Quando é que vai deixar de ser tão orgulhosa?!

— Quando todos me deixarem em paz!

E a menina saiu do quarto batendo a porta. Raquel apenas chacoalhou a cabeça, como se dissesse “não tem jeito...”.

— Pode vir Stella! – Keira avisou saindo do banheiro. No mesmo instante a loirinha apareceu na outra porta, já totalmente pronta, com cara de poucos amigos.

— Agora não precisa mais... – ela disse sorrindo sarcasticamente.

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— Huuuum... Esse é o purê mais gostoso que já comi em toda a minha vida! – comentou Stella sonhadora.

Harley mal tocava em sua comida e sem explicação alguma deixou a mesa no meio do horário e não apareceu mais:

— Que bicho mordeu ela? – Keira perguntou confusa.

— Um bicho chamado “paixão”.

— Ai, ai... Ela não tem jeito mesmo! Tenho dó do Leigh... Não sabemos nada dele, mas acho que a Harley foi dura demais.

Raquel ficou pensando nas palavras de Keira enquanto observava o misterioso rapaz passar a sua frente, sendo seguido por Matt, Will e Theo, que iam atrás como cachorrinhos treinados. Depois do mais velho tê-los ajudado, os meninos passaram a idolatrá-lo como um ídolo.

— Quer saber? – a castanha decidiu-se – Vou falar com ele!

— O que?

— É! Vou tentar explicar sobre a Harley e arrumar um jeito de aproximá-los. Ela está SIM interessada nele e precisamos tirar a dúvida se ele é ou não alguém do bem.

— Sendo um prisioneiro acho que as chances são bem difíceis.

— Não importa! Eu vou lá! Além disso... – e ela olhou para a amiga com cara de medo – estamos na escola. Tem gente por todo lado. Ele não vai poder me fazer mal... né?

— Se você tá dizendo... – Keira deu de ombros e voltou a comer.

— Cara, eu não sei a diferença entre próton e elétron! – Will reclamava – Como o Hilário quer que eu saiba construir um feixe de partículas azes!

— Que azes, idiota! É ALFA! Partículas Alfa!!! – corrigiu Matt.

— Viu?! – o ruivo olhou para Leigh – Ele é a prova disso...

— Leigh! Leigh! – Raquel chamava e aproximava-se correndo.

— Eu?

— É. Eu preciso falar com você.

— Comigo?

— É... Mas não é nada demais. Tá livre?

— Agora?

— Meu Deus, você é lento da cabeça heim!

— Eu sou homem! Você quer o que!

— Tá, tá. Pode ser AGORA?

— Tá...

Raquel olhou para os três rapazes que pareciam confusos. Assim como o mais velho, eles demoraram a entender.

— Podem sair? – a castanha perguntou impaciente.

— Ah!

— Tá!

— Tamu indo!

E saíram apressados.

— Então? Aprontei o que agora?

— Nada – ela riu – Só preciso falar uma coisa...

— O que?

— A Harley... Bem... Digamos que ela é uma menina meio orgulhosa demais... e não pensa as vezes, antes de falar. Queríamos pedir desculpas pela forma como ela te tratou.

— Ah, aquilo? Nam. Tô de boa. Já me acostumei com isso.

— Então. É por isso! Não queremos ser “mais pessoas a tratarem assim”, apesar de não sabermos por que fazem isso.

— Bem... – e ele sorriu tipicamente – Se nos encontrarmos novamente eu posso até te contar...

— Ah! Sério? Seria legal! – Raquel sorriu.

— Beleza então. Era só isso mesmo?

— Sim, sim. Vou pra minha aula. Té mais.

Raquel deu meia volta e voltou em direção ao refeitório com um sorriso de vitória. Leigh parecia que realmente iria lhe contar sobre sua misteriosa vida e assim, a castanha poderia aproximar Harley dele. Oooou... e ao pensar em uma outra possibilidade, a menina fechou os olhos ressentida.

— Acho que ele achou que EU estou gostando dele...

