Hello, Goodbye

1x07 - Cold Hearted/Just The Way You Are


POV Finn

Tudo estava correndo muito bem. Bem até demais. Até o canalha do Artie Abrams (me sinto muito agressivo pra chamá-lo assim) chamar eu e Rachel para uma nova conversa na sala de reuniões. Acompanhei os dois até a porta e entrei por último, me sentando logo em seguida.

– O que é tão importante para interromper as gravações? - Rachel perguntou.

– Soube que vocês cumpriram o papel de “melhores amigos”. Mas não gostei do que veio em seguida. - Artie começou a falar, e eu já sabia o que era no tom de voz dele: só pode ter sido por causa do beijo que eu dei na Rach naquela noite.

– Como assim? O que veio depois? - Rachel interrogou.

Vou te contar, ela é burra ou se faz de burra? Pelo amor de Deus, até o presidente dos EUA entenderia. Voltando ao assunto...

– Rachel, deixa eu refrescar sua mente: cinema, risadas, batida de carro, despedida, braço machucado, despedida final no estacionamento, e... O que veio depois? - Eu alertei.

Ela parecia estar se lembrando, até que soltou um breve “Ah...” e escondeu o rosto nas mãos. Artie meteu a mão na mesa e ela se levantou rapidamente. Ele voltou a falar:

– Posso saber o porquê daquilo? Tipo, precisava?

– Sem ofensa, Artie, mas por quê você tá perguntando isso? - Eu perguntei, apontando meu dedo indicador pra baixo.

– Digamos que pega mal pra divulgação do filme. Por isso quero que vocês façam outro favor pra mim.

– Depende do favor. Se for ruim, eu me demito agora mesmo. - Rachel desabafou.

– Calma aí, esquentada! Não é nada ruim. Já fizeram isso. Só quero que façam de novo.

– Isso o quê? - Rachel ainda perguntou mais essa.

– Quero que montem um “namoro de fachada” para a imprensa. Claro que vai exigir um pouco do tempo livre de vocês, mas supondo que aquele acontecimento foi ótimo para os dois, não deve ser uma tarefa tão difícil. - Artie arqueou as sobrancelhas e entortou a cabeça um pouco para o lado.

– Você joga sujo, Artie. Não sei como aceitei esse trabalho. - Eu confrontei.

– Quer ser demitido agora mesmo? - Ele ameaçou, elevando a voz.

– Sinceramente, o roteiro do seu filme é um dos piores já feitos pelos diretores de cinema. Pelo menos pra mim. - Eu elevei minha voz na hora. Artie continuou calado, então eu voltei a falar: - Tipo, como a Katie iria cantar na Times Square? E porque o Austin ficaria com ela preso no escritório em noite de ano novo? Ninguém se rebaixaria a esse nível na vida real. Outra coisa: nunca vi um diretor tão autoritário, cínico e aproveitador em toda a minha carreira. Eu te odeio, Artie Abrams. Saiba disso. Eu só queria saber como você respira! - Me levantei da mesa, bufando de raiva, e saí em direção a porta. Antes de abri-la, desabafei: - Espero que seu filme seja uma porcaria na crítica e na bilheteria. Porque eu me demito!

POV Ryder

Meu relacionamento com a Marley não havia avançado muito desde aquele encontro no meu apê, mas creio eu que nos tornamos muito mais próximos. Enfim, o diretor Artie havia decretado um intervalo para almoço, e levou Finn e Rachel junto com ele para o escritório. Será que eles fizeram algo de errado?

Assim que almocei, corri para a porta da sala de reuniões e encontrei o Finn saindo e batendo a porta com força. Alguma coisa aconteceu. Resolvi perguntar:

– Ei, o que houve, cara?

– Não queira saber.

– Agora que falou isso, eu é que quero saber. Vai, fala logo.

– Tá. - Ele olhou para os lados e depois se virou pra mim. - Mas tem que ser em outro lugar.

– Vamos pro seu camarim, então. - Apontei para o corredor e logo fomos até lá. Assim que entramos, ele trancou a porta e eu voltei a falar: - Dá pra falar agora?

– Eu... me demiti do filme.

– COMO É QUE É A HISTÓRIA? - Gritei, mas logo voltei à minha sanidade mental e me sentei num sofá perto. Finn veio logo em seguida e se sentou também.

– Não fala isso alto, criatura!

– Agora me explique a situação inteira, ou eu grito de novo.

– O Artie descobriu que eu beijei a Rachel depois daquele cinema e agora queria que nós fingíssemos um “namoro de fachada”. E ele falou tão autoritário, jogou tão sujo dessa vez que eu não aguentei e... - Finn simplesmente parou e pôs as mãos na cabeça. - Falei poucas e boas sobre ele e sobre o filme. E no final eu me demiti, bem na hora em que você passou.

