Stella

Conseguiram sentar-se na mesma mesa do almoço: era um lugar legal, longe da multidão. De lá podiam ver o salão inteiro e não ficavam expostos.

— Vamos carimbar essa mesa como nossa – Harley decidiu-se – Aqui é muito maneiro.

Todos concordaram. Stella pouco conseguiu comer lembrando-se do ocorrido na última aula. Seu humor só piorou quando conseguiu avistar Brandon, sua recente queda, conversando sorridente com algumas garotas em uma mesa reservada aos jogadores. Ela sabia que deveria ignorá-lo, pois garotos populares e animados jamais iriam ligar para uma menina tímida e sem graça. Era difícil se apaixonar por alguém e sentir aquilo por um garoto que só sabia o nome e conhecera naquele mesmo dia era loucura.

— Coração idiota! – ela pensou alto.

— O que? – Raquel perguntou sem entender.

— E-eu disse... sono idiota!

— É, também tô morrendo de sono.

— Ah, mas eu queria dar uma volta pela escola – Matt comentou – Deve ser muito maneira a noite.

— A gente vai ter um ano inteiro pra ver, Matt. Eu preciso ir dormir agora mesmo.

— Eu também...

— Eu também...

— Eu também...

E ainda falando “eu também” o quarteto saiu zanzando em direção ao quarto 302. Só conseguiram trocar de roupa e por seus pijamas, e as quatro caíram em suas camas feito pedras. Se quer conseguiram abrir a boca para dizer boa noite.

— A gente vai com você – disse Will – Quero ver se encontro umas gatinhas – e esfregou as mãos se deliciando com a ideia. Matt pensou em caçoar da pretensão do amigo, mas achou que seria melhor calar-se.

A noite estava fresca e uma leve brisa percorria o jardim. Grupos conversavam sentados em algumas mesas, outros em murinhos. Tinha gente numa das piscinas e Theo decidiu que era pra onde queria ir.

— Piscina cara? Agora?!

— Não! Vamos pro salão de jogos!

— Eu voto salão de jogos.

— Eu também.

— Perdeu Theo.

Tristonho o garoto os seguiu até um salão fechado e abafado, onde havia um barzinho servindo bebidas, mesas de bilhar, pebolim e pingue-pongue. Um dos lustres do salão quase fora derrubado por um dos tacos e a gritaria pra salvar o cristal fora grande.

— Ei! Querem jogar com a gente? – um rapaz convidou-os.

Os três se olharam e aceitaram. Mais um garoto entrou no jogo. Formaram dois times e começaram uma partida de bilhar.

— Cara, Jason, como você é burro! – o garoto que os convidara pra jogar zombou do amigo.

— Ah, cala a boca! – resmungou o rapaz que tinha cabelos rebeldes como os de Matt, que também lhe tapavam o rosto – Aceitam? – Jason ofereceu um drinque aos garotos.

— Não, não – todos recusaram de forma apreensiva. Nunca haviam bebido em suas vidas.

— Também não curto isso – o primeiro rapaz comentou – Prefiro um refri de limão! – e todos riram.

— Vocês são novos, né? – Jason perguntou – Já passaram pelo Gregory?

— Sim – Matt foi quem respondeu.

— A quadra deve tá só o pó – o rapaz do refri zombou. Todos riram novamente. Jason encaçapou duas bolas consecutivas, o que fez o primeiro rapaz gritar comemorando e fazer uma dança engraçada.

— Só pra ser justo – Jason começou – Juro que não usei meus poderes. Eles têm haver com o som.

— De boa, cara – Matt aceitou.

— Bom, mas não posso dizer o mesmo de mim – disse Will pondo a língua pra fora e se concentrando. Theo fez uma careta de dó já sabendo o que o amigo ia aprontar e quando veio a tacada, as quatro pernas da mesa romperam. Imediatamente o salão inteiro olhou na direção deles.

O rapaz do refri torceu a cara numa expressão de “ferrou”, mas pareceu achar engraçado:

— Então gente... – Jason tentou acalmar a plateia – Tamu indo nessa. Falou pra quem fica... Beijo na bunda.