E totalmente arrependida de sua ideia, que poderia estar tomando o rumo oposto, a jovem anamorfa seguiu para a próxima aula.

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— Meus anjinhos... Que carinhas são essas? – a professora Millena perguntava a medida que os alunos chegavam na aula. E cada um lhe apresentava um motivo diferente.

— Professora... Como a gente faz pra conseguir atenção de um menino? – Lollita perguntou meio sem jeito e bem baixinho.

— Professora... como a gente faz pra juntar um menino e uma menina que se gostam e não admitem? – Raquel perguntou.

— Professora... como a gente sabe se tem chance com alguém? – Stella perguntou.

— Professora... como a gente faz pra te deixarem em paz?! – Harley se aborreceu.

— Professora... como a gente faz pro Hilário passar menos trabalho? – um menino questionou.

Millena tentava responder alguma das perguntas, mas logo era interrompida por mais uma:

— Gente! Gente! Acalmem-se! Vocês são novos demais pra se preocuparem com essas bobagens!

— A senhora diz isso porque tem tudo o que quer! – resmungou Vick.

— Ora, isso não é verdade! Se eu tenho tudo o que quero é porque me esforço e corro atrás do que quero. Não fico apenas me lamentando...

— Mas a senhora não precisa correr atrás dos homens! – Lollita comentou chateada – Já nasceu bonita! Chama a atenção de todo mundo sem nem fazer esforço!

— Querida, isso não é verdade! Me sinto lisonjeada se você me acha bonita, mas acredite: não é assim que funciona!

— Então é como?!

A professora suspirou ao ver tantas carinhas chateadas e decidiu que iria dedicar metade de sua aula para conversar com eles. Assim, todos iam contando suas frustrações e Millena tentava ajudar-lhes como podia.

— Raquel, se ambos se gostam uma hora irão admitir isso e ficar juntos. Mas sabe... sem querer parecer má... maaaas... – e ela piscou pra castanha – Um pouco de ciúme pode acabar juntando dois corações.

A castanha então embarcou numa grande viagem repleta de ideias e planos:

— E Stella... Não se preocupe com isso. Se algo é pra acontecer, acontece! Seja coisa boa ou ruim... Independente do que você queira. Acredite em mim: no final tudo dá certo.

E mais conselhos se seguiram aos alunos que a cada nova mensagem de sabedoria da bela professora, seus rostos se iluminavam de esperança e razão.

— Agora, peguem suas telas que hoje iremos pintar aquilo que lhes retratar a “verdadeira paz”.

E mais animados os estudantes começaram o trabalho. A professora ia caminhando por entre os cavaletes, observando, dando dicas e ajudando. Apesar de muitos fazerem gracinhas e piadas bobas em seus trabalhos, a maioria se esforçava pra valer.

O fim de tarde chegava; o sol começava a descer no horizonte. Uma brisa levemente fria adentrava as janelas e os trabalhos começavam a querer cair. Era um sinal de que a aula terminava:

— Muito bem, me expliquem um de cada vez o que fizeram e vão levando sua tela para secar no corredor.

— Bem professora, eu desenhei a praia, porque é o lugar onde mais eu sinto a paz – respondeu Vick.

— Brook! – chamou a professora, surpresa – Por que você fez um vulcão?!

— Ah professora... É o único lugar onde eu me sinto livre, tranquila... parte de algo. É onde eu posso ser realmente quem sou.

— Bem... Vendo assim, é bem filosófico.

— Eu fiz uma montanha – disse um rapaz – Uma vez eu fui escalar com meu tio e quando chegamos no alto, a gente não conseguia ouvir nada lá embaixo. Parecia que só existia o que tinha lá em cima. Foi o que consegui pensar...

— Está adorável, Caio. Lollita? – e a professora observou a tela da garota que desenhara uma cena: havia um céu escuro, cheio de raios e trovões caindo sobre a terra, uma grande tempestade no fundo e no foco principal da cena, havia um ninho com um passarinho aninhando seus filhotes – Minha linda, eu não tenho comentários para sua escolha. Vou leva-la ao diretor. Sua mensagem foi a minha favorita do dia.

