Eu acordei animada. Tomei café com a mamãe e o Vicent e fui para o teatro. Ouvindo musica e cantando alto como eu sempre fiz.
Havia algo diferente naquele dia, ultimo dia de primavera mas apesar de o verão estar chegando eu estava ótima.
E de repente o radio parou e começou uns ruídos estranhos. Eu tentei mudar de estação 102.1, 89.1 mas nada. Então uma voz começou a sair dele junto com os ruídos eu achei que era a musica voltando a tocar mais era uma voz.
- Hellena.
Eu me assustei e troquei de estação mas a coz continuou a falar.
- Hellena me escute...
- Quem é você? O que você quer?
- Você precisa voltar para casa. Eu avisei Elizabeth. Chegou o dia.
- Quem é você? – gritei.
- Vai me conhecer mais tarde filha. Agora volte pra casa.
- Como assim filha?
- Até mais tarde Hellena.
- Mas...
Então a voz parou e a musica voltou a tocar. Eu pequei o retorno e voltei pra casa. Quando cheguei um cachorro enorme e preto que parecia um dog-ingles pulou em cima de mim e começou a me lamber.
- Mãe... – gritei.
- Ah , você esta ai. Temos que ir.
- Ir para onde? Do que esta falando?
- Seu pai não falou com você?... Hades , nunca me escuta...
- Mãe... oi. Eu ainda estou aqui.
- A gente te explica no caminho. Vicent.... – ela gritou.
- E de quem é esse cachorro?
- É seu. Seu pai mandou para você.
- esta falando do cara do radio?
- Então ele falou com você?
- Sim?!
- Desculpe querido.
- Posso saber com quem vc esta falando?
- Seu pai.
Ela se virou e viu Vicent descendo com uma mochila e vindo em direção a nós.
- Vamos.
Ela me puxou pelo braço e seguimos atrás de Vicent até o carro. Eu pulei para o banco de trás e o cachorro pulou ao meu lado então fechei a porta e o Vicent deu partida.
Meu pai havia deixado a mim e minha mãe antes mesmo de nascer. Sempre que eu perguntava o porque ela só dizia que ele não teve opção. Depois de um tempo eu aprendi a não perguntar sobre ele e aceitei que o Vicent , meu padastro , estava ali e que sempre iria cuidar de mim como se fosse filha dele.
Mas tudo tinha mudado. Minha mãe falava desse tal homem que supostamente era meu pai e agora todas as perguntas que eu desisti de fazer voltaram e eu precisava esclarece-las.
- Mamãe o que esta acontecendo?
- Elizabeth, acho que é a hora de contar a verdade a ela. – disse Vicent.
- Que verdade.
- Sobre seu pai. – ela começou. – Ele é Deus grego.
- esta dizendo que ele é bonito? Tipo na frente do Vicent?
- Não. Estou dizendo que ele é um deus de verdade. Talvez já tenha lido sobre ele, Hades.
- Oi?!... esta me dizendo que eu sou filha do deus do submundo?!
- Sim.
- Agora entendo porque ele não me criou. Ele no fundo deve ser cruel como todos dizem.
- Seu pai é um cara legal. – disse Vicent.
- Conheceu ele?
- Sim ele era nosso amigo.
- Mamãe?
- Eu e o Vicent conhecemos ele em um show do Aerosmith. Depois de um tempo ele já era nosso amigo e eu me apaixonei por ele e tive você. Mas havia uma profecia sobre uma filha de Hades, a princesa do submundo, e então Zeus como castigo baniu seu pai da terra. Depois de um tempo decidiu que seria melhor te vigiar e te manter segura.
- Pode continuar...
- E então Zeus deixou que seu pai cuidasse de você mas não poderia manter contato.
- Entendi. Que profecia é essa?
- Você sabe. Eu lia ela para você quando era pequena.
- Não pode ser... a historia da princesa da morte.
- Foi a forma que eu achei de te contar sua historia.
- Então quer dizer que vai mesmo ter uma grande guerra? E que eu vou ser a heroína?
- Sim querida.