Fiquei de boca aberta e sem ação ao ouvir aquilo. Finn nunca havia tido problemas com diretores nem nada, e agora ele jogou bombas em cima do Artie Abrams!

– Então não tem volta mesmo, né.

– Nem se o Artie voltar e se ajoelhar diante de mim eu volto pra essa droga de filme.

– Mas e quanto a Rachel? Não vai poder vê-la todos os dias agora.

– Eu gosto dela. E isso basta, eu vou arranjar um jeito de vê-la. - Ele falou com a maior das convicções. Ele realmente se convenceu de que precisa ver a Rachel.

– Isso prova que você está se apaixonando pela garota durona.

– A Rach não é durona. Só não é amigável facilmente. Mas...

Aí aconteceu o que eu menos previa. Finn Hudson, o galã das telonas, começou a chorar na minha frente.

– Ei, cara! O que foi?

– Não sei o que fazer agora. Perdi meu grande emprego, e posso perder vários outros por causa do que eu fiz! - Ele chorava mais e mais, e se levantou do sofá. Eu fui atrás e do nada ele me deu um abraço.

– Finn, não precisa desse drama todo.

– Entenda o que está em jogo na minha vida! Posso perder empregos e até a mulher que eu amo! - Ele disse, ainda abraçado comigo.

– Pelo jeito, esse Artie Abrams realmente tem um coração duro, frio e sem vida pra fazer você chorar, Finn. Agora... - Falei, afastando-o de mim. Aquele abraço iria dar em outra coisa que eu não queria fazer mesmo.– Dá pra se afastar? Eu tenho uma garota na minha vida também, e ela não gostaria de ver isso.

– Desculpa, Ryder. É o momento. - Ele disse baixo, e destrancou a porta, voltando a falar. - Pode sair agora. Eu preciso ficar sozinho agora.

– Tá bem. Mas qualquer coisa, se abra comigo. Sou seu amigo, cara. - Dei um tapinha nas costas dele e já estava de saída quando vi uma coisa. Logo chamei Finn de novo. - Ei Finn, vem ver isso.

– O que é? - Ele exclamou, aparecendo na porta.

Vimos Rachel entrando no camarim dela junto com Marley e Santana. E sim, ela estava chorando igual ao Finn.

– Quer ir lá e falar com ela? - Sugeri.

Finn fez que sim com a cabeça e fui com ele até o camarim da Rachel. Bati na porta, e assim que Marley abriu, eu disse:

– Diga à Rachel que um rapaz chamado Finn Hudson deseja falar com ela. A sós.

– Deixe entrar, Marley. E pode sair junto com a Santana. - Rachel apareceu na porta. As meninas saíram e eu fui com elas, já que era um momento privado entre Finn e Rachel.

POV Rachel

Assim que fui ver Finn na porta, percebi que ele havia chorado. Deixei ele entrar e tranquei a porta em seguida. Ele se sentou no sofá e eu fui junto atrás dele.

– O que aconteceu depois que eu saí da sala? - Ele perguntou.

– Ficamos parados por um tempo e depois deixei o Artie sozinho na sala. Saí de lá e comecei a chorar, aí as meninas me viram e eu contei tudo.

– Por que você não fez nada?

– Aprendi a respeitar as opiniões dos diretores com a Cassandra July. Mas confesso que por dentro senti um ódio repugnante do Artie.

– Agora você sabe porque eu fiz aquilo.

– Mas... e agora? O que você fará depois daqui?

– Eu não sei. Meu maior medo é que ele coloque a boca no trombone e fale tudo sobre a minha demissão. Pois aí nenhum outro diretor vai querer me contratar. E aí eu provavelmente ficarei pobre outra vez, e...

– Espera. Você já foi pobre?

– Minha infância inteira foi assim. Vivia do salário do meu pai e da pensão da minha mãe, já que ela havia morrido no meu nascimento.

– Sinto muito, Finn. Mas, o que você iria falar depois? - Perguntei, enxugando minhas lágrimas ainda presentes.

– E aí eu provavelmente te perderia pra sempre, já que eu não teria mais dinheiro e tal.

– Mas quem disse que dinheiro importa pra mim? Finn, só quero que saiba que eu te amo do jeito que você é. E eu nunca me afastaria de você só por causa disso.

– Valeu, Rach. E... sério que você me ama? - Ele levantou a cabeça e enxugou suas lágrimas.

– Com a maior das certezas, Finn. Desde que você me entregou aqueles chocolates.

– Interessante, pois eu também te amo. - Ele disse, abrindo um sorriso em seguida.

– Jura?