— Sério?! Obrigada fessora! Digo! PROfessora...

— Coloquem as telas no corredor com cuidado! Nos vemos na próxima aula!

Todos foram seguindo para os dormitórios. Harley parecia que já havia esquecido seu desentendimento com as demais e voltou a conversar normalmente. Stella pediu para ser a primeira a se trocar, pois ainda teria que falar com a Morgana sobre seu trabalho e ir para a lanchonete.

— Eu fiquei surpresa com a decisão dela – Keira comentou assim que a loirinha foi embora – Ela realmente abdicou de um garoto e pensou mais em si mesma.

— Também... – e foi a vez de Raquel dar sua opinião – Ela nem conhece o menino! É melhor assim!

— Eita, mas você é má, eim!

— Não! Sou apenas realista...

— E o que vocês vão fazer no fim de semana? – Harley perguntou.

— Nada, nada.

— Nadinha...

— Então: tava pensando em vocês irem dormir lá em casa, que acham?

— Ah, pode ser. Vou falar com meus pais.

— Por mim beleza!

E comentando sobre o que faria na casa de Harley, as garotas seguiram para a lanchonete, onde fariam companhia a Stella, além de gostarem de variar o cardápio da noite.

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— Que frio! – a loirinha comentou após vestir o uniforme. Ao invés da camisa branca ela trocara por um suéter preto; e usava meia calça também preta para aquecer as pernas. A noite começara devagar, eram poucos os que estavam indo comer por lá. Devido ao clima, preferiam comer no salão, onde estava mais quente e cheio.

— Se quiser pode tirar essa noite de folga, Stella. Não tem tanto movimento e está frio mesmo.

— Não Molly, não precisa. Vou deixar pra te pedir isso quando eu realmente precisar. E aliás, já falei com a Morgana. Não vou mais ao festival mesmo. Além de não ter motivos, agora também não tenho dinheiro de novo – e ela riu.

— Stellaaaa! – as meninas chamaram – Queremos cappuccino! Tooodo mundo!

— Já vai suas malucas! – ela gritou de volta, rindo. A loirinha entrou na cozinha para preparar as bebidas quentes ao mesmo tempo em que um grupo de garotos entrava no estabelecimento. As demais garotas olharam para a porta a tempo de ver Brandon entrar com seus amigos, procurar por alguém e sentar-se em uma das mesas.

— Cara, a temporada de jogos tá chegando e a gente nem começou a treinar – Jason comentou para o grupo que começou a exclamar palavrões ao lembrarem-se também – Vamos começar a treinar essa semana, certo?

E todos concordaram. Menos Brandon, que se quer prestava atenção. Stella acabava de sair da cozinha, carregando a bandeja com três xícaras de café fumegante. A menina levou até a mesa onde as amigas estavam sentadas. Brandon a seguia com o olhar, como se tentasse decorar seus passos. Seu rosto parecia pensativo enquanto sua boca se contorcia, como se estivesse tomando coragem para fazer algo.

— Querem mais açúcar? – Stella perguntou às amigas.

— Não, não. Beleza.

— Se precisarem de algo é só chamar. Vou lá dentro lavar a bagunça que eu fiz.

E ela foi se retirando da mesa:

— Certo Brandon? Brandon!!! – Jason gritava.

— Oi, oi?!

— Cara, ta viajando aí! Ouviu o que eu disse?

— Não. E não quero ouvir.

Após dizer isso, Brandon levantou-se e andou até a menina:

— Stella! – ele a chamou fazendo-a virar-se surpresa e erguer seus olhos assustados para ele.

— Sim...?

— Quer ir ao festival comigo?

A menina ficou paralisada tentando absorver cada palavra. Por fim fechou os olhos para recuperar os sentidos e ao abri-los, respondeu sem pensar direito:

— Quero.

Música do casal: http://www.youtube.com/watch?v=lM5GNZR0szE

É... Ela sempre soube que no final tudo iria valer a pena.

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