E os quatro saíram correndo do salão rindo e com o coração (pra não dizer outra coisa) na mão:

— Cara, cê é louco?! – Jason perguntou rindo – Super força? Esse é um dos poderes que mais se precisa tomar cuidado na escola! A Morgana come a alma de todo mundo que destrói alguma coisa! Por isso é proibido usar poderes.

— Ainda sim foi engraçado – disse o rapaz do refri estendendo a mão para cumprimentar Will – Parabéns maninho...

— E você? – Theo perguntou – O que faz?

— Eu faço... – e ele estendeu as mãos – FOGO! – e uma pequena chama acendeu entre suas mãos.

— Irado!

— Maneiro!

— Meio primitivo – Matt riu.

— Sacomé, né? Homem Istrolopitécus – brincou o rapaz.

Todos riram.

— Melhor a gente ir – disse Matt – Já é quase nove horas.

— Beleza! – Jason concordou – A gente se vê por aí.

— Jason!!! – o rapaz do refri começou a berrar e fingir que chorava – Já é quase nove horas e eu nem tomei banho, Jason!!! Tô fedendo pra porra, Jason!!!

Matt, Will e Theo já estavam longe, mas continuaram dando risada. O rapaz era muito divertido. Meio bobo e desastrado, mas era bem legal.

— Eeeeei! – ele gritou de longe – Esqueci de falar! Meu nome é Brandon!

— Deixa de ser escandaloso! – Jason reclamou.

— Qual é?

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O celular de Keira começou a tocar 2NE1 - I Am The Best e acabou acordando todas as meninas:

— Desliga essa porra!!! – gritou Harley.

— Ai sua bitche! Tinha que por pra gente não perder a hora! – Keira resmungou.

— Cala a boca... – gemeu Raquel atirando um travesseiro nelas que sem querer foi parar na cara da Stella.

— Ah! – a menina acordou assustada – Eeei!

Tomaram banho e vestiram o uniforme obrigatório pela primeira vez. O traje consistia numa camisa social branca e um blazer também vermelho. Compunha com uma saia de pregas na cor preta com tiras vermelhas que caíam como cintos. O uso do uniforme era obrigatório durante as aulas, mas os alunos – principalmente as garotas – tinham liberdade de customizá-los se respeitassem limites. Pensando nisso, Raquel desabotoou pelo menos três botões de sua camisa e ainda acrescentou uma fita preta colada em seu pescoço; Harley afrouxou sua gravata o máximo que pôde e abusou de coleiras de spikes que remetiam aos cachorros; Keira logo passou três colares que traziam pingentes super brilhantes com significados especiais; Stella não conseguiu pensar em nada a não ser colocar suas inúmeras pulseiras de fita.

— Stella, você vai assim? – Raquel perguntou torcendo o nariz.

— Assim como?

— Minha filha, sua camiseta tá enforcando seu pescoço! E não precisa usar o blazer! Vai esconder tudo que você tem.

Stella tentou entender do que a amiga falava e olhou para baixo, em direção a seus seios. Foi quando a ficha caiu:

— Ei!

Saíram do quarto já atrasadas, e mesmo assim encontraram muitas garotas zanzando pelos corredores.

— Elas levam a sério esse negócio de mudar o uniforme – Raquel comentou. Muitas alunas tinham suas saias diminuídas em vários centímetros. Algumas ainda usavam as camisas amarradas num nó, para deixar a barriga à mostra. De fato eram poucas que usavam o blazer – Stella, é melhor você tirar esse casaco – a castanha reclamou da amiga, mas deu de cara com uma loirinha tentando abaixar sua saia.

— Mas que coisa! Essa saia é curta demais! Que...

Raquel apenas revirou os olhos. Encontraram Matt que vestia o uniforme masculino, composto por camisa branca, gravata vermelha, blazer de mesma cor e jeans azul escura.

— Ontem foi maneiro – ele começou a contar para Stella enquanto se dirigiam ao refeitório – Will, Theo e eu fomos no salão de jogos e o Will quebrou uma das mesas!

— Eita, típico dele.

— A gente conversou com uns caras lá. Eles são muito engraçados.

— Quem são?

— Não sei... Um deles se chama Jason, esse eu lembro. Mas o outro tinha um nome meio... Br... Tipo... Bruno... Breno...

Stella arregalou os olhos:

— Não era Brandon, né?!

— É! É isso! Como você sabe?