- Mas eu não estou pronta.
- Seu pai e os outros irão te ajudar.
- E para onde estamos indo?
- Hollywood. – disse Vicent.
- Bom. Já sei pelo menos de onde vem o meu bom gosto.
- Engraçadinha.
Da nossa casa para Hollywood não era muito longe. Eu fiquei pensando em tudo aquilo e acabei adormecendo. Quando acordei já estávamos perto e eu fiquei olhando a paisagem e pensando.
De verdade, eu não estava pronta para tudo aquilo. Pra uma guerra e para salvar o mundo. Eu só estava pensando na melhor parte até agora. Eu era uma semideusa. Passei minha vida toda lendo sobre mitologia e pensando o quão bom seria ser uma semideusa e agora eu era.
Nós começamos a subir a montanha que se seguia e no topo havia as placas de Hollywood. Eu queria perguntar porque estávamos subindo uma montanha mas decidi que já havia feito perguntas demais e que tinha medo das respostas.
Nós estacionamos do lado da placa e descemos do carro. Na parede de Terra do lado da placa um buraco se abriu e um homem saiu dela vindo em nossa direção. Suas roupas era como a de um Punk, ele usava uma calça jeans preta rasgada com uma blusa também preta com os dizeres “O DEUS DO ROCK” e uma jaqueta de couro e com coturnos.
- Hades... – mamãe disse sorrindo.
- Liza. – disse abraçando-a. – senti saudade.
Eu estava perplexa. Ele era uma combinação de Steven Tyler com Alice Cooper. Ele abraçou o Vicent.
- Sentiu minha falta também? – disse o Vicent.
- Meu melhor amigo...- disse Hades sorrindo e dando tapas nas costas do Vicent.
E então a hora que eu não esperava. Ele parou na minha frente e me olhou.
- Hellena. – disse sorrindo.
- Oi Pai.
Ele me abraçou por alguns segundos e eu olhei para minha mãe que estava sorrindo e chorando ao mesmo tempo. Então ele me soltou.
- Adorei a camiseta. The Black Keys... vejo que puxou a mim.
- É o que mamãe sempre diz.
- Bom, temos que ir antes que nos ataquem.
Mamãe me abraçou por alguns segundos, o bastante para alagar minha camiseta. Quando me soltou Vicent também veio me abraçar.
- Cuide bem da nossa garota Hades, ou eu mato você.
-Eu sou um deus Vicent, sou imortal. E sim, cuidarei bem dela.
- Querida se cuide e mantenha contato.
- Tudo bem mamãe eu vou ficar bem.
- Agora temos que ir de verdade.- disse meu pai.
Eu peguei minha mochila dentro do carro e me despedi de novo da mamãe e do Vicent. Então fui pra perto de meu pai.
Quando ele se despediu e foi em direção ao buraco na parede eu chamei o cachorro:
- Vem Loki.
Então nós entramos e o buraco se fechou. Nós andamos um pouco até chegar a beira de um precipício.
Havia um barco flutuando com um homem com um remo. Papai e eu fomos em direção a ele e subimos no barco. Então o homem remou precipício a fora até chegar em um castelo no meio do que parecia sem um vulcão. Ele estacionou o barco e nós descemos.
Por dentro a visão era mais linda do que por fora. Era como Hogwarts só que no inferno e com uma pegada meio grega.
- Perséfone. – ele gritou.
Cachorros desceram correndo pela escada lateral. Eles pareciam com Loki que quando os viu começou a latir. Então uma mulher de rosto um pouco pálido e com cabelos até a cintura pretos desceu.
- Bem Vinda Hellena. Eu sou Perséfone.
- Já li sobre você. Papai te obrigou a casar-se com ele e te manteve aqui presa.
- Não acredite em tudo que lê por ai querida.- disse ela rindo.
- Ah desculpe.
- Que tal almoçarmos. – disse papai.

Nós almoçamos e fomos para a sala de estar. Nós passamos boa parte da tarde conversando e papai me contou direito toda a historia sobre a guerra e os possíveis inimigos.