A loirinha ficou nervosa:

— V-você ficou amigo dele?

— Não. Sei lá. Acho que sim.

— Legal...

Sentaram-se na mesma mesa que parecia já ter sido dominada:

— O que você sabe sobre ele? – Stella retomou a conversa.

— Sei lá – Matt deu de ombros – Só que ele gosta de refri de limão – e o garoto riu do próprio comentário. A loirinha olhou para seu próprio refrigerante que era de uva e seus olhos tornaram-se tristonhos.

Raquel percebeu o humor da amiga e decidiu que deveria dar um basta:

— Stella! Deixa disso! Você disse OI pra um garoto qualquer e acha que tá apaixonada?! Você não sabe nada sobre ele! Nem sabe se ele é um tarado que só pensa em comer meninas!

— Raquel!!! – Harley e Keira exclamaram chocadas.

— Ah, desculpa gente! Mas eu precisava ser dura, oras. A Stella vai ficar sofrendo por causa de uma coisa boba dessas?

— Tá, mas seja menos dura – pediu Keira.

— Não, ela está certa – disse Stella – Eu estou sendo ridícula.

E ela voltou a comer. Harley lançou um olhar de repreensão à Raquel que deu de ombros. Não fizera por mal, todas sabiam que seu jeito direto demais não era proposital. Ela não queria ver sua amiga magoar-se, ainda mais Stella que sempre fora ingênua demais.

— Vamos, temos que ir pra aula agora – Keira chamou-as.

Seguiram para a mesma sala do terceiro andar e sentaram-se nos mesmos lugares. Seria aula do professor James, mas este ainda não aparecera.

— Controle mental? – Harley perguntou – O que ser isso?

— Uma aula para aprendermos a controlar nossa mente, nossas emoções e sentimentos, de forma a controlar nossos poderes. Um corpo saudável é uma mente saudável – e Raquel sorriu após a explicação de Stella.

— Essa é minha amiga!

Continuaram conversando por vários minutos e nada do professor:

— Gente, será que ele morreu? – Keira perguntou.

— Eu não duvido disso – disse Harley desinteressada e parecendo torcer por isso.

Vários alunos começaram a sair da sala para descobrir o paradeiro do professor. Will e Theo se levantaram também.

— Onde ceis vão? – perguntou Harley.

— Procurar o pssor.

Harley olhou pras meninas e levantou-se:

— Também vou.

— Ok – Raquel concordou e Keira decidiu ir também.

— Vai ficar aí, Stella?

— Mas... A gente não pode sair da sala.

— Então fica sozinha aí.

— Ah, sozinha não! – e ela se levantou também. Desceram para o segundo andar seguindo os colegas de turma. Ninguém sabia exatamente pra onde iam, só seguiam uns aos outros. Todos os estudantes do segundo ano estavam em suas salas e o silêncio só era cortado pelas vozes dos professores.

Desceram para o primeiro andar, que parecia extremamente agitado. Muitos estavam para fora de suas salas, andando e conversando como se fosse aula vaga.

— O terceiro ano não estuda, não? – Raquel perguntou indignada.

— Injusto isso – Keira apoiou. Atravessaram o corredor inteiro e chegaram nas escadas para o térreo – Nem sinal do teacher...

— O que é aquilo? – Stella perguntou apontando pra uma aglomeração de pessoas que estavam rindo, começaram a gritar e então saíram correndo. Will e Theo vieram da aglomeração correndo afoitos.

— O que tá acontecendo?! – perguntou Harley.

— Uns alunos do terceiro ano estão atacando bolas de tinta em todo mundo!

E o gordinho voltou a correr desesperado com Theo atrás de si mais assustado ainda. As meninas se entreolharam apavoradas e então desataram a correr de volta para as escadas. Sem perceber, Keira agarrou o braço de Stella e começou a puxá-la enquanto corria. A garota começou a perder o equilíbrio e a gritar:

— Keira! Você tá me puxando! Keira, me solta!!!

Num ato de desespero, Stella se agarrou a uma das portas do corredor para se livrar das mãos da amiga. No entanto, ela sentiu que a porta era macia demais. Ao erguer os olhos, deu de cara com um rapaz olhando-a assustado. Era Brandon.

Stella estava com seus grandes olhos arregalados para o rapaz que os encarava como se fossem as únicas coisas naquele lugar. A garota abraçava seu corpo quando se tocou de tudo e afastou-se às pressas.

— Me desculpe!

— De novo... – ele completou e então sorriu, o sorriso mais lindo que Stella já vira pela segunda vez em sua vida.

— É que eu estava... – e antes que pudesse responder, uma bola de tinta rosa atingiu sua bochecha. Novos arremessos vieram dos garotos terceiranistas que acertaram o uniforme da garota, sujaram Brandon por inteiro e ainda entraram na classe do rapaz, atingindo vários outros alunos.

Alguns riam da brincadeira, outros cuspiam fogo pelos narizes. Os garotos continuaram pelo corredor invadindo outras salas.

— Mas que droga! Meu cabelo! – reclamou uma garota morena.

— Isso é culpa dela! – uma loira apontou para Stella.

— Que?! Eu... Não... Não fiz nada...

— Claro que não foi ela, Blake! – Brandon a defendeu – Foi o Pietro e a turma dele.

Stella sentiu seu coração acelerar ao ser defendida pelo garoto e o olhou de forma boba, quase babando de inconsciência.

— Certo? – Brandon perguntou fazendo-a acordar.

— É, eu posso dar um jeito nisso.

— E como você vai limpar meu uniforme, bonitinha?! – a morena perguntou com os braços cruzados e ar de desdém.

— Assim... – e Stella ergueu o indicador em direção as manchas de tinta e as puxou. Uma por uma foram descolando das roupas dos alunos e deixando-os limpos. Por fim a tinta saiu da roupa de Brandon e de si mesma, e saiu girando ao redor da garota, fazendo um ventinho passar por seus longos cabelos loiros e balançá-los. Brandon sorriu e ficou observando-a sorrir de forma encantadora.

— Feliz agora Alícia?

— Ficaria mais ainda se você voltasse a dançar comigo – a morena provocou-o.

— O que? – o rapaz tornou a perguntar sem entender – Do que você está falando?

— Ai, nada não.

— Ah... – e Brandon virou-se para Stella – Você q... – mas a loirinha não estava mais lá.

Stella saiu da sala meio sorridente, meio desapontada e deu de cara com suas amigas sorrindo de forma significativa:

— A gente viu tudo, Stelinha... – sorriu Keira.

— Depois dessa – Raquel comentou – Esquece tudo que eu disse.

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Todos voltaram para o 1º Alfa com o professor James lhes empurrando:

— Desculpe a demora, a professora Morgana teve um problema com alguns alunos. Bem, como estão? Como foi o primeiro dia de vocês?

— Louco – Harley respondeu alto.

— Louco? – o professor riu – Por que?

— Jogaram tinta nagente.

— Ah – e ele riu novamente – Então vocês estiveram no local. Brincadeira divertida, sim, mas a Morgana virou um dragão.

— Dragão só se for de Komodo – comentou Harley novamente.

A aula passou rápida e de forma divertida. James era jovem e sabia lecionar de forma atrativa. Mostrou ser mais animado do que os próprios alunos e muitos riam de suas histórias de vida. Stella sentia-se cinco vezes mais animada e respondia a todas as perguntas do professor com rapidez e dedicação.

Finalmente o horário terminou para o almoço. Todos arrumaram tudo relutantes, pois queriam continuar com o professor:

— Parabéns Stella – James lhe disse antes de sair – Precisamos de mais alunos como você.

Assim que o professor saiu a loirinha sorriu:

— Ah, gente... O Brandon me defendeu hoje e um professor me elogiou... Nada pode estragar meu dia hoje!

— Oh que bonitinha... Tá apaixonada! – Harley comentou apertando a garota.

— Gente, a Stella com pretendente e eu encalhada?! O mundo vai acabar! – exclamou Raquel.

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Matt, Will e Theo iam na frente conversando sobre o último lançamento de jogos, e as meninas seguiam atrás fazendo comentários e brincadeiras para deixar Stella constrangida:

— Estou dizendo pra vocês pararem com isso!

— Deixa de ser boba...

Os meninos viraram em um corredor e as meninas pararam no armário da Raquel, pra esta guardar seus livros.

— Que aula é agora? – Harley perguntou.

— Sei lá... Usação de poderes? – arriscou Raquel.

— É Artes com a professora Millena, e não existe essa aula que você disse – respondeu Stella.

— Claro, “usação”? Raquel burra, nem sabe que é “usadeira” – brincou Harley. Todas riram da bobagem da amiga enquanto a castanha trancava o armário e Harley ia na frente rindo.

Subitamente a garota parou de andar e ficou olhando surpresa para um canto. As meninas deram mais alguns passos para enxergarem e se depararam com a seguinte cena: um policial negro e um pouco gordo tirando as algemas de um rapaz muito branco de cabelos claros rebeldes e super alto.

— Já sabe que qualquer gracinha e você volta, Leigh. Ninguém aguenta mais seu comportamento e suas desculpas estúpidas. Você só tem uma única chance de fazer certo agora.

— Pódeixa, Howard. Vou me comportar direitinho – e o garoto deu um sorriso sacana.

— Pense que se não quer fazer isso por você, que seja por sua mãe.

O rapaz fechou sua expressão de forma preocupada, mas logo voltou a sorrir maliciosamente:

— Te amo.

— Tá, tá... – e o policial pareceu relutar, mas por fim deu um abraço no garoto – Se cuida.

O oficial saiu por um lado sem ter coragem de olhar de volta para o garoto. Este passou por onde as meninas estavam paradas e deu um sorriso largo para Harley, que sem conseguir controlar, sorriu de volta.

As meninas e principalmente Raquel se olharam de forma significativa: Harley tinha um imã pra garotos problema, mas dessa vez as garotas não iriam deixar que nada acontecesse a amiga. Raquel sabia disso mais do que ninguém.

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A aula foi tranquila: a professora Millena era amorosa com os alunos e bastante sonhadora. Às vezes pareceu ser meio desligada, lenta no raciocínio, mas tinha um ótimo coração. Os garotos, claro, passaram a aula inteira babando pelo corpo da mulher, mas as meninas logo fizeram amizade quando a professora lhes deu dicas de moda, beleza e sobre os garotos que deveriam passar longe.

Stella conseguiu fazer amizade com uma garota tímida e romântica muito parecida com ela e que se chamava Lollita. Descobriram muitas coisas em comum como o fato de se dedicarem aos estudos e serem medrosas facilmente.

Lollita andava com outras duas garotas, as irmãs Vick (uma garota animada de cabelos loiros e curtinhos) e Brook (a descolada de cabelos laranja berrante). Ambas adoravam provocar a amiga totalmente diferente e Stella lhe afirmou saber como ser isso. As irmãs também mostraram serem divertidas, e conversaram bastante com Keira, Raquel e Harley.

A aula da professora Millena era uma das poucas onde conversar era totalmente liberado e os alunos aproveitaram bem isso. Ao término, os grupos seguiram para seus quartos com o objetivo de descansarem e se prepararem para o jantar.

— Agora que lembrei... – Stella comentou – Quem mais tá no quarto de vocês? – ela perguntou a Matt.

— Bem, até agora só tem eu, o Will e Theo. Disseram que vai chegar mais um carinha pro nosso quarto, mas ele ainda não apareceu.

— Ah, boa sorte. Tomara que seja alguém legal.

— Tanto faz. Vou indo nessa.

As meninas foram para a ala feminina e os meninos para o lado oposto. Comentavam animados sobre a bela professora e mal perceberam o caminho que faziam. Chegaram em seu quarto e Will foi quem abriu. A surpresa foi geral.

Uma nuvem de fumaça adocicada saiu de dentro do dormitório fazendo os três tossir. Quando a neblina abaixou deram de cara com um rapaz vestido com roupas num estilo militar, fumando de forma desligada, sem se quer importar com o que acontecia ao seu redor.

— Quem é você?!!! – Will foi logo perguntando.

— Esse é nosso quarto? – Theo perguntou confuso.

— É sim! É o 415! Quem é esse maluco?

— Você é o aluno novo? – foi Matt quem perguntou de forma amigável.

— Soooou... – o garoto respondeu de forma calma – Meu nome é Johnny.

— Ah, Matt. E esses são Will e Theo.

— Falou.

— Ah, peraí! – o ruivo revoltou-se – A gente vai dividir o quarto com um maconheiro?!

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